Ou: O estranho caso de eu ter deixado passar completamente em branco o torneio de tênis de Wimbledon
Durante esse mês de julho, aconteceu uma coisa inacreditável (pelo menos para mim) em relação a um esporte que eu sempre fiz questão de acompanhar, e que me fez refletir profundamente sobre a “necessidade” de eu ter uma TV por assinatura.
Como quem já é leitor assíduo do blog deve saber, uma das razões pelas quais eu mantenho um serviço de TV por assinatura é ter um canal de esportes para acompanhar os torneios de Grand Slam do tênis profissional.
Aliás – e eu acho que já devo igualmente ter dito aqui – isso também seria a principal (e talvez única) razão pela qual eu pagaria a mensalidade mês após mês: a possibilidade de assistir ao vivo o Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open, a Copa Davis e os torneios do Masters 1000.
Eu gosto bastante de acompanhar os campeonatos de tênis e de assistir algumas partidas, e o tema “tênis” já serviu de pano de fundo para alguns dos artigos aqui do blog, tais como esses: Rafael Nadal e as forças física e mental para conquistar seus objetivos, e Novak Djokovic e os 4 p´s da vitória.
Gosto desse esporte não só pelo fato de assistir e buscar inspiração nas conquistas dos tenistas – que servem como metáforas perfeitas para aquilo que buscamos em nossas próprias vidas (como a necessidade de concentração, preparação e foco para atingir os objetivos) – como também pelo fato de que eu já cheguei a praticar esse esporte durante minha infância/adolescência, tendo ganho inclusive um campeonato amador de duplas e um vice individual no clube que eu frequentava.
Em termos de TV, eu tive a grande satisfação de poder acompanhar toda a trajetória de Gustavo Kuerten, desde aquele inacreditável título de 1997 em Roland Garros até sua despedida oficial das quadras (também em Rolando Garros, uma década mais tarde), passando pelas grandes conquistas do final dos anos 90 e começo dos anos 2000.
Enfim, todo ano eu acompanho os principais campeonatos de tênis do circuito, ou seja, os Grand Slams e os Master Series. Gosto de acompanhá-los inclusive mais do que o futebol, e sempre que posso estou lendo as colunas dos especialistas na área, como o Fernando Meligeni, Dalcim etc.
E eis que esse ano acontece o inacreditável…
Em plena era da informação digital, eis que me deparo, numa quarta-feira qualquer desse mês de julho, com um colega, comentando que tinha ficado feliz com a vitória do Djokovic em Wimbledon. Como assim, José?
Esse torneio havia sido realmente disputado? E acabado? Como é que eu não fiquei sabendo disso, se todo dia eu leio o UOL Esportes, Twitter, Folha de S. Paulo…?
Corri direto para o Google, e descobri que esse Grand Slam não só havia começado sem que eu tivesse conhecimento, mas também terminado sem que eu tivesse assistido a uma única partida ou tivesse lido uma notícia sequer.
Em resumo: o Grand Slam mais importante da temporada havia passado completamente em branco, pela primeira vez em mais de vinte anos acompanhando atentamente, ano a ano, tudo o que ocorre no mundo do tênis, e particularmente nos Grand Slams.
Isso me deixou completamente atônito, não tanto por não ter assistido a nenhuma partida, mas sim por não ter tomado sequer conhecimento de que o torneio estava sendo realizado. E isso em plena era da informação, com notícias vindo de todas as fontes possíveis e imagináveis: jornais, redes sociais, televisão etc.
Eu poderia muito bem ter pelo menos sabido que o torneio estava acontecendo, por um desses meios de comunicação, afinal, estávamos em plena Copa do Mundo, e eu acho que nunca acessei tanto o Twitter, li tanto o caderno de esportes da Folha de S. Paulo, e, principalmente, nunca assisti tanto a ESPN, o Fox Sports e o SporTV, como nesse último mês.
E, apesar dessa avalanche de informações esportivas, eu nem me dei conta de que esse torneio estava acontecendo. Não fiquei sabendo absolutamente de nada, exceto a vitória do Djoko na final contra o Federer. Não fiquei sabendo em que rodada caiu o Nadal, como foram os brasileiros, quem ganhou o torneio feminino, quais foram os jogos mais disputados etc. etc. etc.
