A leitora Sílvia Oliveira enviou a seguinte dúvida:
“Sou dona de casa e meu esposo é quem controla as finanças.
No momento, estamos na bola de neve, estamos muito endividados, não por causa de cartão de crédito, mas porque gastamos mais do deveríamos.
Além disso, meu esposo fez muitos empréstimos consignados.
Como vamos sair disso se todo mês temos as despesas recorrentes?
Alguma dica de como começar?
O leitor MJC (a quem desde já agradecemos!) deu 7 dicas fundamentais sobre como vencer esse atoleiro de dívidas, que valem por um guest post.
Confiram!
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“O jeito de tentar resolver isso é bem simples na teoria, mas tem que ter disciplina pra colocar em prática:
1. É necessário você mapear todas as suas dívidas e verificar quais são as mais caras e quais são as mais baratas. Dívidas caras são aquelas com alta taxas de juros. Como regra geral, as mais caras são cheque especial e cartão de crédito.
2. As dívidas caras são as que você tem que pagar primeiro, pois são as principais aceleradoras da sua dívida.
3. Se você está atolada com o cartão, não role a dívida pagando o mínimo da fatura, pois isso fará com que sua dívida aumente rapidamente (pois a taxa de juros é na faixa dos 10% ao mês). Caso não consiga pagar de jeito nenhum, o que você pode fazer é procurar a administradora do cartão (ou banco) pra negociar essa dívida. Tem que ligar e dizer que não tem condição de pagar, que gostaria de parcelar ela sem juros ou com uma taxa menor do que a taxa do cartão.
4. Enquanto estiver no sufoco é necessário entrar num modo de economia gigantesco. Tente reduzir seus gastos fixos (telefone celular, serviço de streaming etc). Obviamente alguns serviços não dá pra ficar sem (celular e internet, por exemplo), mas é possível negociar. Outros podem ser cancelados até que se resolva a situação (streaming, por exemplo).
5. Opte por não comer fora, só fazer comida em casa e procurar por alternativas mais baratas dos produtos que vocês compram.
6. Quando for ao supermercado, vá com uma lista do que é necessário comprar e fique na lista. Não fique passeando no supermercado procurando por coisas que “vai que precisa”. Não vá ao supermercado com fome, você tende a comprar mais coisas do que o necessário.
7. Tem que organizar um orçamento da família, ver o que de fato entra de dinheiro e quanto exatamente vocês podem gastar.
Pra tudo dar certo, é necessário que todos estejam alinhados. Não adianta uma pessoa tentar tapar o buraco com as mãos e um outro usar uma pá pra aumentar o tamanho do buraco.
Há diversos textos na internet que podem te ajudar. Você pode ver um do Serasa aqui”: https://www.serasa.com.br/ensina/seu-nome-limpo/10-passos-sair-das-dividas/
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Esperamos que essas dicas ajudem a Sílvia a vencer essa bola de neve.
E você, tem mais alguma dica sobre como vencer as dívidas!?
Boas dicas, e espero que Silvia e sua familia possam rapidamente sair do atoleiro. As despesas recorrentes terão que caber dentro do que sobra do salario, já que os emprestimos são consignados. Normalmente as taxas de juros desse tipo de emprestimo são as mais baixas, e dificilmente o marido da Silvia achará outra linha de credito mais barata. Considerando isso, me parece que a questão é viver com o que entra de dinheiro todo mes, e aguardar que os consignados acabem, e com isso a situação financeira fique mais equilibrada. Em hipótese alguma façam novos emprestimos à medida que esses forem sendo pagos. Os bancos oferecerão, vcs tem que resistir e dizer não. Quando o devedor paga uma parte, o banco já oferece uma renovação. Se o devedor aceitar, não sairá nunca desse atoleiro, viverá de emprestimo em emprestimo, deixando com o banco boa parte do fruto do seu trabalho.
Uma dica a mais, para juntar com as do MJC, é importantíssimo fazer um orçamento, colocar no papel a receita, e as despesas previstas, devidamente discriminadas. Mas tenho observado que muita gente até faz o orçamento, mas não dá o passo seguinte: ir acompanhando se o orçamento está sendo cumprido. Não se pode fazer o orçamento e só depois, lá no final, ir ver se deu certo ou não.
Por exemplo, vamos supor que no orçamento a Silvia e seu marido fizeram a previsão de $1.000,00 para alimentação/supermercado. Isso quer dizer que poderão gastar cerca de $250,00 por semana. Se logo na primeira semana o gasto foi de $350,00 será preciso reduzir imediatamente essa despesa, compensar esse excesso na semana seguinte.
Se não havia no orçamento previsão para despesas na farmácia, por exemplo, e houve um imprevisto, e foi preciso fazer uma compra na farmácia, então em algum item do orçamento terá que ser reduzido o valor correspondente a esse gasto inesperado.
Isso tudo tem que ser feito ao longo do mes, ainda em tempo de ir corrigindo os gastos a maior aqui, com outros gastos a menor lá. Pode parecer meio complicado e chato, mas é simplérrimo.
Minha irmã não tinha consignados, tinha empréstimos pessoais e foi bem difícil a negociação com o Itaú, hoje penso que teria sido melhor ela tentar o método do “tudo ou nada” em que você simplesmente para de pagar (já está negativado mesmo) e espera o banco vir com uma proposta de quitação (sempre num valor bem mais baixo do que estão cobrando). Deve dar um pouco de desespero, mas penso que funciona bem para quem não tem condições de renegociar a dívida.
Mas acredito que isso não valha para consignados, visto que o desconto é em folha né? Aí a sugestão seria fazer uma renegociação de todos consignados, transformando em uma única divida possível de pagar.
E todo o aperto de cintos citado no texto…
Vania, gostei muito do seu comentário.
De fato, eles já estão na linha mais barata de crédito, de modo que a solução é controlar melhor os gastos.
Particularmente, gostei da parte onde você disse sobre o fato de muitas pessoas não acompanharem a execução orçamentária de seus gastos. Realmente, tem muito disso na população brasileira, ainda.
Abraços!