Como eu sempre gosto de destacar, um dos maiores privilégios de ser autor desse blog é contar com uma comunidade de leitores (muito) acima da média, que participam dos debates nas caixas de comentários expondo suas opiniões de uma forma tão intensa e produtiva que o conteúdo desses comentários acaba virando uma espécie de “blog paralelo” dentro do próprio blog. E, muitas vezes, tal conteúdo acaba alimentando ideias para os próprios artigos do site, como já aconteceu em outras oportunidades, tais como nesses posts:
– A compilação dos leitores: 7 alternativas para reduzir seus custos operacionais na Bolsa;
– Educação financeira: um giro temático pelos blogs. Edição de hoje: comentários dos leitores;
– A história do leitor: início de ano e a velha história;
– A história do leitor: sobre a força do pensamento positivo, coincidências e destino;
– [Dica do leitor] Tirando o máximo proveito do débito automático;
– Dica do leitor: não gosta do débito automático? Vá de agendamento de pagamento!
O último post publicado aqui no blog, Quanto mais você economizar, de menos dinheiro você precisará. Para sempre, teve tantos comentários de excelente nível que mereceria um post à parte. Pois bem, ei-lo. 😀
São lições de educação financeira que nos ensinam diversos aspectos da nossa relação com o dinheiro, e que podem perfeitamente te ajudar também a ter uma vida melhor.
1. Renato C: “tornar-se rico é criar degraus de sustentabilidade para as suas conquistas”.
O leitor Renato C, que participa há anos do blog, sempre com excelentes comentários, nos ensina como acumular patrimônio sem deixar de acumular bons momentos na vida. O segredo é procurar o equilíbrio que mais se ajuste ao seu estilo de vida, aliado à realização de objetivos claros e bem demarcados. A meta? Fazer sobrar dinheiro para que você tenha uma certa liberdade de gastos.
Confira:
“Perceba que a frugalidade diz: quanto menos de dinheiro você precisar, melhor.
O que o nosso mundo diz é: quanto mais dinheiro, melhor.
Existe uma dinâmica aí.
Acredito que cada um deva buscar um equilíbrio que sirva para si. Ultimamente, eu tenho gostado da seguinte fórmula:
1) economizar até alcançar um determinado montante de dinheiro, isto é, um patrimônio (seja ele 200 mil ou 2 milhões, vai de cada um).
2) A partir disto: a) não mexer no patrimônio e deixá-lo investido, crescendo ; b) manter os custos fixos baixos sempre ; c) gastar de modo mais à vontade o que você ganhar a partir de então, economizando pouco (5% a 15% do seu salário). Você já terá um mini-patrimônio formado, crescente, e terá dinheiro para gastar com coisas realmente extraordinárias (não fixas), como viagens, experiências, diversão etc.
O importante é fazer sobrar dinheiro para que você tenha uma certa liberdade de gastos.
O que venho observando também é o seguinte: o prazer de se gastar dinheiro ou adquirir um bem deve estar diretamente vinculado ao custo que aquilo teve para ti. Por exemplo, se eu ganho 1 salário mínimo e compro um amendoim de R$ 0,50 para tomar com uma cerveja de R$ 1,50, pouco irei me preocupar com este gasto e estará tudo fantástico.
Agora, e se eu ganho este mesmo salário e aprecio o melhor amendoim do mundo, acompanhado da melhor cerveja do mundo, ao custo de R$ 70? Será um custo muito alto para minha realidade, devo até ficar mal humorado depois por estar fazendo isto, não será uma boa experiência para mim, ainda que da melhor qualidade.
Se tornar rico é criar degraus de sustentabilidade para as suas conquistas.
Abraços, Renato C”.
O depoimento do Renato nos ensina a importância de cultivar, nas nossas ações diárias, o valor da disciplina como ingrediente fundamental para que possamos levar uma vida que seja congruente entre os dois pólos da equação do planejamento financeiro de longo prazo: alimentar com consistência um futuro melhor, mas sem deixar de aproveitar o momento presente, dentro das nossas possibilidades financeiras.
2. Jônatas: “a frugalidade nada tem haver com pobreza, mas sim com o bom uso e racional dos objetos”.
No mesmo dia em que publiquei o post acima mencionado, o amigo e também blogueiro Jônatas publicou um excelente texto no Efetividade, intitulado Valor de mercado, liquidez e frugalidade, que, dentre outros aspectos, ressalta a importância de se viver uma vida de essência, e não uma vida de aparência:
“O mundo vive uma crise de status. Todos querem mostrar possuir o que na verdade não possuem. Ter uma bela casa e um carrão não lhe deixa mais felizes. A felicidade proporcionada pela compra destes bens é momentânea. O que faz realmente as pessoas felizes são coisas simples: um passeio, um lanche, um boa conversa. Ostentar objetos que parecem seus, mas que na verdade são do banco, pois foram financiados em prestações a perder de vista, lhe apresentará aos vizinhos e falsos amigos como alguém importante, mas no fundo você sabe que a verdade não é esta.
Buscar a simplicidade, uma vida frugal, sendo feliz pelo SER e não pelo TER é o caminho da verdadeira alegria e felicidade duradoura.
Agora não confunda as coisas. De maneira nenhuma quero dizer que você não deve ter casão e carrão. Apenas digo que você precisa os ter e não eles ter a você. Você viver na corda bamba financeira durante todo o mês para pagar o financiamento de um carro de luxo é bobagem, status desnecessário. Você ter uma casa enorme que pouco desfruta é burrice.
A frugalidade nada tem haver com pobreza, mas sim com o bom uso e racional dos objetos”.
