Quem hoje pode se dar ao luxo de não ter dias como “aqueles”, em que há um zilhão de atividades para fazer, você corre pra cá, corre pra lá, atende pessoas aqui, atende outros tantos ali, ouve reclamações, decide quem fará o quê, paga uma conta ali, se lembra de que tem que pagar uma conta lá, recebe um telefonema instantes depois, tem que resolver aquele outro abacaxi que surgiu logo ali… enfim, surgem tarefas demais para tempo de menos?
A estafa mental que lhe atinge chega ao ponto de a sua cabeça parecer que irá explodir.
Como controlar tudo isso, ou, ao menos, tentar controlar?
Resposta: quebre o ciclo.
Interrompa.
Faça uma pausa. Um intervalo. De pelo menos 7 minutos.
Dê tempo ao tempo, e sim, perca tempo, mas de modo deliberado e profundamente consciente de que, se você não parar, você irá quebrar.
Não somos máquinas. Não funcionamos à base de baterias eternamente carregadas de lítio-ion. Somos criaturas humanas, cujas reservas de força de vontade se esgotam à medida que mais atividades vão se acumulando ao nosso redor.
E sejamos francos: praticamente tudo o que precisamos resolver inicia e termina em nível mental. Mais mental do que físico.
Você pode até precisar se deslocar que nem um louco de um lugar para outro, seja para pegar os filhos na escola, seja para chegar ao aeroporto a tempo, seja ainda para chegar a uma reunião ou um compromisso com alguém.
Mas até essas atividades não escondem a nítida preocupação que você tem em cumpri-las, e preocupação é uma atividade que se desenvolve em nível mental, e não propriamente físico.
Portanto, quebrar o ritmo, de modo deliberado e consciente, é essencial, pois se trata de uma oportunidade de você voltar o foco da sua atenção para si mesmo.
Observe que em todas as demais atividades que fazem parte de sua rotina diária e que constituem um dia “daqueles” normalmente são atividades voltadas para demandas externas: é uma conversa com alguém, é uma conta que precisa ser paga, é um relatório ou tarefa que precisa ser entregue no prazo.
Ao decidir por fazer um intervalo de 7 minutos – que não precisa ser necessariamente 7 minutos (pode ser 5 ou pode ser 10) – você estará priorizando suas demandas internas. Que demandas internas são essas? Prioritariamente as demandas por descanso e revitalização de sua energia.
Intervalos para descanso são essenciais em qualquer atividade do dia a dia, mas são ainda mais indispensáveis quando você percebe que está prestes a “explodir”.
E o que você deve fazer nesses 7 minutos?
Você pode optar por fazer exercícios de respiração. Uma breve pausa para meditação. Ou você pode simplesmente fechar os olhos e programar no relógio 7 minutos com o objetivo de não pensar em nada.
Se você estiver dentro do carro em meio ao trânsito, você pode escolher sons relaxantes da natureza (no YouTube tem vários vídeos só com sons desse tipo), ou mesmo você pode escolher duas ou três das músicas que você mais gosta, e ouvi-las, por quê não? Reservar um tempo de 7 minutos para meditar não significa meditar apenas com sons da natureza: é válida também a atitude de selecionar as músicas que mais te energizam e das quais você mais gosta.
O importante é você se desconectar do mundo e se conectar a si mesmo.
Soa óbvio? Claro. Mas quem nesse mundo se daria ao luxo de “perder” 7 minutos sendo que, nesse tempo, poderia atualizar seus emails, pagar uma conta a mais, e ver suas redes sociais (novamente: demandas externas)?
Poucos. Vamos ser francos: quase ninguém se dispõem nos dias de hoje a ter um tempo para si mesmo. O importante, já dizia a propaganda da operadora de telefonia, é se conectar. Se conectar! Com tudo e com todos, menos com aquela pessoa mais importante que é… você!
Os benefícios de uma pausa deliberada serão imediatos, pois você recarrega suas baterias e pode recomeçar suas demandas externas com um nível maior de energia e vitalidade mental, e até emocional, se for o caso de ter que “respirar fundo” antes de cumprir uma tarefa que exija o uso de músculos emocionais.
Conclusão
Quando você passar por dias de intenso desgaste mental, lembre-se da dica de hoje: não se deixe levar pela espiral da correria e do cansaço que pode literalmente te derrubar. Realizar pausas e intervalos, ainda que mínimos, como é uma pausa de 7 minutos, têm um poder revigorante de te proporcionar a restauração de níveis de energia que você não teria se optasse por continuar a correria sem se dar ao menos um descanso por ato próprio.
