Hoje, o blog Valores Reais tem o privilégio de apresentar mais um excelente post vindo de um de nossos leitores.
Como todos já devem estar carecas de saber, o maior diferencial desse blog é a qualidade (bem) acima da média de nossos leitores, que, seja através de discussões na caixa de comentários, seja através de mensagens nas redes sociais, compartilham suas histórias, experiências, dicas e macetes para ter uma vida financeira mais saudável e mais feliz.
Também sabemos que a base para ter uma educação financeira de qualidade vem, principalmente, através dos livros. Mas não quaisquer livros, e sim livros de qualidade, que deem ao leitor os fundamentos e os alicerces necessários para edificar as pilastras de um orçamento doméstico equilibrado e que reflitam os reais valores de cada indivíduo.
O processo de reflexão resultante da leitura dos livros constitui, desse modo, uma peça-chave para desenvolver bons hábitos financeiros que repercutam por muitos e muitos anos, tornando a vida mais fácil de ser administrada, sob o ponto de vista financeiro.
Eu já sabia, pelos constantes comentários e mensagens recebidas, que alguns leitores têm um nível de verdadeira excelência em conhecimento financeiro adquirido através de livros, mas a história do leitor Leonardo é particularmente impressionante, seja porque ele soube fazer uma mescla muito interessante entre livros de autores estrangeiros e livros de autores nacionais, seja porque ele soube aplicar bem os conhecimentos adquiridos à sua própria história de vida. E tudo isso cultivando valores e virtudes tais como a humildade, a curiosidade (sede de aprendizado) e a paciência.
Inicialmente, o Leonardo havia me mandado um email contando a história dele, mas eu achei o conteúdo do email tão abrangente que lhe sugeri que transformasse seu depoimento num guest post, porque vi ali enorme potencial para ajudar e incentivar milhares de leitores a reescreverem suas próprias histórias a partir dos livros, bem como demonstrar, sobretudo aos iniciantes no mundo da educação financeira, a importância do conhecimento adquirido através dos livros, dos bons livros.
Para sorte dos leitores do blog, o Leonardo prontamente aceitou a ideia, e narrou a importância que os livros de educação financeira tiveram em sua trajetória como “aprendiz de educação financeira”, como, aliás, todos somos. Reuni as conversas que tivemos num texto único, onde conseguimos ter uma excelente visão da trajetória leitora de Leonardo.
O que lemos, então, a partir daí, é o desenvolvimento de uma mente brilhante, que, com tempo, muita dedicação, e muita disciplina, soube erguer as bases de uma vida financeira ancorada em sólidos conhecimentos financeiros.
Leiam o guest post abaixo, o qual, para quem está iniciando na jornada da educação financeira, servirá como um incentivo e tanto para que continuem a trilhar esse caminho.
E, para quem já tem um nível avançado na educação financeira através dos livros, certamente se identificará bastante com a história do Leonardo – quem sabe até vocês não leram os mesmos livros que ele, por quê não!? 🙂
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Caro Guilherme,
Em primeiro lugar, gostaria muito de lhe parabenizar pelas resenhas e pelo excelente bom gosto das leituras. Honestamente e sem brincadeira mesmo, achei impressionante: não sabia nem que os livros do William Bernstein, John Bogle ou outros faziam sucesso por aqui. Cá entre nós, esse estilo de simplicidade, de ir devagar e com cuidado é visto com certa desconfiança por muita gente que se aventura pelo mercado de ação e etc. Daí o sucesso grande de Kiyosaki, Harv Eker e cia, que praticamente endeusam os milionários e o dinheiro. Acho interessante colocar tudo – inclusive o dinheiro – em uma certa perspectiva mais moderada, o que não quer dizer jamais desimportante.
Confesso que fiquei muito surpreso quando vi os livros do Willian Bernstein, Aswath Damodaran (“O Mitos de Investimento” é mesmo fantástico), Richard Ferri e John Bogle sendo resenhados aqui. É que, como o Bogle deve ter dito em algum lugar, eles falam de investimentos – ou formas de investir – considerados muito “tediosas”, “cansativas” e “chatas” pela maioria, e tem uma auto-promoção bastante moderada. Certo, o Bogle fala bastante dos fundos de índice e da Vanguard, mas normalmente tudo vem acompanhado com uma argumentação densa, dando inúmeras oportunidades para alguém contradizê-lo. Além disso, os fundos deram certo, não deram? Realmente, taxas de administração altas, no contexto de superar o mercado, podem gerar e ampliar perdas consideráveis. Esses são realmente os mais equilibrados que eu li, pelo menos lá fora.
