O colega uÓ repercutiu no blog dele uma pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), traçando um raio-x do investidor brasileiro, que vale a pena ser trazido aqui também, diante dos dados colhidos e dos resultados apresentados, bem como para realçar mais uma vez a importância de você se educar financeiramente, através do estudo constante, da prática diuturna e do aprimoramento gradual de suas habilidades financeiras.
O objetivo da pesquisa
A meta do trabalho foi, em síntese, descobrir como o brasileiro cuida de seu dinheiro e de seus investimentos.
De acordo com a Anbima:
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Conversamos com mais de 3,3 mil pessoas de todo o país para conhecer os hábitos de poupança e de investimento da população brasileira. Com a ajuda de um instituto de pesquisa, levantamos informações importantes para entender o comportamento e as motivações do investidor.
Nasce, assim, o Raio X do investidor brasileiro. A pesquisa será repetida anualmente para monitorar as intenções de investimento dos brasileiros não apenas em relação às aplicações financeiras, mas também quanto à aposentadoria e aos motivos que levam as pessoas a não fazerem reserva financeira.
Para se aprofundar no tema, baixe o relatório completo e consulte os dados brutos na Central de Informações sobre o Investidor Brasileiro.
O interessante é saber que a Anbima pretende repetir a pesquisa anualmente, o que dará subsídios para verificarmos se, com o passar dos anos e a maior difusão de conhecimento financeiro na vida das pessoas, isso se traduzirá efetivamente em melhoria dos hábitos dos brasileiros relacionados a produtos de investimentos e à formação de poupança privada a longo prazo.
Outra coisa digna de nota nesse trecho da Anbima consiste no fato de que um dos objetivos da pesquisa é descobrir os “motivos que levam as pessoas a não fazerem reserva financeira”.
Ou seja, há um consenso no Brasil de que o brasileiro não faz poupança privada, o que é resultado direto e imediato da falta de conhecimento financeiro.
O brasileiro investe?
Como era de se esperar, a maioria dos brasileiros não investe: 58% dos brasileiros não tinham saldo em aplicações financeiras.
Contudo, fiquei até um pouco surpreso ao descobrir que os restantes 42% dos brasileiros mantém algum tipo de investimento:
“A pesquisa mostra que mais da metade dos brasileiros não conhece e não utiliza produtos de investimento. Em respostas espontâneas, ou seja, sem opções de escolha, apenas 45% da população disse conhecer um ou mais tipos de produtos, com destaque para a poupança, citada por 32%.
Efetivamente, apenas 42% dos brasileiros tinham algum saldo aplicado em produtos de investimento. Dessas pessoas, apenas 9% investiram algo em 2017″.
Destaco a última frase: “apenas 9% investiram algo em 2017” Aí sim a coisa muda de figura, e começamos a cair na real. Apesar de 42% dos brasileiros manterem algum tipo de investimento, apenas um em cada dez brasileiros investiram em algum ativo em 2017. É muito pouco, mesmo se considerando que tenha sido esse um ano difícil, por conta da crise econômica.
O principal investimento do brasileiro: caderneta de poupança
Como não poderia deixar de ser, a caderneta de poupança ainda é o investimento preferido do investidor brasileiro, apesar de ser o pior em rentabilidade, perdendo até para o Tesouro SELIC.
Nada mais nada menos do que 89% dos brasileiros entrevistados e que afirmaram investir (ou seja, 89% referente aos 42% que têm saldo financeiro) disseram ter saldo em caderneta de poupança:
“Referência nacional, a poupança é o principal destino das economias dos investidores brasileiros. O perfil predominante é daqueles com mais de 25 anos, maior escolaridade, renda superior a dois salários e pertencentes às regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (39%). O Norte e o Nordeste têm uma participação muito tímida nos investimentos de forma geral, não apenas na poupança.
Quando analisada exclusivamente a renda, 44% das pessoas que recebem mais de dez salários declaram guardar dinheiro na poupança. O percentual cai para 28% entre os entrevistados que ganham até dois salários mínimos”.
