Uma das tarefas mais difíceis do ser humano é exercer o autocontrole em matéria orçamentária.
Hoje em dia, com as facilidades das compras a um clique de distância, dos pagamentos que podem ser realizados sem ter dinheiro em conta (basta ter um cartão de crédito com data de vencimento pro mês seguinte), e com a enxurrada de propaganda que recebemos das mais diversas fontes e dos mais diversos meios para consumir, gastar e viver a vida adoidado, qualquer um que consiga exercer o autocontrole em matéria de gastos deveria merecer um prêmio pela sua bravura de nadar contra a maré.
E tudo isso é ainda mais difícil nos dias atuais de hiperconexão, porque não somos sujeitos isolados vivendo em ilhas: somos criaturas de hábitos, e muitos dos nossos hábitos são formados por imitações de outros hábitos que vemos, ouvimos ou sentimos, oriundos do comportamento de outras pessoas. E o que as outras pessoas fazem? Compram sem ter dinheiro para pagar à vista, compram por impulso, gastam mais do que ganham e, pior, ficam fingindo serem ricas, ostentando passivos com a conta arrombada de tantas dívidas.
Por todos esses motivos, o texto de hoje é um convite para que você continue a exercer essa importante virtude da autocontenção de gastos: de controlar as despesas, de ser comedido no consumo, de ser responsável com seu próprio dinheiro, mesmo tendo dinheiro sobrando para gastar.
Por exemplo, com um salário de R$ 3 mil, você consegue manter um orçamento doméstico rigidamente sob controle se não gastar mais do que R$ 2 mil todo mês, sendo tudo quitado dentro do próprio mês, pagando à vista em dinheiro ou no cartão de débito.
Ou seja, mesmo tendo a possibilidade teórica de gastar mais R$ 999 dentro do mês, você consegue – porque se organiza antes, claro! – gastar menos do que ganha.
Eu fico admirado com pessoas que não apenas fazem isso (gastam menos do que ganham), porque são uma minoria, mas também com aquelas que vão além disso: que recebem um aumento salarial, e que não deixam esse aumento salarial virar aumento de gastos.
Continuando o exemplo acima, é como se a pessoa que ganhava R$ 3 mil por mês passasse a receber um salário de R$ 4 mil, mas mantivesse os gastos no mesmo patamar anterior – R$ 2 mil.
Isso – a criação de um ambiente econômico artificial de escassez (créditos para T. Stanley) – gera benefícios e vantagens extraordinárias para tal pessoa, na medida em que ela mantém o valor dos gastos sem inflacioná-lo, ao mesmo tempo em que aumenta o valor dos aportes, acelerando, com isso, o caminho rumo a uma vida de aposentadoria financeira mais tranquila e mais segura.
Por quê é tão importante a autocontenção de gastos?
Porque isso desenvolve a disciplina mental relacionada ao uso do dinheiro. E a disciplina mental faz com que você desenvolva uma coisa que nem todo mundo tem, chamado de responsabilidade. Quem é responsável consegue ter domínio de si mesmo, consegue se controlar nos gastos. Quem é responsável desenvolve ferramentas mentais para dar mais eficiência ao uso do dinheiro. Faz orçamento, tabula despesas, controla o consumo, e não fica deslumbrado quando tem dinheiro sobrando na conta para gastar adoidado.
Quando eu falo em desenvolvimento de disciplina mental, estou me referindo à construção de habilidades cognitivas que nascem “de dentro para fora”.
Explicando melhor: muitas vezes o controle do orçamento surge de necessidades que vêm “de fora para dentro”. Por exemplo, quando você perde o emprego, é óbvio que você será forçado a baixar seu custo de vida, principalmente se você for o único na família que tem renda e trabalha.
Se você tem um trabalho com uma renda variável, e essa renda sofre uma drástica redução em seu valor médio, você também terá que necessariamente reduzir gastos para fazer com que as despesas não superem suas receitas.