E tudo isso me deixou uma reflexão muito importante…
Será que realmente eu preciso de uma TV por assinatura?
Como eu disse antes, a principal razão para eu manter uma TV por assinatura é assistir às partidas de tênis, e se nem isso agora é tão importante para mim – a ponto de eu ter passado completamente em branco um torneio que eu acompanho pelo menos desde a época do Boris Becker, Stefan Edberg, Mats Wilander e Ivan Lendl -, cai por terra a tese de que a TV por assinatura seria indispensável.
Mas isso é apenas uma das reflexões que eu tive com esse acontecimento.
A outra, tão importante quanto essa, é a seguinte: será que acompanhar o tênis é tão importante assim para mim?
Esse episódio provou para mim mesmo que eu não preciso disso para ser (mais) feliz. A vida seguiu normalmente durante esse período, de modo que um hábito que eu julgava indispensável para mim mesmo não era, no final das contas, tão relevante assim, a ponto de eu não ter sentido falta (pois, se eu sentisse, certamente eu teria lido alguma notícia, ou acompanhado pelo menos algum jogo, nem que fossem apenas os últimos lances).
E quais as conclusões disso para você, caro leitor?
A primeira é a seguinte: faça uma avaliação daquilo que você julga “indispensável” na TV, e reflita se isso realmente é tão importante assim. Fique uma ou duas semanas sem assistir seu programa de TV favorito: pode ser o Que Marravilha, do GNT; o Conta-Corrente, da Globo News; algum canal de filmes; o UFC do SporTV; séries como The Bing Bang Theory, Two and Half Man, Game of Thrones, The Walking Dead, House of Cards, Breaking Bad… não importa. Substitua esse passatempo por outro(s): ler um livro do começo ao fim; escrever mais artigos em seu blog; ir para a academia; sair para se divertir, empreender etc. etc. etc.
Ao final desse período de experiências, pergunte-se: você perdeu alguma coisa não assistindo seu programa favorito? Você é capaz de continuar sua vida sem esse programa?
Muitas vezes, não é porque um hábito traz recompensas que julgamos válidas que ele precisa continuamente fazer parte de nossas vidas.
O hábito de assistir campeonatos de tênis traz metáforas interessantes que procuro trazer para minha própria vida, como os artigos que escrevi aqui no blog envolvendo tênis demonstram.
Porém, isso não quer dizer que tal hábito seja assim tão essencial à minha vida, e a prova irrefutável disso foi o fato de eu ter esquecido completamente da existência do torneio mais famoso de tênis justo no momento em que eu estava mais assistindo TV e mais acompanhando os esportes pelas redes sociais (por conta da Copa do Mundo).
Palavras finais…
Esse singelo episódio mostrou que eu não preciso tanto disso para ser feliz, e muitas das coisas que julgamos importantes para nossa felicidade na verdade não são assim tão indispensáveis.
Nos preocupamos muito com eventos e fatos que ocorrem em um “mundo exterior”, e não nos damos conta que, muitas vezes, podemos perfeitamente seguir nossas vidas substituindo esses eventos por outros que tenham “mais a ver” com nossas vidas, como encontros com amigos e parentes, e afazeres relacionados ao nosso desenvolvimento pessoal.
A questão central, aqui, não é apenas economizar dinheiro, como o título desse blog poderia de forma despretensiosa sugerir, mas sim refletir sobre nossos hábitos mais arraigados, e testá-los, de modo consciente ou inconsciente (como foi o meu caso relatado nesse artigo), à luz de nossas próprias vidas.
Finalizo esse artigo com uma belíssima história que o Longe do Limite comentou lá no blog do Pensamentos Financeiros:
“A NOTA DE R$ 100,00
Um famoso palestrante começou um seminário numa sala com 200 pessoas, segurando uma nota de R$ 100,00.
Ele perguntou:
“Quem de vocês quer esta nota de R$ 100,00?”
