As últimas semanas não têm sido nada fáceis para os investidores brasileiros, pois só temos tido notícias ruins no âmbito econômico e social, tais como a paralisação dos caminhoneiros e os riscos de desabastecimento, no cenário doméstico; e a guerra comercial entre EUA e China, além das tensões geopolíticas envolvendo a Coreia do Norte, no cenário internacional.
A Bolsa de Valores fechou sexta-feira aos 78.898 pontos, Somente nesse mês de maio, as perdas do Índice Bovespa já acumulam a impressionante marca de –8,38% – embora no acumulado do ano de 2018, o Índice ainda esteja positivo em +3,27%.
Os fundos imobiliários também têm patinado feio desde que o Banco Central resolveu parar o corte de juros. O Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX), fechou a última semana em 2.207 pontos, acumulando desvalorização de -5,59% só nesse mês, o que fez o IFIX anular os ganhos que havia acumulado no ano. Em 2018, o IFIX está no negativo: -0,89%.
Na classe dos ativos de juros, até os investidores do Tesouro Direto estão sofrendo com seus investimentos, também por conta da decisão do BC de parar o corte de juros na taxa SELIC. Observem a rentabilidade bruta dos últimos 30 dias dos títulos atrelados ao IPCA:
Como se percebe, todos esses títulos estão com rentabilidade negativa nos últimos 30 dias, especialmente os de prazo mais longo, onde há títulos – como o Tesouro IPCA+ 2045 – com rentabilidade negativa, nos últimos 30 dias, de -9,59% (ganhando da Bolsa……rsrs).
Em contrapartida a tudo isso, no câmbio, o dólar comercial, que começou o ano valendo R$ 3,31, está sendo cotado a R$ 3,66, uma valorização que já ultrapassa os 10% em pouco mais de 5 meses.
O cenário em que vivemos, portanto, exige cautela, muito estudo, disciplina, controle das emoções, e uma estratégia de ação baseada em confiança e conhecimento, para saber o que fazer e o que não fazer. E o que fazer então, em meio a essa turbulência toda?
Quem é leitor antigo e assíduo do blog já viu o mesmo tipo de filme – Bolsa em baixa, dólar em alta, fundos imobiliários em baixa, Tesouro Direto em baixa – em outras épocas (vide esse artigo de 2013 ou esse texto de 2015).
Porém, como há toda uma nova safra de novos leitores querendo operar melhor seus investimentos, vou trazer aqui conceitos clássicos, já explanados em outros artigos, a fim de dar as orientações necessárias para que o investidor não perca a mão nessas horas de intensa volatilidade nos mercados.
A estratégia de investimentos em três tempos
Bom, em primeiro lugar, se você consegue fazer sobrar dinheiro no orçamento doméstico, gastando menos do que ganha, controlando bem os impulsos de consumo, e não se deixando levar pelas tentações consumistas do dia-a-dia, que insistem em aparecer a cada instante, parabéns, você já faz parte da elite da sociedade brasileira, que está mais preocupada em garantir um futuro melhor do que consumir sem responsabilidade.
Basicamente, o que você deve fazer é aproveitar a crise para escolher aqueles investimentos mais adequados ao seu horizonte de tempo, ou melhor, a cada fase de sua vida, tudo em consonância com os conhecimentos e habilidades financeiras que você já adquiriu até aqui. Como assim?
Simples.
Todos nós temos: (a) objetivos de curto prazo, ou seja, aqueles em que precisaremos usar o dinheiro para gastar num evento próximo; (b) objetivos de média duração, para aqueles eventos que irão ocorrer, por exemplo, num prazo de 2 a 5 anos; e (c) metas de longo prazo, ou seja, para aquelas situações que irão ocorrer bem mais pra frente, como a pós-faculdade, a futura faculdade das crianças, ou a sua própria aposentadoria.
O segredo consiste em “sincronizar” os investimentos financeiros com seus objetivos não financeiros, a fim de extrair o máximo de rentabilidade de cada real investido numa aplicação financeira, de modo que você consiga atingir aquelas metas não financeiras com segurança, baixo custo e solidez.