Contudo, nas duas situações acima enumeradas – perda total e perda parcial de renda – o que ocorre não é uma autocontenção de gastos, mas sim uma espécie de “hetero” contenção de gastos, na medida em que o controle dos gastos se dá muito mais em virtude de fatores externos, como desemprego ou perda parcial de renda, do que propriamente por vontade própria.
Já na autocontenção não: o controle rígido do orçamento e das despesas é feito espontaneamente por você. A iniciativa parte de você, tem origem interna, mais precisamente dentro de sua mente, que, em virtude do conhecimento financeiro acumulado, descobre a importância de gastar menos do que se ganha, mesmo ganhando bem e mesmo podendo gastar mais.
E por quê essa disciplina é tão importante?
Porque ela desenvolve hábitos financeiros que, uma vez implantados na sua mente, farão com que você não fique deslumbrado se tiver um aumento de renda.
Por exemplo, suponha que você tenha ganho os mesmos R$ 3 mil mensais do exemplo acima, durante os últimos 3 anos, mantendo uma autocontenção de gastos limitados todos os meses a R$ 2 mil, e que, por iniciativa da empresa em que você trabalha, ou em virtude de alguma habilidade específica em sua área como profissional liberal, seu salário tenha dobrado, para R$ 6 mil. Aumento de 100% (sei que o exemplo é bem extremo, mas às vezes os exemplos radicais servem para fixar melhor os conteúdos dos temas que você precisa aprender).
Será que você vai conseguir, de uma hora para outra, perder o controle dos seus gastos, aumentando-os de uma média mensal de despesas de R$ 2 mil para uma média mensal de R$ 5 mil ou mesmo R$ 6 mil?
Praticamente impossível. E por quê isso acontece? Precisamente porque você desenvolveu a disciplina mental no uso do dinheiro. Porque você desenvolveu o senso de responsabilidade no uso do dinheiro. Os conceitos relativos à autocontenção de gastos já estão tão internalizados na sua mente e em suas atitudes diárias em relação às finanças que você não ficará nem um pouco tentado a aumentar o padrão de gastos para esse patamar.
O que pode ocorrer, inclusive, é o efeito contrário: que você aumente o valor dos aportes, aumente o valor dos investimentos, e fique, assim, ainda mais “tentado” a acelerar o acúmulo de patrimônio, que terá uma chance de ouro de ter incrementos no capital acumulado.
É uma situação parecida com a de quem tinha péssimos hábitos alimentares e inicia uma dieta de perda de peso, baseada em corte drástico de alimentos açucarados, cheias de gordura ruim e pouco nutritivos, mantendo essa dieta e esses novos hábitos por períodos prolongados de tempo.
Pense numa pessoa que pesava 123 quilos, sedentária, fumante, com colesterol alto e probabilidade alta de ter diabetes, que consumia só porcaria, tomava 2 litros de Guaraná por dia, pulava o café da manhã, não se alimentava entre as refeições (por exemplo, entre almoço e jantar), e que, durante 8 meses, passe por uma “terapia de choque” na questão nutricional, e consiga, aliado aos exercícios físicos e corte do cigarro, ter o peso reduzido para 77 quilos, eliminando os riscos associados ao colesterol alto e à diabetes.
Será que, após 8 meses de hábitos alimentares devidamente internalizados em sua mente, ela vai conseguir voltar à “dieta do mal”, se alimentando de hamburgueres no almoço e na janta e tomando 2 litros de refrigerante por dia? Dificilmente.
E isso porque os bons hábitos alimentares decorrentes de uma autocontenção no consumo de alimentos, bem como os novos hábitos esportivos, produziram resultados tais que fica praticamente impossível voltar ao “antes”.
Com as finanças ocorre situação semelhante.
A partir do momento em que você passa a ter um forte e consistente controle orçamentário, passa a anotar suas despesas e a administrar os gastos em cada categoria de despesas, e, como efeito disso tudo, passa a sobrar dinheiro todo mês não só para investir mas também para gastar com mais qualidade, fica difícil voltar a ser indisciplinado e irresponsável novamente.
