Já dizia Warren Buffett que o pior momento para se investir em um ativo financeiro – principalmente ativo financeiro de risco – é quando todo mundo está falando dele. Quem iniciou o investimento em Bolsa de Valores entre 2006 e 2008 certamente só ouvia recomendações de se investir em Vale e Petrobras. As pessoas que entraram no mercado de ações nessa época, motivadas pela euforia, entraram no topo histórico da Bolsa, e de muitas outras empresas.
Quem acompanhou de perto o aumento expressivo do dólar no ano de 2002 viu a cotação da moeda norte-americana chegar a R$ 4. Em 2002. Quem comprou o dólar a R$ 4 em 2002, seja motivado pelo medo (de a cotação subir mais), seja motivado pela ganância (de querer ganhar mais), acabou levando um prejuízo incalculável.
Há poucos anos, a febre eram os imóveis. Impulsionados por diversos fatores positivos, tais como aumento da disponibilidade do crédito, diminuição das taxas de juros, e elevada pressão de demanda, os imóveis acumularam expressivas taxas de valorização. E muitas pessoas mergulharam fundo nesse tipo de investimento motivadas mais pela euforia e pela ganância de tentar ganhar mais dinheiro, do que propriamente por uma análise racional acerca da saturação dos preços, que já estava em vias de ocorrer.
Em todos esses eventos históricos, temos em comum o fato de muitos investidores pessoas físicas aportarem dinheiro sem ter uma estratégia pré-definida de atuação, motivados apenas por emoções negativas: seja ganância, seja medo.
E isso não vai acabar nunca. Basta ver o momento atual, em que nos deparamos com dois eventos diametralmente opostos em duas classes de ativos de risco: de um lado, a queda expressiva da cotação do dólar, que chegou a valer mais de R$ 4,10 em janeiro, e fechou essa semana em R$ 3,59; e, de outro lado, a subida como um foguete do IBovespa, que saltou dos 39 mil pontos para quase 50 mil pontos em questão de dias.
Soma-se a tudo isso o marketing agressivo de algumas empresas, falando que você teria a “maior oportunidade de lucro em xx anos”, “que o calote irá acontecer nos títulos públicos” etc. etc. etc., e pronto: está formado o “caldeirão” que explora os sentimentos das pessoas, com o objetivo de levá-las a investir nesse ou naquele ativo financeiro.
Quem não tem rumo nem sabe o que fazer com seu dinheiro é o alvo preferencial desse tipo de propaganda – supondo, é claro, que você tenha dinheiro sobrando na conta para poder investir.
O ponto aqui se resume à frase que está justamente no título desse artigo: não deixe que emoções negativas controlem suas decisões de investimentos.
Já escrevemos sobre como as emoções negativas podem arruinar sua vida financeira como um todo, mas no artigo de hoje abordaremos, de modo específico, os perigos de atuação desse tipo de comportamento na área dos investimentos, ainda mais considerando a alteração brusca da rentabilidade de alguns investimentos.
Não se deixe levar pelo apelo agressivo das propagandas que você vê em sites de notícias, as quais dizem que você teria uma suposta oportunidade imperdível de multiplicar seu dinheiro num curto espaço de tempo etc. etc. etc. Seja frio e calculista com o seu próprio dinheiro e, como gosta de dizer meu amigo Finanças Inteligentes, sempre tenha uma estratégia pré-definida de operação no mercado financeiro. Em resumo: tenha um plano de investimentos, e siga-o à risca.
Eduque-se financeiramente: a solução-chave para vencer os apelos das propagandas agressivas
Mas a pergunta que vem à mente, principalmente em momentos de alta volatilidade em diversas classes de ativos financeiros, como as que estamos vivenciando atualmente, é: como construir um plano de investimentos?
A resposta passa necessariamente pela aquisição de mais educação financeira em sua vida. Ou seja, você precisa ler livros e blogs sobre investimentos, entender como funciona cada classe de ativos (principalmente renda fixa, Bolsa de Valores, imóveis e fundos imobiliários, e dólar e ouro), assistir vídeos dedicados ao tema, interagir com outras pessoas que conhecem do assunto e, claro, “botar a mão na massa”, ou seja, investir seu dinheiro de acordo com o conhecimento que você adquiriu.
