Esse artigo é uma continuação da nossa análise crítica do novo sistema do Banco do Brasil de pagamento de contas no cartão de crédito, cuja primeira parte pode ser lida clicando aqui.
O custo da oportunidade
Na primeira parte desse artigo, ressaltamos os pontos negativos de se obter milhas “pagando-se” literalmente por elas, por meio de pagamento juros “pro rata” + IOF fixo + IOF adicional. Agora, faremos uma análise comparativa, mostrando os pontos negativos dessa estratégia comparando-a com a possibilidade de comprar as mesmas passagens com dinheiro, em diversos cenários simulados.
Considerando-se um gasto médio de R$ 200 pelo bloco de 10 mil pontos (e isso com um ótimo gerenciamento das datas de pagamento e vencimento das contas, um ótimo gerenciamento das datas de pagamento e vencimento dos cartões de crédito, e ainda levando-se em conta uma cotação de dólar bancário não muito alta, em torno de R$ 1,80 a R$ 1,90, e ainda considerando um cartão com um fator de conversão alto, em torno de 1,5 a 2 pontos/dólar), teremos o seguinte quadro de custo aproximado de aquisição de bilhetes-prêmio:
Uma primeira reflexão se impõe. Ao se fidelizar a determinada empresa aérea, acumulando pontos no programa de milhagens dela, você estará abrindo mão de conhecer o serviço e de viajar por todas as demais empresas aéreas que oferecem voos nas rotas que você pretende viajar. No caso específico do Banco do Brasil, isso significa que você terá que obrigatoriamente ou viajar de TAM ou viajar de Gol (e eventualmente pelas empresas aéreas parcerias delas, cujo número é, de qualquer forma, limitado e sujeita a alterações sem aviso prévio, e cuja possibilidade de emissão de bilhetes-prêmio é ainda mais restrita), diminuindo drasticamente suas opções de escolha (principalmente nas hipóteses de viagens internacionais). Não custa lembrar as seguintes dificuldades na emissão de bilhetes-prêmio:
– Gol (Smiles): viagens internacionais (por meio das parceiras): demora insuportável no atendimento telefônico, geralmente ocorrendo somente após 30 a 50 minutos de telefone “mudo” ou horas e mais horas gastas no site tentando emitir bilhetes pelas cias. parceiras (possibilidade incluída recentemente), e restrições severíssimas de assentos / viagens nacionais: muitos trechos indisponíveis, ou disponíveis somente pela “bagatela” de 20 mil pontos (fazendo uma ida-e-volta custar 40 mil pontos; se for um casal viajando, lá se vão 80 mil pontos…);
– TAM: viagens internacionais: quantidade exagerada de pontos exigidos (é raríssimo conseguir uma ida-e-volta para os Estados Unidos por 40 mil pontos, ou uma round trip para a Europa por 60 mil, que é a tabela normal), ou disponibilidade de pontos “normais” (que são os exemplificados anteriormente) somente para trechos, horários ou aviões muito ruins / viagens nacionais: necessidade de pagamento de um “pedágio” (5 mil pontos a mais) caso o resgate ocorra com menos de 7 dias de antecedência; ou custo/benefício muito ruim frente ao custo da mesma passagem em dinheiro, principalmente em caso de promoções.
Por falar em trechos dentro do Brasil, mesmo no caso de viagens nacionais pode ser mais compensador comprar as passagens com dinheiro, aproveitando uma dessas dezenas de promoções que vivem fazendo nossas empresas aéreas. A título de exemplo, no momento em que esse artigo estava sendo escrito, a TAM estava anunciando, em sua home page, as seguintes promoções:
E isso sem contar outras empresas aéreas menores, como Trip, Azul etc., que podem ter não só preços melhores, como também horários de voos melhores (lembre-se de que você deve levar em consideração o horário da viagem, a fim de se cansar menos). Como se pode perceber, em todas essas rotas anunciadas, valeria muito mais a pena comprar a passagem com dinheiro, e deixar o dinheiro que seria gasto em tarifas (juros+IOF) rendendo juros a seu favor em uma das diversas alternativas de investimentos que temos à disposição.