Um dos reflexos de nossa sociedade consumista é a criação de uma geração de pessoas alienadas. Outro dia, conversando com um cara na Internet, ele disse que só seria feliz se viajasse com a família para Miami (ou Orlando, não me recordo bem). Pior: ele disse que “tinha pena dessas pessoas que só pensam e acumular riqueza para o futuro”.
Tal tipo de pensamento, além de ser estúpido, pois faz crer que somente é feliz quem vai para tal ou qual destino, é completamente equivocado em termos de educação financeira, pois faz uma análise preconceituosa de pessoas que buscam garantir um futuro melhor, como se essas só vivessem para o amanhã, quando o que ocorre é justamente o contrário, ou seja, são as pessoas que se preocupam o amanhã as que justamente mais conseguem aproveitar o presente sem prejudicar o futuro.
3. Camila: “eu não preciso disso para ser feliz”.
O depoimento da leitora Camila é sensacional, pois mostra que nós não precisamos de luxos desnecessários para sermos felizes. Temos que agir racionalmente na hora das compras, principalmente nas compras de alto valor, como automóveis e imóveis, não deixando que emoções momentâneas interfiram, de modo negativo, no nosso processo decisório.
Eis o comentário dela:
“Outro dia eu estava fazendo umas pesquisas para trocar de carro e eu quase (quase) comprei um carro bem mais caro do que o que estava planejando inicialmente. Daí parei, pensei…eu preciso deste carro? Por que quero este carro e não o modelo mais simples que estava no plano inicial? Daí a ficha caiu… no mundão das aparências que a gente vive, se não vivermos alertas, cientes do que é realmente importante para nós, é MUITO fácil cair nesta armadilha do consumo, do aparecer’, do ‘ter’ etc.”
E você, caro leitor? Será que você precisa mesmo de um relógio de luxo, roupa de marca ou viagem de luxo para ser feliz? Será que um modelo mais simples de roupa, uma viagem mais simples, enfim, coisas mais simples, já não atenderiam aos seus objetivos? Afinal, quem é que botou na sua cabeça que você só será feliz se viver e ostentar acima de suas posses? Pra quê ficar pagando de rico se você não é (e provavelmente nunca será, se continuar vivendo de aparência) rico? Você quer ser lembrado pelo que você tinha ou pelo que você era?
Bom, você já deve imaginar a resposta que um filho da mídia irá dizer: “ah, mas você só pensa em ser rico, em acumular grana, fica aí se privando do presente… blá blá blá, blá blá blá“.
Bem, eu poderia dizer milhares de coisas para responder a tal pergunta (aliás, um tanto quanto ingênua), mas eu fico com o depoimento do Renato C, mencionado acima, como a melhor forma de resposta. Ademais, como eu já cansei de dizer aqui no blog, o dinheiro é apenas uma das formas possíveis de acumular riqueza, a qual tem múltiplas dimensões, e se você não acumular, ao longo de sua vida, capital físico, capital emocional, e capital intelectual, de nada adiantará ter acumulado capital financeiro.
Para mim, particularmente, a riqueza tem mais a ver com o acúmulo de valores reais, do que com o acúmulo de valores em reais, como eu já disse em outra oportunidade.
4. Murilo: “economize 50% ou mais de seu salário. Não consegue? Pois então eu vou lhe mostrar como!”
É praxe ouvir por aí que você deve economizar pelo menos 10% do que ganha. Porém, para mim, isso é apenas o ponto de partida. O ideal é por volta de 30%.
Mas há leitores que vão além e demonstram que é possível ir ainda mais longe, economizando até 50% do salário, ou melhor, da renda líquida ativa anual. Em um depoimento inspirador, o leitor Murilo mostra o caminho das pedras:
“Sou um pouco mais radical. Acho que economizar 10% do salário líquido não vai levar ninguém a nenhum lugar. Tem que ser mais de 30%. O ideal sendo por volta de 50%. Mas como? Ora…ganhando mais!!! Não tem como ou não quer sair da zona de conforto? Então meu amigo/amiga, tem que se adaptar a viver com menos. Corte despesas com supérfluos, mas não tenha uma vida de privações ou de miséria. Para chegar a este patamar de 50%, vai economizando de modo gradual ano a ano. Mas não se esqueça de aproveitar a vida. Todos podem conseguir!!
E em seguida complementa:
“Será que uma família de 4 pessoas não conseguiria fazer um bico para ganhar 110 reais no final do mês? Se economizassem estes 110 reais, alcançariam a fácil meta de 10% do salário mensal. O que falta é coragem, inteligência, boa vontade, pois é muito mais fácil torrar esta grana em parcelas de carnes para comprarem TVs de LED de 42 polegadas. Será que não serviria uma de 32 polegadas?? Puxa, tenho um salário razoável, consigo economizar 50% da renda liquida ANUAL (pois economizo o máximo o 13º salário e 1/3 das férias) e ainda tenho uma TV antiga de tubo de 21 polegadas. Se me serve muito bem, pra quê trocá-la? Depois reclamam do governo…”
E eu adiciono, a esse excelente depoimento, dizendo que muitas famílias de classe média estão fazendo a mesma coisa, torrando, a título meramente exemplificativo, de R$ 300 a R$ 500 em tarifas bancárias/tarifas aéreas só pra bancar viagens em cabines de avião de luxo. Utilizando o mesmo raciocínio do Murilo: será que uma viagem mais simples não atenderia aos mesmos objetivos de chegar ao destino? Afinal, você tá jogando dinheiro no lixo por uma necessidade própria ou pra imitar pessoas (que você nem conhece direito), as quais estão acima de seu nível de renda? Ou você só tá torrando essa grana toda pra impressionar pessoas desconhecidas na Internet, se gabando por coisas que não terão utilidade alguma sequer pra você?
