Conversar com o futuro: se tem uma coisa que eu gosto, essa coisa é bater papo com pessoas que “já chegaram lá”, ou seja, pessoas que estão agora desfrutando da vida pós-aposentadoria – e mais, desfrutando dessa vida como fruto de muito trabalho, planejamento, perseverança e disciplina no trato do dinheiro.
Lições clássicas sobre o uso do dinheiro não têm data de validade: são ensinamentos que podemos cultivar uma vida inteira, e que ainda assim serão tão úteis em 2047 quanto são hoje, em 2017.
Por isso, vários dos posts mais legais do blog foram, na verdade, guest posts, escritos por pessoas que já avançaram na casa das sete décadas de vida, ou mesmo já estão vivendo – e muito bem, obrigado – a oitava década de vida, como o Vitório e a Bárbara.
Pois, no artigo de hoje, mais uma vez o blog Valores Reais tem o orgulho de trazer mais uma inspiradora história de outro leitor que venceu na vida e que, apesar disso, continua se educando financeiramente, sendo leitor assíduo do blog.
Trata-se da exemplar história construída pelo Henrique, que, após várias décadas de muito trabalho e disciplina financeira, conseguiu alcançar a tão sonhada aposentadoria financeira. E o que é melhor e mais inspirador: sem depender exclusivamente da aposentadoria do INSS.
Porém, mesmo agora, tendo deixado de trabalhar, ele continua se educando financeiramente, dizendo que é um leitor habitual do site já há vários anos – para o orgulho do autor desse blog (aham).
É curioso notar isso: educação financeira não é uma coisa que você aprende hoje, usa hoje, e, depois, descarta, joga fora, e interrompe o uso quando atinge a estabilidade financeira. Não!
Praticar a educação financeira tem serventia durante toda uma vida. É como escovar os dentes, almoçar, jantar, e fazer exercícios físicos: é uma coisa que você deve levar para o resto de sua vida, como se fosse um hábito.
No final do post, o Henrique nos conta sobre um problema que o está o deixando em dúvida, relativo à compra de um imóvel, se ele deve ou não fazer isso, tendo em vista as alternativas disponíveis. Você poderá dar sua opinião no final. Vamos lá!?
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1. Trabalhe, poupe, tenha controle dos gastos, e invista em sua área de competências. Não dependa dos outros para construir sua própria aposentadoria. Seja disciplinado.
“Caríssimo,
Tenho lido o blog Valores Reais há alguns anos, como forma de incentivo ao meu procedimento quanto ao uso do dinheiro, embora com muita dificuldade, por crítica de familiares que nunca souberam o que é passar por dificuldade na vida, porque sempre tiveram um pai que estava preparado para ajudar.
O assunto deste texto, sobre o uso de cartão de crédito, me deu maior suporte para saber que estou certo na maneira de controlar esse meio de pagamento.
Este ano completarei 70 anos, e faz dois anos que me afastei de uma empresa de prestação de serviços onde era sócio, em razão de alguns problemas de saúde que, felizmente, consegui superar, tendo tempo para me tratar, já que era uma pessoa que nunca tinha tempo para isso, e só me preocupava em manter a empresa em ordem.
Minha aposentadoria, de quase 20 anos, começou com 7 salários mínimos (aposentei antes do fator previdenciário, pois já tinha tempo suficiente, por ter começado a trabalhar com 14 anos de idade, registrado).
Hoje não chega a nem 3 salários mínimos (R$ 2.640,00). Mas, prevendo tal situação, eu investi parte dos meus ganhos em um imóvel, e também em fundos de investimentos conservadores, pois todas as vezes que tentava outra coisa, eu acabava perdendo dinheiro.
Depois que eu me afastei do trabalho, eu passei a usar o cartão de crédito apenas para compras a prazo, de coisas realmente necessárias, tais como troca de óculos, um notebook, alguns utensílios domésticos que minha esposa fez questão de comprar, e só.
Todas as compras diárias são feitas com cartão de débito. E olha que eu só frequento lugares caros, ou seja: supermercados, farmácia, feiras e postos de gasolina…rsrsrs.
Eu tenho um controle rigoroso de meus gastos e das minhas finanças em geral, em uma planilha em Excel que criei há mais de 15 anos, e que com o tempo fui aperfeiçoando, ao ponto de não escapar nada.
Também controlo minhas aplicações em outra planilha, com anotação diária do percentual líquido de ganho acumulado, comparando os rendimentos em cada banco. Dos valores investidos, eu procuro não tirar mensalmente o valor de ganho relativo à inflação. Aliás, não tiro nem 30% do rendimento, para completar meus gastos mensais.
Eu sei que é difícil, hoje em dia, alguém ter esse tipo de controle, mas, com isso, já não tenho mais críticas de familiares (eu tenho um filho, uma filha, e 5 netos) e ganhei certo respeito, pois quando alguém está com uma dificuldade temporária, sempre tem o “velho” que dá um jeito.
2. Dúvida e um pedido de ajuda: devo comprar um imóvel agora?
Mas, nos últimos 3 meses, eu tenho enfrentado um problema muito sério.
Eu me preparei para uma aposentadoria tranquila, e não para comprar um novo imóvel caro para morar, e isso criou um conflito.
Minha esposa e eu frequentamos, há muitos anos, um templo religioso. O templo ficava próximo de nossa casa, e agora esse templo mudou para um local mais distante, onde só podemos ir de carro ou pegar dois ônibus.
Minha esposa é mais assídua e gosta de ir quase todos os dias. Eu sempre me disponho a levá-la, porém, ela decidiu que quer morar mais próximo, onde possa ir a pé.
Até tenho um terreno num local onde ela pegaria somente um ônibus, e poderia construir uma casa ou um sobrado nesse terreno, que não teria tanta influência nos meus investimentos.
Porém, encontramos um sobrado ao lado do templo, bastante compatível com nossas necessidades, e bem luxuoso, embora muito grande para apenas 2 pessoas.
A proprietária desse sobrado quer mudar para um apartamento pequeno, pois tem enfrentado problemas familiares, e a família dela acumula dívidas do financiamento do sobrado, que precisam ser pagas.
Eu ofereci a permuta do sobrado dela pelo nosso apartamento, que é muito bom, e mais uma importância equivalente à metade em dinheiro, pois pretendo vender o terreno que eu tenho para cobrir 80% dessa importância.
Infelizmente, ela não aceitou, porque não quer morar nesse apartamento, e a única proposta que ela aceita é trocar o sobrado pelo terreno e mais uma quantia (ainda maior) em dinheiro.
Eu não aceitei essa proposta, pois não quero me descapitalizar (o negócio oferecido por ela representaria 40% do meu valor de investimentos). Além disso, com a descapitalização, eu não teria uma renda compatível para viver, e não gosto de ficar sem dinheiro.
Fora tudo isso, destaco que temos uma casa comercial alugada, onde eu tive de baixar o aluguel em mais de 30% para manter o inquilino, e esse valor é dividido com minha mulher, que não ajuda em nada em casa. Ela também tem uma aposentadoria de um salário mínimo.
Bom, voltando ao negócio: a mulher do sobrado continua insistindo no negócio, pois as vendas de imóveis estão paradas em nossa cidade.
E, como se tudo isso não bastasse, minha mulher, naturalmente, continua me cobrando para comprar o imóvel, já que ela nunca sentiu na pele qualquer problema financeiro desde que casou.
