Ao comentar sobre o livro “Stop acting rich… and start living like a real millionaire” (escrito por Thomas J. Stanley, o mesmo autor de “O Milionário Mora ao Lado”, resenhado aqui no blog em janeiro de 2010), a jornalista Michelle Singletary, do The Washington Post, escreveu:
“Stanley’s research does a great job of providing there’s a big difference between income and net worth. Many pretenders have become very good at generating income and enjoying a high standard of living. But take this Stanley gem to the bank: ‘Those who are among the least productive in transforming their incomes into wealth are in the higher-status occupations’. Don’t be a great pretender, pretending you’re doing well when you only look the part”.
Numa tradução livre e contextualizada:
“A pesquisa de Stanley faz um ótimo trabalho ao demonstrar que há uma grande diferença entre renda e patrimônio líquido. Muitos falsos ricos tornaram-se muito bons em gerar renda e desfrutar de um alto padrão de vida. Mas guarde essa preciosidade do trabalho de Stanley: ´Aqueles que estão entre os menos produtivos na transformação de seus rendimentos em riqueza estão nas ocupações de status mais elevado. Não seja um grande falso rico, simulando que está indo bem, quando você não visualiza o todo“.
Essa pequena citação de Michelle (que consta, a propósito, na contracapa do referido livro) já fornece muito material (= alimento) para pensar – “food for thought”, na feliz expressão do leitor Michael – acerca de um mito que insiste em rondar as finanças pessoais. Que mito?
O mito de que ter salário alto é sinônimo de ter patrimônio líquido alto.
Isso não é verdade, pois não há uma correlação necessária entre renda e patrimônio líquido. O sujeito pode ser, digamos, um médico, advogado ou executivo de uma multinacional, ganhando seus R$ 300k a R$ 500k líquidos anuais (cerca de R$ 25k a R$ 41k mensais), e ter um patrimônio líquido menor que um professor universitário que tenha uma renda líquida anual inferior a 6 dígitos. Como isso é possível?
Simples: porque riqueza não é o que você gasta. É o que você acumula.
Em outras palavras, o médico que ganha R$ 300k anuais não vai conseguir formar patrimônio algum se suas despesas anuais forem de exatos R$ 300k. Um executivo de uma grande corporação que ganhe meio milhão de reais por ano será um escravo para sempre de seu trabalho se sua despesa anualizada for de R$ 600 mil.
O que define se uma pessoa irá ter ou não um patrimônio líquido, positivo, abundante e crescente, é basicamente isso: viver abaixo de seus ganhos. Preferencialmente, bem abaixo.
Por isso, não se iluda achando que, no dia em que passar num concurso para um cargo de alta remuneração no serviço público, ou no dia em que seus honorários médicos/advocatícios/profissionais passarem para a faixa dos cinco dígitos, ou seus bônus salariais, ao ascender ao topo da pirâmide executiva, chegarem aos seis dígitos, você estará conquistando um alto patrimônio líquido.
O que você estará alcançando, isso sim, é uma renda bastante alta e expressiva – o que não quer dizer, de maneira alguma, que você estará formando patrimônio.
Para formar patrimônio de verdade, você precisa se agarrar com unhas e dentes no conceito de viver abaixo de suas posses. De gastar menos do que ganha. De resistir às tentações – que virão, pode ter certeza! – de aumentar o padrão de consumo toda vez que tiver um aumento de renda ou de salário.
Essa é precisamente a parte mais difícil da sua jornada como trabalhador: a de controlar a inflação no estilo de vida. Para fazer isso, você precisará remar contra a maré.
E remar contra a maré não é fácil, pois é psicologicamente mais confortável seguir o que a maioria faz. E o que a maioria faz? A maioria faz o seguinte…
- Se receber um aumento salarial de uns R$ 400 mensais, o sujeito já vai querer um iPhone X;
- Se receber um aumento salarial de uns R$ 4 mil todo mês, o sujeito já vai querer comprar um Jeep Renegade;
- Se a renda aumentar uns R$ 10 mil mensalmente, o sujeito já vai querer comprar uma casa de praia;
- E assim por diante…
É inevitável, e é da própria natureza do ser humano: os desejos cada vez mais vão aumentando, à medida que a renda vai aumentando na mesma proporção. O problema é que os desejos humanos são ilimitados, ao passo que o aumento de renda, por maior que seja, tem um limite financeiro, e, se você não tiver um mínimo de educação financeira bem fixada na sua mente, vai acabar recorrendo ao dinheiro dos outros assim que esgotar seus próprios recursos. Parabéns! Você entrou na corrida dos ratos!
