“O homem é rico em proporção ao número de coisas que pode dispensar.”
– Henry David Thoreau
É fato: vivemos numa sociedade de consumo. Alguns, numa sociedade do hiper-consumo. Nós somos medidos e avaliados, por muitas pessoas, pelo número de coisas que possuímos, e pelos bens que ostentamos. Se você não tiver o último iPhone, vão zombar de você. Se você não tiver o carro da moda, será excluído do grupo. Se você não tiver a roupa mais bacana (seja lá o que for isso), será ridicularizado. Se você não tiver o cartão de crédito Master Diamond Titanium….xiiii, você estará fora do círculo. E, muitas vezes, tomados pela angústia e pelo sentimento de exclusão social, acabamos fazendo compras irracionais, adquirindo bens fúteis, consumindo coisas das quais não precisamos, que não refletem verdadeiramente nossos valores e princípios mais autênticos. Como eu já disse em outro post…
“Consumismo é o ato de comprar o que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas que você não conhece, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é.”
Mas por quê isso acontece? E mais: há uma saída para isso tudo?
Quem controla quem?
Essa situação toda ocorre porque, falando curto e grosso, é difícil “remar contra a maré”. Se você vê seu colega de trabalho andando pra lá e pra cá com um iPad ou iPhone de última geração; se você vê o seu chefe com um Galaxy sempre em uma das mãos, é difícil para você segurar a tentação de adquirir um aparelho semelhante, ainda que você não precise de um. Somos motivados a agir pelo comportamento de manada: se muitos têm, eu vou querer ter também.
E é aqui que se situa precisamente o problema: você não deseja determinado bem de consumo porque realmente você quer e você precisa, você deseja determinado bem de consumo porque o resto do mundo está fazendo sua cabeça e te “obrigando” a comprar tais coisas. Em outras palavras: os seus desejos não são realmente seus! Esse trecho de um excelente artigo escrito pelo blogueiro Mr. Money Mustache para o MSN Money descreve com exatidão essa situação toda:
“Your cultural values and beliefs, your attitudes toward hard work and struggle, and virtually all of your desires to own anything, from a certain style of house to a vacation destination, have been programmed into you by the outside world. Most of your desires are not your own!”
Numa tradução livre:
“Seus valores culturais e suas crenças, suas atitudes em relação ao trabalho, e praticamente todos os seus desejos de ter qualquer coisa própria, desde um um certo estilo de casa até um destino de férias, foram programados em você pelo resto do mundo. A maioria de seus desejos na verdade não são seus!”
Se você parar para pensar, você não quer realmente viagens luxuosas para destinos exóticos em hotéis extravagantes. Esse desejo não partiu realmente de você, mas sim da leitura que você andou fazendo de sites, revistas ou blogs de viagens, que andaram fazendo completamente a sua cabeça. Você não quer, no fundo no fundo, aqueles carros ultra potentes com mil e uma utilidades que andam povoando sua mente nos últimos tempos. Esse desejo não tem origem em você, mas sim nas propagandas comerciais anunciadas em revistas, matérias de TV, reviews em sites especializados, conversas de amigos etc. etc. etc. Você não quer um cartão de crédito que ofereça mil e um benefícios que provavelmente você nunca irá usar: você quer esse cartão porque alguém botou na sua cabeça que você precisa de um, ou porque outros têm e você não quer “ficar fora dessa”. Os exemplos poderiam ser dados aos milhares, mas esses poucos já são mais do que suficientes para perceber o quão vazia tem se tornado nossa sociedade, onde a maioria das coisas que são colocadas à venda não passa de uma falsa forma de se obter felicidade.
O fato é que muitos de nossos desejos por coisas não passa de desejos que foram colocados em nossa mente de fora para dentro, ou seja, dessa sociedade de consumo nojenta para dentro da gente. O resultado disso tudo é que acabamos sendo controlados pela sociedade, quando o correto (e mais saudável) seria que nós tivéssemos controle sobre nossa própria mente.