Educar-se financeiramente significa, dentre outras coisas:
- Ter objetivos não-financeiros pré-determinados: por exemplo, se seu objetivo é de longuíssimo prazo, como aposentadoria ou cobrir os custos universitários do seu filho que acabou de nascer, é plausível realizar aportes maiores em ações. Se seu objetivo não financeiro é o custeio de uma viagem para o ano que vem, aportes regulares em investimentos pós-fixados ao DI/SELIC é o investimento financeiro mais sensato, mais seguro e mais rentável;
- Separar mensalmente uma fatia de seu salário para investir: a disciplina para fazer sobrar dinheiro todo mês, somada à paciência para fazer o “bolo do dinheiro” crescer, é fundamental para realizar metas relacionadas a investimentos;
- Controlar o risco de sua carteira: o objetivo primordial de uma carteira de investimentos é evitar morrer pobre. Por isso, é fundamental entender conceitos básicos de alocação de ativos e controle de risco, a fim de fazer o dinheiro render dentro de parâmetros adequados aos seus níveis de tolerância ao risco;
- Não ter medo de mudar quando se reconhece um erro: é natural que, à medida que aprimoramos nosso conhecimento financeiro, mudanças sejam realizadas nos nossos hábitos de investimentos. Vou dar alguns exemplos pessoais de erros que cometi: eu pagava mais de R$ 70 a título de corretagem na compra de ações, e passei a pagar corretagem fixa; eu já comprei ações individuais baseado em opinião dada em programa de TV, e depois passei a comprar ações baseado em estudos; eu investia em CDB com taxa de 85% do CDI e achava que estava “abafando” (rsrs), e depois passei a analisar criteriosamente o percentual pago nos títulos privados de renda fixa antes de investir um centavo neles.
É normal que, durante o processo de aprendizagem, você tenha que revisar e alterar seu plano de investimentos, para que ele reflita seu atual estágio de conhecimento financeiro, como eu disse acima. O mais importante é você agir e investir, com regularidade, disciplina e sempre fazendo os ajustes quando eles se fizerem indispensáveis.
Quem se educa financeiramente investe *antes* do ativo subir: os exemplos do Tesouro Direto e das ações
Uma boa educação financeira, adquirida e solidificada através de boas fontes, permite não só administrar um orçamento doméstico com zelo e de forma equilibrada, mas também permite extrair o máximo de cada classe de ativos em que for aportado dinheiro, sem preocupações desnecessárias causadas por movimentos especulativos do mercado, que só causam ansiedade às pessoas que não tem estratégia alguma.
Em resumo, que tem educação financeira certamente investe antes de o ativo subir de forma inesperada.
Veja o caso do Tesouro Direto. Graças aos sinais, emitidos pelo Banco Central, de que não haveria mais aumentos na taxa básica de juros, ganharam força, nos últimos 30 dias, os títulos prefixados, bem como os atrelados à inflação, inflação essa que também já está dando mostras de desaceleração. Confiram a rentabilidade dos títulos públicos nos últimos 30 dias:
Quem já estava investindo com regularidade nos títulos prefixados e nos indexados à inflação antes dos últimos 30 dias – ou seja, de fevereiro para trás – não tem o que reclamar: há títulos prefixados que tiveram rentabilidade bruta superior a 10% (caso do Tesouro Prefixado 2027), e títulos indexados ao IPCA que tiveram valorização de impressionantes 17,60% (caso do Tesouro IPCA+ 2035, que, aliás, é o meu caso….rs 😀 mais alguém!?).
E o que dizer das ações, então?
Vamos recordar o que dissemos no dia 11 de janeiro de 2016:
“Taí um cenário praticamente inevitável: com a forte queda do IBovespa já na primeira semana do ano, com perdas de 6,31%, espera-se que o Ibovespa caia abaixo dos 40k pontos já nos próximos dias.