Todos ergueram a mão…
Então ele disse:
“Darei esta nota a um de vocês esta noite, mas primeiro, deixem-me fazer isto…”
Então, ele amassou totalmente a nota. E perguntou outra vez: “Quem ainda quer esta nota?”
As mãos continuavam erguidas.
Ele continuou. “E se eu fizer isso…” Deixou a nota cair no chão, começou a pisá-la e esfregá-la. Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada e perguntou: “E agora?” “Quem ainda vai querer esta nota de R$ 100,00?”
Todas as mãos voltaram a se erguer. O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte:
“Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa! Nada disso altera a importância que temos. O preço de nossas vidas, não é pelo que aparentamos ser, mas pelo que fizemos e sabemos.”
Agora, reflita bem e procure em sua memória:
Nomeie as 5 pessoas mais ricas do mundo.
Nomeie as 5 últimas vencedoras do concurso de Miss Universo.
Nomeie 10 vencedores do prêmio Nobel.
Nomeie os 5 últimos vencedores do prêmio Oscar, como melhores atores ou atrizes.Como vai? Mal, né? Difícil de lembrar? Não se preocupe. Ninguém de nós se lembra dos melhores de ontem.
Os aplausos vão-se embora.
Os troféus ficam cheios de pó.
Os vencedores são esquecidos.
Agora faça o seguinte:
Nomeie 3 professores que te ajudaram na tua verdadeira formação.
Nomeie 3 amigos que já te ajudaram nos momentos difíceis.
Pense em algumas pessoas que te fizeram sentir alguém especial.
Nomeie 5 pessoas com quem transcorres o teu tempo.Como vai? Melhor, não é verdade?
As pessoas que marcam a nossa vida não são as que têm as melhores credenciais, com mais dinheiro, ou os melhores prêmios.
São aquelas que se preocupam conosco, que cuidam de nós, aquelas que, de algum modo, estão ao nosso lado.”
Boa semana a todos!
Sempre acho interessante reavaliar o que fazemos. Estou nesse mesmo dilema, quando acabei de notar que faz mais de 6 meses que não jogo videogame, nem leio quadrinhos antigos que tenho na estante.
Com isso, tomei a decisão que acho sensata: venderei os dois, e focarei no que é mais interessante para mim no momento.
Boa iniciativa, André!
Reavaliações periódicas de nossos hábitos e comportamentos sempre tornam nossa vida melhor e mais feliz.
Abç!
Guilherme,
Algum tempo atrás também escrevi sobre isto, já que mantinha a tv a cabo somente por conta dos desenhos das crianças. Descobri a netflix e hoje sou feliz! rs
mesmo assim,a conclusão a que você chegou foi a mesma que tive:
Estava pagando uma boa grana para ter o canal combate para assistir muito raramente o ufc, já que o horário normalmente é ingrato e as reprises são no meio da tarde. Isso quando repetem. Algum tempo atrás eles transmitiam vários outros torneios e campeonatos, mas recentemente deveriam mudar de nome para Canal UFC, já que se não possuem algum contrato de exclusividade eu não sei o que é!
isto aconteceu com vários outras séries, que por falta de tempo no horário em que passavam eu fui abandonando. Percebi que apesar de sentir falta, não eram essenciais.
Hoje assisto algumas quando posso no netflix, e me sinto muito melhor assim: assisto quando posso e tenho vontade, não reprogramando minha vida para me adaptar ao melhor horário da emissora.
I.C.,
Bacana seu depoimento!
A sua história pessoal traz um componente muito relevante, e que eu não foquei tanto no artigo: hábitos substitutos.
No seu caso, o “substituto” escolhido – Netflix – mostrou ser uma alternativa que lhe dava as mesmas recompensas em termos de entretenimento, só que a um custo muito menor.
No meu caso, talvez o fato de ter acompanhado a Copa com mais interesse possa ter funcionado como um substituto à altura, além de outros, como foco mais centrado em outras áreas de interesse (nutrição, viagens, atividades físicas na academia etc.).
O legal dessa experiência inconsciente foi ter testado alguns hábitos substitutos que me proporcionaram recompensas equivalentes.