Lá fora, acho que a mensagem geral do livro do Dave Ramsey é válida, mas a insistência em colocar zilhões de casos e histórias que deram certo, tornam o livro enfadonho ou apelativo. Estou me referindo ao “The Total Money Makeover”. O livro do T. Harv Eker, “Os segredos da mente milionária”, é muito legal também, sobretudo os exercícios e o foco na mentalidade, mas confesso que não vi muito valor – ainda, talvez – nas declarações que ele pede para fazer.
Enfim, acho que os quatro livros que mais influenciaram a minha educação financeira foram:
1. “O Homem Mais Rico da Babilônia”, de George S. Clason (pelos valores de poupança, trabalho, persistência, paciência e o de não “tomar atalhos” no processo de investimento).
2. “Investimentos”, de Mauro Halfeld. Esse livro não só é muito didático, como também responsável e balanceado nas suas sugestões. A apresentação geral que ele faz do mercado financeiro e a forma como ele fala disso por si só justificam o sucesso do livro. Confesso que depois dele fiquei mesmo interessado em investir.
3. “Como organizar a sua vida financeira”, de Gustavo Cerbasi. A quantidade de sugestões e dicas válidas é muito alta, inclusive as sugestões acerca de como montar uma planilha que apresente ao mesmo tempo ´Fluxo de Caixa Mensal´ [receitas/despesas] e o Patrimônio Líquido. Esse me ajudou e ainda me ajuda.
4. “Investimentos Inteligentes”, de Gustavo Cerbasi. Acho que esse livro tem no mínimo duas vantagens: a primeira é porque ele mostra inúmeras modalidades e instrumentos de investimento, dando ao leitor a liberdade de ponderar estratégias mais adequadas à sua situação particular; a segunda são as dicas e sugestões do próprio autor acerca de cada um desses investimentos.
Embora não tenha me influenciado diretamente, o “12 Meses Para Enriquecer” do Marcos Silvestre, e o “Terapia Financeira” do Reinaldo Domingos me foram úteis sim.
O primeiro, no tocante ao modelo de orçamento planejado/realizado: dentre os livros de finanças pessoais, dificilmente cheguei a ver algum autor mostrando que o legal é orçar para aquela categoria (lazer, alimentação, cuidados pessoais), gastar e depois ver a diferença. Normalmente dizem para colocarmos apenas o que gastamos e só. Neste sentido, terminei incorporando a noção de colocar um limite de gastos em cada categoria do meu orçamento e, após o passar do mês, ver a diferença.
Já o livro do Domingos também me ajudou no orçamento, mas de uma maneira diferente: eu já retirava 10% (ou mais) antes de gastar (como o livro do Clason e todos os que vieram depois recomendam), mas ele acrescenta aí, da mesma forma, as metas de curto e médio prazo. Então, antes dos gastos habituais, eu retiro três parcelas: os 10% (aposentadoria), as metas de curto prazo e as de médio prazo.
O meu padrão de vida, então, passa ser adaptado à realização de minhas metas – e não o contrário. Achei essa uma ideia simples, é verdade, mas muito proveitosa se bem implementada.
Aprofundando o tema…
Sendo muito honesto com você, conversar sobre educação financeira é complicado: acaba sendo um tema que acaba soando “forçado” entre as pessoas com as quais tento conversar. O que quero dizer com isso? Seja entre amigos, seja entre familiares, há um conjunto de crenças sobre o mundo das finanças que os impedem não apenas de alimentar quaisquer interesses sobre ele, como também de se aventurar em alguma leitura ou mesmo algum produto financeiro. Assim fica difícil.
Boa parte das pessoas encara a palavra “investimento” com distanciamento: “é coisa de rico”, “é coisa que não dá para mim”, “é arriscado”, “posso perder tudo” etc.
“Poupança” causa também ceticismo: “a vida só se tem uma”; “devemos aproveitar o hoje”; “e se o governo confiscar novamente a poupança?”; “já chego na metade do mês no cheque especial, como é que posso poupar?”.
Educação financeira, por aqui, simplesmente não existe. É como se, com relação à dinheiro, as coisas simplesmente acontecessem, alguns nascendo ricos, outros tendo sorte, e mais ainda alguns já nascendo com “tino para negócios”. Acho que o T. Harv Eker falaria em “programação mental” com relação ao dinheiro e aqui também entrariam os diferentes fluxos de caixas de Kiyosaki.