Quem estava cheio de dívidas, com o nome sujo no SPC, com credores mandando emails a toda hora, e decide passar a limpo sua vida financeira, adquirindo a disciplina mental no uso do dinheiro e sendo comedido nos gastos, sendo responsável no uso do dinheiro, não quer nunca voltar atrás e viver de novo aquela vida de apuros em que vivia antes.
Por quê é tão difícil exercer a autocontenção?
A autocontenção de gastos é talvez a virtude financeira mais difícil de ser exercitada, uma vez que ela mexe com o emocional das pessoas no que tange ao consumo, e, convenhamos, consumir de modo responsável está totalmente fora de moda nos dias atuais.
Ser craque nos investimentos é relativamente fácil (colocada a essa afirmação num contexto estritamente comparativo com o controle de gastos), pois depende muito mais do desenvolvimento de capacidades intelectuais relacionadas ao conhecimento e prática dos investimentos – embora a parte emocional também seja traiçoeira, como comprovam os estudos cada vez mais avançados do campo da psicologia econômica.
Porém, a autocontenção de gastos é um desafio muito maior, pois, quando você investe, ninguém vê ou sabe que você está investindo, ao passo que, quando você consome, todos sabem e veem o que você tem e o que você não tem, e, assim, a tentação de dar uma de “rico”, mesmo não o sendo, é enorme.
Por exemplo, quando você sai de casa com seu velho carro com 7 anos de uso, é inevitável a ocorrência das seguintes situações: (a) as pessoas te olharem e perguntarem o motivo pelo qual você não trocou de carro ainda; (b) você passar em frente a um outdoor mostrando um possante SUV que pode ser pago em 72 prestações mensais (comprar carro sem ter dinheiro à vista!) e ficar tentando a comprá-lo; (c) o vizinho da garagem ao lado estacionar um carro zero KM, e um carro zero mais caro que o seu, fazendo você pensar se não seria hora de trocar o seu; e assim por diante.
Veja que existe toda uma pressão social e até psicológica para que você não se contenha nos gastos. A pressão da sociedade, das empresas, dos amigos, parentes e colegas de trabalho, das mídias sociais, é para você gastar, e gastar ainda que não tenha dinheiro para tanto.
E muitos acabam sucumbindo a essas pressões externas, justamente por não terem internalizado a importância de exercitar o autocontrole e a responsabilidade no controle de despesas.
Conclusão
A autocontenção de gastos é uma qualidade rara de se ter, pois implica não só em gastar menos do que se ganha, mas também não se deixar influenciar pelos aumentos de renda para realizar uma inflação nos gastos.
Se são poucas as pessoas que fazem sobrar dinheiro no final do mês, são mais raras ainda as pessoas que decidem não aumentar os gastos quando há um aumento de renda (se você é uma dela, meus parabéns antecipado).
Porém, essa é uma virtude que precisa ser desenvolvida se você planeja viver, se não com independência financeira, ao menos com estabilidade financeira, já que disciplina mental financeira é uma coisa que não se compra com dinheiro, numa prateleira de loja, mas sim que se adquire mediante hábitos, exercidos diariamente no cotidiano.
É uma virtude que requer, assim, bastante prática, foco e controle, mas cujos resultados podem beneficiar uma vida toda pela frente, trazendo mais qualidade de vida e mais equilíbrio mental no trato do dinheiro.
Boa semana!
Bom dia, Guilherme!
Existe o momento de plantar e o de colher. A autocontenção dos gastos é o caminho para alcançar objetivos de todos os tamanhos ao longo da vida. Mas no Brasil a imensa maioria prefere antecipar o consumo e pagar mais por isso, seja com o pagamento de juros ou com o descontrole das contas.
Parabéns pelo texto! Você trabalha com importantes gotas de conhecimento e de consciência.
Abraço
Breno Medeiros
Olá, Breno, obrigado!
Realmente, você disse tudo: a maioria prefere comprar juros e comprar contas, em vez de comprar liberdade financeira.
Abraços!
Guilherme,
Manter hábitos simples e não se iludir com o aumento da renda são fundamentais para a manutenção da saúde financeira e quem sabe chegar a tão sonhada IF.