3 dicas para construir patrimônio líquido, com ou sem aumento de renda
Se formar patrimônio já é difícil para quem consegue gerar aumento de renda, imagina então para quem está com a renda estagnada, ou – pior ainda – em declínio…
Assim, para construir patrimônio com um mínimo de progresso e organização, é preciso ao menos seguir algumas estratégias fundamentais.
A primeira é deflacionar o estilo de vida. Não apenas para que o total de gastos caiba nas receitas fixas (ou médias) mensais, mas também para criar o hábito de saber viver com o suficiente.
Veja bem, não estou dizendo para você viver com pouco, mas sim com aquilo que é suficiente para sua vida, independentemente do grau de estabilidade financeira em que você se encontrar.
Mensure os gastos numa planilha de Excel, estabeleça metas anuais e mensais de teto de gastos – como se você fosse fazer um ajuste em suas contas domésticas (post aqui) – e fiscalize esse plano ao menos semanalmente.
Se você não tiver disciplina para o controle semanal, tome uma atitude mais drástica, e faça, por quê não!? – um controle diário dos gastos.
A segunda dica é acabar com um fenômeno que pode ser chamado de “parcelamento” do salário. Elimine as compras parceladas de sua vida, mesmo as compras feitas no seu cartão de crédito, pois elas dão a falsa sensação – e impressão – de que sempre dá “pra comprar uma coisinha a mais nesse mês”.
Ora, se você parcelar 80% de seus gastos mensais, obviamente que vai sobrar uma bela de uma grana para acomodar “mais uma parcelinha” no cartão de crédito. Porém, isso será feito ao custo do comprometimento de seu futuro, que já estará preso por compras já feitas no passado.
O que você prefere: ganhar R$ 10 mil todo mês, e ter a disponibilidade para fazer o que bem entender com esses R$ 10 mil nos próximos 30 dias, ou ganhar R$ 10 mil mensais, mas poder usar apenas R$ 3 mil, porque os outros R$ 7 mil já estão comprometidos com o pagamento de parcelas a perder de vista?
Quem você acha que tem mais chances de construir patrimônio: o cara que ganha R$ 10 mil, e pode usar os R$ 10 mil para o que quiser, ou o cara que ganha R$ 10 mil, mas tem parcelas de empréstimos, financiamentos e compras parceladas que mordem R$ 7 mil do salário dele, fazendo com que ele tenha disponibilidade sobre apenas R$ 3 mil?
Se você conseguir seguir essas duas primeiras dicas – gastar menos do que ganha, e começar o mês o mais zerado possível em termos de compras parceladas – você estará num estágio de organização financeira que, infelizmente, ainda é raro na população brasileira: o estágio de fazer sobrar dinheiro no final do mês.
Sim, pois são as sobras do salário que irão repercutir positivamente na construção de seu patrimônio. Não é a Mitsubishi Outlander em sua garagem que irá fazer você ter patrimônio líquido positivo. Não são as viagens de luxo exibidas em redes sociais que farão você se diferenciar do restante da multidão de analfabetos financeiros, que preferem viver no mar da ignorância, a adquirir sabedoria e prosperidade financeiras. Não é muito menos um salário mensal de R$ 20k que, por si só, fará você ter patrimônio líquido.
É a sobra. É o que restar em sua conta, depois de você ter efetuado seus gastos mensais. Concentre-se nelas: nas sobras financeiras. No que restar de dinheiro ao final de um mês, depois de quitadas todas as obrigações financeiras. Não seja apenas um mero consumidor de capital: está na hora de você também se tornar, nas sábias palavras de William Bernstein, um provedor de capital.
A terceira dica, portanto, é essa: concentre-se nas sobras, aplicando sobre elas seus esforços intelectuais mais intensos, para que elas te conduzam ao crescimento mais consistente possível de seu capital financeiro.
Faça de tudo, esforce-se, lute, persevere, para que seus gastos mensais sejam menores do que suas rendas mensais, pois é essa diferença que te garantirá um futuro mais alentador, menos pobre, e mais seguro.
Não se trata de adotar fórmulas mirabolantes para ficar rico. Não. Estamos tratando de algo muito mais simples: de garantir sua segurança financeira. E, para ter segurança, é indispensável você ter patrimônio financeiro.
Por isso, não deposite seu futuro financeiro integralmente nas mãos do Estado, na forma do INSS ou RPPS, ou nas mãos de quem quer que seja. É através do acúmulo de recursos financeiros, ou melhor, é através do acúmulo de ativos financeiros, que você terá condições de construir um patrimônio líquido que lhe dê tranquilidade, paz, segurança e confiança para prosseguir em sua vida.