O meu interesse pelos investimentos foi despertado neste contexto: não o de propriamente ser milionário, mas sim criando um espaço no qual eu poderia realizar os meus projetos de vida colocando os serviços/produtos financeiros ao meu favor, e não contra, como parece ser mesmo a regra.
O meu atual conhecimento financeiro não me permite dizer que invisto mesmo para ficar rico – embora o Harv Eker insista que esse não é o tipo de mensagem que devemos alimentar. Procuro ter o bastante dentro das minhas possibilidades e não fazendo dos investimentos um meio de vida que consuma os meus horários: procuro simplicidade, aceito riscos calculados e reconheço que por aí vou abrir mão de parte da rentabilidade. Dá para ver, portanto, que levo o Bogle e o Bernstein bem a sério, ainda que muitas coisas que eles colocam estejam situadas para além da minha atual compreensão financeira.
Não tratei nenhum desses autores como guru, mas como recipientes de informações que, uma vez implementadas, podem gerar bons resultados, ou não. Em todo caso, há o aprendizado. Desse jeito, consegui tirar um pouco – ou muito – dos vários livros que li.
Gosto muito do George S. Clason, sobretudo porque me lembra o tempo todo do básico: atenção aos investimentos, persistência, dedicação intensa ao trabalho, proteção de capital etc. Foi um livro que me ajudou bastante no começo.
Diferente da maioria, li o Kiyosaki bem depois do Clason, logo, já de olhos bem abertos. Uma das coisas mais legais dele, acho que presente no seu “Guia de Invenstimento”, diz que o perigo não está no investimento, mas no investidor. Isso serve para que não tenhamos medo de opções e derivativos e sim que estudemos esses investimentos para saber como podem nos servir melhor. Mas será mesmo que isso se aplica a vender opções a seco? Não tenho como responder. A atitude dele com riscos e sair da zona de conforto é também interessante, embora alguns considerem excessivamente arriscada.
Fiquei impressionado com o livro do Mauro Halfeld. A didática, organização e qualidade do material atestam o motivo de ser um livro tão vendido: é um livro muito sóbrio e que deveria ser ainda mais lido. Três livros do Gustavo Cerbasi foram muito importantes nesse percurso: “Dinheiro – Os Segredos de Quem Tem”, “Como Organizar a Sua Vida Financeira” e o “Investimentos Inteligentes”. O primeiro por aprofundar e organizar noções de juros compostos, enfatizar o cuidado com os pequenos valores, enfim, o “mindset” do investidor de um modo geral.
O segundo foi o primeiro que me apresentou realmente um modelo completo de planilha de orçamentos. Nossa educação financeira é tão incipiente que a maior parte desses livros simplesmente trata as planilhas da forma mais elementar, restrita e simplória possível, o que me desagrada: cadê a diferença entre o planejado e o orçado? Cadê a relação entre fluxo de caixa e patrimônio? Tudo isso é explicado no livro do Cerbasi, embora acho que ele poderia ter passado mais tempo detalhando isso: quebrei muito a cabeça para desenvolver uma boa planilha a partir das informações dadas no livro. Em contrapartida, o autor passa mais de 3 páginas destacando um por um as pessoas que não devemos tomar como referência para falar sobre investimentos. Será que era necessário tanto espaço para isso, e tão pouco para as planilhas?
Em “Quanto Custa Ficar Rico” do Paulo Portinho, há uma justificativa para isso: não adianta explicar modelos sofisticados e complexos de planilha (algo que ele relaciona aos “puristas da educação financeira”) se as pessoas sequer fazem as suas planilhas. É um argumento muito válido, ainda mais no Brasil, mas fica a pergunta: e as pessoas que já fazem as planilhas? O livro do Marcos Silvestre, “12 meses para enriquecer”, apresenta alguns modelos que me foram úteis também. É um outro autor que fez um ótimo trabalho.
Acho que o Cerbasi tem muito conhecimento e didática, mas gostaria que ele aprofundasse mais em certos pontos, como sugestões e estratégias. Felizmente, em um dos livros mais recentes dele, o “Investimentos Inteligentes”, parece mesmo que essa será uma tendência.
Li o “Total Money Makeover”, do Dave Ramsey, que parece ter ajudado muita gente lá nos Estados Unidos a sair do aperto. Mas honestamente a quantidade de “casos de sucesso” que o autor coloca no livro… não tenho mais paciência para isso. A ideia que educação financeira é 80% cabeça/mental/emocional e 20% conhecimento eu acredito que é válida, mas o mesmo não posso dizer do seu método para pagar as dívidas: faz até sentido do ponto de vista psicológico, mas é uma violência em termos de matemática. Quero dizer, pagar primeiro os investimentos com menor taxa de juros para que você desenvolva autoestima para vir a quitar o resto? Mas ele tem bons conselhos em termos de mentalidade e valores.