E assim vamos “lapidando” essa dádiva chamada vida…
Abç!
Ótima reflexão Guilherme, também vou reavaliar as minhas atitudes, sempre há algo pra melhorar!
Aproveitando, já viu esse texto?
http://dinheirama.com/blog/2014/07/21/brasil-em-crise-como-fica-futuro/
que é uma introdução ao um artigo bem mais extenso publicado aqui: http://www.empiricus.com.br/o-fim-do-brasil/
Fiquei meio preocupado com ele :/
Valeu Arthur!
Sobre os textos indicados, já li o primeiro, e marquei no Instapaper pra ler o segundo.
De fato, a situação no Brasil está ficando bastante complicada em termos de economia. Acredito que estamos perto de iniciar um ciclo de recessão.
Por isso, o importante nesse momento é acumular conhecimento e reservas financeiras, para estar preparado para esses momentos de crise, onde podem surgir oportunidades para investimentos e melhorias profissionais.
Abç
Cuidado com essa empiricus:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/o-que-esta-por-tras-da-campanha-da-empiricus.html
É evidente que se pensarmos em termos do que é essencial apenas, muita coisa do que fazemos irá embora.
Agora, no caso do assistir tênis pela TV, pelo que você disse, por mais que não seja essencial – não é algo que te dá prazer? Se sim, por que não mantê-lo?
A não percepção de que o evento estava acontecendo se deu por uma pequena queda de interesse seu ou incompetência de cobertura dos grandes portais? Ou os dois?
E no próximo torneio de tênis, quando a TV por assinatura já estiver cortada, você não irá querer assistir? E aí, como vai fazer? E vou além… talvez você nem queira tanto assistir, mas ao perceber a impossibilidade e esta falta, este querer assistir poderá se agigantar em sua mente (rs).
É tempo de cortar a TV por assinatura ou assinar algum feed específico de tênis ou mudar de portal de notícias? Tantas possibilidades…
Abraços, Renato C
Olá Renato C!
Muito interessantes suas ponderações! Vamos a elas:
Sim, assistir tênis pela TV é uma atividade gratificante, e gosto bastante, pelos motivos citados no artigo. O fato de eu ter esquecido um torneio importante é que me fez eclodir na mente que talvez um item de consumo ligado a ela possa ser extinto, ou substituído por outra forma mais econômica de assistir às partidas, como a dica do leitor Rafael.
Aliás, esse episódio me fez refletir sobre esse próprio hábito, já que o significado das coisas muda de acordo com os contextos, conforme escrevi em outro artigo aqui no blog: http://valoresreais.com/2010/08/10/as-coisas-mudam-de-significado-de-acordo-com-os-contextos/
Apenas para exemplificar: dos meus 8 aos 19 anos, gostava muito de videogame, a ponto de ficar “viciado” em games em determinados períodos. Mas alguma coisa no meio desse caminho me fez “desligar” o gosto por esse hábito.
Igualmente, na minha fase de adolescência, um dos esportes que eu mais gostava de assistir era basquete, ou melhor, os jogos da NBA. Achava que ia assistir NBA pelo resto da minha vida… e hoje nem curto assistir sequer as finais.
Então, o mesmo pode estar acontecendo com o tênis: talvez se esteja iniciando uma nova fase em minha vida, cujas prioridades em termos de entretenimento possam ser outras. Ou não.
De qualquer forma, vou continuar refletindo sobre isso, a fim de reavaliar não só minhas necessidades da TV por assinatura, mas também desse próprio esporte.
Sobre a não percepção do evento, se deu mais pela pequena queda de interesse, tendo em vista que eu estava mais focado em acompanhar a Copa. O foco mudou, mas eu apostava que pelo menos uma notícia viesse até mim, nem que fosse um tweet na minha timeline ou um comercial de 30 segundos no intervalo dos programas do Sportv. E nada disso aconteceu. Pior: nem me dei falta.
