O objetivo da vida, por exemplo, da vida financeira, não se resume apenas a alcançar a independência financeira e obter renda passiva suficiente para independer do INSS.
Não.
Nesse contexto de vida financeira, tão importante quanto conquistar a independência financeira é adquirir as habilidades necessárias para alcançá-la, o que envolve, por sua vez, obter crescimento em diversos níveis, intelectual, cognitivo e prático, mental, emocional, de modo a gerar tais resultados.
E, nesse jornada, muitas vezes vocês se deparará com situações nas quais precisará fazer uma escolha entre o conforto de gastar imediatamente, ou a dor de poupar para o futuro; entre o conforto de gastar tempo livre vagando nas redes sociais, ou a dor de gastar tempo estudando e aprendendo coisas úteis ao seu crescimento financeiro.
Nada vem de graça.
Se quiser colheita, tem que plantar antes.
Mais: se quiser colheita de frutos bons, tem que plantar sementes boas.
O crescimento está atrelado à dor
Só que nem todos estão dispostos a plantar. Só querem colher. Por quê?
Porque plantar dá trabalho. Envolve sair da sua zona de conforto. E sair da zona de conforto muitas vezes implicar dor.
Pior: os melhores frutos geralmente são os que dão mais trabalho para serem produzidos. São os que envolvem mais sacrifício, mais dor.
Pare, analise por um momento, reflita e resgate de suas memórias algumas de suas conquistas pessoais ou profissionais mais significativas de sua vida.
Certamente elas foram produto de muito esforço, de muita dedicação, que exigiu, portanto, muito crescimento e muito amadurecimento de sua parte, e com uma dose considerável de sacrifício e dores.
Como está num texto que li semana passada:
“Crescimento envolve cumprir tarefas não confortáveis, mas que têm de ser feitas. E deixa eu reforçar: crescer dói. Então, se quer crescer, vai ter de suportar. Se quer crescer, abrace a dor do crescimento. O livro A Dor da Liderança, do escritor indiano Samuel Chand, diz: ‘você só crescerá até o limite da sua dor.’
Se quer potencializar o seu crescimento, deve aumentar a tolerância à dor. Se não está sentindo dor, provavelmente não está crescendo”.
É como eu disse num artigo clássico escrito em setembro de 2010: Não quer espinhos em sua vida? Então não tente colher flores!
O jogo do crescimento
Os esportes estão recheados de exemplos magníficos que demonstram quão importante é você abraçar a causa do crescimento – que envolve dor – para poder dar aquele salto de desempenho e evolução que você tanto quer.
Li muito tempo atrás uma história de Michael Jordan (pra mim ainda o melhor jogador de basquete de todos os tempos) fascinante a respeito disso.
Ele ainda era muito jovem, antes, portanto, do estrelato no Chicago Bulls, e tinha jogado muito bem uma determinada partida, mas o time dele acabou perdendo. A derrota foi muito dolorida. Ele voltou para casa e chorou copiosamente, absorvendo cada segundo daquele sentimento. Mais tarde, segundo ele, essa apreensão total da dor foi fundamental para o crescimento dele, pois funcionou como um combustível poderosos para ele melhorar. Ele disse: vou me empenhar ao máximo para nunca mais ter aquela sensação.
E isso contribuiu sobremaneira para que a determinação, a vontade e o empenho dele melhorassem ainda mais, ano após ano, até se tornar quem ele se tornou.
Na vida também podemos aplicar os mesmos princípios. Podemos optar por realizar qualquer atividade, mas, uma vez feita a escolha (assim como Jordan ter escolhido jogar basquete), devemos aceitar o desafio do crescimento para vencer esse jogo.
E isso implica enfrentar as dores que o crescimento causará.
……………
Veja como funciona a questão do aprendizado de certa matéria ou disciplina: você já reparou que “sente” muito mais quando erra as questões sobre a matéria, do que fazendo uma leitura passiva de livro?