5. Pedro: “educação financeira independe da faixa de renda e sim adequar o quanto você ganha à sua realidade”.
O leitor Cyber postou um questionamento interessante:
“Economizar recebendo de salário 5k, 7k ou 10k é fácil, tenta aplicar essa teoria para uma família composta de pai, mãe e 2 filhos, recebendo em média R$ 1.000/mês. Acho que educação financeira tem que pensar nesse tipo de família também”.
Ao qual o leitor Pedro respondeu com muita propriedade:
“Cyber Battery, sem dúvida o desafio é muito maior, mas educação financeira independe da faixa de renda e sim adequar o quanto você ganha à sua realidade independente de quanto seja. Para uma família como você citou, que seja guardar 50 reais por mês e ter 600 poupado no fim do ano e comprar uma TV de 20″ usada, é melhor do que entrar em um financiamento e dividir aquela TV de 40″ sonhada em 24 prestações.
A questão principal aqui é que temos uma cultura completamente direcionada para consumo e nada voltada para a poupança, independente da classe social. O fundamental que aos poucos essa mentalidade seja mudada e para isso esses blogs são fundamentais” (destaquei).
E a prova cabal de que a nossa cultura é do tipo consumista é a quantidade absurda de pessoas que se revolta e te ofende quando você começa a tocar em temas como frugalidade, evitar o desperdício, investimentos de longo prazo etc. etc. etc.
Muitas vezes, a falta de educação financeira é a ponta do iceberg da falta de educação para a vida mesmo…
6. Longe do Limite: “a necessidade faz o hábito”.
O leitor e também blogueiro Longe do Limite conta sua experiência trabalhando em instituições financeiras, e dá uma dica importante: muitas vezes é a necessidade quem faz o hábito. Confira:
“Por já ter trabalhado em instituição financeira te adianto que é exatamente quem ganha pouco que tem o costume de guardar um pouquinho no final do mês.
Vou além: quem ganha um pouco mais acaba deixando de economizar por não acreditar que guardar ‘míseros 100 reais’ todo mês vá fazer alguma diferença no longo prazo. O problema é que quem não tem o costume de guardar 100 reais não vai conseguir guardar 1.000, ou então 1 milhão quando tiver a chance.
Não estou defendendo o que estas pessoas fazem, só quis lembrar que é a necessidade que faz o hábito: quem não pode se socorrer nos bancos só tem a opção de economizar; para quem tem uma boa renda, atalhos nunca faltarão. Abraço!” (destaquei).
Isso me fez lembrar o que ocorre com a maioria das pessoas, principalmente as de classe média – e algumas até de classe alta: quando recebem um aumento de salário, a primeira coisa que fazem é aumentar o padrão de vida.
Tudo errado, porque, no final das contas, agindo dessa forma elas nunca irão conseguir economizar dinheiro e construir patrimônio, como, aliás, já mencionamos nesse artigo: Seus gastos constroem riqueza para você ou para os outros?.
Aliás, é por isso que muitas pessoas que têm uma renda alta (salários de R$ 15 mil pra cima) não conseguem, ao final de uma vida, acumular patrimônio: porque torram tudo com consumo. Podem até ser inteligentes para ganhar bons salários, mas são, desculpem-me os mais sensíveis, autênticos burros na hora de gerenciar suas finanças pessoais.
Outro dia mesmo, eu perguntei a um advogado porque ele, apesar de ter uma renda superior a R$ 20 mil, gastava R$ 95 em tarifas de pacote de serviços mensais de uma assim denominada conta VIP de um determinado banco, e ele disse que era por causa dos “serviços” que esse mesmo banco oferecia. Pô, mas que servicinho caro que esse banco oferece, hein? Será que o café que esse banco oferece é mais gostoso que o café dos outros?….rs… 😀
Porque serviços de investimentos já sabemos todos que todas as melhores opções se situam fora da rede bancária, e, convenhamos, gastar mais de mil reais anuais (R$ 1.140, para ser mais preciso) só para manter uma conta bancária não é uma atitude muito inteligente, ainda mais considerando que esse mesmo banco oferece a possibilidade de ter uma conta de serviços essenciais.
A não ser, é claro, que o cafezinho dessa conta VIP seja banhado a ouro (mas aí já é uma outra história…..rsrs).
Você certamente também conhece alguém que, mesmo ganhando bons salários, desperdiça o dinheiro do trabalho com essas pequenas-grandes futilidades. É aquela coisa: não basta ver um aumento de salário que o sujeito já trata de torrar logo esse aumento, por meio de um aumento do padrão de consumo. Triste essa realidade…
7. Guru da Grana: “estabeleça metas. E trabalhe para conquistá-las”.
O leitor, e também blogueiro, Guru da Grana, nos relembra o valor de ter objetivos na vida, a fim de que prazeres momentâneos de curto prazo não prejudiquem nossa caminhada rumo ao amanhã:
“É como um professor meu sempre dizia: “O segredo é saber onde se quer chegar”. Caso contrário, nunca estaremos satisfeitos. Anotar em um caderno, bloco de notas ou no computador os objetivos para daqui a 5, 10, 20 e 30 anos pode ser um começo e um exercício mental para adotar esta prática, já que podemos sempre revisar, relembrar e refletir a partir daquele ponto inicial, sem deixar nossa mente praticar os seus truques com a gente”.
Sobre esse tema, aliás, escrevi um artigo no blog tempos atrás, Estabeleça recompensas para as metas de curto, médio e longo prazos que conquistar!