E tal queda não se deve apenas ao futuro sombrio e incerto do cenário econômico brasileiro e/ou chinês, mas à própria deterioração de diversos setores que compõem a economia brasileira, e cujos dados e resultados vão sendo divulgados paulatinamente.
Trata-se, portanto, de uma queda com fundamentos, e não apenas especulativa. O ETF BOVA11, por exemplo, que replica o IBovespa, já teve cotas sendo negociadas, na semana passada, na faixa dos R$ 39.xx, fato que não ocorria desde o começo de 2009.
A crise na Bolsa brasileira, se por um lado é ruim para quem comprou ações quando elas estavam no topo histórico, por outro abre oportunidades de compra que não se viam desde a crise de 2008. Muitas ações estão sendo duramente castigadas pelo mercado, e, para quem tiver estudo, paciência e estratégia, pode ser uma grande oportunidade de iniciar um processo de acumulação de riqueza” (sem destaque no original).
Em janeiro de 2016, o IBovespa patinava nos 40 mil pontos, e eu alertei que, para quem já tivesse estudo (olha a importância da educação financeira aí, gente!), paciência (ou seja, disciplina) e estratégia (parafraseando meu amigo F.I.), ali estava se abrindo uma ótima oportunidade de compra de ativos a preços atrativos.
Dos mais de 60 comentários que aquele artigo recebeu, somente um leitor (SwineOne) disse publicamente que estava aproveitando a oportunidade para comprar mais ações. Em seus argumentos para a compra de ações, ele afirmou:
“O negócio, como você diz, é aproveitar a queda para fazer um estoque de ações com preços médios baixos. Não dá pra saber o que acontecerá neste ano, nem no próximo, e talvez nem nos próximos 5 anos. Mas certamente daqui 20, 30, 40 anos as ações terão subido, e muito. Algumas más empresas ficarão no caminho, mas a maioria sobreviverá e crescerá absurdamente. Como ninguém pode dizer com 100% de certeza quais são as boas e quais são as más empresas, a estratégia para não ficar com o mico na mão é diversificar: com pouco capital, comprar um ETF que espelhe o índice, como o BOVA11, e com muito capital, tentar comprar as ações do próprio índice para aproveitar as vantagens tributárias de ter as ações individuais”.
Alguém esperava essa subida repentina do IBOV?
Poucos.
Mas quem tem estratégia e opera no mercado de renda variável de forma consciente, controlando suas emoções e com objetivos bem definidos quanto ao dinheiro que está alocado em Bolsa, não tem do que reclamar.
O gráfico abaixo mostra o desempenho do IBovespa nos últimos 30 dias.
Quem comprou BOVA11 na faixa dos R$ 40.xx, e vê hoje a cota valendo R$ 48, acumulou 20% de ganhos.
E, é claro, esse é apenas um índice. Há ações que subiram (muito) mais – principalmente as estatais federais -, e há outras que subiram menos.
Na blogosfera financeira, há gente (Guardião do Zé Mobral) que aproveitou esse rally de alta para embolsar bons lucros, vendendo, por exemplo, a R$ 8,51 ações da ITSA3 compradas por R$ 6,91 (lucro de 23%), e vendendo a R$ 22,76 ações do BBSA3 compradas a R$ 12.xx (lucro de mais de 80%).
E isso sem contar, obviamente, os ganhos daqueles que optarão por manter as ações na carteira durante vários e vários anos, como é o caso do SwineOne e de certamente muitos outros leitores do blog.
Sorte, a deles? Ganharam na loteria? Não. Isso tem outro nome: competência. Competência de identificar oportunidades e pontos de compra, de ter uma estratégia bem definida de execução, e, sobretudo, de agir de modo indiferente e independente do que outras pessoas e empresas de marketing estão falando. E competência só se adquire através de experiência e, claro, muito estudo e dedicação. E tudo isso sem deixar emoções negativas controlarem seus planos de investimentos.