Além disso, o segundo investimento mais citado, a previdência privada, certamente é causado pela maciça propaganda desse tipo de investimento feita por gerentes de bancos em agências de varejo, com suas pesadas taxas de administração e baixíssimas rentabilidades, o que significa que o brasileiro ainda é muito dependente do gerente de banco quando se trata de investimentos, como, aliás, teremos a oportunidade de ver mais abaixo.
Investimento em ações? Esquece.
Segundo dados publicados pela B3 semana passada e divulgados na mídia, somos apenas 730 mil pessoas investindo em ações, e 664 mil no Tesouro Direto. Muito pouco, considerando que temos no Brasil mais de 200 milhões de habitantes.
Enquanto isso, a quantidade de “investidores” brasileiros em Bitcoin e outras moedas digitais supera fácil a casa de um milhão de pessoas. Ou seja, as pessoas querem ganhar dinheiro rápido e fácil, mas não querem se educar previamente para ganhar dinheiro.
O destino das aplicações financeiras
Como você já deve imaginar, o brasileiro faz investimentos visando, principalmente, a compra de imóvel (31%), carro (11%) e viagens (10%). Ou seja, investe basicamente para objetivos de curto ou médio prazo.
O apego do brasileiro por tijolo é um caso à parte, e bem explica essa alta preferência por compra da casa própria, mesmo em meio à bolha imobiliária que tomou conta do Brasil nessa última década.
Vejam a figura abaixo:
Observem que eu destaquei que apenas 5% investem para a aposentadoria.
Isso está em linha com uma pesquisa publicada no começo do ano passado, em que se revelou que apenas 4% dos brasileiros poupam para a aposentadoria.
Os números dessas pesquisas são alarmantes, na medida em que revelam que o brasileiro não investe para o longo prazo.
Além disso, alguns números da pesquisa revelam um claro descompasso entre os investimentos mais utilizados e os objetivos desses mesmos investimentos. Ora, se 6% dos brasileiros usam a previdência privada, que pressupõe um objetivo de longo prazo, por quê raios apenas 5% usam os investimentos para a velhice ou aposentadoria? Sobra 1% de pessoas que usam a previdência privada mas para outros fins que não a aposentadoria.
Isso significa, portanto, que tem muita gente que investe em previdência privada não para aposentadoria, mas para comprar carro, comprar imóvel, fazer viagem, guardar para emergências etc. E tudo isso denota uma clara ausência de inteligência financeira, pois os produtos de previdência privada são estruturalmente concebidos como contratos de longo prazo, tanto é assim que carregam pesadas penalidades tributárias em caso de resgates antecipados.
Como o investidor brasileiro se informa?
Bom, diante das respostas às perguntas anteriores, não deve ser muito difícil acertar que é o gerente de banco ou corretor de investimento o principal meio de informação do brasileiro (41%):
Apesar dessa já esperado resultado, um dado vale a pena destacar, por ser positivo: 9% dos investidores brasileiros recorrem a blogs e fóruns de investimentos para se informarem.
Outro dado que vale a pena mencionar é que 17% dos brasileiros se informam com consultorias de investimento. Contudo, eu fiquei na dúvida se essas “consultorias” seriam de fato aquelas realizadas por profissionais autônomos e independentes, desvinculados de qualquer corretora, ou se seriam consultorias ainda vinculadas a corretoras, como alguns agentes autônomos de investimentos ligados a corretoras, o que pode gerar um potencial conflito de interesses, na medida em que há uma tendência desses profissionais só indicarem produtos das empresas aos quais estão vinculados. Por exemplo, acho bem difícil (se é que é possível) um consultor de investimentos da XP indicar um fundo de investimento ou um CDB que só tenha na corretora Órama, e vice-versa.