8. Rosana: “se você não valorizar aquilo que você já tem, tudo o que você comprar nunca será o suficiente”.
A amiga e também blogueira Rosana, destacou um ponto fundamental da educação financeira: o ponto de valorizarmos aquilo que já possuímos. Do contrário, entraremos fácil fácil no jogo do hiper-consumo, que é um evidente jogo de soma zero, já que as pessoas que entram nesse jogo acabam se tornando fantoches, verdadeiras marionetes, das empresas, consumindo sem pensar, gastando sem raciocinar, ainda que isso tenha um custo muito alto para seu bolso e para suas próprias vidas.
Confira:
“Em relação à TV, por exemplo: se ela está me servindo bem, para que mudar? Chegará um dia que isso acontecerá, mas qual o motivo de antecipar essa compra, que no momento é desnecessária?
A mídia é hábil o suficiente para manipular nossos hábitos de consumo sem que percebamos isso.
Para que ter uma tv velha se é possível ter uma nova, mesmo que parcelada em 24 vezes no cartão “sem juros”?
Eu prefiro fazer a pergunta ao contrário: para que ter uma tv nova se a velha ainda está boa e funcionando bem? Realmente preciso de uma tv nova? Se sim, para que? E por quê?
E isso vale para todas as coisas”.
Conclusão
Conhecimento modifica comportamento. Se você quiser ter uma vida melhor, mais equilibrada, e mais saudável, sob todos os aspectos possíveis, é necessário incorporar em sua mentalidade as oito lições deixadas por nossos leitores no último post (e que viraram um post próprio nesse artigo), e fazer com que essa mentalidade se transforme em ações práticas no seu dia-a-dia. É como andar de bicicleta: não basta entender. Tem que praticar.
Sei que blogs que incentivam o consumo responsável, a frugalidade e a educação financeira são absoluta minoria na blogosfera brasileira, ainda mais numa sociedade como a nossa, carente de educação financeira até entre as classes mais abastadas (as quais, em tese, são as que mais acessam conteúdos como esse).
Daí a importância de compartilhar com os leitores a experiência de outros leitores, a fim de provar que sim, é possível usar o dinheiro com sabedoria. Ademais, todos ganhamos com essa troca de conhecimentos.
Agradeço aos leitores Renato C, Jônatas, Camila, Murilo, Pedro, Longe do Limite, Guru da Grana e Rosana pelas preciosas lições de educação financeira e de vida que proporcionaram no último post, ao mesmo tempo que os parabenizo pelo excelente grau de educação financeira que possuem!
Essas preciosas lições nos mostram que é possível, sim, viver uma vida equilibrada entre consumo e investimento, entre gasto e poupança, entre aspectos financeiros de nossa vida e aspectos não financeiros.
Educação financeira: ajude a espalhar essa ideia!
Gui, que preciosidade de artigo, parabéns meu amigo. Obrigado mais uma vez pela honra de ser lembrado e ter o Efetividade blog mencionado no VR.
Abraço e uma ótima semana.
Obrigado pelas palavras, amigo Jô, e é uma honra ter você como grande parceiro nessa causa da educação financeira!
Abç e ótima semana também!
Adorei o post, como nada bipolar, voltei a ficar animada com o tema. Economizar sempre foi uma palavra desagradável pra mim, que sempre soou como pobreza. Economizo porque tenho pouco. Outro dia, li um artigo de um escritor que usava o termo “salvar o dinheiro” e apesar de ser a mesma coisa, a mudança de termos mudou minha atitude. Salvar dinheiro está a sendo a maior diversão, consegui contagiar inclusive marido e filhos. Parece bobagem, mas a linguagem é uma ferramenta poderosa.
Interessante. Nunca tinha escutado isso em português.
Em inglês (e também em outras línguas) a palavra usada para economizar é ‘save’, a mesma palavra usada para salvar.
Oi MJC, eu também nunca tinha escutado isso em português, o que a Gisely está trazendo é novidade para mim.
E é bastante interessante como a linguagem tem esse poder de transformar pensamentos, talvez pela mudança do significado que ela proporciona.
Abç!
O nome do consultor financeiro é Mauro Calil, abraços!
Obrigado pela dica, Gisely!
Abç!
Exatamente Gisely e MJC, as palavras são poderosas.
Outra expressão interessante em inglês é a “to make money”, que no português seria equivalente ao “ganhar dinheiro”, quando na verdade a tradução literal é “fazer dinheiro”. O importante é “salvar” uma boa quantia de todo o dinheiro que “fazemos”, como a Gisely já está fazendo e levando toda a família nessa jornada!!
Abraços!
Oi Guru, bem lembrado!
As palavras carregam um grande poder, e deslocar a tradução de algumas delas nos ajudam a ter uma maior motivação até nessa jornada de educação financeira, como a Gisely está fazendo com a família dela!
Abç!
OI Gisely, bom ter você de volta comentando por aqui!
Economizar às vezes não é uma tarefa fácil, dependendo de nossa formação, dos valores que herdamos, e das associações que fazemos com esse tipo de palavra.
A modificação na linguagem pode ter, sim, essa possibilidade de mudar o sentido que atribuímos às coisas, fazendo com que nos atentemos mais para elas.
Abç!
Excelente artigo Guilherme, uma preciosidade, como disse o Jônatas. Um post-resposta aos comentários dos leitores e uma inovação na maneira de interar com o pessoal, o que só incentiva cada vez mais a participação nos comentários.
Oi, Guru, é bem por aí mesmo, a interatividade é um dos pontos fortes aqui do blog.
Abç!
Guilherme, quanta honra para mim ter uma menção sua nesse post. Mais uma vez um post sensato! Grato pelo reconhecimento…
Oi Pedro, a honra é minha!