E o que fazer para mudar essa situação?
Simples: fazer uma reprogramação de nossa mente. Ter mais controle de nossos próprios desejos. Não deixar que essa sociedade destrutiva de consumo faça sua cabeça como se você fosse um boneco sem cérebro. Como disse sabiamente H.D. Thoreau há mais de cem anos, é a libertação de nossos desejos (freedom from desire) que nos faz ter uma vida mais rica, porque nos permite focar em coisas que realmente valem a pena, no lugar de tantas outras coisas que de maneira alguma valem a pena.
O Sr. Bigode do Dinheiro (Mr. Money Mustache), naquele mesmo artigo acima mencionado, ainda nos fornece um exercício prático para que possamos melhorar o controle sobre nossa própria mente:
“Na próxima vez que você quiser comprar alguma coisa como forma de auto-recompensa para você mesmo, seja um capuccino, seja uma Mercedes, use a tática de não comprar nada. Então, nos meses seguintes, tome nota de seus sentimentos de desejo em relação a aquele item não comprado. Como você se sente em não tê-los? Você está feliz? O que você está fazendo com seu dinheiro e com seu tempo que poderiam estar sendo gastos naquele item que seria adquirido, mas não foram? Como você se sente em ter mantido sob controle voluntário da urgência em adquirir coisas? Você sente que tem mais controle de sua vida em geral? Repita a experiência com mais itens ao longo do tempo, e então notará mudanças em suas emoções”.
Controlar a própria mente parece ser uma coisa fácil na teoria, mas é extremamente difícil de ser levada a cabo na prática. E a recompensa por não se deixar ser consumido por aquilo que você consome é muito maior do que você imagina, como conclui o Mr. Mustache:
“Apenas tendo o controle de sua mente e se livrando dos falsos desejos é que você pode obter a verdadeira liberdade em sua vida. Liberdade, ao contrário de conveniência, pode realmente trazer a felicidade. É uma coisa um pouco estranha, e talvez até um pouco difícil. Mas é um bom tipo de dificuldade a ser enfrentada”.
Conclusão
Quanto mais controle você tiver sobre sua própria mente, mais coisas poderá dispensar de ter em sua própria vida. E a sua vida, por consequência, será cada vez mais rica e mais significativa. Não deixe os outros fazerem sua cabeça. É você quem deve estar no comando de sua próprias decisões. E não os outros. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Adoreio o artigo!!!
Parabéns, Guilherme!!!
Muito obrigado, Roberto!
Boa noite, Guilherme! Tudo bem?
Acredito ser esta mudança de pensamento importante não só para interpretarmos melhor as coisas do nosso cotidiano, mas também a forma com que encaramos nossos investimentos.
Digo isso porque fica muito mais fácil investir quando tiramos a opinião dos ‘especialistas’ do pedestal e passamos a seguir o nosso próprio planejamento, amparado essencialmente em nossos estudos e análises.
Não estou afirmando que devemos nos isolar das informações que nos são fornecidas, só que devemos ser mais críticos acerca das opiniões que nos são jogadas diariamente em portais, foruns, periódicos e jornais especializados.
Aproveito para te informar que te adicionei ao meu blogroll. Abraço!
LL, não tinha pensado sob esse ângulo, gostei muito da sua interpretação do texto para além dele!
E aproveito para te dizer que te adicionei ao meu blogroll também. Abç!
Gui, artigo simplesmente fantástico.
Parabéns meu amigo.
Abraço!
Obrigado, Jô!
Guilherme,
Excelente texto!
“Nós somos medidos e avaliados, por muitas pessoas, pelo número de coisas que possuímos, e pelos bens que ostentamos. Se você não tiver o último iPhone, vão zombar de você. Se você não tiver o carro da moda, será excluído do grupo.”
Infelizmente os adultos são muito piores do que as crianças… Em ver de evoluírmos, regredimos demais nessa parte.