Seu post foi muito apropriado para a época, pois estamos chegando no final do ano e geralmente há um certo exagero nas compras, muito por causa da tradição e também por causa dos apelos do marketing.
Boa semana!
Oi, Rosana, pontos muito bem observados.
E essa época do ano as pessoas costumam gastar ainda mais, num movimento típico de “efeito manada”.
Abraços e boa semana também!
Infelizmente essa cultura de viver só o presente está enraizada na maioria da população do nosso país. Também é verdade que com o SM irrisório do Brasil muitos não tem como poupar.
Verdade, Adri, é difícil mudar uma cultura como a nossa.
Guilherme, texto sensacional como sempre, parabéns! Esta ótica, de manter a auto-contenção é muito mais difícil do que investir e conhecer produtos financeiros.
Gostaria até de propor um exercício para os seus leitores. Já que vc fez um comparativo ao ato de se alimentar corretamente.
Vamos lá, quando fiz dieta por estar acima do peso, eu acabei me isolando um pouco dos amigos. Não dava mais para comer aquela pizza durante a semana, ou um hamburguer na sexta etc. Fica difícil ter uma reunião e não comer ou não beber.
Percebo que quando parti para as finanças, acabei desenvolvendo este mesmo hábito. Conversas sobre carros não me interessam mais, sobre consumo desenfreado em geral.
De certo modo, acabo ficando isolado por não estar dentro da bolha do consumo, criando uma bolha própria minha.
Vc já esteve ou se sentiu assim? O que pensa a respeito?
Talvez seja hora de fazer novos amigos… 😀
Realmente é isso mesmo. Eu mantenho o mesmo rol de amigos, mas eles já sabem que não vou em tudo que marcam. É muito gasto com restaurante, show, viagem. Vou em alguns, aqueles que me interessam mais. E passo batido em outros. Foi a maneira que encontrei de manter amizades sinceras, com pessoas que gosto de fato, sem cair na roda viva do consumo.
É uma alternativa essa citada, tanto pela Vania, quanto pelo Cristiano.
E hoje em dia as outras pessoas já devem estar “cientes” de que nós não os acompanharemos sempre nos mesmos gostos e hábitos de consumo.
Oi Aportador, valeu!
Sobre sua experiência pessoal, eu também tenho e tive as mesmas impressões.
Em conversas sobre carros, restaurantes da moda, marcas de relógios, roupas etc., sou um completo peixe fora d’água.
É normal esse processo e penso que uma das alternativas para driblar esse isolamento é tentando se juntar a novas tribos, que vivam, falem e respiram os mesmos temas que nós gostamos de compartilhar.
Sei que isso é uma tarefa um tanto quanto árdua na vida real, mas deve ser um objetivo a ser alcançado, nem que demore um tanto de tempo.
Excelentes lembranças, Guilherme!
Tudo isso gira em torno de protagonismo pessoal. Com as facilidades de hoje em dia (gastos a um clique de distância), exercer esse auto-controle é fundamental para exercitar sua responsabilidade com sua própria vida.
Como disse, tudo passa por construção de bons hábitos. Sem esses pilares, não adianta receber dinheiro da loteria ou fazer uma cirurgia de redução do estômago. Voltaremos sempre ao ponto inicial. O dia a dia é fundamental nesse processo.
Saber ainda que pensamos diferentemente da maioria (e o que essa maioria atingiu até hoje), ao invés de fornecer preocupação como p Aportador acima, deveria ser algo de profunda satisfação. Mas, de fato, a roda motriz gira ao contrário, sempre incentivando-nos a juntarmos novamente à massa. Resistiremos bravamente hehe!
Abraço!
Obrigado, André!
Realmente, parece que somos mesmo a tribo dos resistentes……rsrs
Abraços!
