O cérebro é um órgão que funciona quase que como um músculo: precisamos usá-lo continuamente, de modo deliberado, se quisermos prolongar suas funções e mantê-lo saudável o maior tempo possível, e evitar o atrofiamento das funções mentais.
Porém, o cérebro apresenta outra característica, que é ainda mais intrigante: quanto mais se usa, melhor fica.
A respeito dessa capacidade do cérebro de se remodelar continuamente, segue o excelente trecho do livro Envolvimento Total, de Tony Schwartz e Jim Loehr (p. 128-131):
“Indícios crescentes confirmam que o cérebro, em si, funciona como um músculo: atrofia com a falta de uso e aumenta a capacidade quando é usado ativamente, mesmo nas épocas tardias da vida. Na Faculdade de Medicina Baylor, uma equipe de pesquisa passou quatro anos estudando quase cem pessoas fisicamente saudáveis, com idade acima de 64 anos. Um terço delas ainda tinha empregos; um terço estava aposentado, mas continuava física e mentalmente ativo. A última terça parte era composta de pessoas aposentadas e essencialmente inativas.
Após quatro anos, a pontuação do terceiro grupo nos testes de QI e nos testes que mediam o fluxo sanguíneo para o cérebro foi significativamente menor do que a dos outros dois grupos. Nas palavras do neurologista Richard Restak: “seja qual for a sua idade neste momento, nunca é tarde para mudar o seu cérebro para melhor. Isto porque o cérebro é diferente de qualquer outro órgão do corpo. Enquanto o fígado, os pulmões e os rins se desgastam após um certo número de anos, o cérebro, quanto mais utilizado for, mais arguto se torna. Na verdade, ele melhora com o uso”.
Como a mente e o corpo estão profundamente ligados, mesmo um exercício físico moderado pode aumentar a capacidade cognitiva. E isso acontece simplesmente porque o cérebro passa a receber mais sangue e oxigênio. Acredita-se também que o exercício pode estimular uma produção maior de uma substância química chamada “fator neurotrófico derivado do cérebro”, que ajuda a reparar as células cerebrais e a prevenir danos futuros.
[…]
Tal como acontece comprovadamente em termos físicos e emocionais, o equilíbrio entre estresse e recuperação parece ser também um fator decisivo para maximizar a capacidade cognitiva. Expor-se ao estresse por um período curto, por exemplo, pode estimular um surto de adrenalina que efetivamente melhora a memória. Da mesma forma que o corpo, o cérebro precisa de tempo para se recuperar de um esforço grande”.
Conclusão
Há pessoas que param de estudar assim que terminam a faculdade.
Outros estão há mais de 5 anos sem ler um livro nas horas livres.
Outros ainda sequer têm disposição para aprender coisas novas, como usar uma nova ferramenta tecnológica ou, ainda, um simples terminal de auto atendimento para compras de supermercado, preferindo pegar os guichês com atendimento humano (e gastar muito mais tempo assim)
Não seja uma pessoa que despreza o poder e os benefícios do aprendizado contínuo. Manter-se mentalmente ativo, e, preferencialmente mentalmente e fisicamente ativo, como está registrado no livro acima, é essencial para ter uma vida plenamente usando-se de todos os seus potenciais, não só no futuro, mas principalmente no presente.
Boa semana!
Guilherme,
Muito bom seu post, para lembrarmos que o cérebro precisa de novos aprendizados, de novos horizontes para ficar cada vez melhor.
Te convido também a conferir meu novo post! 🙂
Boa semana!
Obrigado, Rosana!
Seu novo post também ficou excelente!!!
Abraços e boa semana também!
Olá Guilherme!
Faz tempo que não comento por aqui, mas sigo acompanhando o blog.
Que texto pertinente!!
Posso dar meu testemunho sobre como aprender é gratificante. Durante a pandemia, como estava muito em casa, com muito mais tempo livre disponível e justamente com essa sensação de “estar emburrecendo” por não estar fazendo nada muito interessante, comecei a estudar francês, uma língua que nunca tinha estudado absolutamente nada. Iniciei do zero, fiz curso online por um ano inteiro e estudava todos os dias, apenas pelo desafio e pelo prazer de aprender. Parece bobo, mas minha meta era ler “O pequeno príncipe” no original em francês (mais difícil do que parece, pois utiliza um francês um pouco antigo e rebuscado).
Sabia que não iria utilizar o francês no meu cotidiano, apenas queria aprender. Era um hobby e uma terapia também, pois passei um período muito difícil durante a pandemia e o francês me dava um pouco de ânimo, principalmente pelo contato com outros estudantes e professores nas aulas virtuais.
Hoje consigo me comunicar com relativa fluidez, escuto vários podcasts e vídeos em francês e na última viagem fui elogiada por vários franceses que encontrei por falar tão bem mesmo nunca tendo morado em um país francófono.
As vezes o aprender simplesmente por aprender é muito gratificante. Nem tudo precisa ser sobre “aprender algo que coloque mais dinheiro no seu bolso”. Acredito que o aprendizado é inerente à condição humana e nunca deveríamos nos desvencilhar dele.
=)
Excelente depoimento, Adriana!
Parabéns pela sua coragem e audácia de se lançar num desafio inteiramente novo, e colher todos os frutos dessa empreitada pelo desconhecido!
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