 
Gosto muito das duas frases que você colocou no início. Os nossos valores reais não estão nas coisas que podemos comprar, mas em quem somos, em como nos relacionamos com as pessoas, em como usamos nosso tempo.
Na adolescência eu passei por essa crise de consumo pois via que minhas primas tinham tantas coisas legais e eram felizes, ou pelo menos aparentemente, nunca descobri. Então eu achava que se tivesse alguma daquelas coisas, também seria feliz. Menos de um ano depois vi que não era assim que a vida funciona, então comecei a ser eu mesma, sem me importar com o que o mundo/mídia/capitalismo ditam como “essenciais”. Claro que isso foi progressivo.
Em 2007 passei por um assalto, perdi minha bolsa e um celular que eu gostava muito, tinha até câmera fotográfica. Eu reagi a princípio, mas quando a faca enferrujada estava quase entrando no meu braço, desisti. E veio aquela sensação de impotência, que todos tem. No ano passado outra situação semelhante, um motoqueiro e o garupa queriam a minha bolsa. Mas eu já não tinha mais celular (após o relato acima, não vi mais sentido em ter um). Só haviam documentos e uma blusa na bolsa. Pensei em quão desgastante é tirar os documentos de novo e reagi mais uma vez pois vi que não estavam armados. Dei a sorte de aparecerem dois carros em sentidos opostos, e como estávamos quase no meio da rua, não podiam passar. Com a “plateia” aumentando, eles desistiram. A terceira foi em janeiro desse ano, agora nem com bolsa eu andava mais, só uma bolsinha para documentos, que é colocada embaixo da blusa, no cós da calça. Só que o assaltante estava armado de verdade, meio nervoso, a rua deserta (para variar é quase sempre assim…). E para eu explicar que não tinha nada de valor? Ele insistindo que eu tinha algo, abri a bolsinha e mostrei os documentos. Aí ele desistiu, pois se uma mulher anda com os documentos em um lugar tão discreto, seria ali que teria dinheiro também. E ele viu que não tinha nada. Dessa vez eu pensei que fosse morrer, sabe quando a sua vida passa rapidamente pela sua mente?
 
A partir desse dia, a primeira frase que você postou ficou muito mais clara para mim. Para que esse monte de coisas, por que perdemos tempo com tantas coisas inúteis, mas que acreditamos ser úteis?
Hoje vivo um dia de cada vez, e agradeço à Deus por chegar viva ao final de cada um deles pois moro em um dos bairros mais violentos de uma cidade muito violenta. De certa forma esses acontecimentos ajudaram um pouco mais para eu ter a capacidade de diferenciar melhor as prioridades das bobagens apelativas do capitalismo insano e cruel.
 
Você falou sobre hiper-consumo, eu sou o oposto, sou hipo-consumista.
Nossa, Rosana, esse foi um dos depoimentos mais emocionantes que já li no meu blog. É fácil perceber, pelos seus lúcidos e sempre pertinentes comentários, que você é uma pessoa acima da média da população, que sabe efetivamente dar valor às coisas que realmente valem a pena nessa vida.
Espero, depois de todos esses acontecimentos ruins (a que todos nós, infelizmente, estamos sujeitos), que Deus continue mais do que nunca te abençoando e erguendo paredes de proteção para todo lugar que você vá.
E gostei da sua definição de ser hipo-consumista. Frugalidade é tudo de bom! 🙂
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Eu concordo que somos muito influenciados pelo que lemos ou por quem convivemos. Mas não acho que isso possa ser diferente. É normal ser assim. Da mesma forma que somos influenciados ao ler que gastar é bom, também somos influenciados ao ler que não precisa ser assim (como nesse post). O que acho é que cada um deve escolher o estilo de vida que quer ter e, se ele será mais feliz com aquele estilo, que seja.
