Ter mais tempo para suas atividades, ser mais produtivo em seu trabalho e em seus afazeres domésticos, e fazer o dia render mais em todas as suas múltiplas dimensões, são objetivos de milhões de pessoas no mundo inteiro, e podem perfeitamente também fazer parte de seus objetivos pessoais.
Foi pensando nisso que resolvi escrever esse texto, onde apresento sete dicas fundamentais para ter mais tempo e mais energia em suas atividades diárias. São dicas que o farão repensar o modo como tem conduzido a sua vida, mas, mais importante do que isso, te indicam um conjunto de ações, e possíveis caminhos a serem trilhados nessa jornada rumo a uma vida com mais tempo de qualidade para você e sua família.
Preparado(a)? Então vamos lá! 😀
1. Mantenha a “máquina” constantemente abastecida.
Você consegue dirigir com tranquilidade seu carro se o marcador do combustível estiver bem lá embaixo? Aliás, o carro consegue realizar uma grande viagem na estrada sem estar previamente plenamente abastecido?
Com o nosso corpo acontece o mesmo: não há máxima produtividade no plano intelectual sem haver satisfatório abastecimento energético no nível físico. Por isso, é necessário ingerir alimentos sólidos a intervalos regulares, pelo menos a cada 3 horas, realizando de 5 a 7 refeições por dia; e hidratar-se continuamente com água filtrada ou purificada.
“Você é aquilo que você come”, já dizia o velho ditado. Portanto, o combustível que alimenta seu corpo precisa ser de boa qualidade: alimente-se com as fontes certas, e em proporções adequadas, de carboidratos, proteínas, fibras e lipídios, as quais garantirão a você a energia adequada no plano físico, para fazer com que seus órgãos internos trabalhem suprindo toda a energia que o seu corpo necessita.
Preste atenção também na respiração: quando foi a última vez que você encheu seus pulmões com uma respiração longa e profunda? Pois bem, que tal fazê-lo agora? Oxigenar o pulmão também oxigena o cérebro, limpando e filtrando as impurezas, através de mais ar que é injetado na corrente sanguínea.
2. Seja organizado.
Planifique seu dia, e execute suas tarefas de acordo com uma rotina pré-estabelecida. Seu próximo dia, sua próxima semana, seu próximo mês, não pode ser marcados por uma sucessão de eventos aleatórios e desordenados. Antes, é preciso impor lógica e coerência nas atividades que você precisa – e pretende – realizar.
Eu particularmente trabalho com um sistema de organização estruturado em (a) compromissos e (b) em lembretes. Os compromissos são as atividades que precisam ser realizadas num determinado dia, ainda que não num determinado horário. Dada a sua natureza, eles vão diretamente para a agenda.
Já os lembretes são tarefas que não precisam ser feitas num determinado dia ou horário, mas que são importantes para o cumprimento de determinado objetivo. Por exemplo: “fazer download do aplicativo ‘x’ para meu computador”. Nesse caso, eles vão para a Lista de Tarefas.
Quando determinado compromisso ou tarefa é cumprido, ele é prazerosamente “riscado” da agenda ou da lista de tarefas, e digo que não há coisa melhor do que fazer isso: sinal de que aquilo que foi determinado foi plenamente executado. Você também é daqueles(las) que gosta de “riscar” as atividades executadas?
3. Sincronize a mente com o corpo.
Faça com que as atividades que demandem maior concentração mental sejam realizadas quando seu corpo físico, especialmente sua mente, estiver(em) no auge da sua produção bioquímica.
Leo Babauta, autor do blog Zen Habits, tantas vezes já mencionado aqui, chama isso de MIT (Most Important Task, tarefa mais importante), e sustenta a tese de que as tarefas componentes do MIT devem ser realizadas logo pela manhã, depois de acordar, que é quando o corpo está mais desperto do ponto-de-vista biofísico.
Contudo, leitores do blog já comentaram por aqui que são mais “noturnos”, logo, teriam um pico de produtividade e alerta à noite, e renderiam mais realizando suas principais atividades no período noturno, e não de manhã.
Por isso, eu recomendo que você teste na prática o que funciona melhor tendo em vista suas condições pessoais: se você produz mais de manhã, de tarde ou de noite.