No Brasil eu acho que o Reinaldo Domingos desempenha um papel melhor nesse departamento, basta ler o “Terapia Financeira” e o “Livre-se das Dívidas”. Muito legal, aliás, o modelo de orçamento do Domingos: incorporar as três metas primeiro e depois – só depois – deduzir as despesas diárias, assim ajustando elas às metas e não o contrário, como normalmente ocorre. Só essa ideia já valeu o preço do livro. Na mesma direção, o modelo de contas do T. Harv Eker também foi algo que me ajudou bastante.
“Investindo em Small Caps” do Anderson Lueders, “Avaliando Empresas, Investindo em Ações” do Carlos Alberto Debastiani e o “O Mercado de Ações em 25 Episódios” do Paulo Portinho, me tiraram da zona de conforto. Ali vi que o buraco era muito mais em baixo e que precisaria estudar bastante sobre o mercado, algo que ainda estou devendo. Depois de ler esses livros, essa foi a orientação que adotei para as minhas leituras posteriores: livros mais focados em estratégias, pesquisas empíricas, demonstrações etc.
Não sei o que é exatamente isso, mas a escrita desses três livros tem algo me conforta: os números, as planilhas, os argumentos cerrados, as pesquisas, os conselhos com ressalvas e mais ressalvas. Às vezes me pergunto como diabos o Lueders conseguiria fazer uma mega-promoção desse livro para atrair mais e mais investidores: o livro é denso, mas muito valioso, me lembrando bastante os de Damodaran, que ele também tanto aprecia. Altamente recomendado! Um dos momentos que dificilmente vou esquecer foi a primeira vez que li a estratégia com dividendos apresentadas no mencionado livro do Paulo Portinho, “O Mercado de Ações em 25 Episódios”. Até essa leitura, com o grau de conhecimento que eu tinha acumulado, dividendos ainda assim soava como complexo, mas a exposição do autor é tão boa que, na mesma hora, pensei em seguir esse caminho: é sólida, faz sentido e cativa os iniciantes.
Muito mais importante do que um método, um caminho certo, o autor mostra e convence que o mercado de ações remunera bem. Só por esse capítulo, acho que já vale o livro. A exposição do valuation pelo Debastiani é sem igual para os iniciantes: não, você não se sentirá o próximo Warren Buffett, mas ao menos vai respeitar essa abordagem.
Comprei e li também o livro do Alexandre Póvoa, o Valuation. Admito que não entendi e ainda não entendo boa parte dos inúmeros cálculos que ele apresenta – e não sei se algum dia entenderei bem – mas é mesmo um livro importante e denso sobre o assunto. Um dia eu retornarei a ele, depois de fazer algum curso, seminário etc. Há um livro antigo que tenho aqui, mas ainda não li, chamado “The Theory of Investment Value” do John Burr Williams, que parece ter influenciado muito o Benjamin Graham.
Independente de Warren Buffett e meio mundo de gente elogiar, “The Intelligent Investor” foi uma das melhores leituras que eu fiz nessa área, senão a melhor, embora a leitura seja árida e bem complexa. Conceitos como margem de segurança, a importância dos fundamentos, visão de logo de prazo, e uma noção – mesmo que ainda muito vaga para mim – dos indicadores, foram muito produtivas. O livro do Philip Fischer, “Common Stocks and Uncommon Profits” também foi interessante, sobretudo porque anteciparia uma preocupação mais adiante com small caps e ações com potencial de crescimento, algo que eu só tomaria mesmo consciência ao ler o Lueders. Infelizmente não li nada do Peter Lynch.
Finalizando
Embora eu esteja muito distante de ser um trader, confesso que os insights psicológicos do Alexander Elder, sobretudo no que concerne ao gerenciamento de risco, terminaram sendo muito úteis para me tranquilizar nas quedas do mercado. Li apenas partes do clássico “Trade for a Living”. Acredito que ler apenas autores fundamentalistas ou grafistas pode acabar sendo um erro, já que partimos do pressuposto que a outra parte não tem nada a nos ensinar. Será mesmo? Eu aprendi dos dois lados e acho até que uma combinação das duas abordagens pode ser muito benéfica ao investidor: uma para o longo prazo, avaliando a solidez do ativo, enquanto a outra específica os pontos de entrada e saída. Isso, claro, só para começar.
