“Aquilo que consome sua mente controla sua vida” – Zig Ziglar
Para ter uma vida mais saudável, é preciso que você diminua o consumo de alimentos ricos e açúcar e gordura, e aumente o consumo de alimentos que contenham uma rica variedade de micro e macronutrientes, como proteínas, carboidratos e fibras.
Mas não, eu não estou perguntando que tipo de alimentos físicos você consome. Eu estou perguntando que tipo de alimentos mentais estão entrando em sua cabeça. E é sobre isso que gira nossa conversa de hoje.
Uma metáfora necessária
Muitas vezes, agimos em nossa vida no “piloto automático”. Acordamos cedo – e muitas vezes atrasados – para o trabalho. Pulamos o café da manhã. No escritório, consultório, empresa ou instituição, mil e uma tarefas para fazer. Voltamos tarde para casa. Enfrentamos o trânsito nas idas e vindas, de lá pra cá. E, em meio a todas essas atividades, consumimos nosso tempo ávidos por novidades, e, para nos distrairmos um pouco – e até relaxarmos – vamos direto aos nossos “portais do descanso”: sites e portais de notícias, revistas, blogs de consumo e entretenimento, programas televisivos com milhares de canais mostrando novelas, reality shows, entrevistas, documentários, filmes…
Não selecionamos o que vemos. Somos, ao contrário, selecionados por aquilo que nos prende a atenção. E, ao fazermos isso sem nos darmos conta, acabamos sendo objeto fácil de manipulação por terceiros, já que nossas decisões já não são mais nossas: foram implantadas em nossa mente por outras pessoas. Nossos sonhos de consumo não são mais nossos: foram introjetados em nossa psique por vitrines, blogs e fóruns. Os alimentos que nossas mentes processam, em vez de nos fazer evoluir, acabam deteriorando nossas vidas em seus mais variados degraus.
A metáfora é necessária, porque você, caro(a) leitor(a), tem capacidade de raciocínio: assim como os alimentos que entram pela sua boca determinam sua saúde física, os alimentos que entram pelo seu cérebro determinam sua saúde, em suas múltiplas dimensões: mental (foco), emocional (sentimentos) e espiritual (propósito).
E aqui uma reflexão se faz necessária: como você alimenta seu cérebro?
O que você lê? Que livros você lê? Que blogs você lê? Que autores você lê? Por quê você os lê?
O que você assiste? Que tipo de programação você assiste? Que vídeos no YouTube você assiste? Por quê você os assiste?
O que você presencia? Que tipo de palestra/aula/curso prende sua atenção? Por quê você os presencia?
Aquilo que você processo em seu cérebro, em decorrência das atividades cujas respostas deu acima, te ajuda a tomar decisões melhores?
Aquilo que prende sua atenção te ajuda a ter uma vida melhor, mais organizada, menos estressante, mais focada?
Enfim, aquilo com que você gasta seu tempo efetivamente merece seu tempo?
A dieta da informação
Talvez você esteja se empanturrando de informação à toa. Você não precisa disso para ser feliz. Menos é mais.
Como já dissemos em outros artigos, riqueza de informação gera pobreza de atenção. E isso não só prejudica seu foco num objetivo pré-determinado que busca conquistar, mas também atrapalha todas as demais áreas de sua vida, na medida em que excesso de informação gera estresse desnecessário, que deteriora suas reservas de força de vontade, aniquilando sua capacidade cerebral de cumprir determinadas tarefas e minando, por consequência, também sua força física.
O cansaço físico aparentemente inexplicável tem sim uma causa: a má alimentação que entra pelo seu cérebro.
Para corrigir tudo isso, é preciso seguir uma dieta da informação, assim como precisamos fazer em relação ao nosso corpo físico, quando nos alimentamos mal.
Tim Ferriss, um famoso autor da área de produtividade pessoal, recomenda que essa dieta se estabeleça em 3 passos distintos:
1. Estabeleça um objetivo. Tenha metas em sua vida, mas metas factíveis. Liste suas prioridades no momento. Tenha sonhos, mas os materialize ao menos numa folha de papel, ao invés de deixá-los habitando apenas em sua mente.
2. Elimine sugadores de tempo. Tudo o que consome sua mente, mas não esteja alinhado aos seus objetivos, deve ser descartado. Desconecte-se. Elimine camadas em sua vida que você não é capaz de suportar. Corte a TV a cabo. Gaste menos tempo no Facebook, ou então corte o Facebook (e outras redes sociais). Tire de sua vida sites irrelevantes.