Conclusão
Talvez a mensagem mais importante desse texto seja a de ressaltar a importância de você dedicar tempo para estudar sobre investimentos, a fim de não só ter autonomia para conduzir suas próprias decisões, mas também de não agir sob o impulso de emoções negativas. Quanto mais conhecimento financeiro você adquirir, mais aprimorado estará o seu lado “racional” para executar atos de investimentos, ao mesmo tempo em que você ficará menos propenso a agir dominado por emoções negativas, como euforia, medo e ganância.
A independência e a estabilidade financeiras são atributos que pressupõe independência também no domínio intelectual. Trata-se de você aprimorar sua capacidade de agir por conta própria, tomando decisões equilibradas que reflitam: (a) seu planejamento financeiro a médio e longo prazos, bem como (b) seus objetivos não financeiros com seus planos de investimentos.
Tenham todos uma excelente semana! 😀
Guilherme,
No interesse da transparência, franqueza e honestidade intelectual, não fiz um único movimento (compra ou venda) na Bovespa este ano. Dada a situação do país, estou em modo 100% defensivo, tentando engordar meu colchão de emergência em investimentos atrelados ao CDI com liquidez diária. Se estivesse numa situação financeira mais confortável, provavelmente teria seguido meu próprio conselho, embora seja o primeiro a admitir que, se alguém me dissesse naquele momento que a Bovespa subiria a 50 mil pontos até o começo de março, eu discordaria da pessoa. Tinha a impressão que o caminho era pra baixo ou no máximo de lado, nunca tanto pra cima e tão rápido. Claro que agora é fácil olhar pra trás e dizer que deveria ter aproveitado enquanto a Bovespa estava em 40 mil pontos, mas não existe exercício maior em futilidade do que esse.
Aproveito para fazer um exercício de futurologia. A magnitude dos protestos deste domingo são um prenúncio, na minha opinião, de que pode haver uma reviravolta política no país. Caso isto venha a acontecer, e o novo governante adote uma política econômica responsável, implementando o tão necessário ajuste fiscal, não é de se duvidar que, daqui a um ano ou dois (ou em um caso mais extremo, meses), estejamos olhando pra trás e falando como a bolsa estava de graça a 50 mil pontos. A despeito desta minha opinião, não vou deixar o otimismo me contagiar e abrir mão de construir um colchão de emergência bastante confortável, pois analisando o cenário de pior caso, podemos ter o PT resistindo no poder, Lula assumindo um cargo no governo para evitar a cadeia (e com isso a presidência “de fato” do Brasil); o cenário natural na economia é jogar mais gasolina no fogo, dobrando a aposta nas ideias dos economistas da Unicamp, e sabemos o resultado disto: mais recessão, mais inflação e mais desemprego. Neste cenário veremos novas quedas na bolsa, e quem jogou a razão ao vento e abdicou de montar seu colchão de emergência para apostar na bolsa poderá se ver obrigado a vender ações com prejuízo para botar comida na mesa.
Minha sugestão hoje? Se você tem um colchão de emergência para pagar todas as suas despesas por um ano, e idealmente por dois, aproveite para investir na bolsa, e também no Tesouro Pré e IPCA, antes que os gênios do BC resolvam baixar os juros na marra como já estão sendo pressionados a fazer. Mas quem não tem um colchão de emergência neste nível, sugiro fazê-lo. E quem tem dívidas, então, já passou da hora de pagá-las, pois os juros não param de crescer em antecipação aos calotes que se tornarão a cada dia mais frequentes.
Sei que existem muitos que acham que não precisam de um colchão de segurança, e para estes, deixo um aviso: NINGUÉM ESTÁ IMUNE À CRISE. E enquanto o imbróglio político não se resolver, a crise só tende a se aprofundar. Se você é empresário, já deve estar no vermelho, e se não está, vai ficar. Se você é assalariado na iniciativa privada, seu emprego está em risco, por mais que você ache que não está. Se você é funcionário público, o perigo é menor, mas o dinheiro do governo está acabando — veja o que tem acontecido com o pagamento de salário no RS e no RJ, e acredite, as coisas podem piorar muito mais. Talvez o único perfil de pessoa que pode dormir tranquila nesta crise (e tem pouquíssimas pessoas nesse perfil) é quem, por exemplo, trabalhar via internet para empresas no exterior e receber em moeda estrangeira.