Os blogs do Conrado Navarro e do Valores Reais foram e ainda são muito importantes para mim como fontes de informação que eu busco implementar na minha vida financeira em geral. Não imagino o quanto é difícil manter blogs com informações de qualidade durante tanto tempo: é necessário, no mínimo, uma boa vontade, comprometimento e cuidado que nós, leitores, só podemos mesmo ter uma vaga ideia. Gostaria de parabenizar a todos vocês pela luta.
Damodaran, Bernstein, Bogle são os autores que eu tenho lido recentemente. Terminei também o do Ramit Sethi, “I Will Teach You To Be Rich”: ele tem sugestões e dicas muito úteis para os que estão entre 20-35 anos, embora algumas sejam difíceis de aplicar por aqui: eu gostei bastante e recomendo ele, embora com as ressalvas feitas. Minha leitura atual? “Stocks for the Long Run” do Jeremy Siegel. Vale cada centavo.
Na pior das hipóteses, Damodaran e Bernstein me lembram algumas verdades muito simples, mas que acabo esquecendo: 1. o que eu sei sobre investimentos continua mesmo sendo perto de nada; 2. o buraco é sempre mais em baixo: se o ganho – ou a estratégia – com ações é fácil demais e traz um retorno bem alto (No Pain, No Gain, creio que Damodaran diz algo assim no “Mitos de Investimento“)… 3. estudar, estudar, investir, estudar e estudar mais.
Enfim, essa foi a parte inicial do meu percurso. Espero que tenha gostado e que as referências possam ser úteis aos seus leitores também.
Grande abraço,
Leonardo
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E você, quais livros foram fundamentais no seu processo de educação financeira? Compartilhe suas dicas na caixa de comentários e conte para nós suas experiências!
Agradeço ao leitor Leonardo por mais essa fantástica contribuição para o blog!
Créditos das imagens: Free Digital Photos
Guilherme e Leonardo,
Muito bom o guest post!
Gostei da dica do livro “O Homem Mais Rico da Babilônia”, de George S. Clason. Já li várias boas recomendações sobre esse livro, acho que chegou o momento de eu ler também.
No meu caso, sites (como Dinheirama, Valores Reais e outros) foram fundamentais no processo de educação financeira, muito mais do que os livros.
Além de aprender muito, sempre que eu tinha (ou tenha) alguma dúvida, os donos dos sites sempre respondem de forma muito satisfatória.
Foi através dos sites que conheci as corretoras de valores e parei de investir apenas em fundos de investimentos de bancos, que cobram altas taxas de administração e conheci o Tesouro Direto, os fundos de ações – com esses não fui bem sucedida, além de ter uma certa aversão ao risco. Conheci também outros tipos de investimentos melhores do que os dos grandes bancos, com menores taxas, investimentos, mais interessantes e seguros.
Livros que achei interessante foram:
1) Bola de neve – biografia de Warren Buffet
Eu gostei muito desse livro, a visão dele desde bem cedo em relação aos negócios. O que me chamou mais a atenção é o estilo de vida baseado em simplicidade e frugalidade.
2) 10 diferenças entre os milionários e a classe média – Keith Cameron Smith
3) Os segredos da mente milionária – T. Harv Eker
Para mim esses livros foram muito úteis por estarem relacionados a conscientização, a informação e a “abrir a mente” sobre finanças em geral, consumo etc. São coisas que, se colocadas em prática de forma adequada, trazem bons resultados.
Uma boa semana!
Muito legal seu depoimento, bem como seus livros, Rosana!
Os livros citados por você eu também – coincidentemente 🙂 – li, e foram bastante proveitosos no meu processo de educação financeira também.
O interessante disso tudo é que, uma vez que você começa, fica empolgado(a), e vai desbravando cada vez mais os temas relacionados.
Abç!
Trilhei um percurso muito parecido em relação à bibliografia! Sinto até falta daquela sensação de estar desbravando o terreno, de estar começando a enxergar dentro da Matrix, rs…
Alguns livros que me marcaram imensamente e que não constam da relação:
i) “O Mercado de Ações ao seu Alcance”, do Joel Greenblatt: é um livro escrito para criança e ainda traz uma “fórmula mágica”, ou seja, tudo o que uma pessoa séria precisa pra achar que o livro é charlatão e não passar do primeiro capítulo… Ainda assim, deve ter sido o livro que mais me marcou na vida, tanto ou mais que o “Investidor Inteligente”. Ele fala muito sobre algo que pouca gente observa: a importância de avaliar uma empresa não pelo seu valor de mercado, e sim pelo valor da firma (valor de mercado somado à dívida líquida);
ii) “One Up on Wall Street”, do Peter Lynch (agora tem versão em português, “O Jeito de Peter Lynch de Investir”): é uma leitura excelente, fácil, empolgante e instrutiva;
iii) “The Dhandho Investor”, do Mohnish Pabrai (não tem em português): é muito bom de ler e reza a missa do Peter Lynch em relação a investir em empresas “tóxicas” (você precisa comprar quando ninguém mais quer).