Se você conseguir fazer sobrar dinheiro no final do mês, você poderá então partir para a etapa derradeira na construção de patrimônio, para muitos, a mais gratificante de todas: a de construir um portfólio inteligente de investimentos, para fazer seu dinheiro crescer.
Sim, pois investir nada mais é do que plantar pés de dinheiro, cujos frutos, na forma de juros, aluguéis, dividendos ou retiradas periódicas, podem ser destacados para consumo, quando sua capacidade de gerar renda através do trabalho ficar comprometida por problemas de saúde ou por dificuldades de recolocação no mercado de trabalho.
Conclusão
Quando você se defrontar com a possibilidade de ter um aumento de renda, você terá duas opções. Uma, a de seguir a maioria, ou seja, a de aumentar o padrão de gastos, viver uma vida de mais aparências, mais status, e menos dinheiro sobrando no futuro.
A outra é mais difícil: manter o padrão de gastos estável, ter um rígido controle das compras parceladas (que sempre comprometerão seu fluxo futuro de caixa), não seguir a maioria, e investir a diferença de forma inteligente, em aplicações financeiras que façam seu dinheiro crescer cada vez mais. É mais difícil porque somente uma minoria faz, e psicologicamente é angustiante, à primeira vista, agir em desacordo com a maioria das pessoas.
Porém, é um caminho que traz melhores resultados, pois é o que conduz à constituição de um patrimônio líquido mais parrudo e mais fortificado, que será, ao longo dos anos, um excelente ponto de apoio para os inevitáveis reveses que a vida nos impõe (função de proteção), ou uma excelente ferramenta para a conquista de sonhos que dependem de dinheiro para serem concretizados (função de realização). 😉
Ótimo artigo. Mas qual seria a indicação de referência do crescimento do patrimônio? O Patrimônio deve crescer quantos % ao ano? Certa vez li: O que realmente importa é o crescimento do patrimônio e não do rendimento da carteira! O que acham?
Leonardo, no começo o crescimento do patrimônio vai depender mais dos aportes do que da rentabilidade dos investimentos. No longo prazo vai ser o contrário, depender cada vez mais da rentabilidade (real) dos investimentos, pois um aporte vai ser pouco, percentualmente, do total investido.
Assim, acho perigoso estabelecer uma meta alta de referência, pois no começo resolverá isso com aportes maiores, com o tempo não será possível e precisará aumentar a rentabilidade dos investimentos, o que significa que precisará perder liquidez e/ou correr mais riscos.
A referência ideal vai depender do seu perfil, quando pode aportar e quanto pode abrir mão de liquidez e segurança.
Concordo com o LI.
Tanto crescimento do patrimônio quanto rentabilidade da carteira são pilares essenciais na manutenção de uma boa carteira de investimentos.
Contudo, na fase inicial da construção da riqueza, o peso dos aportes será mais decisivo, de modo que se torna vital fazer sobrar o máximo de dinheiro possível quando se é jovem e não se tem tantas obrigações financeiras.
Porém, a velocidade de crescimento da massa patrimonial depende de outros “n” fatores, principalmente da consistência com que essa velocidade se sustenta.
Por isso, estudar investimentos passa a ser uma peça decisiva.
O ideal é você estabelecer metas factíveis com sua capacidade de gerar renda, com taxas de crescimento do patrimônio que não discrepem muito da “realidade” (p.ex., ancorar a taxa de rentabilidade a um percentual do CDI pode fazer sentido, a exemplo de alguns fundos multimercado, que têm como alvo uma rentabilidade de CDI + 1% a.a. ou CDI + 4% a.a. e assim por diante).
Evidente que não uma resposta padrão. Esses números devem estar em linha com seus objetivos.
Então, considere:
Aporte
Tempo
Rentabilidade
PL (marcado a mercado)
Cada um desses tem sua importância na construção do resultado. E os mesmos possuem uma maior ou menor influência a depender do “stack financeiro”.
Não vou alongar, mais seria interessante você estudar um pouco sobre SWR ou TSR, se pretende viver da renda proveniente de seus investimentos financeiros.
Fui!
Interessante! Já foi publicado aqui esse assunto? Abç!
Como vc sabe a economia é cíclica. O que tá bom hoje pode estar ruim ano que vem. O diferencial é o aporte mensal. Disciplina. Todo santo mês. Aí vc divide em 2: renda fixa e renda variável, de acordo com seu perfil.