E essa frase que você escreveu é magistral:
“A questão principal aqui é que temos uma cultura completamente direcionada para consumo e nada voltada para a poupança, independente da classe social”.
Abç
Guilherme,
Gostei muito do post, esse tema tem-me interessado muito, a dualidade: consumo imediato x construção de patrimônio (sobre isso até trocamos e-mail outro dia).
Estou buscando meu equilíbrio, minha identidade sobre consumo; sobre as marcas que prefiro e por que as escolho (é mesmo para mim que escolho?); sobre experimentar momentos especiais patrocinados por dinheiro e viver outros que são gratuitos; sobre reduzir gastos fixos e conseguir poupar mais (meu marido e eu já colocamos pacote de serviços essenciais em duas contas que precisamos manter e cancelamos outra, inútil, economizando assim mais de R$ 600,00 por ano com tarifas bancárias).
Não desejo muito mais do que tenho hoje, materialmente, embora não tenha muito.
Esse é meu pensamento HOJE, porque no passado desejava casarões, diversos itens de consumo caros, embora sem saber muito bem o motivo de desejar isso, era como se ‘tivesse’ que ser assim, natural, querer.
Acho que é um tipo de pensamento que cresce conosco, desde a infância, pela influência dos outros, dos modelos de certos filmes, das novelas, verdadeiras indústrias de ilusão, de mostrar um modelo de perfeição que não existe. Me auto-analiso bastante para depurar essas ideias, entender seus fundamentos e evoluir na ação de pensar e de desejar.
Mas também tenho um sonho caro: conhecer muitas culturas, estar em vários lugares, conhecer o mundo, enfim, para sempre mudar meu modo de pensar.
É um plano caro, nos dois sentidos.
Ou melhor, três, senão, vejamos:
01º- caro financeiramente;
02º- caro como valor para mim, porque mexe com aspectos pessoais profundos, é como um sonho, ou seja, me é caro;
03º- caro como experiência, com seus resultados, seus valores de grandes repercussões internas.
Bom, espero começar logo essa jornada e SEI que essa fase chegará.
Finalizando, parabenizo o seu trabalho como a uma prestação de serviços à sociedade.
Que você sempre queira partilhar assim os valores reais conosco. Deus o abençoe!
Abços.
Oi Lívia, excelente depoimento!
Sim, lembro-me que tínhamos comentado sobre esse tema por email anteriormente.
A busca da dinâmica entre a relação consumo x poupança talvez seja um dos grandes desafios dos dias atuais, pois somos literalmente bombardeados pelos apelos consumistas em qualquer lugar que estejamos.
A mente humana adora recompensas de curto prazo, e está provado biologicamente que isso acarreta determinados efeitos fisiológicos no nosso organismo, mediante a liberação de certos hormônios na corrente sanguínea.
O “x” da questão, como você bem identificou, é que a mesma moeda que paga nosso consumo no presente é a que pagará nosso consumo no futuro, e como vivemos essencialmente numa sociedade com recursos financeiros limitados e escassos, temos que saber gerenciar bem nossas emoções, e, no fundo, nosso próprio cérebro, biologicamente falando, a fim de evitar que o adiamento do consumo implique sempre em frustração.
É por isso que desenvolvemos o córtex pré-frontal, responsável pelas decisões racionais de longo prazo, dentre outras atribuições. Temos a capacidade de antever o futuro, e, portanto, de raciocinar o seguinte: “tenho que economizar um pouco para ter condições de saborear o futuro”.
Um dos segredos para manter essa dinâmica de equilíbrio passa, ao meu ver, pela dissociação de felicidade com dinheiro, de forma que é possível obter momentos felizes mesmo sem “canais financeiros”. Com isso, driblamos também o que diz a mídia e a propaganda, que sempre dizem que, para ser feliz, você precisa adquirir bens de consumo.
Eles estão fazendo apenas o papel deles, afinal, é claro, as empresas precisam vender. Mas o que nós não podemos fazer é entrar nesse jogo delas, que mais beneficia a elas, empresas, do que a nós, consumidores.
Você tem total razão quando diz que somos criados e alimentados pela indústria da ilusão, que vende a felicidade por meio de bens de consumo materiais. É como eu já disse em outro post, nós somos influenciados por aquilo a que nos expomos, então, temos que ficar alertas, parar e refletir um pouco sobre o que pode de fato nos trazer a felicidade, como bem demonstrou a Camila na experiência pessoal dela na compra do carro.
O seu sonho é muito interessante, e concordo que seja “caro” em termos de valor, em suas múltiplas dimensões, como você bem expôs.
O segredo, para transformar esse sonho em realidade, começa, dentre outras coisas, em verificar se os benefícios que esse sonho poderá lhe trazer irão suplantar os custos que terão que ser arcados. É uma pergunta cuja resposta somente você poderá obter, tendo em vista suas condições financeiras, seus valores morais e espirituais, seus objetivos não financeiros de vida.
Tomara que consiga encontrar a melhor resposta, pois você tem todas as condições para tal!
Aqui vai um post que pode ser de grande utilidade para você, e que mudou radicalmente a minha visão sobre gestão de orçamentos familiares: http://valoresreais.com/2010/11/08/via-get-rich-slowly-uma-visao-criativa-e-diferente-de-um-orcamento-baseado-em-metas-e-que-eu-gostei-e-aprovei/
E muito obrigado pelas palavras, e pelas atitudes de melhorar de vida, economizando onde realmente vale a pena economizar!
Abç!
Olá pessoal! Excelente post, como sempre.