Eu não me sinto bem afundado em dívidas. Mas tem pessoas que não se importam de ser assim e preferem ostentar à ser. Se eu impor meu estilo à ela, ela será infeliz. E se ela impor o dela ao meu, eu serei infeliz. Então que cada um seja o que quer.
Sobre o comentário das compras, para mim comprar apenas para mostrar aos outros é sinal de burrice. Mas nem por isso eu deixo de comprar as coisas que quero, pois se deixasse, eu estaria fazendo uma coisa que não quero por medo de mostrar aos outros. A diferença é que uso do jeito que me convém, sem me preocupar se estou sendo cool ou não. Por exemplo, em 2010 (ou 2011, não lembro) comprei meu iPad e ninguém do meu convívio tinha, tanto no trabalho quanto na família. Desde sempre uso ele em casa, para ler e navegar na Internet, porque é muito mais comodo para mim assim. Nunca levei ao trabalho, porque não vejo necessidade nenhuma disso. Também nunca levei em reunião de família. No início do ano passado, no meu trabalho todo mundo começou a trazer iPad para reuniões (não entendo porque, pois digitar naquilo é um atraso de vida). Embora eu também tenha, não vejo necessidade disso. Em reuniões faço as anotações em uma folha de papel A4 (quando faço), e para fazer o trabalho em si temos computadores, logo iPad só serve pra nada. Trazer só pra mostrar que tem? Não vou ficar carregando peso à toa.
Eu penso 10 vezes pra comprar um troço caro. Mas se vejo que vai ser útil, eu compro, sendo da moda ou não. E uso do meu jeito, sem me preocupar com os outros. Na verdade, por questões de segurança, se realmente for necessário usar alguma coisa de tecnologia em locais públicos (celular, por exemplo), sempre tento fazer de uma forma discreta, para que desconhecidos não vejam se meu celular é bom ou ruim. Vai saber que tipo de gente está olhando…
Oi MJC, excelente comentários (as always).
O importante é sermos felizes tendo (ou não tendo) as coisas com as quais nos sentimos bem, e não ligar para a opinião alheia.
Abç!
Concordo com o MJC, principalmente no que se refere a burrice dos outros.
Acrescento que esse comportamento de comprar tanto para ostentar quanto para ficar na moda é uma espécie de terceirização do raciocínio. Muitas pessoas não param pra pensar se o consumo de determinado produto vai ser realmente útil a elas, simplesmente veem que está na moda e então compram, mas seque usam 10% de sua capacidade. Exemplo clássico é o de smartphones e tablets.
Eu, por muitos anos, tive smartphones simples, normalmente os mais baratos do mercado, mas que me atendiam perfeitamente. Não tinha necessidade de ter o aparelho top. Recentemente, achei que conseguiria fazer coisas novas caso eu comprasse um modelo com melhores caracteristicas, que eu não estava conseguindo fazer no mais simples e o comprei apesar de seu alto valor. Ou seja, apesar do custo, a compra foi bastante justificada. Pior que, pelo fato de ter comprado marca X, ainda sou taxado de ser contra marca Y que me custaria o dobro e não me atenderia. Recentemente ouvi um grupo de amigos comentando que marca X era melhor mas a marca Y era mais status. Tive que rir.
Outro fato é que possuo um carro com mais de 10 anos de uso, o qual utilizo diariamente, e que me atende, já que está em perfeito funcionamento. Como qualquer carro antigo, de vez em quando precisa de uma manutenção corretiva que eu faço sem o menor problema. Bom, sempre que encontro com alguns amigos, a primeira pergunta que me fazem é para saber se ainda estou com o carro, seguido de conselhos para trocar logo essa me***. Um dia vou comprar um carro novo, mas será no dia em que eu não estiver mais conseguindo fazer uma manutenção adequada no meu antigo, do contrário, teria que gastar no mínimo 60 ou 70 mil pra comprar um carro que realmente fosse superior ao meu atual e não apenas uma versão zero km, já que no brasil imperam os carros ultrapassados 0km.