De qualquer forma, esses singelos, porém importantes dados denotam que já há um movimento do brasileiro em busca de conhecimento e informação de melhor qualidade, pois esses meios (blogs, fóruns e consultorias) tendem – o que não quer dizer que sejam (principalmente no caso dos fóruns de discussão livre) – a serem mais imparciais, e oferecerem um papel mais ativo em termos educacionais.
Conclusão
Diante dos resultados da pesquisa da Anbima, agora deve ficar mais claro porque você deve se considerar uma ilha de excelência em meio a um mar de analfabetismo financeiro.
Você, educado financeiramente, tem alta probabilidade de pertencer às minorias dos resultados da pesquisa. Dificilmente deve concentrar na poupança a maior parte de seus recursos, certamente prioriza a busca de uma aposentadoria financeira tranquila como uma de suas principais metas, e raramente deve se encontrar com seu gerente de banco – e é bem capaz de fazer um bom tempo que você não pisa numa agência bancária.
Uma sugestão para a Anbima é incluir uma nova pergunta em sua próxima rodada de pesquisas: como o investidor brasileiro se educa?
As opções são: livros, cursos, blogs, fóruns etc.
Educar-se é um pouco diferente de se informar, embora haja uma zona cinzenta comum a ambos: por exemplo, os blogs tanto têm o papel de informarem quanto exercem também o papel de educarem.
A educação está ligada mais à formação teórica do investidor, à sua aprendizagem dos conceitos básicos de finanças, ao passo que a informação está mais ligada aos assuntos corriqueiros do dia a dia, que pressupõe uma educação financeira prévia, ainda que mínima.
Penso que essa nova pergunta é relevante por causa de um item que senti falta na última pergunta: livros. Os livros têm um papel mais educacional do que informação, mas os considero relevantes para atestar até que ponto o investidor brasileiro se educa financeiramente.
Além dos livros, podem ser incluídos como relevantes nessa questão educacional os cursos, inclusive os cursos online, e os canais de vídeo, principalmente do YouTube, que têm grande popularidade no Brasil.
A pesquisa da Anbima também revelou que ainda há muito trabalho a ser feito em prol da difusão da educação financeira no Brasil. Há todo um contingente de pessoas, principalmente da classe média, que, embora até ostente uma renda alta o suficiente para viver com tranquilidade financeira, prefere o caminho do endividamento: compra de imóvel em 360 prestações mensais, financiamento de veículo, empréstimo consignado, só faz compra de valor alto no cartão de forma parcelada, vive pendurado(a) no cheque especial, confia no INSS ou no RPPS para bancar sua aposentadoria etc.
O resultado de hábitos ruins de consumo é a dificuldade para poupar, investir e fazer sobrar dinheiro. É um círculo vicioso difícil de se quebrar, e que só se consegue quebrar a partir do momento em que se começa a alimentar o cérebro com padrões nutritivos de conhecimento financeiro diferentes.
O pior é que, como já comentamos diversas vezes aqui no blog antes, não dá simplesmente pra tentar mudar as pessoas: as pessoas têm que mudar por elas mesmas. Mas como fazer isso então?
Pelo exemplo. Seja o exemplo. Seja o exemplo de uma pessoa educada financeiramente, que consegue controlar os gastos, que se abstém de comprar um carro novo a cada 3 anos (mesmo podendo, e à vista, ainda por cima), que consegue falar e discorrer sobre investimentos com naturalidade.
Como se costuma falar por aí:
“A palavra convence, mas o exemplo arrasta!”
Boa semana!
COE netflix, apple e facebook… sao ideias ruins? Que pensas, Guilherme?
Olha, não sou o Guilherme, mas acho que primeiro você deve entender o que é um COE e entender as situações em que você ganha e perde dinheiro com ele…
Concordo com o MJC: http://valoresreais.com/2016/10/24/eu-tenho-x-reais-para-investir-onde-devo-aplicar-qual-e-o-melhor-investimento/
Agora falando genericamente, sem me ater às características específicas desse COE: eu não gosto desses certificados, seja pela falta de liquidez, seja pelo pagamento de comissões e taxas aos gestores e corretoras.