Excelentes comentários, Swine!
Realmente, ninguém está imune à crise. Em meio a tanta volatilidade nos mercados de risco, o melhor antídoto continua sendo a boa e velha educação financeira de qualidade.
Abraços!
Em 2008 fiz exatamente igual a você, SwineOne: sabia onde investir, mas tive receio e perdi excelentes oportunidades.
Hoje, com uma estratégia definida de compras periódicas, não padeço mais desse mal.
Abraço!
Investimentos errados são bem doídos. Já cometi alguns e ainda os cometo, afinal sempre temos o que aprender.
A parte mais difícil ao ver um erro é assumir que aquilo é dinheiro e que você não precisa recuperar o dinheiro perdido com o mesmo investimento que causou a perda. Afinal, não importa se a valorização se deu pelo investimento A ou B. Certa vez li que a gente tem a tendência de tentar recuperar sempre a perda usando o mesmo papel (no caso de ações)….
Esse negócio da bolsa estar barata é verdade. O problema é que nunca sabemos se está o mais barata possível ou não (e não dá pra saber, nunca dá). A minha última compra na bovespa foi em outubro de 2015. De lá pra cá, comprei apenas tesouro direto, pois também estava muito barato. Entre duas coisas baratas, preferi ficar com a que me satisfizesse e tivesse menos risco. Pode ser que a bovespa valorize bem mais, mas a outra já me atende e tinha risco menor, então…
Oi MJC,
Acho que acertar e errar são duas facetas da mesma moeda, qual seja, a moeda do aprendizado e da experiência. O importante é aprender com os erros e tentar sempre progredir e aprimorar.
Muitas vezes acabamos sendo explorados pelas emoções, o que dificulta a tomada de atitudes, digamos, mais “racionais”.
Vamos ver como os mercados se comportarão durante o restante desse primeiro semestre.
Abraços!
Sinto o mesmo. Seu artigo caiu como uma luva. Não somente o seu artigo mas praticamente todo vídeo e livro de investimentos – “Tenha uma estratégia e siga!”
Mas é realmente muito complicado seguir a estratégia quando se fala em Brasil virar Venezuela, ou por exemplo na Bolsa do Japão estar estagnada a 15 anos (porque não poderia acontecer no Brasil) e diversos outro medos que chegam até nós.
Em momento de crise e incerteza, a crise e a incerteza é para todos, até para o investidor. Quem não preferiu CDBs pre-fixados a 123% do CDI ou a 18% a.a ou até mesmo o Tesouro IPCA+ 7,89%! (com a inflação chegando com força?). Neste momento é muito complicado manter a estratégia e cegamente continuar a investir em algo que você planejou a 1 ano atrás em outra realidade.
É claro que a estratégia se bem feita funciona muito bem. Com certeza muito melhor do que seguir as emoções e medos. Mas toda vez que vou investir tenho que sondar o mercado, e é muito difícil investir sem ser influenciado pelas notícias.
Há algum tempo que vendo sentindo falta de mais disciplina na minha estratégia e o resultado está ai: perca de algumas oportunidades. Mas talvez tenha perdido algumas para ir atrás de outras, pois com certeza essas taxas de renda fixa não são comuns. Também são oportunidades.
O caso que é que crise é hora de comprar, em qualquer ramo. Seja, renda fixa ou renda variável; e bonança é hora de vender. Ao mesmo tempo que a bolsa sobe as taxas de renda fixa caem, então deixa de ter oportunidades dos dois lados.
Oi Douglas,
De fato é muito difícil investir sem ser influenciado, em maior ou menor grau, pelas notícias, afinal, se o próprio mercado é sofre forte volatilidade por causa delas, é porque a maioria dos investidores está agindo assim também – o que é o mercado senão a soma de todas as pessoas físicas investindo, sejam elas (pessoas físicas) operando por conta própria, sejam elas (pessoas físicas) operando por meio de pessoas jurídicas (empresas e instituições públicas)?
