O artigo publicado na semana passada, Não conte seus sonhos para ninguém, gerou ampla repercussão entre os leitores, como se depreende da caixa de comentários.
Uma boa parte concordando, outros discordando, enfim, as mais variadas opiniões, bem fundamentadas, mostrando como o tema de fato é polêmico e suscita diversos debates e reflexões.
Dentre os comentários postados, um me chamou a atenção, e que na verdade dá o gancho para o post de hoje.
É sabido que, nos dias atuais, a vitória em nossas realizações pessoais é o resultado de um conjunto de valores, qualidades e virtudes que precisamos exercitar e praticar ao longo de vários dias, semanas, meses, e às vezes anos e, em alguns casos, décadas, de preparação e luta contínua, buscando o aperfeiçoamento.
Duas das qualidades mais requisitadas para que consigamos atingir nossos objetivos de vida são, sem dúvida, a motivação e a disciplina.
Não é à toa, inclusive, que temos, no mercado de eventos, uma grande popularização dos chamados palestrantes motivacionais, que, com suas técnicas de explanação, incentivam as pessoas a perseguirem seus sonhos, superarem seus obstáculos e, dessa forma, conseguirem chegar até à realização pessoal.
Mas, se você tivesse que escolher entre essas duas qualidades – motivação e disciplina -, qual delas seria a mais importante? O combustível da motivação, ou o martelo da disciplina? Existe uma hierarquia entre eles?
Não se desconhece que ambos os valores são muito importantes na determinação de nossos objetivos. Mas se você tivesse que optar por um deles, qual seria?
A lição do leitor Glauco
Baseado em suas experiências pessoais de aprendizagem, o leitor Glauco fornece valiosos ensinamentos sobre a distinção entre motivação e disciplina.
Confiram!
“Demorei muito para aprender isso (fonte). Hoje não conto os meus planos para ninguém, quando não quero que me encham o saco com perguntas, falo que quero uma coisa muito mais simples do que os meus sonhos reais.
Já li em algum canto que o cérebro é enganado quando você externaliza demais um objetivo: ele acredita que a meta já foi realizada e por isso não fica ativado em sua máxima capacidade.
Sem falar que há a questão da inveja, das piadinhas que abalam a autoestima e impedem a realização.
Outra coisa interessante que estou aprendendo é a disciplina.
Motivação não se tem todo dia, quem disser isso está mentindo, o que faz a diferença é a disciplina.
O tempo vai passar de qualquer jeito, mas a única coisa que vai te fazer sentir que “perdeu tempo” é justamente não fazer nada.
Tentar nunca é perda de tempo.
Claro que precisa de ajuste de acordo com o objetivo, mas no geral, é a persistência e a constância que definem os vencedores.”
E a leitora Vania complementou:
“Sim!
É preciso ter disciplina, criar o hábito.
Não dá pra fazer nada de longo prazo à base de motivação”.
Conclusão
Faça um pouco a cada dia, exercitando sua disciplina, e, daqui a um mês, você terá dado 30 passos.
Faça um pouco a cada dia, e, ao final de um ano, você terá dado 365 passos.
Faça um pouco a cada dia, de uma coisa que você não fez nos últimos 5 anos, e, em novembro de 2026, você terá dado mais de 1.500 passos novos!
Uma leitora comentou, há muito tempo atrás, que disciplina é fazer uma coisa, mesmo odiando estar fazendo aquilo. Concordo, se você é disciplinado, você faz a tarefa mesmo contra a sua vontade.
Disciplina é superar a vontade interior de não fazer, é superar a inércia, é trabalhar um pouco a cada dia. É não quebrar a corrente, é avançar todo dia, ainda que esse avançar seja pequeno.
Não importa. O que importa é você efetivamente fazer e, assim, criar o hábito.
Motivação tem, claro, a sua dose de importância, como ignição para começar ou recomeçar algo, mas nada substitui o poder da prática diuturna de atividades que você considera essencial para progredir em sua vida. 😉
Tópico bastante interessante, Guilherme.
Uma coisa que aprendi nos anos em que era concurseiro e também nos lugares onde esses concursos me levaram a trabalhar é de que ninguém, além da sua família e dos amigos mais próximos, prestam atenção no seu esforço – até ele alcançar alguma coisa.