Grande Guilherme, beleza?
Como sempre, excelente conteúdo!
Que bom que temos blogs como o seu que abrem os olhos das pessoas em relação a este tema.
Infelizmente a nossa base escolar é, em sua grande maioria, enfraquecida e cheia de lacunas que custam a serem preenchidas depois.
Evoluir sempre e educar da forma que as pessoas para que saiam da caixa e cresçam, essa é a nossa busca.
Parabéns pelo trabalho!
Abraço,
Marlon
Olá, Marlon, grato pela participação!
Realmente, educação financeira de base é um dos caminhos para construir uma sociedade mais próspera.
Os resultados da pesquisa indicam que temos muito ainda a evoluir e trabalhar!
Abraços!
Muito bom Guilherme, neste mesmo momento acabei de mostrar a um amigo do trabalho o passo a passo do investimento em TD em duas corretoras, ele olhou de ponta a ponta o processo, desde o TED até a compra do Titulo (IPCA+), espero que ele se “converta” e comece o quanto antes a sua independência financeira.
Abs!!
Excelente iniciativa, Tiago!
Esse amigo já está dando os primeiros passos rumo a um futuro mais sustentável e melhor.
Abraços!
Olá Guilherme!
Excelente “apanhado” sobre o tema! Eu tinha visto também no blog do Uó os resultados e até comentamos como o nicho do tema “investimentos” na blogosfera não dá muito retorno. Tanto que ele ampliou inteligentemente os assuntos para poder lucrar com seu site.
É realmente triste vermos que nem 1% da população investe em investimentos “de verdade”. Sim, a falta de educação financeira reflete muito a situação, mas acredito também que a ideologia pregada aos jovens contra o “capitalismo” possui influência nessa situação. São assuntos considerados tabu.
“Isso significa, portanto, que tem muita gente que investe em previdência privada não para aposentadoria, mas para comprar carro, comprar imóvel, fazer viagem, guardar para emergências etc.” – no meu ponto de vista, a maioria das pessoas nem sabem direito porque investem. Em geral, vão pegando uma diquinha aqui, uma diquinha ali, e esquecem de pensar em um planejamento geral. Não se dão conta que a responsabilidade individual é fundamental para qualquer plano de vida e ficam zanzando entre árvores e arbustos mas nunca obterão uma floresta.
E quando essa savaninha que o governo oferece na aposentadoria começar a virar um deserto, aí o negócio vai ficar feio…
Eu, entretanto, sou otimista, até pela pequena penetração dessas ideias entre a população. Algo orgânico tem de acontecer. Mas atingir um pensamento mais ao nível dos nossos vizinhos do norte vai ainda levar muito tempo…
Grande abraço!
Excelentes comentários, André!
Destaco particularmente esse trecho:
“a ideologia pregada aos jovens contra o “capitalismo” possui influência nessa situação. São assuntos considerados tabu…”
Você tem toda a razão! Quantas pessoas que conhecemos, até bem instruídas intelectualmente e com profissões estabelecidas, que não falam sobre o dinheiro devido às ideologias que carregam em suas mentes. Triste realidade!
Forte abraço!
Esse dado me chamou atenção: Quando analisada exclusivamente a renda, 44% das pessoas que recebem mais de dez salários declaram guardar dinheiro na poupança.
É impressionante a quantidade de pessoas com acesso à informação e capital disponível para investir com um retorno minimamente decente, cederem ao pior “investimento” que há: a poupança. *junto com títulos de capitalizações, coe’s e previdências privadas em geral*.´
É claro que declarar guardar algum dinheiro na poupança não significa “investir” exclusivamente nesse produto, mas sabemos que esse tipo de cliente existe na alta renda.
A preferência por imóvel é justificável. Com um histórico de confisco no país, instabilidade política e econômica, o brasileiro procura um meio tangível de ver todo o suor do seu trabalho.