Assim, para aqueles objetivos de curto ou curtíssimo prazo, tais como pagar a viagem de férias de julho, quitar a conta do cartão de crédito da próxima fatura, ou mesmo assegurar um montante suficiente para cobrir a festa de aniversário de seu filho em setembro, o negócio é ser conservador: aqui, mais vale uma rentabilidade pífia na mão do que duas possibilidades de rentabilidade astronômica voando.
E por “conservador” entenda-se em investir em aplicações pós-fixadas ao CDI ou à SELIC, tais como CDBs pós-fixados, Tesouro SELIC, fundos referenciados DI com baixa taxa de administração etc.
Tá certo que, com o atual patamar da taxa SELIC (6,5% a.a.), a rentabilidade líquida mensal, já descontados impostos e taxas, será bem baixa, ficando ao redor de 0,3% a 0,4% a.m.
Contudo, o objetivo aqui não é extrair a máxima rentabilidade do dinheiro aplicado (o que implica em assumir altos riscos), mas sim ter dinheiro na mão para cumprir os objetivos de curto ou curtíssimo prazo. E, nesse contexto, as aplicações conservadoras são a solução mais apropriada.
Por outro lado, para pagar a compra do carro daqui a 4 anos, assegurar “aquela viagem” para assistir aos Jogos Olímpicos em 2024, ou a festa de formatura daqui a 5 anos, ou seja, para objetivos de médio prazo, você pode abrir mão da liquidez em troca de rendimentos melhores.
Assim, por exemplo, na renda fixa, você pode substituir o CDB pós-fixado a 100% do CDI com liquidez diária por um CDB pós-fixado ao DI com prazo de vencimento em 2021, que pague 120% do CDI. Da mesma forma, você pode substituir aquela LCA péssima do BB ou da Caixa que rende pouco (70% do CDI!? alguém sabe quanto eles estão pagando?) por uma LCI ou LCA com vencimento em 2022 que pague 99% do CDI líquido.
Nos investimentos de médio prazo, a liquidez diária deixa de ser um pré-requisito. Assim, você pode melhorar o desempenho de sua carteira de investimentos, optando por aplicações com prazos de carência maiores que, em contrapartida, lhe garantirão uma rentabilidade superior.
Entretanto, é de se analisar também o investimento em aplicações menos conservadoras, que tenham uma pitada (ainda que mínima) de risco, tais como títulos atrelados à inflação do Tesouro Direto – Tesouro IPCA – e em títulos privados de perfil semelhante – como CRIs ou CRAs -, desde que você conheça o tipo de produto em que está investindo.
Fundos de investimentos multimercados, ou seja, que apliquem seus recursos em diversos mercados, como ações, câmbio e juros, também são uma alternativa a se considerar, tendo em vista o prazo da aplicação (médio prazo), e os estudos sejam conduzidos considerando tanto o risco nesse tipo de aplicação, quanto o histórico dos gestores – sabendo que eles inevitavelmente oscilarão no curto prazo.
A ideia aqui é que, justamente por você não precisar sacar o dinheiro no curto prazo, poder assumir mais riscos para obter um “prêmio” pelo risco assumido, que é representado justamente pela rentabilidade extra oferecida, ou prometida.
E para os objetivos de longo prazo, logo pensamos na Bolsa de Valores, investindo em ações ou ETFs, através de corretoras que tenham baixo custo operacional, com aportes realizados de forma consistente e progressiva. O mais difícil, nos investimentos de longo prazo, é aceitar as eventuais perdas momentâneas do curto prazo, como os que estamos vivenciando no presente momento.
Por isso, é fundamental não ficar olhando o preço das ações, ou das cotas, todos os dias, a fim de você não ficar estimulado a vender as ações (ou cotas) no prejuízo. Saber ter paciência com esses ativos é fundamental para que a execução do plano seja coerente com sua estratégia de investimentos.