De resto, pra entender economia de verdade, que é a fundação de todo investimento consciente: todos os textos do Instituto Mises Brasil, mas principalmente os que ensinam o que realmente é a inflação, de graça no site da internet.
Pra entender sobre FIIs, que são um investimento atualmente melhor do que ações, segundo muitos, e um assunto sobre o qual não conheço nenhum livro brasileiro (ressalva para o do Small Caps, que já dava uma pincelada sobre eles em 2008): fóruns na internet e sites especializados (vale a pena pesquisar).
Excelente relação de livros, Guilbro!
Os sites indicados também são muito bons, e ajudam a complementar o entendimento sobre os temas propostos!
Gostei particularmente desse trecho:
“Sinto até falta daquela sensação de estar desbravando o terreno, de estar começando a enxergar dentro da Matrix, rs…”
Eu também! ….rsrsr
Abç
Guibro,
Essas suas sugestões são bem interessantes: vou dar uma conferida nelas quando puder. Olha, até hoje não li nada do Peter Lynch, mas pelo que li em alguns comentários ele me lembra bastante o Philip Fisher. Também não li muito de economia: só o do N. Gregory Mankiw, Hayek e o Basic Economics do Thomas Sowell.
Realmente, estudar e ler sobre investimentos é como sair da matrix. O triste é que se trata de um assunto que para discutirmos no nosso cotidiano acaba sendo muito difícil: as pessoas pensam muito em ganhar dinheiro, no trabalho que levam, e em gastá-lo o mais rápido possível. A ideia comum é a de que investir é para ricos. Assim fica difícil.
Guilherme,
Sim, cada livro que vamos lendo vai abrindo os horizontes, o que nos faz ficar cada vez mais cientes sobre o quanto temos ainda que aprender. Tenho vários livros sobre Opções (os do Bastter), li, reli, procurei mais informação na internet, mas ainda não cheguei perto desse tipo de investimento que, por sinal, é muito útil para defender a carteira – e não, ao meu ver, para especular.
Aliás, um livro muito sóbrio, conciso e direto ao ponto sobre o investimento em ações é o “Sobreviva na Bolsa de Valores” do Bastter. Você já leu ele, Guilherme? Seria um livro excelente para você fazer uma resenha, já que não apenas desmistifica a renda variável, como também apresenta uma estratégia boa e relativamente simples para se ganhar nela no longo prazo, claro. Gosto muito da forma como ele integra ações/opções, algo muito raro dentro os autores que escrevem sobre finanças pessoais aqui no Brasil.
Um abraço para vocês!
Olá Leonardo!
Ainda não li esse livro do Bastter. Vou procurar informações sobre ele, e quem sabe resenhá-lo por aqui também!
Abç!
Que legal!
Guilherme, boa tarde.
Antes de mais nada, gostaria de agradecer a você e a todos os amigos que participam deste que é, pra mim, o melhor blog de finanças de todos. Tem me ajudado bastante nos últimos anos a desenvolver uma mentalidade financeira e de frugalidade que me permitam realizar sonhos hoje sem descuidar do futuro.
Possuo uma dúvida meio off-topic, mas gostaria de tentar esclarecê-la com você e com os amigos do blog… Para valorização da sua carteira, você apropria a “rentabilidade” da renda fixa de acordo com o valor atual do título (atualização mensal do tesouro direto com o valor do dia) ou com “pró-rata” mensal estimado do ganho total?
Sei que a pergunta é um tanto boba, mas imagine o seguinte caso: tenho um título de renda fixa qualquer do tesouro que na data do vencimento vai me gerar R$ 100.000 de rentabilidade acumulada (por exemplo), mas essa rentabilidade é fruto do tempo, obviamente. Como “apropriar” mensalmente ou anualmente esse ganho para acompanhar a rentabilidade dos meus títulos e valorizar o ganho da minha carteira de investimentos de uma maneira que me ajude a perceber que a minha meta de alocação de ativos não está fugindo do plano?