A parte final da pesquisa reflete todo o restante. Se os consumidores estão buscando os gerentes de banco para “indicações de investimento”, nenhum resultado diferente de indicações puramente comerciais poderia ser esperado.
Tenho uma amiga que foi gerente de um dos grandes bancos e ela fala “os clientes perguntam: tenho 200k, onde coloco?” e não estão nem aí. eles confiam todo o trabalho de uma vida ao gerente do banco.
Também fiquei impressionado com esse número (44% das pessoas que recebem mais de dez salários declaram guardar dinheiro na poupança).
É como comentei agora há pouco com o André: há muita gente bem instruída intelectualmente e com alta renda que não está nem aí para elevar o nível de conhecimento financeiro. Talvez se conhecessem melhor os benefícios da educação financeira, poderiam até estar aposentadas dada a alta renda que possuem. Mas preferem ser escravas do trabalho para gastar e consumir mais!
Enfim, há ainda muito trabalho a ser feito no Brasil!
Abraços!
Olha só…exatamente o que falei:
https://veja.abril.com.br/economia/investidor-perde-todo-dinheiro-aplicado-e-cvm-manda-xp-ressarci-lo/
Um dos pontos-chave da educação financeira é justamente tomar decisões por conta própria, resistindo a sugestões de terceiros, principalmente sugestões onde haja potencial conflito de interesses.
Eu tenho poupança, uso ela como conta corrente. Se preciso de sacar dinheiro no caixa tiro direto dela. Só serve para isso, mas estou nos 89% dos 42%. Esse tipo de pesquisa é problemático.
Realmente, a pesquisa não se atém a essas particularidades.
Pessoal o meu sonho e achar um blog assim para outras áreas de conhecimento, por exemplo: Um sobre saúde e alimentação, malhação, estudo, etc.
Muito bom mesmo.
Se conhecer compartilha ai.
Muito obrigado, Ramos!
Eu acho muito engraçado algumas partes dessa pesquisa.
Como o investidor brasileiro se informa? 5% não buscam informações. kkkkkkkkk
rsrsrsrs…. pra vc ver o nível de analfabetismo financeiro no Brasil….rs
Guilherme,
O seu post mostra claramente o quanto a falta de educação financeira está presente na sociedade brasileira.
Gostaria de comentar alguns números citados:
1) 89% dos 42% que investem o fazem através da caderneta de poupança. Com tanta informação disponível, é estranho esse número ainda continuar tão alto.
2) O gerente de banco continua sendo a principal fonte para a decisão de investimentos. Uma pena que apenas 9% utilizem blogs e fóruns de investimento. Com a facilidade para obter informações de qualidade, é estranho o gerente de banco continuar em primeiro lugar, até por que geralmente os investimentos indicados por eles são os melhores para o banco e não para o investidor.
Gostei da sua última frase, ficou perfeita: “Seja o exemplo de uma pessoa educada financeiramente, que consegue controlar os gastos…”
Uma vida coerente dá muitos frutos bons.
Boa semana!
Oi Rosana, verdade. Esses números só reforçam quão isolados estamos em matéria de educação financeira. Somos, nós e grande parte dos leitores, verdadeiras ilhas de excelência, cuja coerência na atitude proporciona, como você bem disse, frutos muito bons.
Boa semana também!
De início estranhei esses 42% de aplicadores. Estimava um percentual bem menor.
Mas depois, pensando melhor no assunto, concluí que o percentual corresponde à realidade que vejo sim.
É que boa parte desses 42% até poupa e aplica, mas sempre com objetivos ligados a compra de algum bem. Guardam uma grana para trocar de carro, por exemplo.
Não é a aplicação a longo prazo, com o fito de aumentar o patrimônio e garantir um futuro tranquilo.
Exato, Vania, a maioria poupa para o curto prazo, e pior, para consumo rápido e imediato.
Não há preocupação alguma com projetos de longo prazo. Confiam e terceirizam o futuro com o INSS, Governo, parentes etc.