Além disso, os investimentos em ativos estrangeiros também devem ser considerados como opção a ser estudada, tendo em vista não só a possibilidade de melhorar a diversificação da carteira de investimentos, expondo-a a riscos diversos daqueles enfrentados pelos ativos locais (brasileiros), mas também pela construção de uma proteção da carteira em caso de depreciação da moeda brasileira frente ao dólar.
Na blogosfera de finanças pessoais, destaca-se o blog do Investidor Internacional como uma das melhores fontes para aprender mais sobre o assunto.
Não estou falando, aqui, do investimento em fundos cambiais, que são mais úteis para quem tem compromissos de gastos, no curto prazo, em moedas estrangeiras (viagem de lazer, intercâmbio etc.).
Estou falando em investimentos em ativos estrangeiros, ou seja, em investimentos que possam se valorizar com o tempo, tais como ações individuais, ETFs, fundos imobiliários (REITs, nos EUA), imóveis etc.
Conclusão
O mercado oferece diversas oportunidades, em praticamente todos os segmentos. No entanto, momentos de volatilidade, como os que estamos vivenciando atualmente, exigem cautela e serenidade por parte do investidor, principalmente para não seguir a manada, e começar a vender seus ativos na hora errada.
A decisão do BC de parar o corte de juros ainda está sendo “digerida” pelo mercado, que não sabe se a partir de agora estaremos vivenciando um início de ciclo de alta nos juros. O fato é que, se por um lado o câmbio sobrevalorizado pode pressionar a inflação, por outro, a atividade econômica no Brasil ainda não dá sinais de que esteja se recuperando num nível que justificasse a elevação dos preços.
E, como se tudo isso ainda não bastasse, a volatilidade promete se intensificar no segundo semestre, com as eleições.
Portanto, estudar bastante a fim de montar uma estratégia de investimentos alinhada e coerente com seu nível de conhecimentos financeiros e seus objetivos não financeiros é crucial para saber agir, e tomar as medidas mais apropriadas para a proteção e construção de seu patrimônio.
Bons investimentos!
Guilherme,
O momento exige muita cautela, para não tomarmos decisões precipitadas que podem causar arrependimento depois.
Uma pergunta aos leitores do Valores Reais: GRND3 a 24,18.
É uma boa oportunidade ou ainda está caro? Alguém sabe qual é o preço teto para essa ação?
Boa semana à todos!
Você acredita que a Grendene é uma boa empresa e que pode continuar crescendo nos próximos anos? Se sim, não importa o preço.
Se você leva em consideração apenas o preço da ação ele está caríssimo, porque mês que vem ele passará a ser 1/3 disso.
Abraço!
Oi Rosana, o momento exige bastante cautela e prudência, tal qual já vimos em outras épocas e anos – 2008, 2011, 2013, 2015, 2016 etc.
Sobre a GRND3, eu não sei, pois não conheço a empresa, nem os fundamentos dela.
Abraços, e boa semana!
Agradeço pelas respostas! 🙂
Por nada, Rosana!
A LCA do BB está rendendo 83,25% do CDI, com prazo de carência de 3 meses. É de chorar…
De fato, xará, muito baixo esse rendimento….
Pior é saber que já fiz isso uma vez, era 84%. Aí conheci o Valores Reais. Só alegria depois.
Obrigado, Sandro!
Guilherme,
Tenho um tesouro IPCA-2024 em que só tenho perdido dinheiro. Sei que a recomendação é manter até o final do prazo. Mas há chances de, pelo menos, recuperar o investimento? E sendo otimista, posso ter algum lucro? O que faço?
Obrigada
O que você vê é só a marcação a mercado, ou seja, o preço que você leva se vender o título hoje.
Se você segurar até o vencimento, será creditado na sua conta exatamente a rentabilidade contratada!
Manoela, eu ratifico as palavras do MJC. Você terá lucro, sim, mantendo o título até o vencimento, lucro esse representado pela rentabilidade contratada no momento da compra do título.
Em épocas de extrema volatilidade, como as que estamos vivenciando, é normal os títulos de prazo mais longo serem mais sensíveis aos humores de mercado.