É por isso que o impacto emocional da dor de ter errado constitui fator fundamental para a melhoria da aprendizagem: porque isso te obriga, te força, a estudar melhor, a ver o que está errado e o que precisa ser corrigido.
Conclusão
Se quiser melhorar vários aspectos de sua vida, seja o financeiro, seja o profissional, seja ainda o pessoal, você precisa necessariamente de alguma forma crescer, melhorar, evoluir.
E para que esse jogo de evolução ocorra, é indispensável aceitar o fato de que você precisará sair da sua zona de conforto e ter que lidar com a dor.
A maioria das pessoas não gosta desse enfrentamento porque isso consome energia, causa desgaste, e faz com que você tenha que gastar seu tempo com atividades menos prazerosas.
Porém, nem sempre o caminho mais fácil a ser percorrido é aquele que traz os resultados que você mais quer ou mais precisa.
Enfrentar o desafio do crescimento fica, por outro lado, a critério de cada um, que tem o livre arbítrio para escolher o que quer fazer em sua vida.
Porém, como eu já disse em outro post, você é livre para escolher, mas não é livre das consequências de suas escolhas.
Que você tenha muita sabedoria ao decidir os rumos que pretende para sua vida. E que tenha uma ótima semana, claro! 😉
Excelente post, Guilherme. 🙂
Em relação aos estudos, ao olhar para trás, quanto não aprendemos em relação aos investimentos nos últimos 10 anos?
Não foi tão fácil assim quanto pode parecer, pois demandou muito tempo, esforço, dedicação disciplina e também um custo financeiro.
E depois, ainda tem gente que olha para quem conquistou um pouco mais e diz: “Que sorte o fulano tem!”.
Porém, não vê o quanto a pessoa se dedicou para chegar onde chegou.
Boa semana!
Obrigado, Rosana!
Muito legal essa sua lembrança sobre o que aprendemos nos últimos 10 anos em matéria de investimentos. É verdade!
Ficamos orgulhosos de termos aprendido e evoluído tanto durante esse período.
E concordo também quanto à questão da dedicação. A maioria das pessoas só vê e só quer o produto final. Poucos estão dispostos a pagar o preço.
Boa semana também!
Texto maravilhoso, como sempre!!
Muito obrigado, Simone!
“Para você obter o resultado que nunca teve, é preciso fazer o que nunca fez”.
Este pensamento me guiou recentemente quando eu estava com 99kg (meu peso máximo até então) e o alerta me acendeu para que eu fizesse algo urgente pois não poderia continuar assim.
Fiz então o que nunca tinha feito antes.
– Adotei uma dieta flexível
– Aumentei o consumo de água
– Fiz exercícios em casa
– Fiz jejum intermitente de no mínimo 12 a 14 horas
E voilá!
Emagreci 11kg.
Ainda quero perder mais 8kg para ficar dentro do IMC “normal”.
Mas eu precisei sair da linha de conforto que estava me mantendo gordo e com o psicológico nada legal, para uma postura ativa de ir atrás de fazer o que eu nunca tinha feito: um compromisso real comigo mesmo.
E isto tudo me ajudou na auto-estima, foi me incentivando, saúde melhorando e tudo mais em volta parecendo melhor.
Crescer não é algo prazeroso. Normalmente damos 5 passos e 1 tombo.
Desconfie de alguém que teve sucesso mas não teve o “joelhinho” com marcas.
Não conheço crescimento sem dor e justamente pela dor que não queremos, nos mantemos mais tempo em certas situações do que precisávamos estar.
Parabéns, Poney, excelente depoimento!
Essa história rica em detalhes mostra o poder de dar a volta por cima, assumindo o compromisso de mudar de vida, em diversas áreas de sua vida.
Abraços
Bela reflexão!!!!
Bela reflexão!!!!
Grato, Marcos!
Muito boa reflexão!