Semana passada (link), discorremos sobre como as pessoas estão diminuindo seu interesse em gastar grandes quantidades de tempo nas leituras, preferindo se concentrar em atividades que demandam mais distração e blocos fragmentados de informação, que podem ser consumidos em questão de poucos minutos, e às vezes até de poucos segundos (vide o caso de sucesso do app Tik Tok).
Porém, não é apenas a informação de curta duração que prende a atenção das pessoas.
Hoje em dia, elas também estão gastando bons minutos – e às vezes horas a fio – em busca de outros tipos de passatempo.
Não apenas a questão da leitura concentrada por longo tempo que caiu em desuso, mas sim as formas de uso do chamado “longo tempo” também tem se modificado.
Em outros termos: não é que as pessoas tenham modificado seus hábitos de forma a buscarem passatempos que duram menos tempo, mas sim que outros tipos de recreação também tem se modificado no que tange a tempos maiores.
Pense, por exemplo, na proliferação de podcasts. No YouTube e no Spotify se espalham os programas de entrevistas e conteúdos que duram de alguns poucos minutos a muitas horas. Os formatos são variados, os assuntos, os mais variados possíveis.
Mas os “novos” passatempos não extinguiram os “velhos” passatempos.
Documentários e séries de 60 minutos de duração, filmes de 1h30 a 2 horas de duração, esportes transmitidos pela TV (e pelos apps) que duram mais de 2 horas, continuam “firmes e fortes” como opções cada vez mais disponíveis para competir pelo seu tempo e pela sua atenção.
Qual é o ponto, aqui?
A mensagem central do texto de hoje é exatamente essa: propor reflexões críticas sobre como você usa seu tempo e sua atenção. Para onde você direciona seu foco? Para onde você direciona sua atenção?
O tempo que você gasta assistindo um podcast, no YouTube, de 3 horas e 45 minutos de duração (acredite, isso é mais comum do que você pensa), está sendo realmente um tempo bem gasto?
Hoje em dia, a difusão e o barateamento de serviços como acesso à internet, bem como o de produtos como celulares, provocou uma corrida por uma das maiores minas de ouro que existem: o seu tempo e a sua atenção.
A questão é que, quando você escolhe, ainda que inconscientemente, gastar suas horas de vida para esse tipo de passatempo, você está abrindo mão de gastá-las em outras atividades. Isso faz sentido?
Conclusão
É preciso parar um pouco, pensar, refletir e ver se tudo o que você está fazendo se alinha ao que você quer da sua vida, e para sua vida.
A dificuldade – a maior dificuldade – de pensar sobre esses assuntos é que pensar criticamente sobre eles requer sair da nossa zona de conforto. Fazemos isso, assistimos podcasts, documentários, séries, esportes, porque simplesmente estamos habituados a fazê-los, por anos, às vezes décadas, algumas vezes uma vida inteira dedicada a isso.
Se você está atualmente insatisfeito com algum aspecto de sua vida, talvez repensar sobre como gasta sua vida, ou melhor, como gasta seu tempo com certos tipos de passatempos, seja o começo do caminho para a mudança. 😉
Boa semana!
Na minha opinião , essa queda monstruosa do q.i da população junto com sua infantilização é consequência direta do consumo de mídia rápida e fácil digestão .
Eu gosto de assistir alguns podcast , de preferencia aqueles que explicam assuntos complexos numa linguagem que o leigo consegue entender .
https://blogderasratel.blogspot.com/
Eu estou com sobrepeso, preciso mudar isso , mas vejo YouTube, e vejo esporte mesmo, as vezes até
canal aberto preciso mudar, preciso refletir,.
Parabéns mais uma vez pela matéria! Valores reais é um dos poucos canais que mantenho questão de receber as notificações de e-mail porque sempre são dicas produtivas pra vida!