Recentemente, a notícia que dominou as manchetes dos principais veículos de comunicação foi a da pretensão, do Governo Federal, de furar o teto de gastos públicos, com medidas de fornecimento de auxílios financeiros acima das capacidades arrecadatórias do governo.
Como se sabe, tal notícia sacudiu o mercado financeiro, com as naturais consequências que já todos estamos cansados de saber: dólar indo para as máximas, Bolsa caindo fortemente etc.
À parte questões atinentes à irresponsabilidade fiscal do Estado, essa notícia também serve de alerta para nossa atuação no âmbito em que temos mais influência: nosso orçamento doméstico.
Mais exatamente, devemos ir na direção diametralmente oposta a aquela tomada pelos governantes e políticos de ocasião, o que significa só uma coisa: não furar nosso teto familiar de gastos.
Resumindo tudo isso em uma expressão simples: gastar menos do que se ganha.
Esse é o primeiro ingrediente para construção de uma vida financeiramente saudável e responsável.
Escrever sobre orçamento doméstico tem sido uma tônica do blog ao longo de toda a sua trajetória, consoante podemos ver dos artigos abaixo já publicados:
- Orçamento doméstico: faça o que a maioria não faz;
- Onde estão os gastos com seus sonhos dentro do seu orçamento doméstico mensal?;
- Os 4 princípios do sistema de controle do orçamento doméstico do YNAB;
- [via Get Rich Slowly] Uma visão criativa e diferente de um orçamento baseado em metas – e que eu gostei e aprovei!
- Por que as pessoas não gostam de fazer um orçamento doméstico, controlar as receitas e despesas?
Hoje trago à tona novamente esse importante e tão debatido tema, por um motivo bastante simples: estamos nos aproximando das festas de final de ano, em que alguns eventos comerciais, principalmente a Black Friday, fazem muitas pessoas gastarem acima de seus ganhos.
Pior: estamos vivendo não só num cenário de irresponsabilidade fiscal estatal, mas também de inflação que está fugindo do controle.
Praticamente todos os preços estão aumentando de forma como há muito tempo não se via, principalmente os insumos básicos (combustível, energia elétrica, água, gás, materiais de construção civil etc.), gêneros de primeira necessidade (alimentos) e serviços básicos prestados à população.
Logo, você deve ter a consciência de que, para o dinheiro valer mais na sua mão do que na mão de outras pessoas, você precisa respeitá-lo. E para respeitá-lo você deve adotar um conjunto de comportamentos que, fáceis de ensinar na teoria, são às vezes muito difíceis de implementar na prática, tais como:
- Anotar todos os gastos;
- Fazer uma planilha segmentando os gastos por categorias e determinando um teto de gastos para cada despesa;
- Mapear as despesas que mais tiram dinheiro de seu bolso;
- Eliminar as despesas mensais recorrentes que não agregam valor e utilidade à sua vida;
- Estabelecer metas de gastos máximos por mês.
São medidas simples, mas que exigem muita disciplina e determinação para que possam ser cumpridas.
Isso porque mexer com o dinheiro, mexer sobretudo com gastos, significa muitas vezes mexer com nossas emoções, com nossos sentimentos, ou seja, com nossos componentes psicológicos, e muitas pessoas não estão dispostas a lidar com isso, seja por questões de vaidade, seja por questões de ego, seja ainda por questões relativas ao “eu mereço”.
Conclusão
Pra quê aumentar os gastos se os seus rendimentos não aumentam? Faz sentido?
Faça o que a maioria absoluta não faz: controle rigidamente suas despesas, faça uma provisão para aumentar suas reservas de emergências, e dê muito valor ao que você já possui.
Pratique também a arte da frugalidade.
A economia vive de ciclos, e certamente essa “farra” toda com gastos desenfreados irá desembocar numa forte recessão e crise econômica daqui a alguns anos.
Aja de forma precavida e se prepare adequadamente nas suas finanças pessoais, pois a vida não lhe dá o que você necessita: a vida lhe dá o que você merece, em resposta às consequências de suas ações.
Acredito que ajudar aos miseráveis é uma boa alternativa. Porque não cortam as mordomias de funcionários públicos? Eles não valem mais do que 10mil por mês.
Sem dúvida economizar e gastar com parcimônia é uma virtude tanto no plano individual quanto estatal mas existe uma falsa simetria entre as esferas que muitas vezes os liberais tentar impor. O Estado não é a dona de casa, a dona de casa não pode imprimir moeda, não pode instituir impostos e nem se endividar da mesma forma que o Estado. O Estado tem que cumprir suas obrigações, especialmente com os mais carentes e sim, é claro, conter os gastos superfluos e supersalários.
Trabalho em um banco e praticamente todos gastam bem mais que ganham.
Realmente muito difícil sem educação financeira.
Já fui um desses por looooongos anos.
Livre estou!!! hehe
Parabéns pela mudança de hábitos, SB!