Grato pela resposta e mais uma vez parabéns pelo excelente blog.
Olá Gerson, muito obrigado pelas palavras! Certamente, esse é um incentivo e tanto para continuar produzindo material de qualidade para os leitores!
Quanto à sua dúvida, eu aproprio a rentabilidade de acordo com a atualização mensal do Tesouro Direto com o valor do dia.
E a pergunta não tem nada de boba não, ela é super importante na medida em que nos permite acompanhar de uma forma sistemática os ganhos na carteira de investimentos, de forma que possamos averiguar se as nossas metas de alocação de ativos se encontram condizentes com nossas expectativas!
Abç!
Guilherme,
Grato pela clara resposta, e mais uma vez parabéns pelo blog. Sigo acompanhando 😉
Abraço.
Valeu, Gerson!
Abç
Gostei muito do post. Já li alguns livros de autores brasileiros. Por causa deste excelente post comprei o “Mercado de Capitais em 25 Episódios” de Paulo Portinho. Os do Cerbasi li praticamente todos e o que abriu inicialmente minha mente foi “Dinheiro: os segredos de quem tem”. Espero explorar alguns autores estrangeiros em breve.
Valeu, Investidor, legal que você tenha se identificado com o post!
Abç
O primeiro livro que li sobre finanças foi um pouco antes de me casar, em 2005 – Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. Nossa como esse livro foi fundamental!!! Depois segui os demais livros do Cerbasi, como vc meu xará! O livro que mais me ajudou também foi COMO ORGANIZAR SUA VIDA FINANCEIRA! E sua observação a respeito da planilha foi e continua sendo minha dificuldade para por em prática os ensinamentos do livro. Aliás, bem que vc poderia compartilha seu modelo – iria ajudar muita gente! Ademais, sobre o livro INVESTIMENTOS INTELIGENTES a estratégia a respeito da previdência privada atualmente há muitas críticas em blogs etc…
Grande abraço,
Léo.
Grande Léo, começou bem cedo na educação financeira, hein!? 🙂
Realmente, as planilhas são um calcanhar-de-aquiles na questão da organização financeira doméstica. Considero-as sempre uma “obra em construção permanente”, pois sempre descobrimos formas de aperfeiçoá-las, retirando excessos, adicionando outros campos e fórmulas úteis etc.
E de fato a estratégia de previdência privada abordada por lá foi fonte de bastante polêmica na blogosfera brasileira!
Abç
Fala Leonardo, tudo bem?
Cara legal sua história, vejo até algumas coincidências com a minha. Exemplo, gostei demais do “O Homem mais rico da babilônia”. Tem também o Investimentos do Mauro Halfeld, este foi o meu primeiro livro sobre investimentos/finanças pessoais.
Com o livro do Mauro, criei a minha planilha (que uso até hoje), e adotei uma práticas para aumentar meus investimentos (algumas malucas mas funcionam!).
Concordo plenamente que educação financeira no Brasil é mito! E olha que há vários blogs com ótimo conteúdo, porém muitos se recusam a saber o que é, pra que serve e por ai vai.
Só tenho a agradecer ao Guilherme, por manter esse site que ajuda não só a mim, mas muitas pessoas que querem ter a tão sonhada independência financeira.
Marco
Ôpa, muito legal seu depoimento, Marco!
Agradeço demais suas palavras, vamos com força e foco total rumo à sonhada independência financeira!
Abç!
Pessoal,
Que bom que gostaram do post. Isso inclusive me incentiva a compartilhar mais algumas experiências e crescer também com vocês.
Honestamente, como disse na postagem original, eu não sou um investidor qualificado e munido de muitas informações para investir: faço – e continuo fazendo – apenas o básico, o fundamental. Tento me qualificar profissionalmente para ganhar mais, tento proporcionar um trabalho que forneça valor em termos de quantidade e qualidade, e claro, continuo lendo sobre investimentos.
Falando sério, discutir investimento no contexto de finanças pessoais, ao menos na minha realidade brasileira, é praticamente fantasia. Quando em roda de amigos ou outras pessoas, jogo o tema, as reações acabam sendo as mesmas: é coisa de rico; é muito complexo; bolsa é perigoso, perde-se dinheiro. Ou simplesmente as pessoas não possuem interesse, apesar dos inúmeros problemas financeiros que possuem.