Confesso, que tenho extrema dificuldade em estudar investimentos, desta forma, vou de Tesouro Nacional, que é o mais seguro, mas estou aqui para falar que de economia, esta eu sei fazer muito bem e muita coisa aprendi aqui. Há alguns anos, nunca esperei conseguir acumular o montante que tenho hoje, sei que não é muito, mas para quem vivia “montado” em parcelas a perder de vista, é um salto gigantesco.
Ganhava R$ 1.100,00 e sempre tinha um custo mensal fixo de aproximadamente R$ 1.400,00. Para conseguir suprir esta diferença, passava finais de semana fazendo qualquer tipo de bico, isso mesmo, sábado e domingo, ou seja, não tinha nem tempo de gozar dos produtos adquiridos. Eu pagava alto para sempre ter a melhor TV, o melhor celular, roupas de grife ou a mais caras, bom computador, serviço de Internet de altíssima velocidade que eu não precisava (30 MB), além de todo fim de semana estar almoçando em bons restaurantes.
Com as dicas daqui, comecei a cortar gastos, passei pra uma Internet de 4 MB e só aí reduzi em R$ 140,00 o custo fixo. Moro a 4km do trabalho, com os R$ 140,00 do primeiro mês, comprei uma bicicleta e passei a ir pedalando para o trabalho, ganhando só aí uma redução de R$ 140,00 com combustível, menos desgaste do automóvel, além de noites melhores de sono, devido à atividade física diária na bicicleta, cheguei no meu peso ideal, Além, é claro, de ficar mais feliz com a qualidade de vida melhorando.
Estas foram só duas das modificações que fiz, mas eu poderia detalhar pelo menos uma dezena delas só pra começar a exemplificar. Não foi fácil me libertar de velhos costumes, foi bem penoso na verdade, mas hoje estou adaptado e muito mais feliz.
Este ano passei a ganhar R$ 1.600,00, fora os bicos de sábado de manhã, que geram um acúmulo médio de R$ 300,00 a mais no fim do mês, um padrão baixo para alguns, mas suficiente para mim. Consegui em três anos, acumular R$ 14.000,00. Meu custo fixo mensal, hoje é de R$ 714,88 (sei até os centavos, rsrsrs), guardo/invisto R$ 600,00 por mês. Hoje compro só quando a oportunidade é muito boa, à vista, que me rende excelentes descontos, e o principal, se for algo que eu realmente vá precisar ou que me gere uma satisfação muito grande, como é o caso da viagem que vou fazer à Fortaleza mês que vem gastando, pasmem, só R$ 900,00 por uma semana entre viagem e hotel, tudo conseguido pagando à vista e comprando pacotes promocionais.
Só pra exemplificar, meu irmão ganha R$ 6.000,00 mas não consegue guardar R$ 10,00 no fim do mês…. sem aluguel, sem filhos…
Forte abraço!
William, em primeiro lugar, parabéns pela atitude de mudar de vida, e pelos resultados concretos já alcançados! Você já segue de antemão as dicas que o Murilo postou, ou seja, de ganhar mais, de buscar novas fontes de renda.
Estou impressionado com sua capacidade de organização financeira. Você demonstra ser uma pessoa extremamente disciplinada na gestão do orçamento financeiro pessoal, com objetivos bem claros para cada gasto que realiza.
Digo mais: seu exemplo pessoal é a prova cabal de que é possível, com muita vontade, determinação e atitude, virar o jogo e levar uma vida financeiramente mais saudável.
É impressionante o fato de que, quando temos as finanças arrumadas, tudo o resto também se ajeita, pois conseguimos ter mais qualidade de vida, temos uma saúde melhor e uma mente mais relaxada e menos estressada. O seu exemplo pessoal de evitar o automóvel e passar a usar a bicicleta como principal meio de transporte é espetacular, e me lembrou de imediato o Mr. Money Mustache, que também adotou a bicicleta como principal meio de transporte.
Legal também que você se recompense com prêmios pelas conquistas já realizadas, com essa viagem extremamente bem planejada para Fortaleza. É como o Mauro Halfeld gosta de dizer: “precisamos comer algumas cenouras no meio do caminho”.
O comparativo entre você e seu irmão realmente é impressionante, e uma prova de que altos salários não resultam necessariamente em pessoas com mais patrimônio, se o estilo de vida for incompatível com a renda ativa ganha.
Parabéns mais uma vez!
Abç
Primeiro: gostaria de agradecer ao Guilherme por citar o meu nome e depoimento em ultimo post. É uma honra. Um dia gostaria de ter um Guest-post!! Quem sabe?
Segundo: Caro William, estou impressionado com sua capacidade de economia! Fiz as contas: economia entre 62% e 65% (caso seja empregado)!! Tá respondido ao leitor que questionou a dificuldade de economia entre as pessoas que não recebem altos salarios. Parabens, Willian!! Passe estas dicas ao seu irmão!
Murilo, seria sensacional ter um guest post seu! As portas estão abertas!
Incrível a taxa de poupança do William, muito – mas muuuuito – acima da média da população brasileira!
Abç!
🙂 Muito obrigado pela oportunidade! Enviarei por e-mail, sem prazo determinado, um post para sua analise. Seria uma forma de transmitir aos leitores novatos tudo aquilo que aprendi neste blog sobre finanças pessoais e que a partir dele pude ter contato com outros.
Olá Murilo!
Tranquilo então…vá fazendo sem pressa, que estaremos aqui prontos para transmitir seus valiosos conhecimentos acerca das finanças pessoais!
Abç!
Olá William, parabéns, belo depoimento que mostra uma mudança radical e consciente.
É ao ler depoimentos que relatam mudanças de atitude/vida como o seu que me inspira a escrever e buscar influenciar pessoas.