A situação mais favorável a uma boa poupança para compra de passagens fica visível quando se trata de trechos intercontinentais. Vide o exemplo de uma rota Brasil/França com emissão de pontos:
Pela “bagatelíssima” quantia de 260 mil pontos (= 130 mil da ida + 130 mil da volta), você conseguiria emitir um ida-e-volta para a Europa – e olha que não estamos falando de férias na alta estação! Esses mesmos 260 mil pontos, se fossem adquiridos com a estratégia de pagamento de contas no cartão de crédito, custariam a pequena fortuna de aproximadamente R$ 5.200. Vamos ver agora quanto é que sairia o mesmo trecho, nas mesmas datas e nos mesmos horários, mas com o pagamento em dinheiro. Será que custaria os mesmos R$ 5.200, ou mesmo R$ 5 mil, que é o equivalente ao custo de 260 mil pontos?
Veja que a mesma passagem custa bem menos pagando-se os bilhetes com dinheiro. E isso sem contar que, nesse caso específico, você ainda teria direito à pontuação cheia de milhas pela viagem (o que, nesse caso específico da TAM, dá 12 mil pontos e um upgrade automático para a categoria elite Azul ou Silver da Star Alliance) e à pontuação cheia do cartão de crédito pelo dinheiro pago com as passagens (+ umas 2 mil milhas no programa do cartão). E ainda teria o benefício do parcelamento, podendo gerenciar melhor o fluxo de caixa de seus investimentos – lembre-se de que, no caso de pagamento de contas no cartão, você tem que desembolsar o dinheiro previamente – e, pior, não há nenhuma garantia de que você consiga fazer o resgate do bilhete-prêmio em data futura…
Mas é nas promoções que fica visível o tremendo custo de oportunidade perdida. Promoções, como as rotineiramente anunciadas no excelente blog Aquela Passagem, são ótimas oportunidades para garimpar tarifas baixas, economizar um bom dinheiro que seria gasto de qualquer forma (seja com o pagamento da tarifa cheia, seja com a aquisição de pontos pagando-se contas no cartão), e de quebra ainda conseguir pontos adicionais no programa de milhagem da empresa aérea (exceto quando isso não fizer parte das regras de compra da passagem, o que costuma ocorre mais com empresas aéreas estrangeiras). E isso sem contar, eventualmente, a possibilidade de parcelamento das passagens, permitindo um melhor planejamento do fluxo de caixa – coisa impossível de se fazer com o pagamento de contas no cartão, em que os desembolsos têm que obrigatoriamente ocorrer antes (numa simplificação grosseira, pode-se dizer que, no caso de pagamento de contas no cartão, paga-se primeiro, e creditam-se as milhas depois; ao passo que, nas promoções que permitem o parcelamento, ocorre o inverso, creditam-se as milhas primeiro, e vai se pagando ao longo do tempo…).
Vamos dar o exemplo simulando a compra de uma passagem promocional (em dinheiro) para Madrid. Com pontos, a situação é essa:
Por “módicos” 200 mil pontos, consegue-se emitir uma ida-e-volta para a Europa. Com cerca de R$ 4 mil pagos em tarifas, juros e IOF, consegue-se juntar, com muito esforço, os 200 mil pontos pagando contas nos cartões BB (haja contas para pagar! E ainda tem que tomar cuidado para os pontos não prescreverem…). Pô, R$ 4 mil é grana. Muita grana para ser desperdiçada dessa forma. E com dinheiro?