A complicação aumenta diante das taxas muito bem pagas pelos títulos privados, como você bem mencionou, e, num viés “preservacionista”, o ser humano acaba preferindo ir para o lado da segurança – o que não deixa de estar certo, afinal, o objetivo principal de uma carteira de investimentos é evitar morrer pobre, já dizia W. Bernstein.
Acredito que a chave para melhorar o processo de investimento consiste em duas coisas: aprendizado constante cumulado com investir na prática, também de forma constante. O aprendizado constante fornece as ferramentas mentais necessárias para aprimorar a arte de investir, quando se tratar de colocar o dinheiro “no jogo”.
O cara tem que investir todos os meses, e, além disso, melhorar constantemente seu cabedal intelectual. Fazer análises críticas das próprias ações acabam sendo o resultado disso tudo, e pode redundar em ganhos e conquistas na forma de experiências acumuladas.
Ter a humildade de reconhecer erros, e também ser comedido na hora de analisar os acertos, também são virtudes que se requerem, pois faz parte da melhora da parte “racional” do investidor.
Oi Guilherme,
Sou novo nos investimentos, encontrei seu blog por acaso há alguns anos atrás e a partir dele também conheci outras fontes de informação que considero de qualidade como o FinancasInteligentes, InvestidorInternacional, Uó, etc. (não quer dizer que faço as mesmas coisas que eles/fazem dizem, mas sempre dá pra levar algo em consideração). Ex.: Aquele post do Uó com a IPCA+ 2035 a 7,82%. Fora diversas ferramentas, dicas de escolha de corretora, conta digital, etc.
Vejo muito do que você falou sobre evolução a partir da busca pelo conhecimento no meu próprio caso. De 2009 a 2011, a preocupação era pagar dívidas familiares e comprar um carro (que tenho até hoje e espero durar mais), o “investimento” na época era a poupança. Depois disso, passei a investir nos fundos pré, pós e inflação que encontramos nos bancos, bem como em algumas operações estruturadas vinculadas à bolsa. Nada muito fantástico. Aliás, hoje considero esses investimentos de baixa qualidade por causa das altas taxas de administração que eram cobradas; ainda assim, rendiam um pouco melhor que a poupança e já havia alguma diversificação.
Em 2014, comecei a investir via TD, abri conta em corretora (taxa 0% para TD), comprar renda fixa de bancos menores, etc. tudo com parcimônia e respeitando minhas sabidas limitações de conhecimento.
Já no final de 2014, decidi que era hora de investir uma pequena porcentagem em ações (eu já vinha buscando informações há praticamente um ano). No geral ainda não tive muito ganho se contarmos até o dia de hoje. Mas também fui fazendo compras progressivas aproveitando preços que julgava estarem bons. Eu não deixei de comprar ações na Bolsa pelo pânico, mas cometi erros de coisas que não esperava, como a queda brutal das ações da PETR, que já comprei muito longe do topo, mas que desceram ainda mais. Antes dessa última subida da bolsa, coloquei um preço e vendi as ações da PETR (com preço inferior à atual cotação). E troquei por outras de empresas que realmente eu tinha mais confiança, de modo que não me arrependo pois melhorei a qualidade da minha carteira.
Mesmo com a bolsa caindo nesse período, continuei bastante tranquilo. E acho que isso é essencial. E fiquei bastante feliz com isso. Segui a recomendação de manter o colchão de segurança em renda fixa, de maneira a poder suportar melhor psicologicamente a volatilidade da renda variável. Não vale a pena perder a tranquilidade por causa de investimentos; e se isso está acontecendo com alguém, melhor voltar pra poupança e voltar a ter qualidade de vida. =)
Agora, é muito difícil “comprar de pá” quando se vê os índices caindo e o governo fazendo as doidices que gosta de fazer, principalmente para quem tem um histórico tão pequeno de bolsa como eu. Acredito que a bolsa ainda possa cair, os fundamentos são muito ruins e o governo está insensível às reivindicações. Não fiquei impressionado com os protestos de ontem. Já teve um semelhante ano passado e nada mudou, o governo faz de conta que não viu. Não vai largar o osso (esquece renúncia). Fora isso o congresso não está em condições de julgar impeachment de ninguém. Foram eles mesmos que votaram para alterar as leis de orçamento em 2014 para que a Dilma não sofresse com a Lei de Responsabilidade Fiscal (o governo gastou propositalmente a mais para vencer as eleições). Solução institucional correta seria a cassação da chapa pelo TSE e convocação de novas eleições.