Excelente matéria, acredito que levar uma vida frugal seja inerente da formação de patrimônio, ou até mesmo depois de alcançar a independência financeira, pois isso irá surtir efeito em todas áreas da vida.
Olá, Enriquecendo, concordo plenamente com você.
A frugalidade foi, é e sempre será a pedra angular da construção da riqueza dos verdadeiros milionários.
ARTIGO MUITO BOM
PARABÉNS
ADORO LER AS MATÉRIAS, TODA SEGUNDA-FEIRA … DA FORCA PARA A SEMANA “
Grato pelas palavras, Alexssandra!
Cuidado com o Efeito Diderot….
excelente post Guilherme! E realmente um “mito de que ter salário alto é sinônimo de ter patrimônio líquido alto” Perfeito!
Valeu, II!
Pois é, Guilherme! Sempre bom reforçar esses pontos!
Eu tenho como compartilhar exemplos da minha vida para ratificar tudo que você escreveu. Em 1998 eu entrei em uma empresa como trainee, junto com 15 pessoas. E muitas delas se juntaram a outras nos anos seguintes, e ficamos trabalhando na mesma área por anos (a empresa tinha 13 plantas e o “nosso time” de engenheiros chegou a ser bem grande. Até hoje, mesmo com muitos terem saído da empresa e procurados novos empregos, ou novas formas de negócio, temos um bom contato.
Antes todos nós tínhamos salário bem semelhantes. Mas cada um vivia de uma forma. Enquanto alguns economizavam uma boa parcela, outros viviam uma vida de gastos e esplendor. Quando as redes sociais chegaram então, era uma oportunidade para mostrar como “estavam indo bem na vida”.
É claro que temos vários tons de cinza entre todos nós, mas é fato que hoje, temos colegas que ganham salários excelentes (acima de 30mil na iniciativa privada) e outros ganham bem menos, simplesmente pelo fato que decidiram desacelerar e aproveitar mais a vida.
E se eu perguntar quem está vivendo melhor, sei que você acertará: foram as pessoas anteriormente mais frugais, que tiveram a oportunidade de desacelerar. Quem hoje ainda está na corrida de ratos, precisa do salário altíssimo para sustentar um padrão de vida familiar fora do contexto. E com isso, continua escravo do tempo… Triste, né?
Abraço e boa semana!
Olá, André, excelente depoimento!
Impressionante o efeito positivo de levar uma vida abaixo de seus rendimentos, ou seja, uma vida, digamos assim, superavitária.
É inegável que isso deixa a vida mais leve, e guiada por outros fatores além da ostentação e manutenção de um padrão de vida super caro.
As escolhas lá do passado acabam se refletindo e se projetando sobre o futuro. Tudo é uma questão que começa na mente.
Abraços!
Ótimo post, Guilherme!
Perfeita a frase do André: “E com isso, continuam escravos do tempo…”.
Defino a vida em três pilares: saúde, finanças e tempo. Para viver bem você precisa de estar em equilíbrio com esses três pilares. Os três são ativos importantíssimos, talvez com o mesmo peso. O erro da “manada” está em somente pensar no financeiro e esquecer dos outros dois.
Uma hora a conta chega…
Olá, Enriquecendo, obrigado!
Gostei da forma como você define a vida. Esses 3 pilares são essenciais mesmo, e a absoluta maioria negligencia um, dois ou todos ao mesmo tempo.
Abraços!
Excelente post para começarmos bem nossa semana! Obrigada, Guilherme! Você e os demais leitores do blog que deixam comentários de grande valia nos fazem refletir a respeito do que estamos fazendo com o nosso dinheiro, com o nosso patrimônio…. parabéns!
Grato pelas palavras, Isabela!
Excelente post. Difícil eu ler um artigo e concordar com ele na íntegra. Este é um exemplo das raras exceções. Parabéns pelo conteúdo de alto valor disponibilizado para os amigos da finansfera. Você consegue transformar o assunto em uma leitura agradável e objetiva. Difícil atingir esta mescla e você faz com maestria. Abraço!
Muito obrigado, TR!
A recíproca também é verdadeira: seu blog tem um conteúdo de altíssima qualidade, que nos faz refletir sobre diversos pontos da vida atual. Um verdadeiro bálsamo de conhecimento, para evoluirmos em nossos pensamentos e ações!
Forte abraço!
Guilherme,
Seu post ficou muito adequado, ainda mais nessa época do ano em que o apelo ao consumo aumenta bastante.
Os comentários aqui, como sempre, tendem a enriquecer ainda mais o tema.