Para as demais pessoas, você é um reles figurante nas suas vidas, que só terá alguma relevância quando fizer/ter algo que elas desejam. E aí pouco importa a forma que você alcançou o seu objetivo, porque para elas sempre será mais fácil interpretar essa situação como injusta.
Não há motivação alguma na inveja. Nenhuma.
E se você não souber abstrair essa negatividade, será acorrentado na insignificância que inevitavelmente esses pensamentos te levam.
Abraço!
Excelentes comentários, LL!
Como você bem afirmou, as pessoas querem saber só do resultado. Não ligam e não se importam com o processo, com todo o trabalho que foi empregado para chegar lá.
Abraços!
Guilherme,
Excelente post!
Interessante as palavras do Glauco sobre não falar sobre os planos.
Olhando dessa forma, nós mesmos acabamos nos sabotando de forma inconsciente, pois se o cérebro entendeu que o objetivo já está concluído ou pelo menos que estamos “quase lá”, vai ocupar-se com outros assuntos ou poupar energia.
“Não dá pra fazer nada de longo prazo à base de motivação.”
Gostei da frase da Vânia. Motivação sem ação não vai muito longe. Precisamos de resultados para que a própria motivação perdure.
Boa semana!
Obrigado, Rosana!
Realmente, os resultados funcionam como, eles próprios, uma forma bastante interessante de motivação. Não tinha pensado a respeito.
Boa semana também!
Oi Guilherme!
Como sempre, uma ótima reflexão / post.
Referente o assunto em questão, eu sempre dei peso para a disciplina.
Pra quem acredita, que não é o meu caso rs, dizem que é por conta do meu signo (virgem), mas o fato é que, a minha vida inteira eu lutei com o fato de saber que a disciplina é uma força mais do que poderosa; ela é que determina o sucesso ou fracasso de qualquer projeto nosso, em qualquer esfera das nossas vidas.
Tudo muito bonito, mas só nós sabemos a luta diária para vencer essas nossas batalhas e bloqueios.
Recentemente, conheci um escritor espetacular, que me possibilitou conhecer e deixar esse inimigo nosso diário tangível, que é a nossa resistência.
Você conhece Steven Pressfield? Tive a grata surpresa de o conhecer através de uma palestra do canal Nova Acrópole. O nome da palestra: Como superar os seus limites internos. Foi um divisor de águas na minha vida para me ajudar nessa nossa batalha diária 🙂 .
Excelentes comentários, Valéria!
Eu não conhecia o Steven, vou procurar me informar a respeito!
E sobre a questão da disciplina, você foi perfeita na afirmação: é uma luta diária de fato.
Abraços!
Olá
Se quiserem mais sobre esse assunto, pesquisa nos vídeos do Bernadinho, são muitos bons, ele fala MUITO sobre DISCIPLINA.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=ih4eitnsZ4Q
Mais uma sugestão que vale a pena escutar
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cDovL2ZlZWRzLnNvdW5kY2xvdWQuY29tL3VzZXJzL3NvdW5kY2xvdWQ6dXNlcnM6MjU5MTcwMjQwL3NvdW5kcy5yc3M/episode/dGFnOnNvdW5kY2xvdWQsMjAxMDp0cmFja3MvODUwNDE4Nzg1?ep=14
Ótimo link também, Paulo, obrigado!
Ótimo, Paulo, grato pelo link!
Mudou meu conceito, pois no começo eu pensava que a motivação seria a escolha mais acertada, tendo em vista o fator psicológico de que a motivação pode estar ligada ao desejo de realizar algo, enquanto que a disciplina (sendo ela a escolha) te faria realizar com constância e de forma sistemática mas, nem sempre teria o prazer ligado ao desejo que está relacionado à motivação.
É uma escolha difícil abrir mão da serotonina, mas é como está explicitado no final: “Não dá pra fazer nada de longo prazo à base de motivação”.
Excelente artigo, Guilherme!
Abç
Excelentes comentários, Johnny!
Muito interessante a construção conceitual de você sobre essas qualidades.
Abraços!
Opa Gui! Tudo bem?
Feliz que gostou. Gosto muito do teu blog!!!