Se possível, você poderia me dizer se estou certo em minha decisão em não fazer investimento em imóvel em uma época de tanta crise?
Eu tenho me espelhado em minha ex-sócia, que gastou mais de um milhão de reais reformando a casa há uns cinco anos, e agora os negócios não vão bem, a aposentadoria dela é uma miséria, e está tendo dificuldade para viver, tendo deixado até de pagar o plano de saúde.”
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Valiosos ensinamentos que podemos tirar dessa exemplar história de vida
Eu preferi fazer meus comentários pessoais num texto à parte, e não durante e no meio do guest post, para deixar que a história fluísse de forma mais natural, sem interrupções que pudessem prejudicar a leitura.
Bom, em primeiro lugar, devo parabenizar o Henrique pela história de sucesso ao construir uma aposentadoria privada sem depender do INSS.
Observem que o benefício previdenciário dele não chega, hoje, a 3 salários-mínimos. Você consegue se imaginar vivendo, nos dias de hoje, com uma aposentadoria de R$ 2.500?
Pois é, o Henrique foi previdente o suficiente para desde jovem ir desenvolvendo um plano paralelo e privado de aposentadoria, com investimentos realizados nas áreas de competências dele: imóveis e renda fixa.
Isso nos traz, evidentemente, outra importante lição: só invista no seu círculo de competências, ou seja, nas áreas que você estuda, faz pesquisas e domina. Com o tempo e a experiência acumuladas, é possível ter controle de seus investimentos em domínios nos quais você sabe onde está pisando.
Porém, para investir, é preciso antes ser diligente, ou seja, gastar menos do que ganha, e foi exatamente isso que o Henrique fez ao longo de toda uma vida lidando com finanças: poupando, economizando, e levando uma vida frugal.
Observem que interessante a frase dele logo no início do texto:
“Tenho lido o blog Valores Reais há alguns anos, como forma de incentivo ao meu procedimento quanto ao uso do dinheiro, embora com muita dificuldade, por crítica de familiares que nunca souberam o que é passar por dificuldade na vida, porque sempre tiveram um pai que estava preparado para ajudar.”
É isso mesmo. Quem já passou por dificuldades na vida geralmente dá mais valor ao dinheiro, é mais disciplinado, é mais prudente, é mais frugal… e é mais criticado. Já aconteceu isso com você?
Por outro lado, aquelas pessoas que nunca passaram por dificuldades na vida, ou seja, quem tinha um pai que estava preparado para ajudar, acabam ficando acomodados naquela zona de conforto, e tem uma terrível tendência para gastar mais do que ganha, além, é claro, de criticar aqueles que são mais disciplinados quanto ao uso do dinheiro.
Outro dado que me chamou a atenção nessa história foi o impressionante controle financeiro que ele mantém de seus gastos: sua planilha financeira é personalizada, feita no Excel, já tem mais de 15 anos de uso, e está em constante aperfeiçoamento.
Uma coisa que eu sempre defendi é a importância das pessoas manterem uma planilha de orçamento doméstico, por motivos óbvios relacionados ao controle dos ativos e passivos.
Porém, eu vou mais além, e defendo que a melhor planilha é aquela que você mesmo faz e personaliza, ao longo dos anos, no Excel.
Sei que existem muitos apps e softwares que fazem a gestão do orçamento doméstico de forma mais simplificada, e que são, sem dúvida, de grande valia para muitas famílias e pessoas que querem algo mais simples para o controle de suas finanças.
Porém, se você quiser se aprofundar pra valer em seu orçamento doméstico, nada substitui uma boa planilha personalizada. 😉
Vários colegas blogueiros fazem questão de destacar esse importante aspecto das finanças pessoais, e como isso os tem ajudado a controlar melhor as finanças. Por exemplo, o Valdemar Engroff, autor do blog gaúcho O Bolso da Bombacha, disse que mantém uma planilha de orçamento doméstico desde abril de 2008, ou seja, esse ano, a planilha dele irá completar incríveis 9 anos de vida. Na semana passada, ele publicou um artigo sobre como tem conseguido reduzir os custos fixos e certos, vale a pena dar uma olhada, até pela coincidência com a história do Henrique quanto à criação e manutenção de uma produção própria de hortaliças.
O uÓ também publicou, no Abacus Liquid, um giga post sobre planilha de controle dos gastos, com gráficos e tudo o mais, cujos dados remontam a 2009. É mais um guerreiro que caminha para completar impressionantes 10 anos de planilha de gastos. Uma década. Sensacional.
Bom, voltando ao post, vale a pena destacar o que aconteceu com os personagens da vida real do Henrique que não foram previdentes, ou seja, que não se preocuparam quanto ao futuro financeiro.
Observem o que aconteceu com a ex-sócia dele:
“Eu tenho me espelhado em minha ex-sócia, que gastou mais de um milhão de reais reformando a casa há uns cinco anos, e agora os negócios não vão bem, a aposentadoria dela é uma miséria e está tendo dificuldade para viver, tendo deixado até de pagar o plano de saúde.”
Esse é um mal de muitas pessoas de classe média, que fingem serem ricas, agem como se fossem ricas, gastam tubos de dinheiro como se fossem ricas e milionárias, mas… não são ricas de verdade. Não têm patrimônio líquido positivo. Vivem de aparência. Priorizam o consumo de passivos. Não dão à mínima pro futuro.
A ex-sócia dela preferiu gastar dinheiro com um passivo, reformando o imóvel onde residia. Gastou uma fortuna. Mas só perdeu com isso, pois o patrimônio dela não foi capaz de gerar renda passiva o suficiente para cobrir sequer o plano de saúde, que é algo absolutamente fundamental para quem já está na fase da pós-aposentadoria.
Mas não foi só ela quem se deu mal na vida, ao fazer as escolhas erradas. Observem o que aconteceu com a proprietária do sobrado vizinho ao templo religioso:
A proprietária desse sobrado quer mudar para um apartamento pequeno, pois tem enfrentado problemas familiares, e a família dela acumula dívidas do financiamento do sobrado, que precisam ser pagas.
Mais uma pessoa que se deu mal na vida: acumulou dívidas, em vez de acumular patrimônio.
O problema das dívidas é que elas não te afligem apenas no momento presente, mas principalmente quando chega o futuro, ao ver que você tinha a possibilidade de acumular ativos, mas não os fez.
Sobre a dúvida quanto à compra do imóvel
Eu reafirmou aqui o que havia dito nas conversas que tive com o Henrique antes da publicação desse post: é preciso manter as rédeas firmes, por enquanto, e não fazer um investimento tão vultuoso no imóvel, numa época de tanta crise.
A proposta dele, que a proprietária do sobrado não aceitou (permuta pelo apartamento + uma quantia em dinheiro), seria a melhor, mas, como ela não aceitou, também acho que a contraproposta dela (permuta com o terreno + uma quantia em dinheiro, maior que a quantia em dinheiro que seria dada na permuta com o atual apartamento) é desvantajosa, justamente pela grande descapitalização que ele teria.
Talvez haja ou surja, nos próximos meses ou anos, uma oportunidade de compra de outro imóvel próximo ao templo religioso, de modo a satisfazer os anseios da mulher dele. Isso porque o mercado de imóveis, na minha opinião, ainda está um tanto quanto sobrevalorizado, e a crise vai demorar para passar. Nesse meio tempo, é bem provável que outros proprietários de imóveis na região do templo queiram se desfazer das propriedades, abrindo espaço para uma oportunidade de ocasião.