Sobre a questão do próximo torneio de tênis (US Open)… é provável que eu queira assistir, afinal, o hábito está enraizado em minha mente (embora de forma menos indelével do que eu supunha). Contudo, como eu disse ao I.C., talvez com menos interesse, devido ao fato de um ter encontrado hábitos “substitutos”, ou melhor, áreas de interesse substitutas que possam proporcionar os mesmos benefícios em recompensas. Mas só testando mesmo pra saber… vai que a vontade se agigante em minha mente…..rsrs
E sobre a última questão, a opção de assinar um feed RSS específico pode funcionar como um “lembrete” melhor. Aliás, eu assinava os feeds da Folha e da Folha Esportes, mas percebi que eu gastava muito tempo com notícias que eu poderia acompanhar melhor simplesmente acessando a capa do UOL Esportes.
Vou continuar testando as possibilidades e ver qual resultado no final das contas funciona melhor para mim…
Abç!
Excelente texto.
Sempre me vi nesse dilema de assinar ou não uma TV a cabo… mas sempre deixei de assinar quando vi que o que interessa são apenas uma ou duas horas da programação deles. Não vou assinar 100 canais pra assistir 1 deles por 2 horas, isso vai contra toda a lógica das finanças.
Abraço
Valeu, Bob, e legal saber que você é leitor do blog! 😀
Pois é, o chato é assinar um pacote com 100 canais pra aproveitar, no final das contas, somente 1 ou 2, e isso ainda vai contra toda a lógica das finanças, como você bem disse.
No caso do tênis, a sugestão do leitor Rafael é muito bacana, que eu penso um dia em testar.
Além disso, graças a aparelhos como Chromecast e Apple TV, pode estar surgindo aí uma tendência que eu penso ter grandes chances de vingar no futuro para algumas pessoas (dentre as quais eu me incluo): Youtube na TV da sala de estar.
Vantagens? Escolha da programação, controle sobre os “canais” que se quer assistir, ampla variedade de opções e melhor utilização do tempo na TV, que deixa de ser passivo e passa a ter um pouco de proatividade também.
Abç!
coincidência ou não este ano resolvi ficar uns 6 meses sem TV por assinatura.. uma para dar um gás a mais nos depósitos mensais de investimentos e outra pois eu ja tava ficando chato, nada me agradava e eu passava de um canal pro outro sem assistir nada.
Voltei agora em julho, fiz uma boa economia e por hora os canais estão bem interessantes, filmes novos, seriados novos etc…
quem sabe daqui um tempo eu faça isso de novo 😀
Legal sua experiência, Cleitôndio. Alternar períodos de não pagar e pagar pode ser uma experiência que valha a pena testar. 😀
Nunca tive TV por assinatura. Passo muito pouco tempo em frente à TV. Li seu artigo hoje pela manhã e à tarde ligaram-me de uma operadora com uma oferta de TV por assinatura por 1 real por dia (claro, sempre tem uns asteriscos que eles omitem). Como sempre fiz, recusei. Não é tanto pelo valor. Mas é ter uma coisa que será, pra mim, um desperdício. Ter por ter não vale a pena.
Adoto a mesma lógica com a Internet. Assino um plano que atenda às minhas necessidades. Há até um artigo seu sobre algo como “nem sempre a economia de dinheiro é economia de tempo”. Uso isso para não assinar algo que não me atende, olhando somente a questão financeira, mas para ter um plano compatível com minhas necessidades atuais.
Agora, pelo sentimento passado no seu texto, o tênis é uma hobby seu e acho que um tempo de afastamento do acompanhamento dos torneios aí sim vai definir se isso é essencial ou não pra você. Por enquanto, ao que parece, você ainda não sabe. =)
Gostei desse trecho, Leonardo: “o tênis é uma hobby seu e acho que um tempo de afastamento do acompanhamento dos torneios aí sim vai definir se isso é essencial ou não pra você. Por enquanto, ao que parece, você ainda não sabe. =)”
Isso mesmo. Tanto não sei que há um ponto de interrogação no título do texto.
Vou continuar testando as hipóteses!