3. Dê alimentos novos ao seu cérebro. Os quais, se possível, associados aos seus objetivos de vida. Faça cursos de idiomas. Leia mais livros e blogs sobre finanças pessoais e investimentos. Ouça podcasts sobre desenvolvimento pessoal. Assine a newsletter desse blog (aham).
Conclusão
Pare de dar ao seu cérebro alimentos que não prestam…
… notícias, novelas, reality shows e eventos esportivos que não vão provocar mudanças em sua vida…
… resenhas e reviews de produtos e serviços que você não precisa, feitos com o único propósito de mostrar como sua vida é uma droga sem esse carro/gadget/roupa/viagem, e como a vida daquele que fez a resenha é mágica, linda, perfeita e maravilhosa…
O maior benefício de dar bons alimentos ao seu cérebro não é apenas ter uma saúde mental, emocional e espiritual mais forte. O maior benefício é você retomar o controle de sua própria vida. 😉
Ótimo texto!
obrigado!
Obrigado, Scantorrent!
Sensacional essa reflexão! Tenho pensando muito e já removi algumas assinaturas. Ultimamente mal tenho conseguido ler… estou dando prioridade pra outras coisas e só tenho deixado as assinaturas relevantes para o momento!
Muito obrigado, Bruna!
Parabéns pela atitude! De fato, quando tomamos consciência da importância do nosso gasto de tempo, acabamos sendo mais seletivos quanto às nossas fontes de informação.
Abraços!
Belo texto Guilherme, já removi várias assinaturas do meu e-mail, onde consumiam muito meu tempo, hoje prefiro me focar mais na Faculdade, quando terminar a minha meta sera de ler pelo menos 30 livros no ano que vem..
Obrigado.
Abs
Excelente atitude, Tiago!
E parabéns pela ousada meta de ler 30 livros no ano que vem! 😀
Abraços!
Realmente estou inclusa neste grupo vicioso de informações inúteis, vejo milhares de resenhas de cosméticos que não preciso – até porque já comprei muito – e ainda assim quero consumir. É viciante e me envergonho por isto.
Vou reler sua mensagem durante a semana para me convencer disto e também de outras coisas que não nos levam a nada (Facebook, TV e afins).
Carolina, o primeiro passo para sair do círculo vicioso do consumismo você já deu: tomar consciência da necessidade de evoluir.
Torço para que você consiga – e certamente conseguirá!
Abraços!
Caramba Guilherme, onde posso assinar ? 🙂
Valeu, Zé!!!!!! 😀
tenho que me policiar referente a programa esportivos
Você conseguirá, Pedro! Vá diminuindo esse consumo de forma gradual e consistente.
Abraços!
Cada dia vc manda um texto melhor! Parabéns!
Muito obrigado, Rafael!
Excelente texto, que me enquadrou perfeitamente. Tenho que mudar praticamente tudo. Abraços.
Obrigado, Lúcio! E você vai conseguir, acredite!
Guilherme, é imprescindível focar-se naquilo que nos impulsiona a alcançar os nossos objetivos. Mas, sem radicalismos. Somos humanos. Aguentamos pressão de todos os lados, todos os dias. É bom relaxar e ver uma bobagem na tv, ler sobre cosméticos, como a Carolina, ou sobre um carro que nunca poderemos ter, mas que é bacana e a gente curte. Quem aguenta uma vida focada em objetivos e sem válvulas de escape?
Olá, Ferreira, sem dúvida, uma válvula de escape de vez em quando é uma medida boa.
O problema é que muitas pessoas tornam a “válvula de escape” no verdadeiro “motor de sua vida”, e aí acabam vivendo vidas improdutivas.
Abraços!
Guilherme,
Esse é um daqueles posts para ser lido mais de uma vez, para ser digerido aos poucos.
Vivemos em uma sociedade de movimento, que não quer parar para nada, na qual até o sono reparador é considerado perda de tempo e até coisa de preguiçoso.
Gostei das perguntas “O que, qual tipo e por que?”, pois elas nos levam a refletir se agimos por conta própria ou involuntariamente em relação às horas de lazer. O termo “portais de descanso” ficou muito bom!
“Talvez você esteja se empanturrando de informação à toa.”
Excelente frase! Vi recentemente um vídeo no qual o palestrante falava que não precisamos ler tudo o que chega às nossas mãos, nem assistir um filme do qual não estamos gostando até o final, para enfim dizer que foram 2 horas perdidas. E isso vale também para tudo, como as novidades tecnológicas, programas de tv/músicas/vídeos que não agregam valor, etc.