Pois não é apenas a sua saúde física que está em jogo: é a sua saúde mental e emocional que podem sofrer consideravelmente se você não estruturar suas rotinas de atividades de modo a contemplar, ainda que de modo mínimo, pausas deliberadas para você se reenergizar, se reorganizar e voltar a ter o foco naquilo que precisa ser cumprido. 😉
Boa semana e um bom mês de abril!
Ótimas dicas. Realmente é muito importante dar uma relaxada. Boa semana para você também.
Obrigado, Claudinei!
Boa dica.
Minha tática é fazer sempre as refeições de forma relaxada, me concentrando no momento e desligando de todo o resto. Haja o que houver, não suprimo o café da manhã nem o almoço. O jantar, às vezes posso substituir por um chá, mas não pela correria, por outras razões.
Muito interessante essa tática do descanso nas refeições, Vania!
Eu também procuro me desconectar durante as refeições: nada de celular nesse sagrado tempo alimentar.
Ainda não preciso buscar um tempo tão curto como esse “7 minutinhos” para desligar não, acredito que se alguém está neste nível de stress, simplesmente não está vivendo!
Estou bem mais tranquilo depois que consegui DELEGAR funções no local onde sou empregado e no local onde sou o Empregador.
Menos renda, sim…mas estou vivendo muito melhor. Nessas folgas, agora que estou recentemente solteiro, curto muito buscar o autoconhecimento, que considero ter perdido na ultima relação que estava.
Excelente post mais um vez, Parabéns!
Toda segunda uma leitura obrigatória por aqui.
Abraço!
Valeu, Semeador, obrigado!
E a sua dica da DELEGAÇÃO também é uma excelente técnica para “desafogar” das funções, que muitas vezes nós “puxamos” para nós mesmos por questões de costumes.
Abraços!
Amei!
Obrigado, Marisa!
O problema é as redes sociais o tempo jogado ali está em níveis terríveis tenho que me desligar desse mundo
Verdade, Lima!
Texto extremamente pertinente nos dias de hoje Guilherme. Parece que não percebemos o quanto estamos ficando “soterrados” com tanta informação, com o cérebro sem descanso. Percebo que as pessoas não conseguem mais dedicar alguns minutos ao que eu chamo de “mera contemplação”. Qualquer espera, qualquer tempo ocioso, mínimo que seja, é sempre gasto mexendo no celular ou algo do tipo. As pessoas não conseguem mais simplesmente parar e descansar a cabeça.
Uma técnica que tenho adotado no trabalho, já que trabalho o dia todo sentada em frente ao computador, é de hora em hora levantar da cadeira. Aconteça o que acontecer, eu tenho que levantar por alguns minutos a cada hora. Aproveito para ir ao banheiro ou buscar um copo de água. Acho que faz uma boa diferença para as costas (sempre sofrendo com dores) e para a cabeça.
Também apaguei o aplicativo do Facebook do celular e restringi meus acessos ao mesmo quando estou em casa. Isso evita que eu fique inutilmente abrindo o app a qualquer momento. Nos primeiros dias foi um pouco difícil pelo hábito, mas depois, não faz falta nenhuma. Aproveito os momentos de ócio (no ônibus por exemplo) lendo ou descansando, desligada do mundo.
Excelente depoimento, Adriana!
Gostei particularmente desse trecho:
“Percebo que as pessoas não conseguem mais dedicar alguns minutos ao que eu chamo de “mera contemplação”. Qualquer espera, qualquer tempo ocioso, mínimo que seja, é sempre gasto mexendo no celular ou algo do tipo. As pessoas não conseguem mais simplesmente parar e descansar a cabeça.”
São os famosos vícios em distrações mentais, que abordei em um artigo mais antigo do blog: http://valoresreais.com/2018/02/12/consciencia-de-nao-estar-disperso/
Os vícios de hoje não são apenas drogas e álcool. São as redes sociais também.
Vou ler. =)
Tudo indica que essa dica é particularmente útil àqueles que tendem à introversão. É o meu caso, e desconfio que seja o seu também (assim como o da maioria dos que visitam o blog).
Por curiosidade, de onde veio a escolha pelo número 7? Tem algo de bíblico aí?
Verdade, Henrí, é particularmente útil para esse perfil do público.
Quanto ao número 7, na verdade foi um número escolhido aleatoriamente. Talvez por ser um número primo e com referências bíblicas, eu inconscientemente o tenha escolhido também por tais motivos. 😉