Abç
p.s.: sobre o artigo, aqui vai o link para aqueles que querem saber mais: http://valoresreais.com/2010/12/20/nem-tudo-o-que-e-mais-barato-em-termos-de-dinheiro-e-mais-barato-em-termos-de-tempo/
Muito bacana essa sua reflexão! Às vezes aquilo que julgamos ser importante na verdade nada mais é do que um hábito que está tão enraizado no nosso dia a dia que acreditamos ser essencial e sem o qual não “sobreviveríamos”. E gostei MUITO desse texto com o qual você termina esse artigo. Incrível a maneira como nos faz perceber o que realmente conta na nossa vida!
Abraços
Obrigado, Bruna!
Você disse bem: hábito enraizados no nosso dia-a-dia talvez não sejam assim tão importantes.
Às vezes vivemos a vida tão no “piloto automático”, que, quando acontecem certas coisas, como a que aconteceu no meu caso, ficamos tão perplexos que é melhor parar um pouco e refletir a respeito.
E sobre o texto que encerra o artigo, de fato é inspirador!
Abç
Já pensou em assinar a TV da ATP?
http://www.atpworldtour.tennistv.com/liveplayer
Não passa os Grand Slams, mas eu sei que pelo menos o Australian Open transmite de graça pelo próprio site todos os jogos. Pra você que é fã de tênis, o que pagaria em 2 meses de assinatura de TV pode pagar o ano inteiro da transmissão de quase todos os jogos de tênis do mundo (exceto os Grand Slams). Se existisse algo parecido pra ter acesso à transmissão de jogos de futebol, trocava na hora!
Olá Rafael, excelentes dicas!
Eu não conhecia esse pacote específico e individualizado só para o tênis.
Vou meditar a respeito!
Abç
Ótimo artigo. A TV é uma atividade passiva, que nos suga o tempo em que podíamos estar fazendo coisas em que somos o protagonista principal. Ficamos ali, sentados, passivos, ao invés de viver! Para boa parte das pessoas, a rotina é ir ao trabalho, voltar cansado e estressado, e aí ficar com sua mente sedada olhando para a TV. Vivemos passivamente: ao invés de aprender a jogar tênis, assistimos um campeonato de tênis. Ao invés de aprender a lutar de verdade, assisitimos e torcemos por outros. Ao invés de viajar, assistimos programas de viagem enviesados. Ao invés de sair, conhecer pessoas interessantes, aprender sobre a vida delas, assistimos novelas e seriados, e aquelas pessoas se tornam nossos novos “amigos”, cujo destino nos interessa e preocupa.
Resumindo: ao invés de termos experiências *reais*, vivemos a vida através da televisão. Nos alimentamos de emoções que não nos permitimos ter no mundo real.
Eu pouco a pouco fui abandonando a televisão. Hoje acho que assisto muito raramente. A maioria das semanas eu nem ligo mais. Gasto meu tempo livre fazendo aulas de coisas que tenho vontade de aprender, praticando outras que eu gosto, interagindo com pessoas reais. Assisto vídeos sim, aqueles que servem para me ensinar alguma coisa. Tem muitas video aulas úteis no youtube. E eventualmente assisto filmes também, quase sempre com outras pessoas para poder compartilhar aquele momento.
Existe mais um benefício em abandonar a TV: você fica fora da maior máquina de influência da mídia. Deixa de ver os anúncios tentando te convencer que você precisa de coisas inúteis. Deixa de perder tempo com anúncios.
Recomendo a todos que comecem devagar. Troque uma hora de TV por uma academia, uma aula de dança, uma aula de idiomas. Com o tempo você vai se sentir mais vivo. Irá perceber que há tantas coisas interessantes para fazer e aprender, que não tem porque perder tempo olhando para o que está acontecendo com gente que nem existe.
Excelente texto, Vinícius! (daria até um baita artigo!)
O paralelo traçado entre acontecimentos imaginários e reais foi muito bom, e demonstra como podemos ter mais controle das nossas vidas deixando de lado a TV.
A TV é um produto do capitalismo, e, portanto, é uma máquina concebida para fazer funcionar o próprio capitalismo, através de anúncios publicitários e programas que exploram as emoções do consumidor-expectador.