Portanto, é preciso, ao menos na minha visão, ter mais um pouco de paciência, e não fazer as coisas com pressa, pois o ônus do tempo deve recair justamente sobre a parte que tem mais pressa na negociação, que é a proprietária do imóvel (atolada em dívidas).
Nesse sentido, como meio termo aceitável, temos a alternativa de construção de casa ou sobrado no terreno que o Henrique já possui, que fica mais perto do templo do que o atual apartamento em que eles moram (precisariam pegar apenas um ônibus, em vez dos atuais dois ônibus).
Além disso, como me disse o Henrique depois, o terreno está situado em um local com uma visão muito bonita da cidade, e com as vantagens de ter um jardim e quintal grandes, coisas que o sobrado da proprietária atual não tem, terreno esse onde ele poderia plantar hortaliças, coisa que já faz no apartamento atual (olha a coincidência com a história do Valdemar).
Além disso, deve-se ressaltar o fato de o sobrado dela ser muito grande para apenas duas pessoas, enquanto o Henrique poderia construir uma casa ou sobrado menor, mas na medida certa para um casal.
E tudo isso fora a possibilidade de alugá-lo posteriormente, caso a opção pela moradia fique afastada mais tarde, o que, no final das contas, geraria mais uma fonte extra de renda passiva entrando na conta.
Conclusão
Como eu já disse em outras ocasiões, uma das minhas atividades prediletas é conversar com o futuro que eu anseio.
Melhor ainda é saber que as atitudes constantemente expostas aqui no blog são, de fato, essenciais para construir um futuro ainda melhor que o presente.
Parabenizo o Henrique por mais esse fantástico exemplo de vida, nos ensinando que valores como disciplina, controle, paciência, estudo, trabalho e frugalidade são essenciais para ter uma vida pós-aposentadoria tranquila.
Talvez a principal lição da história de vida dele seja essa: não dependa exclusivamente da aposentadoria pública (INSS/RPPS), pois o valor dela tende a ficar cada vez mais minguado com o decorrer do tempo.
E isso vale não apenas para quem contribui para o INSS: servidores públicos devem se preocupar mais ainda, uma vez que a Reforma da Previdência que vem por aí extinguirá a integralidade e a paridade:
“A integralidade determina que o servidor, ao se aposentar, tenha a remuneração equivalente a de quando ocupava cargo efetivo. Já a paridade significa que esse aposentado tem os mesmos reajustes dos trabalhadores que estão na ativa”.
Mesmo quem ingressou em cargo público antes de 31 de dezembro de 2003 vai perder a integralidade, se não se aposentar pela regra de transição, conforme quer o Governo Federal (e ainda deve ter mais de 50 anos, ou seja, se você ingressou no serviço público antes de 31.12.2003 e não tiver 50 anos de idade na data da promulgação da Emenda, não terá direito à integralidade dos proventos quando se aposentar, já que você não poderá se aposentar pela regra de transição. Muitos amigos meus, nascidos na década de 80, se gabavam de que, por terem ingressado no serviço público muito jovens, antes de 2003, iriam receber a aposentadoria integral, quando se aposentassem. Por conta disso, levavam – e ainda levam – uma vida completamente irresponsável, com gastos sempre no limite dos ganhos, empréstimos consignados no limite da margem consignável dos 30%, e sem preocupações – e nem provisões – quanto ao futuro, afinal, “a aposentadoria será integral”. Pois é. Quando a Reforma for promulgada, dançarão todos).
Se você for servidor público, é bom colocar suas barbas de molho, ou melhor, ir se precavendo desde já, como sabiamente fez o Henrique, e construindo e abastecendo um plano paralelo de aposentadoria privada.
Sabe quem o Henrique me lembra? O Vitório. Sim, ele mesmo.
Na deliciosa conversa que tive com esse jovem de oitenta e vai lá anos de vida, destaco o seguinte trecho:
Vitório foi uma pessoa muito preocupada com sua aposentadoria: além de contribuir para o INSS, pagava também a contribuição para o plano de previdência de sua empresa. O resultado é que ele agora desfruta do dinheiro acumulado de duas aposentadorias: a aposentadoria dos cofres do INSS, da qual ele disse que recebia cerca de R$ 2,4 mil líquidos; e a aposentadoria do fundo de pensão. Ele me disse que certamente não conseguiria ter o padrão de vida que tem hoje se não tivesse feito o planejamento para ter uma segunda aposentadoria, e aqui reside a mensagem mais importantes do artigo de hoje: faça seu próprio plano de aposentadoria financeira.
Não fique dependendo de fatores externos, como o governo, ou os filhos, para bancar seu padrão de vida no futuro. Não gaste hoje como se não houvesse amanhã.
Trabalhe e economize, investindo bem o dinheiro que sobrar. Aja com espírito de formiga, sim, aquela que saiu de uma fábula. Quanto mais independência financeira você conquistar, melhor será a sua qualidade de vida no futuro.
Vejam que coincidência: ambos recebem não mais que R$ 2,5 mil do INSS, e ambos construíram um patrimônio financeiro que lhes permite ter um padrão de vida (bem) acima desse mesmo montante. E você, está esperando o quê para começar a ser mais diligente quanto ao gasto do dinheiro? Vai agir até quando que nem uma ameba tonta, gastando rios de dinheiro em status, ostentação, e coisas supérfluas que em nada acrescentarão à sua vida? Afinal, você vive para impressionar os outros, ou vive para você mesmo?
Agora, a dúvida quanto à compra do imóvel é pertinente, afinal de contas, não sei se vale a pena sacrificar grande parte das economias poupadas ao longo de décadas de vida, para comprar o imóvel luxuoso que ele encontrou.
Eu já dei minha opinião a respeito do tema. E você, que sugestões daria ao Henrique em relação ao problema do imóvel?
A meu ver, ele está certíssimo em se manter firme na decisão de não se afobar na compra do imóvel. Que alternativas você sugeriria para ele?
Bom, a pergunta do imóvel nem precisa ser respondida, né? Fica claro que a opinião já está formada e só precisa de confirmação, e felizmente a opinião está certa.
A compra de um imóvel no Brasil hoje, com um desconto menor que uns 50% do valor pedido (pra ser conservador), deveria vir acompanhado de um laudo de incapacidade mental. É caso de internar no hospício mesmo.
Por uma série de motivos, não vou justificar esta afirmação — caso haja dúvidas, procure por “bolha imobiliária brasil” no Google (sugiro o primeiro site que aparece na busca).
Vou me furtar de emitir minha opinião sobre esta possibilidade de mudança por motivo fútil — digamos que minha pressão sanguínea subiu perigosamente só de ler essa história.
Para tornar esse post ligeiramente construtivo, vou dar uma sugestão que, de início, possa fazer você pensar que estou louco, mas analisando com cuidado, verá que é o melhor que você pode fazer.
Dado que é de praxe você pagar apenas 0,2% do valor de venda de um imóvel em aluguel, enquanto que este mesmo dinheiro rende facilmente 0,5% acima da inflação em um investimento seguro (como o Tesouro Direto IPCA), o que você realmente deveria fazer é vender o seu imóvel atual e passar para o aluguel (pode até ser perto do tal templo, tanto faz). Isso será um pouco difícil de concretizar porque o mercado imobiliário está completamente parado, mas não custa nada você anunciar o seu imóvel para venda, e caso surja uma boa oferta — somente neste caso — concretize a venda. Esta estratégia consiste em nada mais é do que vender na alta (da compra/venda de imóveis) e comprar na baixa (dos alugueis).
