“É inútil fazer com mais o que pode ser feito com menos” (Guilherme de Ockham)
Vi essa frase assistindo ao vídeo (link) em que o médico Dr. Lair Ribeiro comenta o fato de ter chegado aos 76 anos de idade em plena forma física e mental.
Buscando a frase para compor o título do post de hoje, me deparei com um livro escrito a respeito dessa famosa navalha de Ockham (link), que, claro, já está na minha lista de futuras leituras.
Eis a breve sinopse do livro:
“É inútil fazer com mais aquilo que pode ser feito com menos.”
Com esse raciocínio límpido e engenhosamente simples, Guilherme de Ockham, um frade franciscano que viveu na Inglaterra do século XIV, desencadeou uma revolução na forma de entender o mundo.
Seu princípio filosófico ficou conhecido como “a navalha de Ockham” e pode ser resumido assim: soluções simples são preferíveis, e com mais frequência verdadeiras, quando se trata de explicar fenômenos naturais.
Neste livro, o cientista Johnjoe McFadden nos convida a uma viagem por 2 mil anos no tempo pela história da ciência e de como a simplicidade preconizada por Ockham desvendou grandes mistérios da natureza e do cosmo.
Dos primeiros astrônomos da Mesopotâmia à descoberta do átomo, passando pelos gregos e acelerando até as teorias de Darwin e os segredos do DNA, a navalha ofereceu respostas que até hoje fascinam cientistas e filósofos.
Para o autor, a simplicidade está para a ciência como os números estão para a matemática e as notas para a música. Se é assim, só o futuro dirá quantas maravilhas ainda poderá revelar – em todos os campos do conhecimento”.
A frase, portanto, foi construída no contexto que impulsionou a revolução científica no planeta, a partir do século XV. O Dr. Lair Ribeiro a usou para demonstrar a importância dos cuidados preventivos com a saúde para desenvolver uma longevidade cronobiológica com qualidade. E eu penso que essa frase pode ser aplicada a vários campos do comportamento humano.
Raciocine: é inútil fazer com mais esforço o que pode ser feito com menos esforço. Digamos que você tenha que fazer uma atividade complexa e que irá lhe exigir uma boa demanda de tempo: escrever o seu trabalho de conclusão de curso – TCC. Como fazê-lo de uma forma a causar o menor desgaste mental possível?
Simples: tudo começa com dividir essa grande tarefa em pequenos pedaços. Tendo um ano pela frente, divida essa tarefa em 365 pedaços. Ou 252 pedaços (que costumam ser os dias úteis). Ou em 150 pedaços, espalhados ao longo do ano. Mas não deixe tudo para a última hora. Porque na última hora você não vai conseguir fazer com a mesma qualidade com que faria se a dividisse na maior quantidade de pedaços possíveis. Mais importante de tudo: ao deixar para a última hora, você fará tudo com muito mais esforço, deixando passar a oportunidade de fazer o trabalho…. com menos esforço.
Busque a dose mínima de eficácia
A navalha de Ockham se aproxima muito da ideia da dose mínima de eficácia, preconizada por Tim Ferriss, ao abordar comportamentos que possam produzir resultados relevantes e benéficos para o seu estado físico ou mental.
No campo dos exercícios físicos, por exemplo, é inútil exagerar na academia, praticando, por exemplo, duas horas consecutivas de exercícios físicos em grande intensidade. Até mesmo o quantitativo de uma hora tem sido considerado além do suportável, se feito em intensidade alta. A ciência tem considerado que um intervalo de 30 a 45 minutos já seria uma sessão suficiente para produzir os resultados positivos para a saúde. O excesso precisa ser podado. É inútil fazer com mais esforço o que pode ser feito com menos esforço.
No domínio nutricional, controle seu apetite para não se empanturrar no buffett ou na quantidade de comida que levar para seu estômago. Saiba e reconheça, de modo consciente e voluntário, as suas limitações de ingestão de alimentos. Lembre-se e puxe da memória situações pretéritas em que você passou mal ao comer de forma exagerada. Uma quantidade de leve a moderada de alimentos, bem selecionados e nutritivos, já é suficiente para lhe dar a energia necessária para nutrir o seu corpo. É inútil fazer com mais esforço o que pode ser feito com menos esforço.
Conclusão
A navalha de Ockham, mais do que um princípio científico, é uma regra de vida. Use-a toda vez que se defrontar com uma situação complexa, que exigirá planejamento e estratégia de ação. Tudo o que puder ser feito produzindo mais resultado com menos dispêndio de energia valerá a pena. Os resultados serão visíveis.
Afinal de contas, é inútil fazer com mais esforço o que pode ser feito com menos esforço. 😉
De fato, uma frase simples e poderosa.
Obrigado, Anônimo!
Interressante, estava discutindo sobre implementações na area de software e esse artigo veio na hora certa.
Valeu, Bruno!
Eu continuo lendo seu blog. É hábito já semanal de vários anos, não deixe acabar,