O valor solidariedade, num mundo caracterizado por um forte individualismo, ainda remanesce como um dos valores mais caros e talvez mais difíceis de cultivar, dado o ambiente em que vivemos.
Pessoas das mais diversas classes sociais e dos mais diferentes estratos econômicos vivem cada vez mais buscando pela valorização do “eu”, em franca contraposição à busca do bem estar do “outro”.
Empatia, altruísmo e genuíno cuidado ao próximo têm se tornado, assim, virtudes cada vez mais raras de serem exploradas numa sociedade centrada no egoísmo, no narcisismo e no exibicionismo, em que as pessoas buscam chamar a atenção para dentro de si mesmas, em vez de considerarem as possibilidades de explorar as virtudes e valores dos outros.
Há diversas formas de buscar alternativas a esse modo de viver a vida, nos mais distintos segmentos da vida e, em se tratando de finanças, uma delas é exatamente a que consta no título desse post: valorize o pequeno comércio.
Hoje em dias, as grandes corporações têm se tornado cada vez maiores, adquirindo as empresas menores em velocidades cada vez maiores e, com isso, causando, no mercado da livre concorrência e do livre comércio, muitas vezes a destruição de pequenas empresas, de pequenos comércios – muitos deles, inclusive, mantidos por gerações de famílias empreendedoras.
A dica de hoje é você, com o poder financeiro que possui – não importa se é muito ou pouco – fazer a diferença positiva na vida dessas pessoas que dependem, para seu sustento, do pequeno comércio.
Valorize-os.
Em vez de comprar alimentos do grande atacadista que vende numa multinacional, por quê não comprar seus produtos na feira de rua mais próxima?
Em vez de comprar itens de papelaria de uma mega corporação, por quê não comprar os mesmos tipos de itens fabricados por um pequeno comércio?
Os exemplos são inúmeros e saltam aos olhos quando vemos as possibilidades que se apresentam.
É claro que nem tudo o que vem do pequeno comércio é o mais adequado ou é o mais barato para o seu uso.
Ter discernimento e saber avaliar o que pode ou não ser comprado faz parte do processo avaliativo de compra.
Mas faça valer as opções quando elas forem viáveis para você.
Parafraseando um artigo escrito um mês antes do início da pandemia do Covid-19, se em 2010 eu disse que o dinheiro nada mais é do que uma ferramenta para melhorar a qualidade de sua vida, após tantas experiências positivas com compras sociais eu posso afirmar, uma década mais tarde, que o dinheiro também serve para melhorar a qualidade de vida das pessoas que se posicionam na função de vendedores.
Eu até concordo com você, porem quando vou no pequeno comércio e vejo o valor dos preços exorbitantes desisto da compra, pior ainda quando você mora em uma cidade turística. Preço das coisas na minha cidade (turística) chega a ser o dobro ou mais de cidades “normais”, então não tem como defender. Felicidades a todos!
Muito bonita intenção do post mas a realidade não muda em nada com essas pequenas ações
Nosso modelo econômico sempre tende ao monopólio. A tendência é que esses pequenos sempre quebrem ou sejam comprados pelos grandes. É a tendência natural e esperada dentro desses sistema.
Individualmente não é possível causar qualquer mudança nessa tendência. Ir enxugando gelo pode até trazer uma sensação de que se está fazendo algo contra isso mas no fim é só enxugar gelo
Concordo em parte com o seu ponto de vista. Se eu for “maria vai com as outras” posso facilmente seguir a sua linha de pensamento e conviver tranquilamente com o fato de que os alevinos são engolidos pelas baleias.
Mas não funciona estritamente assim. Veja o setor bancário: em 2013 você poderia afirmar, considerando o seu argumento, que os bancos tradicionais dominariam o mercado em pouco tempo, não sobrando espaço pra player nenhum. Alguns anos depois isso se comprovou o contrário: surgiram Nubank, C6, Inter, etc, que fizeram os mastodontes do setor praticarem o TBC (tirar a bunda da cadeira). Óbvio, 4 ou 5 bancos ainda detêm o monopólio em termos de volume mas as fintechs incomodaram e modificaram o setor.
Veja o caso da Tesla: começou numa garagem, depois foi financiada por Elon Musk e agora vale mais que diversas montadoras juntas. Quinze anos atrás ninguém se atrevia a cutucar as gigantes do setor, hoje elas estão correndo atrás da nanica que virou a queridinha dos consumidores.
Já li que são os pequenos grupos, pessoas focadas e determinadas que mudam o mundo – não são grandes agrupamentos e populações (estes são muito acomodados e nada fazem, até por seguirem o pensamento “o mundo sempre foi assim, de que adianta fazer algo diferente?”).
Existem diversos casos de pessoas que fizeram a diferença e causaram uma disrupção no mercado, na sociedade como um todo e na vida de outras pessoas.
Então se o monopólio for benéfico para todos não vejo problema (exemplo o Google, que domina 90% das buscas na web). Mas se for pernicioso (Petrobras?) creio que deveria ser repensado.