A reação natural de muitas pessoas é pensar que você está trocando a posse de um bem por uma dívida mensal, mas o patrimônio líquido que você terá no banco paga esta suposta dívida mensal e ainda sobra para engordar o bolo ainda mais, enquanto que um imóvel é um passivo que se desvalorizará por muitos e muitos e muitos anos, além de sofrer depreciação, não ter liquidez, e caso se converta num investimento, terá péssimo retorno.
Indicar vender imovel pra comprar renda fixa ou variavel, com todo respeito amigo, esta sua dica é a mesma que a Infomoney diz, e o resultado disso ja sabemos.
Patrimonio se acumula, ter pelo menos um imovel é algo que protege o patrimonio, bastando manter o imovel e redirecionar os aportes para outras modalidades, diversificando.
Com todo respeito a sua opiniao, mas acho ela incorreta (meu ponto de vista).
Blog Viver de Construcao
Abraco
Eu ficaria como está a situação, levando a esposa de carro ao templo. Se fosse para ficar perto do templo, construiria uma casa térrea – nada de sobrado, idosos não se dão bem com escada, experiência própria – modesta mas confortável, faria a tal hortinha. O tal sobrado da senhora, nem por oferta boa, pelo fato de ter escada, dois andares. Construiria a nova casa na medida do possível, por módulos, 1 quarto, uma sala, sem comprometer a renda e sem fricotes, pois já dizia meu avô, o problema da obra “são os entusiasmos” , acabamento digno, afinal vão morar, mas sem luxos. E muita conversa co ma esposa, inclusive, pegando parte do dinheiro dela para um acabamento mais caro, para ela sentir. Afinal, quem nunca trabalhou não sabe o quanto dói. Resumo: construir no ritmo das possibilidades financeiras. Tenho uma casa linda, modesta, o lindo fica por conta do jardim, da cor da pintura das paredes, dos quadros, essas coisas que dão personalidade à casa. Comprometer a renda jamais. E quando se mudarem podem alugar o apartamento e ter uma renda extra. Só mudar quando a casa estiver habitável. E nada de muitos quartos um pra cada filho! Jamais churrasqueira ou piscina, parentes se aproveitam e passam o fim de semana na casa tirando o seu sossego. Já aconteceu com amigos que compram casa e vivem numa casa mínima alugada porque os parentes se adonaram da casa deles porque tinha piscina e churrasqueira. Horta e jardim! Finalmente, o argumento para a esposa é: farei a sua vontade, mas na medida do possível, sem comprometer nossa renda”
A melhor opçao seria ele tentar alugar uma casa próxima ao templo, e tentar alugar a dele ou mesmo vender.
Como ele gasta bem menos do que recebe de dividendos, mesmo não alugando a casa onde ele mora seria muito mais viável gastar mais um pouquinho e alugar próximo ao templo.
Guilherme,
Admirável disciplina do Henrique em conseguir manter o controle de gastos e investimentos há mais de 15 anos, de forma simples, no Excel. Um exemplo a ser seguido.
Eu comecei a minha no ano passado, e assim como ele, estou aperfeiçoando-a.
Gostei da visão da esposa dele em morar mais perto do templo que frequentam. Mais qualidade de vida, menos custos.
Mas nesse caso específico, penso como você em relação ao terreno. Os preços dos imóveis ainda estão muito altos, irreais, então, somente com uma negociação muito boa para efetivar a compra.
Além disso, uma visão bonita da cidade em um terreno grande como o que ele já possui são coisas cada vez mais raras hoje em dia, algo que não deveria ser desperdiçado.
Infelizmente a sócia dele reflete muito da sociedade brasileira: vivem um padrão de vida que não corresponde mais aos seus ganhos mensais, o que vira uma bola de neve incontrolável com o passar dos anos.
Em relação a produção doméstica de hortaliças, sem dúvida é uma excelente ideia. Cito pelo menos 3 motivos:
1) menor consumo de agrotóxicos;
2) bem estar ao estar em contato direto com a terra e com a natureza;
3) menor gasto mensal com esses produtos.
Mesmo que o espaço seja pequeno, com algumas jardineiras pequenas, garrafas pet ou canos, dá para plantar muitas variedades. Basta usar a criatividade, há muitos exemplos na internet.
Boa semana!
Excelentes observações, Rosana!
O preço dos imóveis no Brasil continua muito inflacionado. Melhor é explorar as alternativas.
Gostei das vantagens enumeradas por você, em relação à produção doméstica de hortaliças!
Abç!
Acho interessante a ideia de vender o imóvel e alugar um próximo ao templo. Outra questão é a possibilidade de uma nova mudança do templo, já imaginaram?
Concordo com o Fabiano.
Também tinha pensado nisso. Você compra um imóvel perto do templo e tal, e ai ele se muda para onde estava antes ou mesmo para mais longe. É bom levar em conta esta variável.
Guilherme, mais uma história para a gente aprender cada vez mais! Parabéns pela oportunidade dada para tais compartilhamentos!
É gratificante perceber o que alcançamos em todos esses anos, ainda mais sob uma perspectiva histórica. Você disse das planilhas… E se eu contar a vc que tenho tudo catalogado desde 1997 quando comecei a usar o Microsoft Money no mesmo ano? E se eu disse a vc que continuo usando o Money (agora 99 rsrs) até hoje, mesmo passando pelos inúmeros obstáculos para fazê-lo funcionar em todas gerações de Windows que vieram desde então rsrs?
Fiz minha primeira planilha em Excel em 2001, e comecei a transportar os dados anuais do Money desde então. Tenho um histórico legal de se ver, de evolução de patrimônio, categoria de despesas, enfim… tudo que vc possa imaginar…
Mas deixa agora eu falar como Henrique…
Henrique, admiro muito mesmo sua forma de pensar. Tantas pessoas em sua idade já praticamente desistiram de algum planejamento de vida. E você dá um exemplo, mostrando que viver bem a vida depende da forma como a encaramos. E que sua qualidade está diretamente relacionada com esses pensamentos, claros e serenos. Seu texto, apesar de estar em um momento de decisão, exala paz. E é isso que desejo para mim, qualquer seja a idade em que eu me encontrar.
Parabéns!
Sobre sua dúvida, reforço o que foi comentado aqui: alugue. Eu escrevi um artigo que, além do motivo financeiro (que você pode corroborar pelo seu comentário de locador), o aluguel traz paz a você. Leia nesse link se desejar:
http://www.viagemlenta.com/2016/09/alugar-ou-comprar-um-imovel-minha-experiencia-opiniao-e-bobagens-diversas.html
Abraço a todos!
Excelentes comentários, André!
Achei incrível sua disciplina quanto ao uso do Money e do Excel!
Ferramentas de controle financeiro contam bastante de nossa história através dos anos também, muito legal ver esse “lado” delas!
Abç!
Antes de mais nada, parabéns ao Henrique pela determinação de manter o controle financeiro por tanto tempo. Também tenho uma planilha de orçamento e outra de investimentos que mantenho desde 2000 e ao longo do tempo ela foi aprimorada inúmeras vezes. Sei que não é fácil manter a disciplina. E a visão do leitor de que o INSS não seria suficiente é bastante incomum para a geração dele. O cara é realmente diferenciado.