Portanto, mantenha a calma e o sangue frio em relação a esse investimento, que, no dia do vencimento, ele trará para você uma boa rentabilidade positiva!
Abraços!
Obrigada Guilherme
De nada!
Obrigada MJC
Vc levando até o final rede exatamente o contratado mas no meio do caminho vc pôde resgatar ganhando 2x o valor contratado só ficar de olho no valor pago ao vender antes do prazo
É Guilherme, a situação tá meio sombria… Já consegui ganhar muito dinheiro nesse nosso Brasil, mas parece que nunca uma eleição fará tanta diferença como agora.
Essa greve dos caminhoneiros e patrões foi a gota d´água para que mais “categorias” sintam-se cada vez mais poderosas para colocar o governo contra a parede exigindo subsídios para si própria. Perigoso precedente…
Abraço!
Verdade, André, essa greve mostrou quão fracos são os atuais representantes que estão no governo.
Abraços!
Como sempre, uma rica leitura, cheia de dicas importantes.
Parabéns e muito obrigado Guilheme.
Obrigado, Leandro!!!!
Oi Guilherme, gostaria de tirar uma dúvida a respeito de renda fixa. Talvez ajude outros leitores do blog também. Queria avaliar o que vale mais a pena: comprar títulos públicos pelo Tesouro Direto ou pelo balcão via mesa de operações da corretora. No caso da mesa de operações, o título fica custodiado no SELIC e por isso não é paga a taxa de custódia da B3. Considerando zero taxa de custódia da corretora mas que ela cobra um spread na compra, qual o diferencial de spread que faria compensar a compra via balcão? Estou tentando fazer as contas mas estou com algumas dificuldades. Poderiam me ajudar? Imagine um cenário hipotético como esse:
ntn-b balcão ipca + 5,5
ntn-b tesouro direito ipca +5,8 taxa de custódia 0,3
Assumindo inflação 5% a.a. e prazo de vencimento 2035.
Qual dos 2 vale mais a pena?
Grato!
Olá, Curioso, eu não sei qual seria a margem de spread aceitável para comprar da corretora. Talvez sejam os mesmos 0,3% da taxa de custódia, mas não tenho certeza.
Entretanto, é de bom alvitre fazer algumas observações:
“A corretora não garante a recompra, muitas vezes até o faz mas dependerá das condições de atratividade, de haver pessoas interessadas e o preço nem sempre é melhor que o praticado pelo tesouro. E se você comprar pela corretora somente poderá revender para ela, não poderá revender para o tesouro”.
Fonte: http://cuidedobolso.com.br/existe-diferenca-entre-comprar-titulos-publicos-tesouro-direto-no-site-do-tesouro-ou-no-site-da-corretora/
Abraços!
O único caso de que ouvi falar de corretora que deu problema foi justamente o fato dela assumir a custódia do Tesouro Direto. Ou seja, pessoal queria economizar 0,3% ao ano e arriscou demais.
Fonte:
https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/investidor-pode-ter-de-esperar-liquidacao-para-reaver-dinhei/
Verdade! Isso foi, inclusive, objeto de uma matéria publicada aqui no blog tempos atrás => http://valoresreais.com/2014/11/10/corval-o-assustador-caso-da-corretora-que-desviava-dinheiro-dos-investidores-que-aplicavam-tesouro-direto/
Tenho uma aplicação em BB RF Pre LP Estilo que vem caindo constantemente nesse período em que segui a sugestão do gerente. Tenho conversado com ele que também tem o mesmo tipo de investimento e está mantendo lá. Estou tentando manter a calma, porém estou muito preocupada com a situação do Brasil. Será que terei chances de recuperar o que foi investido num prazo não muito longo? Tenho 70 anos… Hoje quase resgatei e apliquei em LCAs. Será uma boa ideia?
Obrigada
Olga, provavelmente você não precisará do dinheiro no curto/médio prazos, já que eu pressuponho que a sugestão do gerente tenha sido feita te orientando para investimentos de médio e longo prazos.