Abraço e sucesso!
Exato, Jô, são histórias verdadeiramente inspiradoras!
Abç!
Belo post nós fizemos para você, hein? hehehe
Abraço!
Hehe, então, LL, dessa vez vocês capricharam…
Abç!
Guilherme;
Excelente post!!!! Sintetizou em um único artigo todo conhecimento necessário! A questão é que esse assunto envolve muito mais que educação financeira! Envolve auto-conhecimento, ou seja, saber de verdade o que queremos e não sermos manipulados pela programação que recebemos durante toda nossa vida em sociedade…
É preciso ter coragem de questionar essa programação para começar a entender o que quer dizer frugalidade, racionalização de gastos, medir relação custo/benefício e quais são nossas reais necessidades. Infelizmente a maioria dos seres humanos não gosta de pensar… mas felizmente os poucos que pensam acompanham seus posts! ;o)
Abração;
Max
Oi Max, valeu pelos comentários!!
Concordo com você: quando analisamos a fundo a questão, percebemos que se trata de coisas que vão além da educação financeira, pois envolve o auto-conhecimento, como você muito bem intuiu!
E é preciso coragem para pensar “fora da caixa”, e ainda bem que os que pensam acompanham o blog! 😀
Abç!
Guilherme,
Honrado pela citação ! Sua capacidade de síntese e de agregar informações é extraordinária.
Mal consigo lembrar a 1a vez que acessei este site, e o “Viver de Renda”, que foram os 2 primeiros sites desta blogosfera econômica que conheci.
O conhecimento é algo realmente transformador. Hoje temos certas visões como se fossem algo “natural”, quando na verdade isto ocorre porque de fato incorporamos certas práticas em nossas vidas. Chegamos até a “esquecer” como pensávamos ou éramos antes.
Abraços, Renato C
Oi Renato, obrigado pelas palavras!
Agradeço novamente a oportunidade de escrever de forma tão inteligente no último post. Você tem sido um excelente participante aqui nos comentários, sempre disposto a ajudar o próximo.
E concordo que as coisas vão acontecendo de modo “natural” à medida que avançamos no conhecimento.
Abç!
Guilherme, realmente os comentários dos seus posts é um blog a parte! Estes estão muito bons de novo! 🙂
E obrigada pela citação, uma honra! Abraços!!!
Honra minha, Camila!
Sem dúvida, os comentaristas aqui estão dando show novamente, com incríveis depoimentos!
Abç!
Oi, Guilherme
Que bela e agradável surpresa ver minha citação nesse post. Uma honra para mim! 🙂
Fico feliz em ver tantas pessoas interessadas em mudar seus hábitos de consumo e o Valores Reais tem um importante papel nesse sentido.
Abraços!
Oi Rosana, a honra é minha! 😀
Obrigado pelas valiosas contribuições que têm feito com tanta sabedoria por aqui!
Abç!
“Se você fizer o que todo mundo faz, terá o que todo mundo tem.”
Não gaste o que você não tem, compre quando o mercado estiver em baixa, pense no longo prazo.
Abs.
Ótimas dicas, João!
Abç!
Fala Valores reais
Tenho um blog que trata destes assuntos de frugalidade e algumas dicas que podemos trocar
http://manualdofrugal.wordpress.com/
Agradeço
Oi Frugal, parabéns pelo blog!
Vamos ajudar a espalhar a ideia da frugalidade! Seu blog contém diversas dicas práticas e úteis nesse sentido!
Abç!
Guilherme, que excelente post. Quando lia o post foi passando um filme na minha cabeça.
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Tenho 26 anos e só tive meu primeiro carro aos 25 anos, antes usava transporte público. Enquanto colegas meus que saíram da faculdade cerca de 4-5 anos atrás quanto tinha 21 anos, no primeiro emprego de recém-formado que em muitos casos e depender do local não passa de 2 mil reais liquido, compraram logo um carro do ano (não tinha que ser um simples) com financiamentos com prazos longos, na verdade pagaram 2 ou 3 carros.
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Enquanto eu andava de ônibus e era criticado, pois tinha um salário que possibilitava comprar um veiculo financiado. É aí que estava o problema. Eu não queria ter um veiculo financiado, não queria pagar juros. E não sentia necessidade de um carro. Pois trabalhava cerca de 20min do trabalho.
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A única necessidade era para mostrar aos outros que tinha um carro novo e do ano. E o que fiz?
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Investir em educação, enquanto meus amigos pagavam parcelas do carro, IPVA etc.
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Eu com um valor muito menor, estava pagando por um curso de inglês particular em um escola em que as mensalidades custavam 700,00 reais, porém, mais barato que ter o carro, e ainda tinham os juros de médio e longo prazo, que era o retorno do conhecimento, e ainda sobrava um trocado, que fiz uma reservar para meu intercâmbio, que tinha como objetivo, e fiz como pode ver nesse post => http://blog.camilolopes.com.br/experiencianewzealand/.
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Em 2009, chegou a crise mundial nas multinacionais aqui no Brasil, foi onde realmente começou os cortes nas empresas de TI e quem era mais novo ia saindo (eu). A empresa que trabalhava abriu uma carta onde quem tivesse interesse de sair, era um momento pois não teria prejuízo etc.
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Eu aproveitei a situação e sair e fui para Nova Zelândia realizar meu sonho e já tinha feito uma boa reserva, que me permitia ficar até 3 meses lá sem trabalhar, enquanto aqueles meus amigos ficaram em apuros quando chegou a crise. Alguns perderam o emprego, não tinham reservas, e muito menos como pagar o financiamento daquele carrão top do ano que havia comprado.
