O mês de março viu a inflação, medida pelo IPCA, chegar à preocupante marca de 1,62%, o maior resultado para o mês desde que o Plano Real iniciou.
Para piorar o quadro, essa inflação veio na esteira do resultado de fevereiro, que já tinha sido preocupante – alta de 1,01%.
É evidente que a inflação está na pauta do dia de milhões de famílias brasileiras, instituições e o Banco Central – banco esse que tem sua grande parcela de culpa, ao manter a SELIC a níveis artificialmente baixos de 2% a.a. até bem pouco tempo atrás.
E esse blog tem procurado contribuir com os leitores, através da formulação de textos contendo dicas de como vencer esse atual e conturbado momento econômico em que vivemos:
- A necessidade de jogar no ataque e na defesa para vencer (novamente) a inflação;
- 5 dicas para vencer a inflação;
- A necessidade de se precaver no caso de uma eventual volta mais forte da inflação;
O texto de hoje decide focar numa dica em particular, mas que pode efetivamente te ajudar a baixar os gastos, sem ter que necessariamente abrir mão do consumo, e ela está estampada no próprio título: troque de marca.
Faça um teste
Muitas vezes, estamos acostumados a consumir determinadas marcas de nossa preferência há anos, talvez por décadas, sem nos atentarmos para uma questão trivial: e se existir uma marca equivalente que custe mais barato?
A questão toda não se resume a eventual “perda” de qualidade, mas sim averiguar se a troca de marca também não atenderia à mesma finalidade para a qual você se propõe ao consumir certo bem.
O fato é que pode haver situações em que trocar de marca, apesar de ser bom para seu bolso, pode redundar em insatisfação: perda de alguma qualidade que você, subjetivamente considere relevante; perda de algum diferencial que só existiria no produto da marca que você tradicionalmente costuma consumir etc.
Mas… e se for diferente? E se você conseguir se adaptar a uma nova marca de um produto ou serviço?
Isso você só conseguirá descobrir se fizer uma coisa: o teste.
Você tem que pelo menos testar. Pelo menos dar o benefício da dúvida.
Se você não testar a alternativa equivalente mais barata, você nunca irá saber se conseguirá se satisfazer com o produto novo.
Portanto, fazer a experiência é o primeiro passo, necessário, para conseguir avaliar se trocar de marca compensa ou não. O problema, como eu disse acima, é que muitas pessoas, paralisadas pela inércia, sequer chegam a dar esse primeiro passo.
Resista ao impulso do “eu não falei que não ia dar certo?”
Porém, dar o primeiro passo não é suficiente. É preciso testar o produto equivalente, a nova marca, pelo tempo necessário para que produzam – ou não – os efeitos desejados.
Isso ocorre porque muitas pessoas buscam a validação do próprio comportamento – já tendente a rejeitar a marca nova – e desistem logo na primeira tentativa de troca.
Não dão tempo ao tempo. Logo buscam se cercar de argumentos recheados pelo viés da confirmação: “eu não disse que não iria funcionar?”
Mas você testou por quanto tempo? Por um dia? Por uma semana? Por um mês?
Isso tudo é natural e intrínseco ao ser humano. Mudar determinados padrões de consumo é uma das coisas mais difíceis de se conseguir, pois envolve gastar energia, e o cérebro, por definição, é um órgão que prefere conservar energia, e manter os mesmos hábitos implica conservar energia.
Logo, é preciso muita força de vontade e muita determinação para levar adiante os testes por tempo suficiente para ver se é possível, dentro de seus gostos, suas perspectivas e seu bolso, fazer a trocar das marcas.
Conclusão
Trocar de marcas exige esforço e dedicação, e a maioria não está disposto a fazer isso. Prefere ficar onde está.
Porém, se sua situação financeira está apurada, se os gastos estão batendo no limite de suas receitas, se o orçamento está curto e há mais despesas recorrentes do que o normal, então algumas atitudes precisam ser repensadas.
Trocar de marcas é uma alternativa à exclusão do consumo. Você não deixa de consumir: continua consumindo, mas trocando de fornecedor.
Se valerá a pena ou não, é uma questão cuja resposta cabe somente a você responder.
Mas é preciso tentar. Testar. Persistir. Para só no final do ciclo decidir.
Boa sorte!
E você, teve alguma decisão de troca de marca que lhe ajudou a ter um consumo mais racional e consciente?
“existir uma marca equivalente que custe mais barato?”
prefiro consumir menos das mesmas marcas, desde que elas cobrem a média do mercado (normalmente é isso que vejo acontecer).
Em muitos casos em não tenho como verificar se o produto de diferentes marcas é equivalente, pois não tenho dinheiro pra gastar com uma análise em laboratório
abs!
Bem lembrado, scant!