Você terá, sim, chances de recuperar o investimento, mas isso depende muito do cenário macroeconômico do Brasil. Muitos especialistas preveem mais turbulência à frente, por conta das eleições.
Minha sugestão é manter o sangue frio, e não resgatar no prejuízo.
Além disso, evite confiar cegamente em sugestões de gerentes de bancos, cuja prioridade número 1 é arrecadar recursos mais lucrativos para o banco.
Procure estudar e conhecer melhor sobre os diversos tipos de aplicação financeira, tendo em vista suas necessidades financeiras.
Abraços!
Não entendi a perda. Me parece que esse fundo é um fundo de renda fixa padrão. Logo, com a queda da SELIC ele está rendendo menos e não tendo prejuízo. Se for o caso, é interessante fazer o resgate e aplicar em opções mais rentáveis, naturalmente fora do Banco do Brasil.
Segundo o site VERIOS, o fundo rende 109,59% do CDI desde 2007. Dependendo do objetivo da aplicação pode ser interessante mudar. Essa rentabilidade não contabiliza o IR.
Segue o link para a VERIOS:
https://verios.com.br/apps/comparacao/log/otimo/cdi/08080680000102
Pois é, talvez a “perda” esteja no fato de estar rendendo menos que o CDI.
Tenho uma aplicação em CAIXA FIC Objetivo Pré Renda Fixa LP que vem caindo constantemente nesse período.
O fundo tem o objetivo de alocar recursos em cotas de fundos de investimento com carteira composta preponderantemente de ativos financeiros atrelados a taxas prefixadas, estando também sujeitos ao risco das variações das taxas de juros pós-fixadas (SELIC/CDI) e/ou índices de preços.
Estou tentando manter a calma, porém estou muito preocupada com a situação do Brasil. Será que terei chances de recuperar o que foi investido num prazo não muito longo?
Obrigada
Sim, Mônica, terá. Evite a todo custo resgatar o investimento no prejuízo.
Guilherme, parabéns pelo site, muito bem escrito, numa linguagem simples e acessível para nós leigos. Minha dúvida é igual da Olga e da Mônica, tenho duas aplicações no Banco do Brasil que tiveram taxas negativas nesses últimos 40 dias. Hoje, vi que essa última semana essas aplicações continuaram com taxas negativas, então, não aguentei e programei o resgate total. Contudo, depois de ler suas respostas nas dúvidas das leitoras acima, cancelei esses resgates. Será que fiz certo? Qual o prazo ou prejuízo (%) que devo suportar? Essas perdas são realmente recuperáveis?? pois, praticamente essas aplicações zeraram todo o ganho registrado em 2018. Será que essas taxas param de cair nesse mês ainda? Desculpe-me o excesso de perguntas. Obrigado!!
Olá, Wagner, obrigado pelas palavras!
Quanto às suas dúvidas, apesar de não saber quais são os investimentos seus no BB que estão com rentabilidade negativa – eu suponho que sejam fundos prefixados ou atrelados à inflação – eu não resgataria, porque essas turbulências são normais em períodos de volatilidade na economia.
As perdas são, sim, recuperáveis, DESDE QUE você tenha paciência. Evite ficar olhando o extrato dos investimentos todo dia, pois isso cria ansiedade, e um desejo incontrolável de apagar as perdas.
No máximo, veja os extratos no dia 30 ou 31 de cada mês, pois isso diminui a ansiedade.
Provavelmente os investimentos recuperarão as perdas no final do ano.
Por fim, você fez certo em cancelar o resgate.
Abraços!
Será que alguém pode me esclarecer uma dúvida de principiante? Possuo um investimento no IPCA + 2024. Ao visualizar o gráfico aparecem duas curvas. Uma em verde, que representa a rentabilidade contratada, e outra em azul, que representa a marcação de mercado. Sei que mantendo o título até a data de vencimento receberei o rendimento contratado (linha verde), mesmo que a marcação de mercado (linha azul) tenha mostrado prejuízo. E se acontecer o contrário? Isto é, se na data de vencimento o valor de mercado (linha azul) for superior à rentabilidade contratada? Recebo o que foi contratado ou a marcação de mercado? Grato;.
