Depois de um período de relativa calmaria nos mercados, pós-Covid (se é que a pandemia acabou), mais uma vez o mundo se vê às voltas de uma iminente crise financeira de proporções planetárias.
Tudo por conta do colapso bancário nos EUA, com algumas instituições financeiras de grande porte quebrando e, por conseguinte, arrastando consigo muitas empresas, sobretudo as do setor de tecnologia.
A situação de desconfiança dos mercados financeiros mundiais continuou e se alastrou para a Europa, onde o banco suíço UBS fechou acordo para comprar outro tradicional banco suíço, o Credit Suisse.
As atenções (e especulações) agora, voltam-se para um banco alemão de grande porte, o Deutsche Bank.
Por outro lado, Nos EUA, a escalada dos juros pelo FED continua a todo vapor, na tentativa de conter a inflação.
E, finalmente, no Brasil, o Banco Central continua firme na manutenção da taxa SELIC a 13,75% a.a., não obstante a pressão do governo por uma redução na taxa básica.
Como se vê, o cenário nos mercados financeiros é preocupante, e sinais de uma crise bancária estão eclodindo em todos os cantos do planeta. O IBovespa fechou semana passada aos 98 mil pontos, furando, portanto, o nível dos 100k mais uma vez.
O que fazer com seus investimentos, diante de um panorama global que se avizinha perigoso?
Muitos diriam (e dirão) que as oportunidades é que surgem durante as crises – e com razão, a história tem demonstrado isso: quando os ativos se descolam de seu valor real (ou patrimonial), é que surgem grandes situações de se comprar com um belo desconto. Warren Buffett já dizia: é a chance de comprar uma moeda de 1 dólar por 50 centavos.
Porém, nós não sabemos exatamente em que ponto da curva estamos, ou melhor dizendo, não sabemos quando será o fundo do poço. A rigor, ninguém sabe.
No auge do pânico do Covid-19, ocorrido em 20 de março de 2020, o Ibovespa chegou a marcar 66 mil pontos.
Mas só ficamos sabendo que ali foi o fundo do poço… quando olhamos pelo retrovisor. Ele poderia muito bem descer aos 60 mil, 50 mil, 40 mil pontos… mas não desceu. Pelo contrário, foi subindo, subindo, subindo… até chegar ao ápice de 130 mil pontos em junho de 2021, para logo em seguida iniciar a trajetória de queda e voltar à faixa dos 90k pontos agora, março de 2023.
Por tudo isso, se você tiver compromissos financeiros no curto e médio prazos, que exigirão gastos acima do normal, ou acima de suas rendas, aja com prudência e cautela no que tange aos seus investimentos.
Opte por investimentos mais conservadores, preferencialmente atrelados ao CDI ou SELIC, ou seja, os pós-fixados, aproveitando, inclusive, a atual taxa de juros, onde é possível, a depender do tipo de investimento escolhido – p.ex., Letras de Crédito – chegar a uma taxa de rentabilidade próxima de 1% ao mês.
Conclusão
O controle dos resultados de seus investimentos depende, fundamentalmente, do horizonte de tempo que você pode suportar para eles, tendo em vista seus objetivos macro de curto, médio e longo prazos.
Cuidado para evitar ficar girando muito a carteira, comprando e vendendo de forma excessiva na Bolsa de Valores, pois isso só adicionará um estresse e desgaste emocional desnecessários.
Invista em seu conhecimento e educação financeira: instrua-se. Pense em seus objetivos financeiros em harmonia com seus objetivos não financeiros.
Tenha uma vida financeira organizada: controle seus gastos, anote-os, saiba quanto você está gastando, se você está tendo ou não superávit financeiro a cada mês. Poucas coisas são piores do que a de um endividamento excessivo.
E, se você estiver numa situação financeira positiva, vá com calma e devagar em investimentos mais arriscados. Saiba que o mercado financeiro é imprevisível quanto ao futuro, e que às vezes funcionar no modo “um passarinho na mão é melhor do que dois voando” faz com que você tranquilidade financeira suficiente para fazer a travessia de tempos obscuros de modo muito mais proveitoso e sossegado. 😉
Vamos vendo