Dessa forma, montar um colchão de segurança na maioria dos casos realmente é a melhor coisa a fazer. Acredito que meu colchão está montado, por isso me sinto tranquilo em alocar parte dos investimentos em bolsa.
Por último, excelente seu alerta contra as fortes propagandas do mercado financeiro. Dando nome a um dos bois: Empiricus.
Parabéns pelo post, muito bom!
Olá Leonardo, excelente depoimento!
Seu testemunho pessoal é um exemplo perfeito daquilo que eu disse no post: com o aprendizado, com a construção de um alicerce mental forte, você vai evoluindo também na forma de lidar com o dinheiro, primeiro eliminando dívidas, e depois aprimorando na arte de investir o dinheiro.
Gostei muito da sua dica: ter um colchão de segurança, ou seja, uma robusta reserva de renda fixa, é essencial para esses tempos de crise em que nós estamos vivendo.
Grande abraço!
Ola Guilherme,
Apesar de não ter ações, estou m preparando para esse universo possu a anos um simulador de bolsa q é o folha invest q acredito que muitos ja devem conhecer, vejo a situação da bolsa em oportunidade de compra na baixa (agora) a tirar uns trocados em venda, claro deixando algumas para futuro ate pq nosso senario politico q esta ditando esse sobe e desve de bolsa de certa forma, acredito na opinião do smigo acima onde o politicamente n se tem base e nem querer em resolver sobre saida da Dilma e se a prisão do Lula n sair vejo a bolsa caindo então wue estudou ve montou estratégia essa é a hora, um bom colchão nessa hira é bom, eu estou no TD e entrando nos Fiis. Como ja diz um ditado esse é o momento onde ou se chora ou se vende lenço (tentando vender)
Belo poster Parabéns
Forte abraço
Olá, PdZ, isso mesmo, o estudo é indispensável para se conseguir sucesso nos investimentos.
Abraços!
Guilherme, eu sou seu fã. Comecei os meus investimentos com grandes erros também (ourocap) mas ao receber bem na época de início da crise aloquei em renda fixa e suas dicas foram sempre muito úteis. Hoje tenho o meu colchão e estou tranquilo estudando e aprendendo tudo dia. Leio muito e realmente todos os outros tem um interesse por trás e que as vezes podem nos levar a quebrar a cara. Sua dica para o IPCA+ foi ótima. Abs
Olá, Ramos, muito obrigado pelas palavras!
E parabéns pela atitude de ter dado uma guinada nos seus investimentos.
É muito bom saber a evolução dos leitores no trato de suas finanças.
Continue assim, sempre estudando e melhorando nos investimentos!
Abç
Excelente artigo. Consegui aproveitar essa onda, comprei no fundo, vendi nesse último pico que teve na sexta-feira e lucrei 66% com a PETR4. Comprei outras ações também que valorizaram bem, mas nenhuma chegou a esse ponto.
O bom é que eu segui a minha avaliação e tive disciplina de botar praticamente quase todo dinheiro que tinha na bolsa naquele momento, deixando apenas uma pequena fração na RF. Mas estava muito óbvio que estavam com preços muito baixos, e também tive sorte de virem dois fatores como a volta leve do preço do barril cru e o fator político ao mesmo tempo que fez explodir.
Agora o meu trabalho é conseguir ficar tranquilo pois a euforia, assim como emoções negativas, pode também induzir a erros. Mas já coloquei o lucro que tive na RF. Voltarei a operar com o valor original mais o aporte mensal.
Olá, JM, excelentes conquistas, parabéns!
Taí a prova de que ter disciplina e uma estratégia bem definida são fundamentais para se conseguir sucesso nos investimentos.