Nao na verdade quando chegar o prazo final da aplicação as duas linhas sao iguais pq o objetivo ao final do prazo e valor x
Vc pode resgatar seu montante alguns mês antes tendo lucro 2x mais do que o contratado já se espera o final ser rendimento é apena o contratado
Douglas, na data de vencimento, você receberá a rentabilidade contratada – a da linha verde. Na data de vencimento, as duas linhas se igualam.
Abraços!
Guilherme, muito obrigado por sua cordialidade, paciência e real interesse em ajudar as pessoas. Seus comentários mostram muito bem o seu ótimo caráter, muito obrigado. Amigo, por favor, li em janeiro deste ano que você comentou sobre sua migração para o bova11. Me diz, você continua nessa estratégia? Podemos considerar que agora é o melhor momento de comprar BOVA11 ou esperar mais queda com a proximidade das eleições, pensando no longo prazo? Outra dúvida, por gentileza. O IVBB11 está numa média de 110 reais a cota. Pensando no longo prazo, comprar por esse preço elevado pode ter impacto no patrimônio pensando em 10, 15 anos, ou o preço alto de agora não afetará a formação do patrimônio no longuissimo prazo? Muito obrigado meu querido! Vida longa para os seus projetos e sucesso na sua vida financeira e pessoal. Abraços
Olá José, inicialmente, muito obrigado por suas palavras!
Quanto às suas dúvidas: sim, eu continuo nessa estratégia. Considero o BOVA11 um ETF mais apropriado para o investimento passivo em índice, do que o PIBB11, não só pelo fato de espelhar o Índice Bovespa, mas também por possuir maior liquidez, dentre outros motivos.
Sobre o melhor momento de comprar, como você visa o longo prazo, na verdade o ideal é fazer compras periódicas, sem tentar acertar o “melhor” momento. Isso de querer acertar o melhor momento é a chamada tentativa de fazer timing de mercado, o que só gera angústia e ansiedade, e que seria mais apropriado para quem faz especulação no curto prazo.
Para quem visa o longo prazo, o ideal é fazer sempre aportes periódicos, sem se preocupar em tentar acertar o melhor momento. Digo isso porque hoje sem dúvida está mais barato comprar BOVA11 do que em janeiro, mas isso porque já sabemos o que ocorreu no passado, sendo impossível acertar o que vai ocorrer daqui pra frente.
Pode ser que daqui pra frente, até as eleições, ocorra um ciclo de alta, e aí, o investidor vai comprar quando? Se ele esperar o melhor momento, ele nunca vai comprar, pois o futuro pode sempre gerar melhores momentos.
Quanto ao IVBB11, é a mesma coisa. No longuíssimo prazo, pouca importa o valor da compra, desde que essa compra seja acompanhada de outras compras periódicas, e todas estejam inseridas numa estratégia de alocação de ativos que contemple controle do risco.
Dizem que a Bolsa americana está próxima de outro crash, mas a verdade é que ninguém sabe quando ele ocorrerá.
Por todos esses motivos, fazer compras mensais ou periódicas, sem tentar acertar, prever ou adivinhar o futuro, é o que mais importa, dentro de uma estratégia de longo prazo, pois é essa disciplina que fará o investidor ganhar dinheiro.
Outra coisa importante é evitar ficar olhando todo dia a variação do preço das ações, pois isso gera muita ansiedade e nervosismo. O ideal é só olhar a variação mensalmente, ou semanalmente, mas sem agir por impulso.
Abraços, e sucesso pra vc também!
Obrigado Guilherme, como sempre gentil.Vou seguir seus conselhos e já favoritei o blog. Abração e sucesso!