Em relação a questão central do post, o imóvel. Uma decisão que pode botar a perder todo o trabalho de anos. Ao mesmo tempo vocês merecem desfrutar da condição que construíram e se morar perto do templo é importante, corram atrás de mais este objetivo (sem descartar o risco do templo mudar novamente de local).
Minha sugestão seria alugar o imóvel onde vivem hoje e alugar um imóvel próximo ao templo. Assim, vcs ganham mobilidade e uma nova mudança no futuro não seria tao problemática, seja por qualquer motivo (nova mudança do templo, ou outros motivos que os façam querer se mudar).
Problema dessa proposta: vcs pagariam IR sobre o valor do aluguel que receberão do imóvel alugado e o aluguel que pagarão não pode ser descontado. Solução: vender o imóvel ao invés de alugá-lo. Financeiramente vale muito a pena. O problema é que vcs estariam sempre dependendo de proprietários… Pode se tornar um problema ter que se mudar sempre que um proprietário solicitar o imóvel de volta.
Solução 3. Vender o apartamento e com parte do dinheiro construir um sobrado no terreno que possui. Financeiramente é uma boa opção. Se atender aos requisitos da proximidade do templo, parece ser a melhor escolha.
Abraços e boa sorte na decisão!!
Como muitos falaram, acredito que alugar seja uma opção a ser avaliada. Mas diminuir a renda passiva jamais. A não ser em caso de extrema necessidade como doença.
Esta questão de preservar a renda passiva adquirida é algo que muito me aflige, aliás, é o que mais me preocupa no futuro se penando em termos de doença na família.
Por que falo isto? Na família da minha esposa ninguém guarda dinheiro, ninguém tem reserva, e poucos tem plano de saúde. E quando tem planos são aqueles básicos.
Na minha família as pessoas são mais controladas, mas tb vejo pouca gente guardando dinheiro. Fico pensando, caso apareça uma doença muito grave, que exija por exemplo a realização de uma cirurgia de 200 mil reais. Que vai arcar com isto? Com certeza quem guardou dinheiro como eu. “Mas é para minha aposentadoria” “Ah, vc vai deixar seu parente morrer sendo que pode pagar a cirurgia?”
Enfim, muitas você pode fazer tudo certinho mas o que lhe rodeia não vai colaborar, você será penalizado.
Abraço!
Bem complicado isso. Eu tenho a seguinte postura: pago meu plano de saúde, o de minha esposa e de minha mãe.
Se algum parente meu ficar doente eu ajudo no limite de minha capacidade, sem que isso possa prejudicar minha vida.
Uma colega de trabalho precisou fazer um procedimento que o plano dela não cobria, custou 8 mil reais. Ela tinha câncer de tireoide. Nos mobilizamos no trabalho e contribuímos para que ela pudesse realizar o procedimento.
Se um parente meu ficasse doente, eu tentaria fazer o mesmo, todo mundo ajudar na medida de suas condições e fazer o que fosse possível por que o impossível só Deus (Se é que ele existe) pode fazer.
Quanto a dúvida do Henrique se compra ou não o imóvel, bom essa uma decisão pessoal. Mas eu no lugar dele preferiria pegar o montante que ele usaria na compra do imóvel e formar uma carteira diversificada com bons fundos imobiliários. Uns 15 a 20 bons fundos imobiliários. A renda dos fundos seriam suficiente para que ele pagasse aluguel e é capaz de ainda sobrar dinheiro para ele realizar umas 2 ou 3 viagens por ano, que é o que eu quero fazer quando estiver aposentado.
O problema de Henrique é o mesmo de quase todos que pratica a educação financeira: a pouca colaboração dos familiares. Para a grande maioria, desejo vira necessidade. Esta história serve para reforçar que estamos no caminho certo. Digo “estamos” porque quem não pratica a educação financeira não chegou nem ao segundo parágrafo. Quanto a compra do imóvel, pelo tempo em que ele pratica a educação financeira, tenho certeza que ele fará o melhor.
Eu discordo parcialmente da opinião da maioria aqui pelo seguinte motivo:
O Sr do texto já tem quase 70 anos e eu pergunto, nesta idade, o quanto vale sacrificar seu conforto e satisfação pessoal para ter dinheiro guardado?
Porque embora ele e todos que comentaram aqui estão certíssimos a respeito da visão econômica sobre adquirir um imóvel, fica a pergunta, isso é tudo que importa? Melhor, isso é tudo o que importa mesmo nessa idade?
Se este templo é importante o suficiente para o Sr e sua esposa, eu acho que se sacrificarem tanto apenas para poupar um dinheiro que eles já pouparam durante a vida não faz muito sentido.
Mas tudo é uma questão de fazer as contas, porque se ele descapitalizar 40% de seus investimentos, isso provavelmente irá significar que a retirada mensal não será mais 30% dos juros, talvez passe para 80%. Mas, isso é realmente tão ruim assim? Este dinheiro no máximo ficaria desvalorizado e um dia, talvez daqui 5 ou 10 anos essa aplicação comece a diminuir com o aumento dos gastos, mas, repito, isso realmente importa tanto assim?
Se a expectativa de vida do Sr seria mais 20 anos (mesmo que a gente coloque 30 anos) ele ainda teria bastante dinheiro nessa aplicação e nesta hora eu não acho que devemos pensar em deixar todo esse dinheiro aos filhos e netos pois quem juntou e se esforçou para ter esse dinheiro é quem merece usufruir destes benefícios.
Bom, fica minha opinião um pouco diferente a dos demais pois resolvi não levar apenas o lado econômico em consideração. Mas eu também já falaram coisas interessante aqui nos comentários como vender o imóvel atual e usar os juros desta venda para pagar o aluguel de um outro na localidade que ele quer ou até mesmo alugar o imóvel atual para pagar o aluguel do novo.
Como um dos que colocaram a opinião sobre alugar, permita-me colocar o meu ponto de vista:
Sendo o imóvel dele ou alugado, ele mora lá do mesmo jeito. Não vai faltar um teto sobre a cabeça dele. Resolvida essa necessidade mais urgente (porque de fato, nenhum ser humano, com ou sem dinheiro, merece passar pela indignidade de não ter um teto sobre a sua cabeça), aí passam-se para outras considerações, onde os dois grandes fatores a se pesar são a parte da razão (financeira) e a parte da emoção. Infelizmente, na cabeça do brasileiro, a parte da emoção pesa muito, aquela velha ideia de “sair do aluguel”, “pagar pelo que é meu”, etc.
A verdade é que isso é um resquício do nosso passado não muito distante, de dinheiro que virava pó via inflação, confisco, etc. Posso estar me iludindo, mas acredito que o Brasil já passou dessa época. Adquirir a confiança do mercado foi algo que veio a muito custo (sugiro a leitura do livro “3000 dias no bunker”, sobre o plano Real, para conhecer os bastidores dessa época), e nem mesmo governos do PT seriam loucos a ponto de jogar isso abaixo propositalmente — alguém lembra da “Carta ao Povo Brasileiro” na época da primeira eleição do Lula? Há o risco de um desarranjo fiscal tão grande que leve ao calote, mas quero crer que evitaremos essa situação. Enfim, se você tiver um mínimo de confiança na nossa moeda, não há mais motivo para privilegiar “ativos” físicos no lugar de ativos financeiros.