Tão difícil quanto isso é manter sob controle as emoções como euforia, pois pode induzir a erros. Ter sangue frio é, assim, essencial nessas horas.
Abraços
Parabéns! Muito útil!
Obrigado, Ronaldo!
Excelente!! A frase de Warren B. ficou em minha mente e preciso perguntar. Será q o “mundo” já esqueceu os fundos imobiliários??!
Obrigado, surf!
Pois é, os fundos imobiliários, que eram a “febre” dos investimentos, deram uma desaquecida, por diversos fatores: alta da SELIC, a própria queda do mercado imobiliário, taxas de vacância e inadimplência aumentando etc.
Pode haver oportunidades escondidas nesse mercado, mas é preciso muito estudo para não cair em ciladas.
Abraços!
Muito bom comentário! Quando se fala em um colchão de emergência, mais ou menos quanto seria?, e onde investir (tesouro direto, poupança)?
Obrigado, Marcos!
Sobre o colchão de segurança, em torno de 3 a 6 meses de seus rendimentos mensais, se tiver uma renda mensal estabilizada (p.ex., for servidor público), ou 12 meses, se tiver uma variação muito grande dessa renda (p.ex, profissional liberal).
Sobre o investimento, o recomendado é em investimentos com alto grau de liquidez e resgate imediato, como fundos DI, CDBs ou Tesouro SELIC. A poupança pode ser uma alternativa, mas o fato de a SELIC estar muito alta não a torna uma opção prática interessante.
Escrevi um artigo completo sobre isso no blog.
Confira => http://valoresreais.com/2015/06/08/onde-investir-o-dinheiro-para-a-construcao-da-sua-reserva-de-emergencias-o-guia-completo/
Olá! é a primeira vez que busco informações sobre investimentos financeiros… sempre fui orientado pelos gerentes de bancos…tenho algumas aplicações no BB… estava achando que eram superior à poupança, mas parece que após desconto de impostos e taxas alguns nem isso valem… Tenho uma parcela de um financiamento para pagar no meio de outubro… e o valor já está todo reservado… gostaria de pedir alguma sugestão de algo seguro que possa dar rentabilidade superior ao LCA pelo Banco do Brasil… Ouvi falar tbm no Infomoney, que há bancos menores que pagam melhor alguns tipos de aplicações…só que não sei se nesse espaço de 6 meses eu poderia migrar o dinheiro de aplicação para alcançar melhor rentabilidade…
OBS: Após leitura do seu artigo e de alguns comentários passo a desconfiar – de sites especializados e mídia em geral que talvez imprimam tendências em pessoas sem conhecimento como eu…
Vocês sugerem (aos que tbm comentaram essa matéria) algum material para estudo para iniciação no assunto? Muito obrigado!
Olá Thiago,
Realmente, a grande mídia em geral costuma passar informação equivocada para o público leigo.
No seu caso, que é de um iniciante no mercado financeiro, talvez seja um pouco cedo assumir mais riscos investindo em produtos de bancos médios e pequenos.
Eu começaria, antes, conhecendo e investindo nos títulos do Tesouro Direto. Inclusive, o próprio Tesouro SELIC rende mais que a poupança e a maioria dos fundos referenciados DI e LCAs/LCIs do Banco do Brasil.
Eu considero risco de banco médio e pequeno praticamente nulo se é abaixo de 250 mil por conta do FGC. Todo mundo paga uma porcentagem para o FGC, como se estivesse pagamento por um seguro contra perdas e portanto deveria usar. Até quem investe em Banco do Brasil paga o mesmo preço pelo seguro de quem investe no Banco Maxima.
Douglas, sob uma perspectiva puramente objetiva, também penso assim.
Contudo, no caso do Thiago, por se tratar de um investidor iniciante, penso que, em termos subjetivos, é mais “aconselhável” começar os investimentos em aplicações mais seguras, como Tesouro Direto, onde praticamente não existe risco de crédito do emissor. 😉
Obrigado Guilherme e Douglas! Eu procurarei mais informações sobre Tesouro Direto!