Obrigado Guilherme, como sempre gentil.Vou seguir seus conselhos e já favoritei o blog. Abração
Ah, perdão Guilherme, desculpe abusar da sua boa vontade. Mas se não for com você, não tenho mais ninguém pra perguntar, exceto vendedores de corretoras que não são lá muito imparciais.. rs… a dúvida é simples: Há fundos que de acordo com o histórico renderam muito mais que o Ibovespa e o Sp&500, mais de 100% do índice. Claro que tem a taxa pouco mais alta, cerca de 1,5%, e benchmark que é 20% do que passar do índice, mas a dúvida que muitos podem ter é: será que não valeria mais a pena que investir direto no índice? Abração e mais uma vez muito obrigado!
Boa tarde Guilherme, tenho esses 3 investimentos na caixa: FIC BETA REF DI , e-FUNDO IBOV e FIA SMALL CAPS, sendo que esse último estão com as aplicações interrompidas desde fevereiro, com excessão do FIC BETA REF DI os outros até deram um bom retorno no começo, porém agora só estou tendo prejuízo. Vc acha q eu devo retirar o dinheiro e investir em outras coisas ou devo esperar a melhora do cenário, mesmo tendo prejuízo?
Obrigado.
Pelo nome, os 2 últimos parecem ser fundos de ações. Retirar no prejuízo é vender na baixa.
Recomendo manter as aplicações até a Bolsa voltar a se recuperar, porque ela irá, só não sabemos quando.
Eu comprei titulos do tesouro pre fixado com juros semestrais…tenho prejuizo diariamente, porém daqui 6 meses receberei a rentabilidade dos juros do valor do título comprado, independente de preço ao mercado, correto???
Sim, Wesley, você receberá, no vencimento, a exata rentabilidade contratada.
Boa noite Guilherme.
Primeiramente parabéns pelo post e pela clareza nas informações.
Estava eu aqui desesperado procurando respostas para a minha duvida e eis que vi sua pagina. Li algumas respostas, de que vc nao recomenda resgatar no prejuízo, mas, nao sei se essa dica vale para qualquer investimento.
Agradeço se puder me ajudar pois até com o gerente do banco que me indicou investir eu já discuti porque quando vi o extrato hoje me senti assaltado pelo banco rs
Sou leigo no assunto e geralmente acredito nas dicas dos gerentes.
Sempre apliquei em CDB mas como estava em baixa eu resolvi arriscar.
Há 1 ano atras apliquei 4 mil reais (apenas para conhecer) no Fundo “Seleção Plus Ações” do Santander. Nao acompanhava e para minha surpresa semana passada vi que estava em queda e que eu só tinha 3.600. Deixei passar alguns diase em 1 semana já caiu mais de 100 reais, ou seja, agora só tenho 3.500.
Conclusão: em 1 ano ja perdi mais de 10%. O que devo fazer? Resgatar?
Será que consigo recuperar pelo menos o que perdi?
Se eu for muito otimista e não ter um infarto antes, será que consigo lucrar depois de toda essa queda, deixando mais tempo aplicado?
Eu sou leigo, parece que essas ações nao tem prazo de validade, pois li em uma de suas respostas para a pessoa se acalmar com a queda e que no final do contrato ela consegue recuperar. Mas eu acho que esse fundo de ações do santander nao tem prazo de final de contrato. Por favor,me ajuda. Estou desesperado e sem saber o que fazer.
Eu ia resgatar (mesmo perdendo 500 reais) mas como para algumas pessoas vc orientou esperar, eu resolvi expor meu caso e o tipo de fundo que apliquei para que vc possa me ajudar nesse caso especificamente.
Já agradeço de antemão pela sua ajuda.
Um abraço
Olá Cristiano!
Sua dúvida vai gerar um post, pois mais pessoas podem estar na mesma situação que a sua. Há várias lições a serem extraídas do seu caso, que servem como aprendizado financeiro.
Mas adiantando, você só perde quando realiza prejuízo, ou seja, quando decide vender. Até o momento atual, você “está” no prejuízo, o que não significa que você “teve” prejuízo.
E mais, você estaria hoje vendendo no pior momento possível, que é justamente em meio a essa turbulência eleitoral que estamos vivendo.
Como aparentemente você não precisa do dinheiro no curto prazo, eu, se fosse você, esperaria mais 2 anos, no mínimo. Ações não são pra ficar olhando todo mês pra ver se subiu ou desceu, são pra longo prazo. Agora é hora de colocar em prática esse ditado.