Fiquei feliz por você ter usado a frase “Menos é mais”. 🙂
“Como já dissemos em outros artigos, riqueza de informação gera pobreza de atenção.”
Eu não tinha prestado atenção nessa excelente frase até agora…
A última frase fechou o artigo com chave de ouro! Obrigada por proporcionar aos leitores do Valores Reais uma leitura tão útil, edificante e muito necessária nos dias atuais.
Abraços,
Rosana
Olá, Rosana, excelentes comentários, como sempre!
Gostei bastante do seu depoimento acerca do vídeo. De fato, se um filme não está nos apetecendo, não há motivo algum para continuar assistindo-o até o fim. E isso vale para todas as demais formas de entretenimento que prendem nossa atenção: músicas que não gostamos, programas de tv que não valem a pena etc.
Abraços!
Desde maio que venho fazendo dieta de informação. Peguei essa dica num outro blog e resolvi colocar em prática e é incrível a quantidade de tempo que economizo não me permitindo ler site de notícias.
Facebook eu não acesso desde as eleições. Cansei!
Mas perdia um tempão lendo sites como Veja, Carta capital, Globo… etc.
Hoje faço questão de querer saber de nada. Acesso a alguns blogs que gosto e na TV acabo só assisto filmes e alguns programas sobre viagens.
Tinha uma coisa que queria fazer a um bom tempo e não achava tempo, que era estudar os artigos e ler os comentários do site mises. Baixei todos os artigos sobre economia, cataloguei por autor e salvei todos em pdf. Fiz o mesmo com os excelentes artigos do blog pensamentos financeiros, do soul surfer. Os artigos deles sobre fii´s e investimentos em geral são ótimos.
estou lendo um mínimo de um artigo por dia e estou aprendendo bastante sobre a economia e entendendo como chegamos a situação que estamos.
Estou gastando meu tempo aprendendo algo útil que servirá para o resto da vida.
Uma das coisas que sempre tive dificuldades é controlar minha mente para não perder tempo pensando o que não importa. Pensar no que não aconteceu ou como teria sido se tivesse agido de tal maneira. Hoje reflito sobre o que estou estudando e me policio para não ficar com a mente voando.
A dieta de informação me ajudou inclusive no trabalho, me concentro mais no que tenho que fazer e não me preocupando com se o governo vai cair ou não, se a bolsa subiu o desceu, quanto que tá o dólar. Lei os blogs de finanças que considero bons e fico sabendo do básico.
Olá, Dedé, excelente depoimento sobre a dieta da informação!
Seu testemunho é excepcional, pois prova que é possível dar uma “guinada” na vida, mudando hábitos simples, mas poderosos.
Os sites do Sou Surfer e Mises são excelentes fontes de informação, eu mesmo já salvei vários deles para ler mais tarde, no Instapaper, um ótimo app. para esse tipo de finalidade – leituras reservadas.
Grande abraço!
Eu peguei a parte que mais me prendeu pra fazer uma reflexão: informação tbem tem seu lado bom. Ler sites ou revistas vomo Veja, o Globo, Galileu, Época e afins te ajudam a se atualizar tbem pra Concursos e por que não, até pra se ter conversas intrressantes. Isso tbem é evoluir. Conhecer melhor o mundo à sua volta e por que as coisas são como são. Na Bienal do Livro, me tornei assinante de várias revistas e vi aquilo como mais um lucro pra mim: podem se tornar assuntos de Redações e de Conhecimentos Gerais pra Concursos. Acho que pra vermos informação como desperdício de tempo, depende do retono q aquilo vai te trazer.
Anteontem pela 1a vez em muitos anos, eu comprei um livro que NÃO tem a ver com estudos ( q revertem pro lado financeiro) : um romance espírita. Eu vi q ler só sobre “coisas sérias” está me deixando quase workaholic e sem espairecerdireito. Vi nesse livro uma chance pra ter uma espécie de válvula de escape (quando não der p sair de casa por causa do mau tempo, por exemplo). Todos nós precisamos disso. O q não precisamos e podemos dispensar é de desculpas p se viciar em recorrer só àquilo que não nos acrescenta. Se for feito de vez em quando, não vejo tanto mal assim. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Equilíbrio, sempre !
Olá Anna, excelente comentário!
Concordo contigo: uma válvula de escape é fundamental, e temos milhões de opções de entretenimento para nos distrair e “oxigenar” nossa mente.
Equilíbrio é a chave, como você bem disse!
Abraços!
Adorei este texto. Valeu muito para minha vida pessoal. Continuo refletindo bastante sobre o que li.
Grato e parabéns.
Obrigado Valter!
Artigo top