Por outro lado, acho chato esse papo meio radical contra o consumo e a favor de acumulação de dinheiro, já que acumulamos dinheiro para viver e, se possível, ter algum prazer na vida. Cada um tem que saber o que lhe dá mais prazer na vida e priorizar. Se o prazer da pessoa está em comprar e ostentar, pessoalmente lamento por ela, mas que seja feliz assim. Eu gosto de viajar, mas, por causa do trabalho, só posso viajar um mês por ano. Nesse mês de férias eu pago o que for pra viajar pra onde eu quiser, desde que não afete meu orçamento, claro. Nesse mês eu sinto bastante prazer, e as mesmas pessoas que me criticaram por não trocar de carro, agora me criticam por gastar tanto numa viagem. Eu desconverso para não perder o amigo, mas percebe-se que as pessoas que deixam suas vidas serem controladas não aceitam muito bem que outras pessoas tenham controle de sua própria vida.
Não vou prolongar muito o comentário, pois poderia escrever páginas de casos concretos, mas o meu recado é basicamente esquecer o que os outros falam e pensar no que é melhor pra você, ter uma vida simples e aproveitar a vida com o que te dá prazer de verdade e não com o que dizem que vai ter dar.
Igor, ótimo depoimento!
Destaco especialmente sua última frase:
“…meu recado é basicamente esquecer o que os outros falam e pensar no que é melhor pra você, ter uma vida simples e aproveitar a vida com o que te dá prazer de verdade e não com o que dizem que vai ter dar”.
Como gosto de dizer, o segredo está no equilíbrio!
Bem VR, a verdade é que infelizmente na nossa blogosfera de finanças e no mundo da educação financeira o pessoal só quer mesmo é comprar ipad e viajar pra EUA e Europa trazendo bugigangas. Aí passa 3 meses sai algo melhor e o cara fica lá deprimido porque o cara do lado já está na frente.
Não precisamos de Ipad. Não precisamos de smartphone de ultima geração. Não precisamos de tênis da Nike. Não precisamos de ipod. Não precisamos de notebook e macbook de super última geração.
Mas as pessoas querem ser as melhores e torrar sua grana.
Aí quando são demitidas ou precisam comprar uma casa, doença, querem largar o emprego ficam lá chorando.
Pois é, PVR, difícil viver nessa sociedade onde o ter vale mais que o ser. É preciso ter fôlegos de aço e muita disciplina para se manter concentrado nos objetivos principais e que verdadeiramente produzem retorno a longo prazo.
Abç!
Guilherme,
Fiquei feliz em saber que gostou do meu comentário e agradeço pelos elogios. Ainda estou no primeiro degrau do aprendizado, mas acho que, de certa forma, estou me saindo bem.
A cada dia eu entendo menos a humanidade e suas manias de consumo e os produtos praticamente descartáveis que são vendidos atualmente.
Gostaria de compartilhar com você e com os leitores, um trecho de uma crônica do Ivan Ângelo que gostei muito:
A praia é o lugar onde ficamos de costas para o mundo que criamos, para as nossas construções bizarras, a nossa vida absurda, a estridência das nossas cidades, e ficamos de frente para a nossa origem, nosso primeiro lugar, nosso lar imemorial, nosso para sempre perdido habitat.
Se olharmos para cidades como são paulo, bizarro é apelido…
O que sempre me questiono é: será mesmo que precisamos de tudo isso?
Eu aprendi que quanto mais simples formos, melhor para nós e também para os que convivem conosco. Teremos mais tempo, mais qualidade de vida e a sensação de liberdade que nos é tirada com tantos afazeres e coisas para administrar, comprar, etc.
PVR,
Gostei do seu comentário. Não precisamos de nada disso mesmo. Ao mesmo tempo, não damos importância ao que é realmente importante.