Enfim, quando a análise é feita friamente, pelo menos na conjuntura atual, reforço minha posição inicial de que comprar um imóvel é assinar o atestado de insanidade. O momento hoje é de desfazer posições em ativos físicos (nem que seja parcialmente, isto é, indo de um imóvel maior e mais caro para outro menor e mais barato), e não de montá-las, pois você irá pagar um preço caro. Levando este raciocínio ao extremo da análise econômica, o melhor é sim vender o imóvel e entrar no aluguel. Mas como alternativa, pode-se vender o imóvel e comprar um mais barato, para ter um pouco menos de prejuízo. E deve-se sempre lembrar que a cada transação imobiliária, existem custos de transação que correspondem a dinheiro jogado no lixo: ITBI, taxas do corretor/imobiliária, custos de mudança, reforma, e a própria diferença entre o valor que você consegue comprar e vender um ativo tão pouco líquido como é o caso de um imóvel.
Quanto à expectativa de vida, deixar dinheiro para filhos/netos, etc., vejo que isso mais uma vez pesa para o lado do aluguel e não da posse do imóvel. Se o imóvel é seu, ele é seu pra sempre. Quando o sujeito morre, é um patrimônio que ficará para os filhos e netos, assim como ficaria o dinheiro. A questão é decidir se quer deixar para eles na forma de tijolos ou de dígitos na conta. Nesse ponto, primeiramente, dada a liquidez do dinheiro, se o sujeito pudesse marcar num calendário o dia em que ele vai morrer (macabro, eu sei, mas siga meu raciocínio), então ele poderia programar suas retiradas e viver uma vida de luxo até estar com R$ 0,00 na conta no dia marcado para a morte — sugiro deixar um restinho para cuidarem do enterro, etc. Já com o imóvel, fica mais difícil, você pode até colocá-lo para vender um tempo antes de morrer, mas nunca sabe quando fechará o negócio. Ah, mas e se quiser deixar algo para os filhos e netos? Ora, basta não zerar a conta no dia do morte e deixar o valor que acha justo deixar para eles. E sinceramente, é muito melhor deixar dinheiro do que imóveis. Abundam histórias de herdeiros que entram em brigas épicas por causa da herança, e que acabam vendendo o patrimônio a preço de banana para fazer dinheiro rapidamente e resolver o imbróglio. Aquilo que você se esforçou para proteger em vida, os herdeiros aceitam vender por uma mixaria. Já deixando dinheiro, como ele é líquido, não existe esse desperdício associado à falta de liquidez do imóvel.
SwineOne, seu comentário lá em cima foi o primeiro que eu li e é uma ótima análise por sinal. Em relação a essa questão, pelo menos eu tenho comigo (e já disse isso ao meu pai várias vezes) que é extremamente importante essa educação econômica que os artigos deste blog tanto martelam.
Mas pra que? Pra vc ter uma velhice confortável e tranquila no que diz respeito a questão financeira. O problema é que as vezes isso se torna uma obsessão (já me vi assim) e acabamos nos privando demais de tudo. No final, quando atingimos a tal velhice, que antes era o nosso foco para ter poupado tanto dinheiro durante a vida se torna um vício. Nos sentimos mal por gastar conosco nosso dinheiro e acabamos morrendo com tudo no banco aonde muitas vezes os herdeiros acabam nem fazendo um bom uso.
Neste ponto cada um deve refletir e pensar o que realmente importa, como:
a) Tenho X, e devo viver mais 30 anos. Posso usufruir tranquilamente Y
b) Vou juntar até 2X, devo viver mais 20 anos. Posso usufruir tranquilamente 2Y
c) Tenho X, não importa quanto vou viver e irei sempre usufruir Y/2 afim de preservar todo meu capital para meus filhos e netos.
PS: Quando digo tranquilamente em “a” e “b”, digo com sobras para os filhos e netos garantidas porém menores do que o saldo inicial.
Eu citei apenas 3 opções que acredito poderem ser adaptadas a maioria dos casos. Eu sou uma pessoa 100% no “A”
Eu justamente não tenho em mente que economizo e deixo de fazer tantas coisas apenas para ter um volume de dinheiro que nunca vou utilizar. Eu faço isso para ter conforto na minha velhice.
Não sei se consegui explicar bem meu ponto, eu fugi do foco econômico, mas li e acho a análise de vocês muito corretas que são exatamente o que eu faria Hoje, no entanto não faria assim se eu tivesse mais de 60 anos.
Ah, sobre pagar aluguel do imóvel com juros ao invés de comprar o imóvel eu concordo 100% SwineOne.
No máximo eu teria um imóvel alugado no valor de 20% ao imóvel que eu moro pois não confio tanto assim na economia do país e esse patrimônio seria a porcentagem da minha mente que tem medo de ficar sem dinheiro no banco por causa do governo e consequentemente sem um teto, então eu teria um refúgio e segurança garantido ali.
No entanto confio suficiente na moeda do país para apostar o restante do meu patrimônio nas medidas mais eficientes citadas pelo nosso amigo.
E existe um outro ponto chave que levam as pessoas a comprarem imóveis e é justamente meu caso.
Minha mulher está dando 20%, meu pai 20% e eu o restante. Eu já surgi com a ideia de alugar enquanto o dinheiro fica investido. Quase fui hostilizado. É incrível mas as pessoas não aceitam esse pensamento com facilidade. Tanto que se eu não fosse comprar eu não teria a ajuda dos 40% da minha mulher e do meu pai.
Então por hora vou comprar meu imóvel e como serei dono da maior parte, pretendo conversar com calma com minha mulher e dentro de alguns anos fazer isso.
Senhor Henrique,
Eu me manteria fiel ao que o senhor falou na parte “Eu me preparei para uma aposentadoria tranquila, e não para comprar um novo imóvel caro para morar, e isso criou um conflito.”
Comprar um imóvel caro não está nos planos de uma aposentadoria tranquila, então é melhor não entrar nesse negócio.
Eu esperaria um pouco. Construir também gasta dinheiro. Começaria a frequentar esse bairro pra ver um lugar legal, casas que estejam alugando já no perfil do que o senhor busca. Também daria uma olhada no entorno. Mas, eu alugaria uma casa adequada para um casal, não mexeria com construção agora e alugaria a casa aonde vocês moram hoje. Com o aluguel da casa, o senhor paga aonde irá morar ou parte do valor.
O advogado que cuidou do divórcio da minha mãe fez isso: foi embora morar na Lapa, alugou a casa dele e agora que ele realmente gostou do lugar aonde mora hoje, vai vender a casa.
Falando um pouco de mim e de uma experiência recente: eu ia alugar um apartamento na Liberdade, aqui em SP. Como os preços estavam muito inflados e os donos muito resistentes a negociar, acabei alugando um apartamento na Sé. No próprio anúncio, o dono falava que o valor estava abaixo do que estavam pedindo na região porque o que ele queria era o imóvel alugado. Estou muito em paz com esse negócio que fiz. Vou a pé pro serviço e já vou procurar um pilates pra fazer. E, já agendei as aplicações que vou fazer daqui pra frente com o que eu iria acabar pagando de aluguel.
Desculpe dar exemplos da minha vida.
Sobre herança, minha mãe já vendeu a casa aqui de SP, foi morar no ES, pegou a parte dela, deu a parte minha e do meu irmão e mandou a gente se virar pra fazer esse dinheiro render daqui pra frente, rs.
Como sou bancária, administro a grana de nós 3.
Faço suas, as minhas palavras Adriana! Ele tem que se prender ao objetivo dele! Quanto a dar exemplos aqui de vida pessoal, creio que seja um dos propósitos do blog! Aprendemos bastante com a experiência dos outros e tambem com outras visões, diferentes das nossas!