Olá, legal o post. Gostaria de acrescentar que recentemente eu li que a compra de bens materiais libera substancias no cérebro semelhantes ao do consumo de cocaína. Assim, da mesma forma que ninguém são acorda, toma um café e cheira a droga, também temos que cultivar bons hábitos para não nos viciarmos em compras. Ademais, para maximizar a economia, de acordo com a lei de Pareto, ou princípio 80/20, q afirma q 80% das consequências advém de 20% das causas, é muito mais eficiente focar o esforco de economizar nos grandes gastos, que são na maior dos indivíduos 3: moradia, transporte e gastos com comida e lazer fora de casa. Aquele cafezinho q alguns educadores financeiros ensinam a cortar não é eficiente. Vc acaba fazendo um esforço grande pra economizar muito pouco. Muito mais eficiente é não trocar de telefone todo ano. Apesar da industria insistir em dizer q aquele aparelho e tudo q vc precisa. Abraço
Excelentes comentários, Eduardo, principalmente nessa questão da Lei de Pareto.
Sem dúvida que o foco nos grandes gastos é essencial para maximizar os esforços de economia!
Abraços!
Excelente artigo.
Obter esse hábito é uma tarefa árdua mas deve compensar!!!
Obrigado por nos manter ‘alimentados” e alertas quanto as melhores práticas nas finanças e de comportamento
Verdade, Marcos, as recompensas são o prêmio para aqueles que se dispõem a controlar os gastos.
Grato pelas palavras!
Eu venho desde 2014 cuidando de perto as finanças e tomando decisões com base no orçamento e no valor percebido dos gastos. No momento decidi trocar meu carro, por um mais basico e que faça ao menos 20% a mais de média de consumo. Eu me encaixo no exemplo de quem ganha 3 k ao mes, hoje ainda vivo de aluguel ano que vem mudo para uma residencia propria quitada.
Para mim a virada foi quando migrei para controle por software e sempre cuidando o fluxo de caixa mensal e obviamente registrando todas as despesas.
Não é uma tarefa facil questionar internamente cada gasto, mas compensa cada real economizado .
Excelente depoimento, Cleber, parabéns pela virada na sua vida!
Essa jornada é árdua e bem trabalhosa, mas os resultados são visíveis e compensam qualquer esforço empreendido!
Cheguei a esse texto tendo lido antes o posterior, mas gostaria de fazer algumas considerações quanto a alguns indicadores de saúde mencionados.
Embora haja bons motivos pra se querer ter um colesterol baixo e não pular o café da manhã, talvez não seja muito apropriado colocar estas práticas juntamente com outras, como sedentarismo, tabagismo e consumo de refrigerantes, que são incontestavelmente péssimas pro metabolismo humano.
No mais, acho que a essa altura nem preciso dizer que gostei demais do artigo. A ideia central, acima de tudo, me parece essencial.
Obrigado, Henrí!
Quanto aos exemplos, são apenas a título ilustrativo, para facilitar o entendimento geral da matéria das finanças que é o foco principal do artigo.
Valeu!!!
Nesse sentido, não tenho dúvida de que eles serviram ao seu propósito.
Aliás, essas comparações entre finanças e saúde/boa forma sempre rendem né. 😉
Verdade, Henrí, são ótimas comparações, até porque geralmente pessoas que têm saúde financeira também apresentam boa saúde física e mental. 🙂
Abraços!
Esse exemplo no fim do texto parece que caiu como uma luva no meu caso. Tenho um carro com 7 anos de uso. 45 mil kms rodados. Trabalho parcialmente em regime de home office. Por óbvio que não faz sentido nenhum comprar um veículo novo, muito menos um SUV recém lançado. No entanto, até mesmo para os já “catequizados” financeiramente, bate uma vontade de ter um carro novo e potente. Ou seja, deixamos a razão e passamos a ter devaneios consumistas por pura emoção. Aí que vem a autocontenção. Mais um excelente texto! Parabéns!
É verdade, Pablo, a autocontenção é uma virtude que precisa ser exercitada diariamente, principalmente nos momentos em que ela é desafiada, como na compra do carro citado por você.
Meu veículo também tem configurações parecidas com as suas (tempo de uso e quilometragem), e realmente é desafiador a vontade da substituição que aparece em alguns momentos.
Valeu!