Vejo no brasileiro uma percepção temporal muito equivocada e, ao menos para mim, problemática: é necessário ficar podre de rico – e não financeiramente independente – no prazo mais curto possível porque amanhã o mundo vai acabar. Contrasto isso com aquela paciência dos investidores americanos, alemães e japoneses que obtiveram sucesso (ver Buffet e Lynch). Tudo aqui é no curto prazo, para ontem. Até mesmo o ato de poupar é um problema enorme porque, bem, ou já se está no cheque especial, ou poupar nos impede de viver o agora, deixando tudo para o futuro. Será? Se o sujeito ganha R$ 3.000,00, poupar no mínimo R$ 300,00 por mês é uma demonstração tão grande assim de desprezo pelo presente? Pior: ocorre aumento, duplica-se a remuneração, e ainda assim o buraco permanece.
Em um contexto como esse, então, não acho sequer cabível começar a discutir derivativos, opções e investimentos mais sofisticados com imóveis. Ao meu ver, simplesmente não faz sentido: é como construir um prédio pela cobertura.
Grande abraço!
Excelente depoimento, Leonardo!
De fato, na vida real, as pessoas desprezam sobre um assunto pelo qual não deveriam ter vergonha de falar.
Ainda bem que aqui na Internet temos condições de explorar melhor esses temas, e todos saem ganhando!
Abç
Eu amei o livro do Dave Ramsey, em especial quando fala do risco que costumamos ignorar. Se eu tenho uma dívida a juros baixos e recebo uma quantia que posso aplicar com uma taxa de juros superior, é besteira quitar a dívida, certo? Errado. Nessa conta simplista, esquecemos, por exemplo, que podemos precisar do dinheiro investido para uma emergência, como por exemplo um tratamento de saúde, quando então ficaremos sem investimento e com uma renda comprometida pelos débitos. Não me lembro bem qual exemplo ele deu no Total Money Makover, mas me parece uma análise bastante razoável e verossímil, embora nunca tenha visto (ou lido) nada que abordasse esse tipo de consideração.
Oi Cassia, bem interessante esse argumento mesmo!
Abç
Outro exemplo, a pessoa tem um financiamento imobiliário e recebe uma herança, a qual resolve investir. E se a pessoa perder o emprego e tiver dificuldades em se recolocar no mercado? Nesse caso, teria sido melhor ter amortizado o empréstimo com a herança, pois quando sobreviesse o infortúnio, talvez o imóvel até já estivesse quitado. Assim, a pessoa teria que lidar com o desemprego sem o fardo de se preocupar com o financiamento, além de estar tranquilo também por não ter o risco de perder o imóvel.
Exato, tem que saber muito bem gerenciar a grana nessas situações que podem comprometer o patrimônio financeiro familiar no futuro.
Abç
Guilherme e Leonardo, não posso deixar de falar sobre o livro “O homem mais rico da Babilônia”. Queria eu ter lido este livro aos meus vinte anos de idade… rs.
O mais surpreendente neste clássico é a simplicidade na abordagem dos assuntos.
Após esta leitura, tomei um conceito pra mim – existe alguém bem sucedido que gasta mais do que ganha? É incrível como uma percepção de algo tão básico pode mudar uma trajetória de vida.
Já sou mais um leitor do “Valores Reais”. Com certeza, indicarei aos amigos e conhecidos.
Grande abraço!
Olá Rodrigo, excelente reflexão!
Realmente, às vezes assimilar os conceitos mais simples é que podem provocar as mais extraordinárias mudanças…
Muito obrigado pela indicação!
Abraços!
Putz! Que post maravilhoso e os comentários também! Altíssimo nível! Confesso que sou iniciante no processo. Bom, se o mundo do investimentos e sua consequente educação financeira é um caminho a ser desbravado por todos, imagine para nós mulheres? Acho que isso daria um excelente post.
Gosto bastante de Cerbasi. Acho que li três dele, Investimentos Inteligentes, Educação Financeira, Dinheiro: os segredos de quem tem. Os segredos da mente milionária e Pai rico e pai pobre também são essenciais para começar a trabalhar o sistema de crenças estabelecidos, sobretudo porque, historicamente, o dinheiro e a educação financeira é algo quase sobrenatural na cultura brasileira. Já li outros, mas estes me há chamaram bastante atenção. Neste último mês, li O homem mais rico o da babilonia. Achei o texto simples e objetivo. Adorei! Já anotei as novas referências para que continuemos nossa leitura!
Carla, obrigado!
E você também merece aplausos por estar começando a se instruir financeiramente, através da leitura de bons livros.
Continue na sua caminhada, que você só terá a colher ótimos frutos!
Abraços!