Um dos mantras da educação financeira é: controle os seus gastos. Anote suas despesas. Faça seu orçamento doméstico.
E tudo isso basicamente por uma razão fundamental: tudo o o que é medido é melhor controlado.
Abordamos esse tema em incontáveis artigos publicados no blog ao longo dos últimos 13 anos, dentre os quais destacamos os artigos abaixo:
- Mapeie suas 10 maiores despesas anuais – e trate de reduzi-las!
- Controlar as despesas é preciso, viver… não é preciso
- [via Get Rich Slowly] Uma visão criativa e diferente de um orçamento baseado em metas – e que eu gostei e aprovei!
- Os 4 princípios do sistema de controle do orçamento doméstico do YNAB
Porém, como tudo na vida, nada melhor do que, de tempos em tempos, repensar temas antigos, com base no influxo de novas informações e novas ideias, seja as trazidas mediante livros, seja as trazidas mediante pensamentos vertidos em forma de artigos.
É o caso do tema de hoje.
O Cowboy Investidor publicou um artigo semana passada, com o intuitivo título Por que eu parei de anotar meus gastos?, onde ele conta as razões para ter mudado de ideia:
“Eu anotava meus gastos desde 2016 em planilhas. Antes era só de cabeça mesmo. Como eu sempre fui uma pessoa que nunca extrapolou nos gastos, eu vi que isso estava só está tomando o meu tempo e que meus gastos sempre foram um reloginho. Ás vezes aparecem uns gastos fora do planejado, mas isso nunca afetou o meu orçamento.
Então, a partir deste ano eu não vou anotar mais nada. O que eu vou fazer é um balanço no final do ano para saber o quanto eu gastei. Ou seja, pegar a receita líquida total e subtrair o aporte. Assim irei saber quanto eu gastei. Bem mais simples.
Irei fazer isso, pois eu já tenho controle sobre minhas finanças, mas vejo que muita gente não tem, e para essas pessoas o meu conselho é que siga anotando e se reeducando” (sem destaque no original).
Controlar os gastos: um elemento vital do processo de educação financeira
A importância da ferramenta de controle de gastos, ou seja, a palavra-chave em torno do qual gira a temática do orçamento doméstico, está contida nessa última frase do Cowboy, que eu fiz questão de destacar.
Resumindo a ideia numa única palavra: controle.
A ideia motriz que está por trás da necessidade da anotação de gastos é a sua capacidade de controlar suas despesas, e, por via de consequência, não se endividar.
Para muitas pessoas, anotar os gastos é absolutamente essencial pelo motivo bastante elementar de evitar o endividamento.
Já para outras pessoas, cujos gastos ficam sempre bem abaixo das receitas pessoais, talvez a anotação diária de cada gasto possa mesmo ser uma tarefa dispensável.
De qualquer forma, é bom que se diga: fazer um orçamento doméstico é essencial no processo de educação e reeducação financeira, como bem disse o Cowboy. É um gasto de tempo? É. Mas é o preço que se paga para melhorar a situação financeira individual e familiar. Afinal, como diz o ditado:
“Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve”.
Conclusão
O que funciona para um, pode não funcionar para outro.
Portanto, a resposta para a pergunta que encabeça o título desse post varia, conforme as circunstâncias e o estágio atual de sua educação financeira, bem como de suas disponibilidades de tempo.
Porém, não há dúvida de que, para aqueles que precisam melhorar suas finanças, seja para sair das dívidas, seja porque têm um rendimento mensal apertado e vivem no limite das despesas, anotar e controlar os gastos continua sendo etapa obrigatória de seu processo de educação financeira.
E você, tem anotado seus gastos? Que método costuma utilizar?
Anoto gastos e uso aplicativo para esse controle.
Estou no 2º cenário de renda no limite despesas.
Boa reflexão
Valeu, Marcos!
Anotei por anos, teve sua utilidade, mas hoje não anoto mais nada. Estou na mesma situação do Cowboy Investidor… gasto moderadamente, nunca ultrapasso o orçamento. Então, no meu caso, perdeu naturalmente o objetivo.
Mas acho importante para muita gente.
Verdade, Gustavo, cada pessoa, uma necessidade diferente.
Não preciso anotar gastos para ter controle das finanças. Mesmo tendo um orçamento folgado tenho por hábito comprar somente o necessário, não compro por exibicionismo, Sei que a economia é no dia a dia e nas pequenas coisas, desta forma procuro economizar cada centavo.
Ótimas reflexões, Veiga.
Eu sempre anotei meus gastos .
Antigamente anotava em cadernetas de papel hoje passei a utilizar aplicativos de controle todavia a muitos anos não tenho necessidade de anotar visto que hoje em dia eu tenho total controle sobre os meus gastos .
Ainda sigo anotando porque gosto de anotar mesmo , criei o habito por isso não me desfaço dele e acho que sempre podemos melhorar um pouco .
Enfim cada um sabe onde é seu ponto fraco e o que serve para um pode não servir para o outro .
Anotar os gastos um a um tem sua utilidade quando a pessoa está iniciando sua organização financeira, e não sabe “onde vai o dinheiro”.
Eu nunca fiz esse tipo de anotação, nunca senti necessidade. No entanto, faço um orçamento detalhado, e controlo rigorosamente a execução desse orçamento. A maioria dos gastos são em cartão de credito ou debito, e isso facilita muito os controles. De resto, acho que “blocos” funcionam melhor do que um relatorio de despesas exageradamente minucioso.
Sigo há varios anos a regra dos 50-30-20. Com 50% da renda, cubro todas as despesas necessárias, indispensáveis (condominio, alimentação, saude, luz, internet/celular, combustivel e outras despesas de transporte, etc). Chamo esse bloco de DEVER.
Os 30% são destinados àquelas despesas que não são indispensáveis, mas fazem a vida melhor. Entram aí o lazer, vestuário, compras diversas, algum presente, alguma viagem. Chamo esse bloco de PRAZER.
E 20% são destinados aos investimentos, todo santo mes. Dei a esse bloco o nome de PREVER.
Funciona muito bem para mim!
Excelente, Vania!
Gostei muito dessa tríade, e dos nomes que você atribuiu a cada um dos seus segmentos.