O PIBB é o fundo de índice mais barato do mercado: taxa de administração de irrisórios 0,059%. Não é meio por cento, mas sim um décimo de meio por cento. O Mauro Halfeld gosta de dizer nos seus comentários na CBN que se trata do fundo de ações mais barato do mundo.
Bem, navegando pelo site da Vanguard, empresa pioneira na criação dos ETFs, do honorável John Bogle, me deparei com um fundo de índice que chega perto do nosso estimado PIBB, ao menos na taxa de administração. É o Vanguard Total Stock Market, ETF cuja carteira subjacente investe em mais de 3 mil ações representativas de praticamente todo o mercado americano. A taxa de administração desse fundo norte-americano é de 0,07% a.a. Fundos similares cobram perto de 1,11% a.a. de taxa de administração.
No Brasil, o fundo de índice mais amplo que temos é o BRAX11, que replica o IBRX-100, sendo que o Índice Brasil (IBrX 100) é um índice de mercado que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na BM&F BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro.
O impacto dos custos pode ser observado por meio de um gráfico que mostra quanto seria economizado, em taxas de administração, com um investimento de $ 10 mil, durante 10 anos, com uma taxa de retorno de 9,86% a.a., sem aportes adicionais. Em fundos similares, você teria um gasto de $ 2.705. Com esse ETF baratinho, você teria um gasto de míseros, pasmem, $ 179. Uma bela economia de $ 2.526, que seriam, claro, embolsados por você.
Há um detalhe adicional importante nos ETFs da Vanguard: se o investidor aplicar seu dinheiro por meio dos serviços de corretagem da própria Vanguard, não paga comissões. Ou seja, ele se livra das taxas de corretagem, que ainda incomodam quem investe em ETFs no Brasil – afinal, como são negociados como ações, eles só podem ser comprados via corretora -, e incomodam tanto mais quanto maior é a taxa de corretagem, e menor é o valor investido. Existem condições para a isenção de corretagem, explícitas no próprio site da Vanguard. Com tanto incentivo assim para o investidor, fica fácil investir em ETF. Afinal, como já abordamos em outros tópicos aqui no site, o poder corrosivo dos custos compostos pode aniquilar a maior parte dos ganhos dos investidores.
Enquanto a Vanguard não vem para o Brasil não são criados mecanismos para facilitar a compra e venda de ETFs no Brasil, as dicas continuam sendo: (a) procurar corretoras que cobrem baixas taxas de corretagem, isentem da taxa de custódia sem impor condições, e (b) aumentar o valor dos aportes, como já dissemos antes aqui no site. Isso para o investidor que pensa em usá-las no planejamento de sua aposentadoria financeira, tendo como objetivos diversificação, rentabilidade do mercado, e, principalmente, baixo custo. Afinal, nos investimentos, quanto menos se paga, mais se leva. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Valeu pela dica! Eu gosto bastante de ETFs, já add o site da Vanguard nos meus favoritos.
Agora uma pergunta: tem como o investidor aqui no Brasil investir num ETFs dos EUA, digamos por exemplo, o que segue o índice small caps dos EUA, qual seria o procedimento?
Abcs
Hotmar,
Vc sabe como funciona a questão tributária dos ETFs nos EUA ? Tem os 15% sobre o lucro que nem no Brasil ?
Abs
É uma pena que não possamos investir com facilidade no mercado americano e que a industria de ETFs no Brasil ainda seja incipiente.
Olá Guilherme,
Um dos grandes problemas é a falta de divulgação das ETFs. Não é lucro para corretoras. Elas querem vender os próprios fundos com taxas de administrações nada interessantes.
Tirando o PIBB e o BOVA11 todos os demais tem baixa liquidez e são pouquíssimos, quase nada, conhecidos.
Precisamos escrever mais sobre o assunto. Na verdade vocês precisam, eu fujo um pouco da minha área escrevendo sobre ETF’s.
Abraço!
Fica com Deus.
Aqui no Brasil a iShares já mostrou interesse em aumentar a quantidade de ETFs oferecidos, em diversas classes, porém, ainda não temos grandes novidades.
Grande Abraço!
Willy, até agora não. O único fundo de ações no Brasil, aberto ao varejo, que permite investir nas ações dos EUA, é um fundo do Itaú, mas mesmo assim as ações americanas não passam de 20% da composição total do fundo.
Major, me parece que sim. Elas pagam IR qualquer que seja o valor nos EUA.
Investimentos, estou de acordo.
Jônatas, você tem razão. Daí a minha preocupação na divulgação desses produtos.
Henrique, li no Brasil Econômico a possibilidade de criarem mais 2 ETFs: um do setor financeiro, e outro ecológico. Vamos aguardar.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Interessante observação Guilherme, e é até mesmo o que o Bogle preza, o maior retorno na maioria das vezes é dado através da otimização dos custos pagos (corretagem, administração, etc).
O Brasil tem evoluído muito na área de ETFs ultimamente, mas ainda falta um pouco mais. Como seria lindo se tivéssemos ETFs sem custo de corretagem, ou até mesmo um fundo passivo de ações com uma taxa justa, afinal pagar 2% para acompanhar o índice é um valor absurdo.
Ótimo post. Abraços!
Concordo integralmente, Felipe. Custos menores é uma das soluções mais adequadas para render mais o nosso capital.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Muito bom, excelente.