O texto de hoje é uma colaboração de César Mengozzi, que aborda sobre um modo diferente de ver a demissão.
Introdução
Para muitas pessoas, ser demitido é um de seus maiores temores, e não é para menos. Na sociedade moderna, o emprego é o fator determinante que definirá o círculo social que o indivíduo frequentará e, muitas vezes, pode ser o norteador de suas atitudes como cidadão. A matemática é simples: quem ganha mais, pode gastar mais.
Na sociedade atual e em um cenário cheio de incertezas, cada vez mais podemos perceber a preferência de trabalhadores por empregos estáveis aos mais remunerados. A cada dia, uma porção de novos cursos preparatórios invadem o mercado com promessas de aprovações nos mais diversos tipos de concursos públicos onde o funcionário, mesmo não ganhando uma fortuna, pode adquirir estabilidade financeira para o resto de sua vida.
Segurança: o segundo nível da pirâmide de Maslow
Segundo Abraham Maslow, um famoso psicólogo americano do século XX, as necessidades humanas são divididas de maneira hierárquica, na qual os níveis mais baixos precisam ser satisfeitos antes que as necessidades do nível superior possam ser saciadas. Hoje, essa divisão é mundialmente conhecida como “A Pirâmide de Maslow” (ou hierarquia das necessidades de Maslow).
Ao analisarmos esta pirâmide, podemos perceber que a necessidade de segurança encontra-se no 2º nível. Contudo, fazendo uma análise mais aprofundada em relação à sociedade moderna, constataremos que muitas destas necessidades giram em torno do dinheiro. Daí a grande importância do indivíduo estar empregado para poder saciar necessidades básicas, tais como comida, água, abrigo, saúde, dentre outros.
Fui demitido. E agora? O que o filme “Amor sem escalas” pode nos ensinar.
Há algum tempo assisti um filme muito interessante chamado “Amor sem escalas” (Up in the air – 2009) estrelado por George Clooney. Na trama, Clooney interpreta um consultor especializado em demitir pessoas e viaja por todo o país realizando esta ingrata função para empresas que, como diz o personagem, “não tem culhões para realizar esta tarefa”. O enredo se desenrola com assuntos polêmicos como a utilização da tecnologia para este trabalho, sobre a frieza do personagem e ainda, um pouco de romance.
O personagem visitava as empresas para dar a desagradável notícias a funcionários que já trabalham a 10, 15, 20 anos na mesma empresa e, de repente, ouviam de um desconhecido que “não faziam mais o perfil da empresa.” Os demitidos então negavam, esbravejavam, barganhavam e ficavam deprimidos, quatro, dos cinco estágios da perda.
O filme descreve estes estágios com imensa maestria e, ainda melhor, o quinto: a aceitação. Durante a demissão, o consultor pede que não enxergue “o olho da rua” com uma porta fechada, mas sim uma grande oportunidade que apareceu. A consultoria ainda deixa um material com o demitido, apresentando diversas oportunidades que podem ser aproveitadas que, naturalmente, a princípio é rejeitada.
Durante o desenrolar do filme, em determinado momento aparecem os personagens que foram demitidos pelo protagonista dando um testemunho de como aquela demissão os ajudou. Agora, eles tinham tempo para realizar o sonho de abrir o seu restaurante, de morar em outra cidade ou de trocar o seu estilo de vida, “graças” à essa demissão.
Conclusão: a demissão pode ser uma boa oportunidade
Veja bem, não estou afirmando que ser demitido é uma coisa boa, mas possivelmente boa oportunidade. A grande maioria das pessoas gostam de viver em sua zona de conforto, e tudo o que interfere nela é considerado ruim ou agressivo. Mesmo assim, quando expulsos dessa zona, somos obrigados a nos reinventar, sermos criativos e crescer tanto no ramo profissional quanto no pessoal. A maneira de como iremos “enxergar o copo” é o que vai determinar o sucesso ou o fracasso de nossos futuros.
Para finalizar, lembre-se: muitas vezes temos sonhos que precisam de muita coragem para torná-los realidade e uma mudança inesperada em nossas vida pode ser o estopim necessário. A partir do momento que conseguimos encontrar oportunidade em nossas dificuldades, passamos os estágios da perda com mais facilidade e temos maiores chances de prosperar nesta nova vida.
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Sobre o autor: César Mengozzi é publicitário, marketeiro e o blogueiro por trás da Capito Comunicação. Tem mais de 12 anos de experiência voltados para a área de comunicação em agências de publicidade, editoras de revista, jornal e televisão. É ainda casado, pai de dois meninos sapequinhas e um grande fã de séries sitcom.
É como diz o ditado, até um pé na bunda te empurra pra frente hahaha
Rsrsrsr….
Exatamente, Jonas, e o interessante é que a demissão como pontapé inicial não é exclusivo da iniciativa privada.
Também tenho visto pessoas que saíram do serviço público em prol de melhores condições profissionais no setor privado.
Esse pessoal tem qualidades que vale a pena destacar: coragem, exposição a julgamentos, destemor, e uma vontade grande de se reinventar a cada dia.
Abç
Ser demitido da empresa onde eu trabalhava foi uma das melhores coisas que já me aconteceu profissionalmente. O trabalho e a empresa eram uma porcaria, mas eu não sabia o que fazer se saísse de lá. Depois que fui demitido aproveitei para viajar, fazer uns cursos que queria, fiz um mestrado, o que me ajudou depois a passar em concurso público e hoje estou bem melhor do que estaria se tivesse continuado naquela empresa.
Claro, eu tinha 26 anos e morava com a família. Se eu tivesse 40, dois filhos para criar e aluguel para pagar teria sido mais tenso.
O ator que faz o papel do funcionário que queria ser chef de cozinha se chama J. K. Simmons. Aquela cena é ótima!
Olá Flavio, legal seu depoimento!
Isso mostra bem que sair da zona de conforto, não ter medo das mudanças e ter coragem para transformar crises em oportunidades podem produzir excelentes resultados.
Abç!