Eu sempre reparo as pessoas na rua com carros e celulares caros. E vejo que o semblante de (des)felicidade e olhar vazio delas é meio contraditório, já que tem em mãos algo tão caro. Uma vez vi um senhor com um carro caríssimo, dirigindo e praticamente falando em 2 celulares (ou seja lá o que for) ao mesmo tempo. E aquela cara de b… Eu realmente não consigo isso.
Abraços,
Rosana, excelentes reflexões! Gostei muito do trecho da crônica do Ivan Ângelo, pois ele desperta em nós reflexões sobre os verdadeiros propósitos de nossa existência.
Em alguns aspectos, parece que a humanidade está mesmo regredindo, ao invés de evoluir.
Abç!
Guilherme,
Excelente a reflexão proposta. Queria agradecer-lhe, pois eu estava em dúvidas sobre uma viagem que “preciso” fazer, na verdade ia apresentar trabalho em um congresso, então não seria de fato um desperdício, mas, por outro lado, estou em u momento de turbulência financeira na família e essa viagem ia acabar sendo totalmente financiada por crédito. Após ler seu texto, parei para avaliar melhor a situação e desisti da viagem, seria um acréscimo ao currículo (sou acadêmica) mas ia ficar por meses apagando o incêndio financeiro que ia causar. No fim os benefícios ficariam aquém do custos, então resolvi adiar a viagem (já que a passagem eu comprei). Perderei o congresso, mas quando eu fizer a viagem poderei curti-la e voltar em paz pra casa depois, sem preocupações.
Infelizmente a maioria das pessoas não tem frieza para contemplar a própria situação financeira nessa perspectiva. Felizmente meus amigos costumam ser bem cautelosos com relação a gastos, um deles inclusive comprou recentemente um tablet de marca não muito conhecida, mas com qualidade e que atende às necessidades dele. No fim das contas eu valorizo mais isso, o convívio com pessoas cujos valores são parecidos com os meus e não pautados nas aparências.
Gostei muito das reflexões nos comentários também. Realmente temos que saber o que importa para nós e se o que faz feliz (ou não) aos outros é o hiper-consumo não podemos reger suas vidas por eles.
Abs,
Oi Daiana!
Fico super feliz que as reflexões contidas no post e nos comentários tenham lhe ajudado a tomar essa difícil, mas importante decisão. Acredite, não faltarão oportunidades no futuro para você ir em outros congressos, e, mais importante, com menos gasto de energia mental alocada em problemas financeiros. O importante é equacionar e contextualizar a situação como um todo.
E que bom que seu círculo de amigos também seja cauteloso em relação aos gastos. Isso torna o ambiente muito mais favorável a uma vida mais focada em coisas que realmente valham a pena serem buscadas.
Abç!
Guilherme,
Sou um leitor assíduo do blog, embora nunca tenha comentado nele.
Como sempre, muito bom o seu artigo. Dessa vez, porém, receio que concordo com apenas 90% dele.
Não sou um hiper-consumista e tenho o costume de sempre analisar a real necessidade de algum objeto de consumo antes de de fato comprá-lo. Porém, tive a impressão que o artigo pendeu muito para o lado do “nunca compre nada”, o que também não concordo. Acredito que, na verdade, devemos sim comprar coisas que gostamos, desde que dentro de um orçamento previamente planejado.
Experiências como passar a tarde com a minha namorada conversando e comendo algumas guloseimas em um café, para mim, tem um valor maior do que o dinheiro gasto no processo, e, portanto, as faço sem o mínimo peso na consciência.
Claro que gosto de gastar em outras coisas também, porém não detalharei-as aqui, sob o risco de estar motivando outras pessoas a agir pelo meu comportamento, o que precisamente é o que o post diz que devemos evitar.
E este é o meu recado. Acredito que se fizermos esse tipo de reflexão acho que só teremos a ganhar.
Abraços.
Marcio, grato pelos comentários!
Concordo com você, o dinheiro deve ser sempre um meio utilizado para fins outros, ou seja, para melhorar a qualidade de vida.