Um aumento de salário não significa que o estilo de vida deva seguir o mesmo ritmo – o exemplo do André ilustra bem essa questão.
As escolhas que fizermos hoje invariavelmente impactarão em nosso futuro – de forma positiva ou negativa.
Boa semana!
Oi Rosana, obrigado!
Verdade, os exemplos e casos da vida real, como os ilustrados pelo André, estão aí para confirmar a “veracidade” da assertiva do post.
Como sempre, é preciso agir com uma postura de indiferença e independência em relação ao que a manada faz, tendo a certeza de que as escolhas próprias conduzirão a uma vida mais bem equilibrada no futuro.
Boa semana também!
Guilherme,
tenho a impressão que você reflete e não apenas compartilha conhecimento financeiro.
abs!
Obrigado, Márcia!
Abraços!
Olá pessoal
Trago meu exemplo também: há poucos meses fui promovida no meu trabalho. A nova função trouxe um aumento de cerca de 30% no salário. Meu estilo de vida não se modificou (apenas o tamanho dos aportes). Com os aportes maiores, veio uma tranquilidade muito maior, pois sei que meu futuro está cada vez mais garantido. Mesmo que em algum momento não disponha do mesmo salário e os aportes não sejam mais o mesmo, já terei construído um bom patrimônio de modo a não precisar me preocupar.
Um dos resultados do meu estilo simples é que nas férias de janeiro me darei de presente uma viagem para fazer curso de inglês no Canadá, um sonho de muitos anos. Tenho um orgulho enorme de dizer: passagens, curso, acomodação e dólares pagos A VISTA.
Por outro lado vejo colegas que também possuem um salário bom, se perdendo na corrida dos ratos: trocando de carro, fazendo compras a prazo, trocando de casa, inflando seu estilo de vida e no final do mês enfrentando dificuldades para pagar a fatura do cartão de crédito quando o salário atrasa alguns dias (o que considero inadmissível para alguém com nossa renda). O dia que saírem daqui o “legado” como costumo dizer terá sido muito pobre.
Excelente depoimento e exemplo, Adriana!
E parabéns pelo presente que se deu! Não há coisa melhor do que ir para uma viagem tendo quitado 100% dessa mesma viagem. Essa é uma prova eloquente do poder da inteligência financeira aplicada concretamente.
Abraços!
Ótimo artigo.
Veio no momento certo!!!
No meu caso, utilizo o conceito de pague-se 1º.
Minhas reservas financeiras (+-25% renda líquida) são vislumbradas como se fossem uma “compra parcelada”. Já comprometem minha renda futura, o que sobra é utilizado para pagamento de terceiros.
É muito difícil o caminho mas, como li em diversos artigos seus e de outros educadores, a persistência é essencial.
Olá Marcos, excelente iniciativa!
Pagar-se primeiro é uma das regras de ouro das finanças pessoais.
E você disse bem, persistência é um atributo absolutamente essencial para ter sucesso no controle financeiro pessoal.
Abraços!
Excelente post, só pra variar um pouquinho! 🙂
Tenho adotado, há anos, a divisão da renda em percentuais. Então, se uso digamos 50% da renda liquida para viver, quando vem um aumento de receita procuro me adequar de forma a continuar usando 50%, talvez um pouco menos, deixando uma folga para a inflação futura. Então o estilo de vida até melhora sim, com o aumento da renda. Mas os aportes tbem aumentam, na mesma proporção.
Acho que a maioria das pessoas descuida das despesas inevitáveis, essas das quais não podemos fugir. Essas despesas tem que ser mantidas tão baixas quanto possivel. No meu modo de ver, não há problema em usar uma parte de um PLR, por exemplo, para custear uma viagem, ou qquer outro sonho de consumo. Será uma despesa única, consumirá parte daquele dinheiro que a pessoa JÁ recebeu, e pronto. Bem mais complicado é fazer up-grade no pacote de TV a cabo, ou comprar um carro mais caro, ou acertar para que a diarista quinzenal venha toda semana, enfim se comprometer com despesas que elevam o custo fixo da pessoa mes após mes, ano após ano.
Excelente depoimento, Vania!
A divisão da renda em percentuais estabelece métricas objetivas para o uso consciente do dinheiro, conferindo a necessária racionalidade para o planejamento do orçamento doméstico.
Também concordo sobre a possibilidade de usar parte de receitas extraordinárias para bancar gastos eventuais. O que não dá, como você bem exemplificou, é usar receitas não recorrentes para bancar e criar novos gastos recorrentes.