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Enquanto isso a crise não impactou em nada para mim, na verdade foi “ótimo” para o meu contexto, comprei dólar barato, paguei menos pelo intercâmbio e outros benefícios que tive.
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Alguns desses amigos, chegaram e falaram, você estava certo.
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Quando retornei, começou o retorno, recebi convites de várias empresas para trabalhar, tive a oportunidade de escolher em qual queria, e discutir o salário e não aceitar o que eles estavam propondo, algo que nunca imaginei de acontecer aos 23 anos de idade, e escolhi realizar outro sonho em trabalhar em um laboratório de inovação e tecnologia e fui para HP Labs.
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Enquanto isso, ouvia os desesperos dos meus amigos, mandando email para enviar o cv deles na empresa que estava, mas eles esqueceram que conhecimento é importante e muitos não tinham nem o inglês básico e para uma multinacional inglês é a primeira língua.
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Infelizmente não pude ajudar senão compartilhar com minha estratégia focada no conhecimento.
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E em poucos meses de trabalho tirei todo o investimento feito, já que meu salário aumentou quase 4x do que eu tinha qdo sair da faculdade. Mas, mesmo assim continuei andando de ônibus, porque não achava necessário ter um carro, já que o transporte público atendia para onde eu me deslocava com maior frequência, no pior caso pegava um táxi que era mais barato que ter um carro :).
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Aproveitei esse aumento de 4x e adquiri um apto na planta como investimento, que paguei R$ 110 mil, e hoje está valendo R$ 210 mil, em 3 anos uma boa valorização.
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E finalmente comprei o tal do carro porque mudei de cidade e nesse caso era necessário, já que o transporte público era muito ineficiente, e daí comprei por necessidade.
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Mas não foi o carro TOP do ano, e sim um carro simples que atende minhas necessidade. Preferi comprar novo sabendo que com o valor acharia um usado e melhor que o que tenho, mas era o primeiro carro e fiz questão de ter zero. Afinal, precisamos satisfazer esses detalhes do “cheiro de novo” etc.
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Hoje olho e digo: “levei 4 anos para ter o primeiro carro, normalmente as pessoas têm seu primeiro carro aos 21 anos, porém, comprado de forma financiada. Eu tive o meu primeiro as 25, mas pago à vista.
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Durmo tranquilo, não sei o que é financiamento, evitei vários custos de juros, taxa de cadastramento etc.
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E se acontece alguma coisa extra grave e precise vender ele, é muito simples. Afinal não está amarrado a nenhum banco :).
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Abraços, Excelente post que me fez refletir e como as coisas acima postada se encaixar de maneira prática, é só ter paciência e disciplina.
Camilo,
Simplesmente F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O seu depoimento! Estou até sem palavras para descrever quão sábias foram suas decisões financeiras, ainda mais sabendo que elas foram tomadas na faixa dos 20 e poucos anos, uma idade onde é bastante difícil ter maturidade para tomar decisões como as que você tomou.
Estou impressionado até agora com a forma *BRILHANTE* com que você conduziu sua vida, nesse “filme” baseado em fatos totalmente verídicos!
Quantas lições de educação financeira há em seu comentário? Inúmeras!
Meus parabéns, eu fico orgulhoso de ter leitores tão qualificados prestigiando meu blog!
Abç!
Ôpa Guilherme, muito obrigado pelas palavras. Na época não foi fácil, mas fui forte em ir pela razão e não pela emoção. Como eu resolvi sair de casa aos 17 anos isso me trouxe um amadurecimento muito forte em como lidar com a vida.
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Na verdade foi aí que aprendi a importância de cada centavo, já que não morava mais com os meus país e tinha que viver com R$ 700.00.
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E descobrir nessa mesma epoca que a unica forma que eu poderia aumentar meu salario e ter melhores oportunidades era adquirir conhecimento especifico naquilo que gostava de fazer. Como desenvolvedor de software na época, comprava bastante livros e lia todos, estudava de domingo a domingo. Mas, nunca vi como sacrificio.
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Ao invés de ter o celular do ano, preferia comprar um livro novo, fazer uma certificação internacional etc.
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Hoje quando leio seus posts e de outros blogs eu disse deveria ter conhecido vocês aos 20 anos, pois na época não tinha nenhuma instrução de educação financeira, tudo era feito por analise, logica e sabendo que o presente é passado.
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abracos,
Excelente depoimento, Camilo!
Incrível sua perseverança e obstinação em prol de um futuro melhor. Gradualmente, você está colhendo excelentes frutos de tudo o que plantou.
É na adversidade que encontramos o devido valor a aquilo que possuímos, mesmo que seja pouco.
Muito obrigado por acompanhar o blog!
Abç!
Quando se tem educação financeira, você terá o poder e a liberdade de escolher que tipo de vida quer ter. Logo, você vai conseguir acumular recursos suficientes para morar em outra cidade mais desenvolvida ou até outro país mais desenvolvido e vai poder escolher o tipo e a rotina de trabalho que deseja.
Enquanto isso, os ignorantes que ficam falando mal de você, vão terminar a vida pobres e morando no mesmo lugar e tendo uma história de vida mediocre.
Nada melhor do que o tempo. No final da vida, a sua alegria de ter tido uma vida de vitórias e proveitosa em todos os sentidos, será o grande presente que você levará com você.
Ao contrário, aqueles que foram mediocres na vida, levarão muita frustração e vazio nas últimas horas de vida.
Abraços.
Perfeitas as suas palavras, Gouvea!
Como eu já disse em outro post, somos livres para escolher. Contudo, não somos livres das consequências de nossas escolhas.
Abç!