A ideia da substitutividade é o ponto-chave para começarmos a ter melhores experiências fora da “telinha”. 🙂
Eu tenho tv paga desde que ela foi inventada. Curto demais!
Assisto mais esportes e desenhos (apesar de já ser quarentão).
Dificilmente assisto filme. Por essa razão fiz um downgrade dois anos atrás, já que o pacote básico tem esportes e desenhos a vontade.
Valeu!
Perfeito, Gil, o negócio é escolher um pacote mais compatível com suas necessidades.
Valeu!
Bom dia.
Primeiro, parabéns pelo blog, sempre com artigos interessantes e relevantes.
Com relação a este artigo, é claro que não devemos deixar que se torne um vício assistir TV, mas pelo menos para mim assistir TV é um bom passatempo, e serve p adquirirmos conhecimento e sabedoria.
Mas veja bem, não falo dos canais de TV abertos, onde 90% da programação é descartável e uma porcaria (BBB, novela, noticiários policiais e afins).
Na TV por assinatura, temos muitos programas legais: Conta Corrente, canais do Discovery, esportes, enfim, programas que, além de me darem prazer, eu aprendo bastante.
Com relação à assinatura, de vez em quando ligue para sua operadora e negocie os valores e pacotes.
Se você souber usar seu poder de negociação, geralmente você terá uma redução do valor e/ ou melhoria do pacote dos canais.
Enfim, economizar dinheiro é importante, mas aí que está um grande dilema de quem é leitor do blog: equilíbrio para manter a qualidade de vida, sem que viver e economizar pensando no futuro se torne um fardo, mas sim um prazer.
Exato, Ricardo, o ponto chave é o equilíbrio.
Saber negociar os pacotes de assinatura também é um ponto vital para conseguir ajustar o custo da TV dentro da realidade de seu orçamento doméstico.
Abç
Bacana o texto e a visão sobre o assunto fora do aspecto financeiro.
Eu cheguei a escrever sobre isso no meu site (http://dinheironormal.com.br/planejamento-financeiro-tv-por-assinatura/ se quiser ter a minha visão sobre o assunto).
No meu site eu falo sobre a necessidade, o uso e também sobre o dinheiro.
Sabe por quê? Porque com esse dinheiro economizado, você pode fazer algo que NO MOMENTO te faça mais feliz. Economizar só por economizar não compensa.
Você com certeza curtiu muito os torneios passados, mas talvez, no momento, outra coisa pudesse te dar mais prazer.
Eu, por exemplo, jogaria Poker por diversão 1 vez por semana com esse valor. Só para dar um exemplo.
Abraço.
Ótimas ideias, Bruno, bacana também o seu blog, não conhecia!
Você disse bem na questão da função que o dinheiro representa: é como dizem Robin e Dominguez, o dinheiro representa nossa energia vital, e devemos, portanto, usá-lo com sabedoria.
Abç
Apesar de concordar que devemos ponderar nossas prioridades, muitas vezes cortar completamente uma despesa não é a solução ideal para o dilema.
Veja: não há nada que nos impeça de termos uma vida saudável, com tempo para lermos bons livros, passarmos mais tempo com nossas famílias… e ainda mantermos nosso pacote de TV por assinatura.
Tudo isso é possível de ser feito, basta querer. Afinal de contas, não estamos falando de situações excludentes.
Eu gosto bastante desta parte do seu texto:
“(…) eu acho que nunca acessei tanto o Twitter, li tanto o caderno de esportes da Folha de S. Paulo, e, principalmente, nunca assisti tanto a ESPN, o Fox Sports e o SporTV, como nesse último mês.”
Bom, como esses 3 canais esportivos (que na verdade vão de 7 a 10 canais, a depender do tipo de pacote assinado) só fazem parte da grade de uma TV por assinatura, presumo que você concorde comigo rs.
De resto, agradeço a menção no seu artigo. Se alguém souber o autor da narração, agradeço.
Abraço!
Você tem razão, LL.
O negócio é ponderar bem tudo o que está envolvido, até porque, como você bem sacou do meu texto, nesses últimos meses eu nunca havia acompanhado com tanto interesse outro evento esportivo.
Abç!