4. Não deixe que as distrações estraguem seu dia.
Psicologicamente, somos atraídos pelas distrações, às vezes porque mexem com nossas emoções (pense numa “fechada” no trânsito, numa briga em casa, numa fila de banco que não anda, num diálogo áspero no trabalho), às vezes porque nos proporcionam fugazes momentos de gratificação instantânea (pense no som de mensagem nova no WhatsApp, num novo email na caixa de entrada, numa notificação nova no Facebook), e, você sabe, nós, como seres humanos, somos vidrados por gratificações imediatas.
MANTENHA O FOCO. Escrevi essa dica toda em letras maiúsculas porque esse tem sido o grande desafio da Humanidade nos últimos 30 anos, particularmente com o advento da tecnologia de computadores pessoais e dispositivos eletrônicos móveis de comunicação pessoal.
Faça com que a razão se sobreponha à emoção, que os objetivos de longo prazo vençam as insistentes tarefas de curto prazo, sobretudo as denominadas “urgências”. Nem tudo o que é “urgente” é importante, e, aliás, nem tudo o que é urgente precisa ser feito na hora. Dá para adiar um telefonema, uma reunião etc.
Manter o foco e se livrar das distrações é um tipo de comportamento que só se adquire com o hábito. Com o treinamento. Você precisa se “auto treinar” para dominar seus próprios sentimentos.
E certamente não há melhor exemplo para demonstrar a importância prática dessa quarta dica do que esse próprio texto. Afinal, ele foi escrito durante um atraso de impiedosos 90 minutos de uma viagem de avião.
Isso mesmo: o avião era para decolar às 10 da manhã, e acabou saindo do solo somente às 11:30. Foram mais de 2 horas dentro do avião em solo, que poderiam ser sub-aproveitadas ou não aproveitadas, com atividades de valor zero, tais como murmurar com o comissário de bordo, olhar para o teto esperando o tempo passar, não fazer nada… mas resolvi – e decidi – que essa distração não iria estragar meu dia.
Dito e feito.
Um artigo inteiro lido por um público de milhares de pessoas foi integralmente produzido durante um atraso de voo!
Transforme você também aparentes infortúnios em oportunidades ímpares para fazer acontecer.
Afinal, quantas coisas semelhantes não acontecem diuturnamente com pessoas dispostas a realizarem algo, que vencem distrações e obstáculos até maiores? Já recebi relatos de pessoas que passaram num concurso público porque o conteúdo da dissertação da prova escrita da segunda fase foi estudado durante o tempo ocisoso de uma fila de supermercado; gente que teve a ideia brilhante de criação de um produto ou serviço quando estava vivendo um infortúnio; e pessoas que construíram trajetórias empresariais e acadêmicas brilhantes a partir do momento em que foram humilhadas por seus patrões ou professores. Já imaginou o que aconteceria se essas pessoas se deixassem vencer pelas distrações e imprevistos, que acontecem conosco todos os dias?
Nesse contexto, não poderia deixar de destacar algo que já escrevi aqui antes: você não pode deixar que as coisas que acontecem com você definam quem você é. Faça do “limão uma limonada”, e não deixe que os obstáculos que surgem no meio do seu caminho desviem o foco de seus objetivos.
5. Faça a sua parte, ainda que os outros não façam a deles.
Somos facilmente contagiados pelo ambiente, seja ele positivo, seja ele negativo. Ainda que tudo ao seu redor contribua para te “jogar para baixo”, no sentido literal da palavra, persista. Siga em frente, e não desista.
Faça o máximo que puder, dentro do espaço que lhe foi permitido, a fim de que pelo menos um mínimo de construtividade tenha existido como obra sua. Você pode, sim, ser o agente de transformação em seu ambiente.
Não é porque a maioria das pessoas que almocem, num determinado dia, na praça de alimentação do shopping, deixem de colocar as bandejas no local apropriado, que você siga o exemplo ruim delas para deixar de fazer a sua parte.
Pelo contrário, já que as outras pessoas não são o exemplo que se espera de uma sociedade que quer se fazer respeitar, seja o exemplo.
6. Comunique as boas ideias. E recepcione as que valem a pena seguir.
Seja uma pessoa proativa, que saiba intercambiar energia positiva, de forma a ajudar as outras pessoas a terem uma vida melhor.
Funciona dessa forma: se determinada atitude fez muito bem a você, tenho certeza de que você faz questão de repassá-la para as pessoas do seu círculo de convivência. Se você gostou desse texto, tenho certeza de que irá compartilhá-lo com seus amigos no Facebook, via email, Twitter ou outras redes sociais.