E não aporte mais nada nesse fundo, pois é muito caro e entrega pouco. Taxa de administração pesadíssima, de 3%, taxa de performance de 20%. E, no histórico passado, ainda apanhou feio do IBovespa, nos últimos 5 anos, rendeu 25%, contra 53% do IBovespa.
Felizmente, você aportou um valor pequeno.
Abraços
Guilherme, MUITO, MUITO, OBRIGADO pela sua explicação e conselho.
Quando resolvi aplicar nesse fundo, o gerente disse que, mesmo com a taxa de Adm alta, era o que mais valia naquele momento, pois pelo gráfico, ele apontava rendimento de 23% no último ano (mas pela sua explicação de 25% nos últimos 5 anos, ja nem acredito mais neles).
Vou fazer o que vc disse! Não aplicar mais e deixar ele por mais 2 anos.
Aproveitando o ensejo, já q esse tipo de investimento não é indicado, o que vc sugere para os meus próximos investimentos?
Inclusive, esse mês vai vencer uma aplicação que fiz em CDB e nao sei onde reaplicar.
A ultima aplicação que tenho e que atualmente parece ser de maior rendimento pelo santander (pelo que estava lendo nas laminas que eles oferecem no APP) é o Yield Premium DI ou o Master Renda Fixa. Conhece eles?
Se for o caso estou até disposto a mudar de banco para aplicar em algum lugar que tenha um rendimento mais vantajoso, pois eu sempre assisto um economista no jornal SPTV e ele fala para aplicar em bancos pequenos, mas na internet diz que o Santander é um banco bom para investir comparado aos outros bancos. AÍ eu que sou leigo, tenho medo de mudar e me arrepender.
Por favor, poderia me ajudar com mais esse conselho?
Mais uma vez obrigado por gastar seu tempo me respondendo.
Um abraço!
Olá Cristiano,
Muitas vezes a maior escola que podemos ter são nossos próprios erros. São lições que valem por quilos de livros.
Minha sugestão, como você terá oportunidade de ler na segunda-feira, é focar no crescimento de seus conhecimentos sobre investimentos. Ou seja, gastar tempo estudando sobre as opções existentes, no lugar de buscar respostas prontas.
Digo isso porque só você sabe o que é melhor para sua situação atual, seus objetivos de curto, médio e longo prazos, bem como suas necessidades financeiras atuais.
Uma coisa a se pensar, agora falando em termos mais práticos, é se habituar a operar por meio de corretoras e bancos digitais, pois são lugares onde se consegue achar produtos melhores, com menos risco, e outros mais baratos, e ainda outros com melhores retornos.
Porém, inicialmente eu recomendo fazer uma reserva de emergências. Sem essa proteção inicial, não se pode avançar com degraus mais avançados nas finanças.
Fundos de investimentos, como esses citados por você, geralmente carregam muitas taxas, o que reduz o valor líquido final que retorna para o seu bolso.
Sugiro estudar sobre o Tesouro Direto: é um tipo de investimento excelente, simples, transparente, fácil de operar, e que entrega uma boa relação risco/retorno. Mas tem que estudá-lo também.
Lembre-se de que risco e retorno estão intrinsecamente relacionados: não há como obter mais retorno sem que haja um incremento de risco.
Enfim, segunda darei mais dicas, na forma de um artigo.
Abraços!
Minha opinião se vc é lego no assunto jamais deveria ter aplicado sua grana neste fundo muito menos em banco.
Meu conselho é sempre ao pensar em sair da poupança pesquisar no google o melhor tipo de investimento.
Vc vai achar muitas matéria sobre CDB E TESOURO DIRETO
RENDA FIXA DE BAIXO RISCO
E algumas orientações sobre nunca investir em banco e sim em corretora, onde vc tem os CDB que chega a pagar ate 120 % da CDI enquanto vc não acha nenhum banco que pague mais de 100% do CDI para investimento menor que 5 mil