Guilherme,
Recebi a recomendação do seu blog pelo feedly e assinei o conteúdo no momento que li o título desse artigo.
Eu não seria a pessoa que sou hoje se meus pais não tivessem assinado a NET em 1997 quando ela chegou na minha rua. Eu praticamente aprendi a falar inglês graças aos canais gringos. Mas em 2008 eu cancelei sem muita dó porque não me agregava mais. Esse tipo de reflexão é essencial hoje na minha vida, é o meu 4o R dos 3R tradicionais (de Re-Pense)
Li alguns artigos já e parabéns pelo conteúdo. Gostei muito de ver os artigos do Get Rich Slowly traduzidos, sempre indico para meus amigos os artigos de lá e agora poderei indicar para mais gente.
Obrigado, Charlene, eu não sabia que meu blog estava sendo recomendado no Feedly, bacana isso! 😀
Gostei muito também do seu depoimento, é isso, as prioridades mudam com o decorrer do tempo, e os significados das coisas também mudam de acordo com o contexto. Seguem dois artigos que escrevi a respeito:
http://valoresreais.com/2010/05/03/as-prioridades-mudam-com-o-decorrer-do-tempo/
http://valoresreais.com/2010/08/10/as-coisas-mudam-de-significado-de-acordo-com-os-contextos/
Abç!
Guilherme,
Gostei muito do seu post, das reflexões e conclusões às quais chegou. Eu acho que tudo o que falou tem muito a ver com seus próprios valores pessoais.
“Esse singelo episódio mostrou que eu não preciso tanto disso para ser feliz, e muitas das coisas que julgamos importantes para nossa felicidade na verdade não são assim tão indispensáveis.”
Muitas vezes são fatos como o que aconteceu com você que tornam claro para nós o que é realmente importante.
Muitas vezes só chegamos a essa conclusão quando estamos face a face com a morte ou quando perdemos alguém muito amado.
No seu caso, quero te parabenizar por ter conseguido usar essa perda a seu favor. Raras pessoas fazem o mesmo. Em vez de ficar se lamentando, você refletiu sobre a importância dos jogos de tênis em sua vida.
Muitas vezes nós nem gostamos mais de determinada coisa ou hábito, mas pelo apego, pelo medo da mudança, vamos guardando aquilo conosco por anos e anos e a vida segue enquanto nós vivemos mais no passado do que no presente. E no futuro, a frustração será certa, pois há um tempo para tudo, embora não seja nada fácil manter esse equilíbrio, eu que o siga. rsrsrs
Abraços!
Oi Rosana, muito obrigado!
De fato, as coisas vão mudando de significado de acordo com os contextos, e as próprias prioridades mudam com o decorrer do tempo.
Eu acho que isso faz parta da própria vida: a mudança permanente, sabendo que a única coisa que não muda seja a própria “impermanência das coisas”, por mais paradoxal que isso possa parecer.
Evoluímos no decorrer da vida, e algumas coisas que faziam sentido 5 anos atrás, hoje já não fazem mais, da mesma forma que daqui a 5 anos talvez as prioridades também sejam outras.
Enfim, o importante é fazer pausas regulares e refletir sobre o que de fato queremos em nossas vidas, sempre ancorados no tempo presente.
O difícil é mesmo manter o equilíbrio…rs….mas com dedicação e força de vontade chegaremos lá! 🙂
Abç
Guilherme,
“Enfim, o importante é fazer pausas regulares e refletir sobre o que de fato queremos em nossas vidas, sempre ancorados no tempo presente.”
Na minha opinião, essa é uma das coisas mais importantes e ao mesmo tempo mais difíceis de serem feitas, pois geralmente nos ancoramos no passado em relação as mudanças e às reflexões sobre o assunto.
Falando em impermanência, postei algo no meu blog há algum tempo sobre isso:
http://simplicidadeeharmonia.blogspot.com.br/2014/01/impermanencia.html
Abraços!
Sem dúvida, essa é uma tarefa bastante árdua, Rosana.
E o seu post define de forma magistral essa dificuldade do ser humano de aceitar a impermanência!
Abç