Gostei bastante deste artigo e também dos comentários! É sempre de grande valia para mim.
Acho que é muito difícil pessoas que não lêem acerca de finanças e investimentos entender a lógica de se alugar ao invés de comprar.
Quando falo em vender nosso apto e alugar um outro com parte do dinheiro do rendimento, meu marido diz que sou louca e não fará isso nunca! Uma pena…pois sei que estamos perdendo dinheiro.
É complicado convencer pessoas que tem um pensamento errôneo a respeito de valores e finanças.
Por outro lado, gostei bastante de um conhecido meu que vendeu um carro de 85 mil e comprou um de 34 mil. Enquanto todos olharam para ele com cara de ” o cara quebrou com a crise”, eu dei os parabéns por sua atitude nobre!
Adriana, concordo com a Isabela, acho fantástico o compartilhamento de experiências pessoais de diversos leitores aqui no blog, pois assim todos aprendemos e evoluímos no nosso conhecimento de finanças pessoais! 😀
Sobre o conhecido que vende o carro por R$ 85k e comprou outro por R$ 34k, de fato, está de parabéns! Pois o que mais se vê hoje em dia são as pessoas fazendo o contrário disso.
Abç!
Adorei o texto e todos os comentários, razão e emoção. Esse equilíbrio é o grande segredo. Descobrir o momento certo de ser mais um ou outro. Vocês são verdadeiros consultores. Ponderados, que bacana!
Obrigado pelas palavras, Rosa!
Pois é, é por isso que eu não canso de dizer que o público desse blog é extremamente qualificado.
Abraços!
Tem bastante texto aqui então espero que seja lido.
Tem uma coisa que é a mais importante nesse caso, o fator tempo. Henrique deve escolher o que deseja nesse período da vida, se é o desejo comprar o imóvel que realize-o. Não vai mais ficar décadas calculando e esperando o momento certo, a gente poupa a vida toda para realizar sonhos não? Realize o seu. Senão só vai virar herança e realizar o sonho e outro.
Em primeiro lugar parabéns ao Sr. Henrique, pela disciplina financeira!
Para dar meus pitacos, estou levando em consideração que ele já constituiu um ótimo patrimônio, e que nesse patrimônio existem 3 imóveis (o apto em que mora, a casa comercial alugada e o terreno). Está aposentado, e bastante satisfeito com a estabilidade financeira que conquistou. Levando em conta o perfil, eu descartaria a hipótese de morar de aluguel. Isso provavelmente afetaria negativamente seu nível de bem-estar.
Se frequentar o templo com assiduidade é algo importante para o casal, penso que devem se mudar para um imóvel mais perto sim. Para mtas pessoas, o templo não é apenas um local de oração. É tbem um local de interação social, onde se encontram amigos e se participa ativamente da comunidade. À medida que os anos passam, tomar dois onibus para ir e outros tantos pra voltar vai ficando mto desconfortável. Mas esse imóvel que estão lhe oferecendo é uma alternativa mto ruim.
– qdo os filhos crescem e saem de casa, o normal é que o casal precise de menos espaço, e não de mais. Caso decidam se mudar, o imovel escolhido deve ser do tamanho desse que vcs já tem, ou menor. Tudo parece ótimo olhando de longe, mas a verdade é que casas grandes são trabalhosas, difíceis de manter e limpar, a manutenção é constante e cara.
– Não há pressa! Esse não há de ser o unico imóvel existente nas proximidades do templo. Outras oportunidades vão surgir. O Sr Henrique poderia colocar á venda o imóvel onde mora, e enquanto isso ir estudando o mercado imobiliário no bairro pretendido, conhecendo a região. QUANDO aparecer comprador ´para o apto onde moram, certamente não faltarão imóveis para comprar, no local desejado.
– De imediato, para atenuar os problemas, eu sugeriria que o Sr Henrique apenas levasse sua esposa do templo, de carro. Pra voltar, ela pegaria um táxi ou Uber. Assim poderia ter autonomia e decidir seus horários, e quem sabe começasse a achar que a situação atual não é ruim… O custo disso é insignificante, em comparação aos custos de uma mudança ou troca de imovel.
– no meu modo de ver, construir no terreno é a pior alternativa. Vai consumir um bom dinheiro, e não resolverá a questão: continuarão longe do templo.
Boa sorte, Sr Henrique! Obrigada por compartilhar sua história conosco.
Concordo com a Vânia: custos com transporte, com alternativas como o uber ou até mesmo taxi (eventualmente), chegam a ser insignificantes perto de preços como os de imóveis. Minha sugestão, investir esse dinheiro em algo que dê renda passiva, como fundos imobiliários, pois a renda seria mensal, para cubrir estes custos, ou como comentado anteriormente, cubrir custos com aluguel de um imóvel mais proximo ao templo… Não se deve mexer no patrimônio acumulado…
Belo post Henrique!
Se enrolar todinho pra mulher ir morar perto da igreja? Sem chances!
A mulher tem que ser sim compreensiva ou procurar outra igreja pra ir, ou então rezar em casa.
É muito bom ter seus caprichos de vida baseado no dinheiro e no trabalho dos outros.
Triste é de quem tem que bancar os caprichos alheios.
Tem gente que acha que comprar imóvel é igual comprar banana. Fora os custos de cartório, impostos, possibilidade de papéis falsos, etc…
Se a dona desse sobrado tá devendo e não tem condições de negociar, ela nem deveria colocar tanta banca assim.
É cada uma.
Frugal, você é muito espontâneo!
Todo mundo já deu vários conselhos, creio que o meu não viria a dar peso à questão. Mas reforço apenas o zelo que o senhor Henrique deve continuar a ter com seu patrimônio, não há motivos necessários de arriscar dinheiro. Nesse caso, o possível capital destinado à compra seria apenas um passo em busca de mais conforto, não uma necessidade em si.
E vale atentar à valorização excessiva dos imóveis no nosso país. Além do fato de que casas podem ficar baratas nos próximos anos – se as impressoras 3D tiverem sucesso na reprodução de casas, adeus ao tradicional mercado imobiliário, os custos e o tempo para construir uma casa serão ínfimos se comparados à atualidade.
Acho, não queria dar minha opinião, mas aí vai, acho que pôr o próprio apartamento a aluguel e encontrar uma residência, próxima ao templo, com um aluguel semelhante, ou até mesmo mais alto, mas que não pese tanto na renda passiva mensal, seria mais viável. Pois, caso a opção de mudança não venha a ser satisfatória, pelo menos há como tornar as coisas ao estado anterior, voltar para o apartamento.
Abraços, Guilherme e Sr. Henrique!
Para saber que não devemos comprar imóvel atualmente basta ver a notícia de que o governo estendeu o Minha casa, minha vida para um rende de 9 mil reais!!!
Se governo acha que precisa subsidiar imóveis a juros mais baixos para quem tem uma renda de 9 mil reais é porque tem algo muito errado nos preços dos imóveis atualmente.
Neste país 9 mil reais não deveria nunca ser considerado baixa renda, ou seja, fujam dos imóveis.
Em terra de “parcelinha que cabe no bolso”, quem tem “patrimônio acumulado” é rei.
Quando eu me aposentar (Pelos meus cálculos, com 37 anos), eu não vou colocar minha independência financeira em risco por que o único estudio de pilates que eu gosto e vou todos os dias do lado da minha casa se mudou pra outro bairro.
