Rússia vs. Ucrânia: evite a concentração de investimentos num único país – ou num único ativo
Muitas vezes, na vida, nós só damos a devida importância a valores fundamentais à sociedade e a nós mesmos quanto um valor, que elegemos como prioritário, é violado.
Nada mais enfático da importância da afirmação acima é a atual invasão à Ucrânia promovida pela Rússia, que realça, uma vez mais, que a paz é um valor fundamental a ser preservado.
Afora os evidentes e chocantes resultados dessa invasão, já amplamente noticiados pelas mídias e redes sociais, e cujos desdobramentos acompanhamos diariamente pelas mais diversas telas, há, no plano dos investimentos, uma importante lição que remanesce: não podemos confiar todos os nossos esforços financeiros num só local geográfico
Lembre-se de que, até há bem pouco tempo atrás, a moda no mundo era falar dos países emergentes que representavam os BRICS… vocês se recordam?
E quem eram os países integrantes dos BRICS? Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Estamos assistindo, nesse exato instante da História Mundial, uma verdadeira devastação financeira promovida pela quase totalidade dos países que dominam a cena financeira mundial, à Rússia, promovida não apenas por políticas públicas, mas também por empresas privadas.
É evidente que, em tal contexto, a economia russa está, gradualmente, se colapsando, o que, por sua vez, trará sérias consequências negativas aos investidores russos que mantinham suas reservas financeiras majoritariamente ou exclusivamente em seu país.
A lição que fica disso tudo é que, para atenuar os riscos de tal colapso financeiro, outra alternativa não há a não ser promover uma realocação de ativos em diferentes jurisdições e em diferentes modalidades de investimentos.
Isso significa, por exemplo, no caso dos brasileiros que investem majoritariamente no Brasil, em buscar realocar seus ativos, com uma diversificação, ainda que mínima, em outros países e continentes.
Hoje, com os avanços dos meios de comunicação e com a interconexão dos mercados globais, ficou muito mais fácil transitar o patrimônio financeiro entre diferentes países, e tal oportunidade deve ser aproveitado pelo investidor brasileiro.
A questão, aqui, não é obviamente se preocupar caso uma guerra ecloda no Brasil, mas sim se preocupar caso um evento adverso atinja especificamente um só país, ou um só ativo, no qual você investe seu dinheiro.
É nesse sentido que funciona a diversificação inteligente: como uma barreira que impede a dilapidação total de seu patrimônio.
Tal atitude servirá como uma válvula de escape a fim de evitar catastróficas consequências em caso de um evento do tipo Cisne Negro, que atinja de modo muito intenso determinado país ou região do globo, ou ainda um determinado ativo financeiro de um modo específico.
Enfim, a diversificação geográfica de investimentos também deve ser um dos objetivos principais do investidor do século XXI.
A pane no Itaú: não dependa de um único banco para fazer movimentações financeiras
Não basta apenas eliminar os perigos de ficar nas mãos de um único país na hora de proteger seu patrimônio financeiro, buscando meios de minimizar danos aos seus investimentos.
Quando se trata de movimentações financeiras, também se recomenda evitar concentrar todas as suas transações num único banco, sob pena de sofrer dissabores e contratempos como os que sofreram milhões de clientes do banco Itaú, que, semana passada, teve um colapso em seus sistemas tecnológicos, o que, igualmente, foi amplamente reportado nos veículos de comunicação, e também pelos próprios usuários do banco.
Hoje em dia, com a profusão de bancos digitais, torna-se muito mais fácil ter, digamos assim, uma conta bancária de “backup” para realizar movimentações financeiras em caso de o banco “principal” apresentar falhas em seus sistemas operacionais.
Contudo, também aqui é preciso ser criterioso e evitar uma fragmentação excessiva de operações bancárias com muitos bancos, pois isso pode mais atrapalhar do que dificultar.
O ideal é você fazer um teste com alguns apps e serviços bancários, e verificar a confiabilidade de tais sistemas para você, ou seja, analisar quais deles são mais adequados às suas necessidades e para seu perfil de uso.
De qualquer forma, também aqui é importante passar o recado de evitar concentrar exclusivamente tudo num banco só.
Uma boa ideia, para começar essa diversificação bancária, seria a de fatiar a sua reserva de emergência em dois ou mais bancos.
Só isso já seria suficiente para evitar as dores de cabeça no caso de não conseguir pagar uma determinada conta num banco só.
Conclusão
Crie alternativas e possibilidades de escolha.
Tenha sempre um plano B à mão.
Lidar com questões financeiras e patrimoniais é gerenciar sua vida financeira buscando, dentre outros objetivos, minimizar riscos e dores de cabeça à sua própria vida.
Uma diversificação, ainda que mínima, de investimentos e de bancos, te poupará de desgastes mentais e de conflitos pessoais ou internos, te dando uma margem de liberdade para poder agir com mais flexibilidade, e, assim, ter mais liberdade para agir nas demais esferas de sua vida.
De fato, é necessário ter alternativas. Mais de um banco, varios tipos de investimento, algum plano B caso tudo dê errado.
E ainda assim, será necessário contar um pouco com a sorte. As mudanças no mundo são cada vez mais velozes e imprevisíveis.
Verdade, Vânia, as mudanças têm mesmo essa natureza de serem rápidas e muitas vezes imprevisíveis.