Espalhe a positividade e faça circular as práticas que valem a pena serem seguidas.
7. Parta para o próximo nível.
Sempre dá pra melhorar. Sempre é possível aprimorar e fazer ajustes, ainda que finos, em sua rotina, a fim de ganhar mais tempo e ter mais energia no dia-a-dia.
Quais tarefas rotineiras de seu cotidiano podem ser automatizadas, liberando a sua mente para atividades produtivas?
Será que vale a pena buscar ajuda externa, um “olhar de fora”, que possa avaliar a sua vida sob uma perspectiva independente, a fim de lhe dar subsídios para incrementar tópicos de sua vida ainda não explorados?
Que fontes de informação e conhecimento agregarão mais utilidade ao seu gasto de tempo?
Experimentar faz parte do processo.
Uma vida mais produtiva passa necessariamente pela inadiável decisão de, sim, fazer perguntas melhores, pois é a partir delas que você poderá obter respostas mais precisas acerca do modo como você tem conduzido sua vida.
Transforme seu cérebro numa usina de novas ideais e sua rotina diária num avançado laboratório de experiências práticas. Nunca pare de aprender.
CONCLUSÃO
No mundo corporativo, as melhores empresas não são somente aquelas que geram mais lucros aos seus acionistas, mas sim aquelas que são estruturadas sob técnicas e condições que lhes garantem um legado permanente à sociedade na fabricação de bens e na prestação de serviços.
Assim também ocorre em nossas vidas, vistas ao nível individual: precisamos, muitas vezes, racionalizar procedimentos através da ordenação dos compromissos e tarefas, fazer um diagnóstico preciso de como anda nossa saúde a fim de trabalharmos com nossa capacidade biológica máxima, interagir de forma positiva com as pessoas que nos rodeiam, e estabelecer metas que nos mantenham “nos trilhos”, ainda que imprevistos aconteçam.
Dá trabalho? Dá. Mas os frutos dessa atitude certamente são os mais bem colhidos, pois nos proporcionam um novo modelo de condução da vida, fazendo com que tenhamos melhor controle sobre o tempo de que dispomos, e possamos produzir com mais energia e mais qualidade.
Tenham todos uma ótima semana!
Créditos da imagem: Free Digital Photos
Resolvi compartilhar por acreditar nem tanto na obstinação da racionalidade, mas pela cereteza de que foco e hábito realmente são necessários para o alcance de metas e objetivos concretos.
nenhuma novidade foi dita, porém o reforço é algo essencial. Obrigada por me lembrar disso!
Abs
Obrigado, Patrícia!
Excelente post, Guilherme!
Ótima semana para você.
Valeu, Célia, pra você também!
Excelente post! 🙂
Muito interessante e produtiva a sua maneira de aproveitar o tempo livre de 90 minutos, que seria utilizado por muitos para reclamações e estresse.
Abraços,
Obrigado, Rosana! 😀
Realmente, o uso dos 90 minutos de tempo foi pensado para ser aproveitado ao máximo! 🙂
Abraços!
Olá, Guilherme!
Boas dicas, mais uma vez. Reforça as atitudes que você sempre nos traz no blog.
Me fez lembrar uma metodologia de comunicação que conheci.
Recentemente, resolvi aprender, num curso livre on line, uma introdução à PNL – Programação Neurolinguística.
Aproveitei a “chatice” de um colega de trabalho sabichão, que só falava nesse assunto, para ver o que tinha demais nisso.
Eu gostei.
Há muita coisa que se pode utilizar no cotidiano e várias técnicas são auto aplicáveis (mas confesso que achei isso difícil).
É a metodologia usada pelos coachings.
Pretendo, assim que possível, contratar um, para me ajudar a abordar alguns conflitos com eficácia.
Abraços.
Olá Lívia!
Que bom que tenha gostado das dicas, e que tenha feito o curso sobre PNL.
De fato, boa parte de uma melhora em nossos níveis de produtividade pode ser feito utilizando técnicas auto aplicáveis. Ou seja, trata-se da velha questão de “mudar a chavinha” na mente, para obter novos panoramas e perspectivas.
Acho a ideia do coach bastante válida. É o tal “olhar de fora” que já comentei em outro artigo, e que pode ter bastante eficácia. => http://valoresreais.com/2014/10/13/importancia-olhar-de-fora/
Abraços