Com pouco mais de R$ 1.600 (excluindo-se o valor das taxas, que têm que ser pagas em dinheiro, independentemente da forma de aquisição do bilhete da cia. aérea, ou seja, taxas não podem ser pagas com milhas), consegue-se obter os mesmos trechos, mas com: (a) muito mais opções de assentos; (b) pontuação cheia no programa de milhagens da cia aérea; (c) pontuação integral no programa de recompensas do cartão de crédito; e (d) possibilidade de pagamento parcelado “pro futuro” do valor das passagens.
E esse exemplo é só um dentre inúmeros que costumam ocorrer periodicamente. Por exemplo, no momento em que esse artigo estava sendo escrito, era possível encontrar, consoante informações trazidas pelo Rodrigo Purisch, passagens para a Europa a partir de 649 dólares, voando via Lufhansa, ou a partir de 738 dólares, voando via TAP, dentre outras opções. Para a América do Norte, havia possibilidade de encontrar passagens ida-e-volta a partir de 595 dólares, voando via Copa Airlines.
Essas tarifas promocionais praticadas por diversas empresas aéreas acabam funcionando como uma prova eloquente – eu diria até bastante eloquente – de que nem sempre vale a pena ficar acumulando milhas e mais milhas, pagando-se contas no cartão, na esperança de um dia poder trocá-las por passagens aéreas. Na ponta do lápis, fica evidente que sai mais barato financeiramente, em muitos casos, pagar as passagens com dinheiro.
Conclusão
Diante dos números que foram apresentados, não resta dúvida de que, como regra geral, não vale a pena pagar contas no cartão de crédito para o fim de acumular milhas aéreas, na esperança de um dia resgatá-las por bilhetes-prêmio. As razões são das mais diferentes ordens, e já foram explicitadas ao longo desses dois artigos. Seja pelo risco de não se conseguir utilizar as milhas nas datas em que você pretende viajar, seja pelo risco (positivo) de surgir uma promoção com passagens mais baratas do que o equivalente ao custo delas obtidas por meio de pagamento de contas no cartão, seja ainda pela necessidade de ter que antecipar o pagamento das milhas no caso de pagamento de contas no cartão, em contraposição à possibilidade de parcelar o valor das passagens pagas com dinheiro: todo esse conjunto de fatores acaba fazendo com que, para a grande maioria dos viajantes, a melhor solução continue sendo a montagem de um plano mais econômico de férias, e que leve em conta as variáveis acima especificadas.
As conclusões acima não invalidam, obviamente, que, em circunstâncias pontuais e específicas, atinentes a determinados e restritos segmentos de viajantes, as milhas pagas por meio de contas no cartão possam ser úteis para diminuir o custo do transporte aéreo. Porém, dadas as enormes restrições na emissão de bilhetes-prêmios, aliada às dificuldades de alteração/remarcação/reembolso, e devido à própria instabilidade dos programas de milhagens (que nada mais é do que um reflexo da instabilidade inerente às empresas aéreas, vide o exemplo de W. Buffett, que não gosta desse segmento da economia para seus investimentos), tais situações acabam sendo pontuais e isoladas, não sendo recomendáveis, portanto, como regra geral – além de demandarem um complexo e sofisticado sistema de gerenciamento de datas de vencimento (das contas), datas de fechamento (dos cartões) e datas de pagamento (das contas e dos cartões).
No final das contas, embora não haja uma resposta que possa ser adequada à generalidade dos casos – cada um deve avaliar o que funciona melhor tendo em vista sua particular situação – eu considero que, para a imensa maioria dos viajantes, o melhor mesmo continua sendo a boa e velha dica de pagar contas por meio de débito em conta-corrente, em vez de débito no cartão, e utilizar o dinheiro (que seria gasto com pagamento de tarifas e juros, fora as anuidades) para a compra de ativos financeiros (cujos juros você recebe, ao invés de ter que pagar por eles), de forma a possibilitar um planejamento de viagens com muito mais opções de voos, de muito mais empresas aéreas diferentes – e isso somente no caso de utilização de avião (pois as férias podem ter outro destino mais econômico, aliás, a precária situação de nossos aeroportos recomenda que se evite ao máximo o uso desse meio de transporte); e que permita um acúmulo efetivo de dinheiro, que seria gasto com pagamento de tributos, anuidades e encargos bancários, direcionado agora para outros fins: muito mais opções de hospedagem, e muito mais opções de passeios e compras durante sua próxima viagem.