O segredo, como tudo na vida, está relacionado ao equilíbrio no uso dele.
Valeu!
O desejo de mudar meus desejos, não é meu, foi colocado na minha cabeça pelo Blog Valores Reais.
Valeu, Rafael!
Sensacional, Guilherme! Adorei esse artigo! Concordo muito com você. Estou num momento de descoberta das coisas que são realmente importantes na minha vida. Como comentei em no outro texto seu, a cada dia eu sinto menos vontade de comprar, porque eu não preciso provar nada pra ninguém! Hoje, amadurecida, vejo o quanto eu gastava com coisas desnecessária, coisas que nem tinham significado pra mim, mas que eu precisava ter pra me sentir incluía. Era aquela sensação maravilhosa de prazer ao comprar, que logo em seguida aquele vazio. Eu queria porque queria preencher esse vazio existencial com coisas materais. E nunca conseguia. Fico feliz por ter tido essa oportunidade de conhecer o que é viver com menos. Nunca fui tão feliz em minha vida! A cada dia estou me livrando do que não quero mais na minha vida: coisas, sentimentos e pessoas e a cada dia me torno uma pessoa mais feliz e realizada!
Excelente depoimento, Bruna!
Você é um exemplo fantástico de como podemos ser felizes sem ficarmos presos ao jogo errado do consumismo desenfreado que impera em nossa sociedade caótica.
Parabéns pela atitude e continue assim!
Abç
Concordo 1000% com o que foi escrito, da vontade de jogar na cara da maioria das pessoas.
Dá vontade mesmo Carlos!
Abç!
Excelente artigo. Eu acredito que o desenvolvimento da espiritualidade e a noção de finitude do ser humano nos levam ao desapego dos bens materiais, principalmente os supérfluos. Mas, infelizmente, o marketing se opõe a tudo isso e usa a psicologia para convencer e iludir o homem/mulher. No Brasil temos o forte apelo da beleza a qualquer preço, levando muitas mulheres a morte ou a ter sequelas permanentes. Tudo em nome da juventude e beleza eternas. Mas ninguém fica para semente. Ninguém sabe se estará vivo nos próximos minutos. E o fim de todos é a “7 palmos sob a terra”.
Obrigado pelas palavras, Bruno!
E você tem razão, no final das contas, tudo acaba sendo vaidade mesmo.
Abç!
Esse texto ratifica de uma vez por todas a minha forma de pensar e agir perante o dinheiro. Lógico, condenado, massacrado por amigos e parentes, mas hj vejo que isso é benéfico pra mim.
Nunca tive cartão de crédito e nem tenho vontade.
Passei minha conta corrente para digital.
Meu carro roubaram há 8 anos e até hj ando à pé.
Meu celular não passa dos R$ 400, 00 quando novo.
Moro numa casa pequena.
Minhas roupas são simples.
Gosto das simplicidades dos passeios, das festas e das pessoas.
Tudo isso, confesso, não é tão bom assim.
Eu sofro exclusão de grupo, negativas de paqueras e vejo-me cada dia mais só e carente.
Quase não há um grupo em que eu me encaixe.
Sempre fui visto como o pão duro da família.
Em contrapartida, estou há mais de uma ano sem trabalho.
Minhas contas estão em dia.
Meu saldo bancário está satisfatório e posso viver de boa por mais uns 4 ou 5 anos!!
As pessoas tem que entender que o Brasil não é um país confiável economicamente.
Hoje se tem trabalho, amanhã, talvez!! No meu caso, não.
Pra tomar essas condutas as pessoas tem que estar dispostas a serem excluídas dos grupos e confesso que isso me dói demais, mas resolvi bancar.
Na academia eu sou o mais mal arrumado com roupas velhas pra treinar.
Procuro conforto na Filosofia, nas leituras diversas e nas observações simples do cotidiano.
Escolhi assim mas o conforto financeiro é bom e dá uma baita tranquilidade.