Um dos grandes desafios dos tempos atuais para conseguirmos alcançar nossos objetivos, sejam eles quais forem, é realizarmos as nossas atividades diárias dentro de parâmetros que possam ser auto avaliados.
Isso ocorre principalmente porque não temos um professor que fica nos orientando o tempo todo, cobrando resultados, fazendo avaliações e dando o feedback sobre pontos que precisam ou não de ajustes. Quem quer ser autodidata em qualquer coisa precisa ter a ciência e a consciência de desenvolver ferramentas mentais autônomas, capazes de fornecer orientações e diretivas sobre o seu próprio desempenho – o que, convenhamos, não é tarefa das mais fáceis.
Ao longo de todos esses 12 anos do blog Valores Reais, temos procurado expor e dar ao leitor diversas dessas ferramentas mentais gratuitas, baseados em ciência cognitiva e métodos empiricamente testados por profissionais especializados na arte de gestão de conhecimento:
- Dica de produtividade pessoal: a regra dos dois minutos [GTD]
- Só se aprende____(verbo no infinitivo), ____ (verbo no gerúndio)
- Cumpra os acordos consigo mesmo
- Reprogramando o cérebro para tomar decisões inteligentes de longo prazo
- 5 sentimentos para cultivar. Todo dia.
Hoje iremos dar a você mais uma ferramenta mental gratuita, que, quando bem utilizada, pode servir de importante norte orientador e calibrador de suas ações.
A ferramenta, como costuma ocorrer, você já identificou simplesmente ao ler o título desse artigo e até imagina do que se trata.
Consiste em você usar a fórmula do “até…”.
Mas vamos ir mais além e explorar as diversas possibilidades do uso dessa fórmula.
Usando a fórmula do “até…” para expandir os limites de suas ações
Dominar e desenvolver habilidades que são cruciais para você ter uma carreira de sucesso envolve muito, muito esforço.
Não se engane: não há atalhos em matéria de realização pessoal. Quem falha ao não planejar, implicitamente já planeja falhar.
Mas até onde você deve ir? Qual o nível ideal de ponto que você deve se empenhar, se dedicar, batalhar e dar seu sangue, para conseguir o que deseja?
Usando a fórmula do “até…”.
Em outras palavras, se você quiser se tornar um excelente médico, um excelente advogado, um excelente aluno… desenvolva seus conhecimentos, suas competências técnicas e suas virtudes em sua respectiva área de atuação até você conseguir o desejado nível de excelência.
Se você quiser passar numa entrevista de emprego, num processo seletivo ou num concurso público, estude até você passar. Não desista no meio do caminho. Continue usando a fórmula do até.
Se quiser realmente ser um expert em sua área de atuação, ou um expert num hobby que você aprecia, como gastronomia, comunicação em idiomas estrangeiros ou ter uma saúde vigorosa, então pratique atividades nesses respectivos ramos de atuação até você ficar craque nisso.
Não pare. Não se dê por vencido. Vá até onde puder ir.
Só pare – ou melhor seria, só diminua o ritmo – quando você conseguir escalar os degraus de metas e objetivos que satisfaçam seus próprios critérios de desempenho.
Dizendo tudo isso em outros termos: você não pode se contentar com menos daquilo que você é capaz de conseguir.
Explore todo o seu potencial, todas as suas capacidades até o limite do realizável, sempre avaliando o cenário, o ambiente e as circunstâncias dentro de uma perspectiva realista e condizente com seus valores e princípios.
Estude até você conseguir estar capacitado para resolver todos os problemas. Economize, poupa e invista até você conseguir ter uma aposentadoria ou patrimônio confortável. Vá para a academia e siga rigorosamente a dieta até você conseguir emagrecer o tanto de quilos que acha necessário.
Não pare.
O objetivo, usando a fórmula do “até” para expandir os limites de suas ações, é, sob essa perspectiva, dar incentivos para você escalar degraus nas áreas em que sente que tem condições de ir além.
Usando a fórmula do “até…” para fincar limites às suas ações
Curiosamente, essa fórmula tem uma função ambivalente, pois server não apenas para fomentar você a elevar sua vida num grau maior.
Essa fórmula também tem funciona como um regulador de condutas, que você pode usar para estabelecer freios às suas ações.
Por exemplo: você vai num rodízio de churrascaria e, claro, não quer perder a oportunidade de aproveitar ao máximo o cardápio que lhe é oferecido. Mas qual é o limite do razoável? Ou seja, qual é a medida ideal de comida que você deve consumir?
Resposta: você deve comer até você se sentir satisfeito. Pronto. Nem exageradamente, nem pouco. Coma até se sentir satisfeito. Até sentir que chegou a um limite que não vai te fazer mal. Usando essa fórmula como um delimitador de ações, você sabe exatamente o momento de parar.
Imagine outro cenário, completamente diferente: você gosta de dormir mais aos finais de semana. Quem não gosta? Mas qual é o limite de horas de sono adequado? Qual é o horário máximo que você deve acordar, por exemplo, num domingo ou dia de feriado?
Resposta: você deve dormir até o ponto em que estiver disposto a acordar. Dormir exageradamente e acordar muito tarde pode surtir o efeito reverso, de fazer você ficar letárgico o resto do dia por ter acordado muito tarde. Quem nunca se sentiu indisposto após um dia em que acordou muito tarde e, teoricamente, dormiu inclusive mais horas do que o necessário? Pois é, usar a fórmula do “até…” nesse tipo de situação funcionaria muito bem, ao auto-regular um comportamento que, se praticado em exagero, pode provocar um efeito rebote pelo resto de seu dia, e, assim, estragar seu final de semana.
Mas há muitas outras situações que usar a fórmula do “até…” para controlar os limites de suas ações pode ser eficiente. Basta refletir sobre ela e aferir em quais áreas ou atividades ela pode ser útil.
Conclusão
Nossas ações, vistas sob o prisma do dever-ser, podem ser classificadas em duas zonas de atuação bem distintas. De um lado, há rotinas, hábitos e comportamentos que devemos maximizar a fim de aumentarmos as chances de conquistarmos determinados objetivos. E, de outro lado, há todo um conjunto de comportamentos que devem ser mantidos numa zona de controle a fim de evitar que se tornem problemas e acabem interferindo em outros objetivos, comportamentos e metas.
Para ambos os casos, a fórmula do “até…” pode vir a calhar e servir como uma importante ferramenta auxiliar na condução de suas atividades diárias.
O modo como você vai usar, se é para expandir ou para limitar, fica a critério exclusivo seu, baseado em sua realidade de vida e naquilo que você quer com tal ou qual tarefa ou rotina.
O importante, no final das contas, é você desenvolver não só mecanismos de auto controle, mas também mecanismos que te incentivem a ter rotinas mais bem estruturadas e disciplinadas, bem como melhorar o grau de consciência e reflexão sobre suas próprias ações diárias.
Leu esse artigo até o fim? Então salve, compartilhe ou o encaminhe para alguém que precisa lê-lo. 😉
Guilherme,
Gostei muito da linha de raciocínio sobre ambivalência do até. Algo simples e bem fácil de aprender. Agora é colocar em prática.
Abraços,
Sem dúvida, Rosana.
Cabe a nós avaliarmos as possibilidades de uso dessa ferramenta de autogestão de nossas próprias atividades.
Abraços!