Mas cada um sabe onde seu calo aperta.
Eu conheço mais pessoas que se mudaram e se arrependeram do que o contrário. Principalmente acima dos 70 anos. Com o tempo, a casa, os vizinhos, e o lugar já são parte do casal. Eu não tomaria nenhuma decisão que não fosse fácil de reverter. Seja por que motivo for. Mas, se o seu Henrique pediu uma orientação aqui, ele conhece os riscos, talvez precise de justificativas racionais para não ceder as pressões.
Guilherme,
De tudo o que foi falado aqui (e que acredito a maior parte dos leitores já siga) essa parte da planilha foi a que mais me chamou a atenção. Tenho as minhas desde janeiro/2007 (fizeram 10 anos agora) e estão em constante aperfeiçoamento.
O detalhe é que já tentei um monte de apps e planilhas prontas, para tentar “facilitar” o processo, mas, sinceramente, nenhuma chega, para minhas necessidades, próxima de resolver os problemas como as minhas caseiras fazem.
Em relação à ostentação, considero algo normal. Esses dias me peguei conversando com minha esposa sobre carros e casas financiadas. Moramos num prédio e, obviamente, existem trocas frequentes de carros pelos nossos vizinhos. Disse para ela que, provavelmente, a maioria daquelas pessoas tinha carro financiado e que o veículo não era delas. Ao que ela respondeu: claro que é, ela tá pagando. E eu disse, se mês que vem ela perder o emprego, ou tiver algum problema, ela perde o carro. Ele não é dela até ser quitado.
Obviamente não consegui convencê-la (o brasileiro ainda só considera dívida aquilo que está vencido), o que é uma grande loucura. Psicologicamente o sujeito acha que se ele tem um carro, mesmo com um carnê gigante em casa, o carro é dele. Ele não pensa naquilo com dívida.
Ótimo post, como sempre.
Oi Leandro, legal você ter completado uma década com a planilha!
Concordo com você: eu também já testei vários apps e softwares para controle financeiro, mas o poder de personalização dos dados que a planilha oferece é praticamente inigualável.
Abç!
Parabéns Henrique, você é um exemplo a ser seguido!
É engraçado como são as coisas, confesso que quando terminei de ler o post, tinha achado que se mudar por causa de um templo religioso estava fora de cogitação.
Mas analisando o fator de que somos diferentes e temos gostos diferentes, alguns gostam de viajar mais, outras já gostam mais de roça, do sossego, outros já preferem a casa cheia aos domingos com os netos, etc. E no caso do Henrique e da sua esposa é frequentar o templo religioso, a ideia é totalmente válida.
E como tenho 29 anos não tinha analisado logo de cara o fator idade, que nesse caso é os 70 anos do nosso amigo Henrique. Creio que como nos privamos de muitas coisas ao longo do tempo, para termos um conforto quando aposentamos, acho que está na hora de prevalecer a emoção e não a razão. Quais são seus VALORES REAIS, isso estará FAZENDO sua FAMÍLIA FELIZ? E sendo assim mais uma vez a hipótese de se mudar para perto templo é a melhor opção em minha opinião.
Mas é a vontade dela e não dele!
Como ele se privou de certas coisas, ela também deve ter se privado, então tem tanto direito quanto ele. E sua esposa também está de parabéns, pois quando o assunto é dinheiro muitos casais se abalam.
Agora minha opinião de como fazer:
Creio que a proposta da mulher do sobrado, não é a melhor opção.
Você está bem na fita, você que está com o dinheiro, então controle a situação, utilize isso a seu favor.
Procure com calma outra casa perto do templo, tenho certeza que há muitas opções melhores a serem exploradas. Não foque só no sobrado.
Sendo assim faço das palavras do Anderson as minhas: ponha seu apartamento para alugar e alugue uma residência perto do templo, casa essa mudança não seja satisfatória, retorne as condições anteriores.
E se tudo der certo, posteriormente pode até vender seu apartamento e comprar imóvel perto do templo.
Diversifique, explore melhor as opções.
Mas se você chegou onde está hoje, tenho certeza que você tem a competência para fazer a coisa certa. E o fará.
Abraços.
De início, parabéns ao Henrique que formou sua própria aposentadoria por meio de investimentos financeira em um momento que a seguridade social parecia um porto seguro.
Pelos comentários que fez da esposa [“minha mulher, que não ajuda em nada em casa” e que “nunca sentiu na pele qualquer problema financeiro desde que casou”], sinto que o Henrique não está nem um pouco satisfeito com a ideia de se desfazer de grande parte de seus ativos para adquirir um passivo do tamanho de um elefante, o tal sobrado.
Concordo plenamente com a conclusão do Guilherme, comprar esse imóvel é um péssimo negócio nas condições impostas pela vendedora.
Comprar imóvel, penso, só é vantajoso se for por um preço muito abaixo do valor de mercado e isso não fica favorável em tempos de crise como o que vivemos agora.
Acho que a melhor saída seria alugar o imóvel que mora atualmente e alugar outro próximo ao templo religioso.
É isso aí, essa é a minha opinião, mas a decisão é do Henrique que, pela experiência de vida, certamente tomará a melhor decisão.
Eu buscaria alugar imóvel próximo ao templo adequado às minhas necessidades, até saber de fato se valeria a pena morar e investir por ali, aí sim procurando imóvel definitivo e, se conseguisse inquilino confiável, alugaria o imóvel próprio nesse período.
Sr Henrique, não esqueça de levar em consideração na sua decisão que o templo pode novamente mudar de bairro! E vcs? Como vão ficar?
Prezado,
cada semana gosto mais do blog.
gostaria de saber se existe algum post falando sobre a dúvida entre comprar ou alugar um apartamento ( excluindo a análise emocional desta dúvida, apenas contábilmente ) ??
se não, poderia escrever sobre isso mas pra frente ?
Obrigado!
Tem sim! => http://valoresreais.com/2015/01/12/via-mara-luquet-cbn-e-melhor-comprar-um-imovel-de-r-580-mil-vista-ou-alugar-um-apartamento-no-mesmo-predio-por-r-2-50000/
Abç!
Bah! Sinto um grande desconforto quando fico sabendo de alguém querendo comprar um imóvel sem considerar outras possibilidades e achando que a casa própria é absolutamente necessário para uma vida boa. Também é triste frases do tipo: “Fulano não tem nem casa própria!”
Tenho uma lição na minha própria família. Minha vó faleceu há cerca de dois anos e meio deixando um apartamento como herança para minha mãe e meu tio. O apartamento é bem localizado na cidade em que ela morava, em um bairro bom e próximo ao centro, com todas as conveniências (supermercado, escola, padaria, tudo próximo). O apartamento está desde então a venda e está sendo impossível vendê-lo! Nem sequer interessados em olhar aparecem! Está muito difícil conseguir vender um imóvel usado. Resultado: estamos com o patrimônio imobilizado no imóvel e sem perspectivas de conseguir vender. Felizmente os filhos não estão precisando do dinheiro imediatamente, mas e se estivessem? Se um caso de doença séria abalasse a família e exigisse recursos?Ah se o patrimônio estivesse investido em renda fixa!
A questão financeira de modo geral é um problema que o povo brasileiro precisa enfrentar, o ideal seria esse conteúdo fazer parte da grade de ensino desde os primeiros e ir avançando conforme houvesse mudança de série e crescimento dos alunos, com certeza o cenário seria outro e todos sairiam ganhando.