Dentro desse contexto, é oportuno que você não deixe de fazer uma análise crítica do próprio uso que você faz do cartão de crédito, principalmente se você ainda tem que pagar (na forma de anuidade) para poder utilizar esse simples meio de pagamento. Em diversos casos, vale muito mais a pena deixar o cartão de crédito pra lá, e barganhar bons e às vezes excelentes descontos para o pagamento à vista. Como eu disse nos comentários a outro post:
Cartão de crédito deve ser encarado apenas como mais um meio de pagamento, assim como dinheiro em espécie, cheque ou cartão de débito. A pergunta que eu faço aos leitores é: você paga para usar cheque? Você paga para usar cartão de débito? Você paga para usar dinheiro? Então por que pagar R$ 400 (anuidade) para usar outro meio de pagamento, o cartão de crédito? Deve-se diminuir a despesa da anuidade na maior medida possível.
De mais a mais, pagando à vista com esses outros meios de pagamento pode-se conseguir, na maioria dos casos, um substancial e valoroso desconto, que significa nada menos do que mais dinheiro no bolso. E, sinceramente, entre ter mais dinheiro no bolso, ou ter mais milhas no bolso, eu prefiro a primeira opção: dinheiro na mão não prescreve, e não limita minhas opções de uso, posso com ele comprar, doar, investir, faz com que eu comece o mês seguinte menos sufocado pela inexistência de menos parcelas a pagar de compras parceladas no cartão, mas, sobretudo, me proporciona mais “tijolos” para pavimentar o caminho da minha independência financeira. Afinal, não é acumulando milhas que alguém vai ficar mais independente financeiramente…
Não vale a pena “gastar mais pra economizar depois”: deve-se economizar sempre antes, e reduzir as despesas, simplificando o estilo de vida.
Como advertência final, e seguindo esse raciocínio, é de suma importância que você não modifique seu estilo de vida (= não encareça seu estilo de vida), deslumbrado com essa possibilidade de comprar milhas aéreas. Os custos associados a uma viagem de férias não se esgotam com o transporte aéreo, pois envolvem também gastos com hotéis, restaurantes, ingressos para passeios etc., de modo que você não precisa necessariamente viajar de avião para curtir suas merecidas férias. A situação precária de nossos aeroportos desestimula até o mais otimista dos viajantes (lembre-se de uma propaganda da CBN: “Brasil: sexta economia do mundo. Nenhum aeroporto entre os cem melhores do mundo), a as cias. aéreas vivem mudando as regras de resgate de pontos (e sempre para pior, como a que ocorreu ano passado com a TAM), dificultando cada vez mais a emissão de bilhetes-prêmio. De onde surgiu essa necessidade louca de acumular milhas, se até ontem você era feliz (e provavelmente com mais dinheiro no bolso) com passeios mais modestos, mas não menos significativos? Se você parar para pensar, as milhas que acumula normalmente por meio de compras com cartão já devem ser suficientes para a emissão da passagem que gostaria de emitir.
E se não forem suficientes, não tem problema. Passagens promocionais sempre existiram e sempre existirão. E se você não puder aproveitar alguma dessas promoções, também não tem problema algum. É só planejar as férias para outros destinos mais próximos, que estejam “a um carro” de distância. Não gaste dinheiro à toa. Milhas pagas para pagar contas: você não precisa disso para ser feliz. Quem disse que é disso que você precisa? As milhas que você não acumulou por não ter pago contas no cartão não vão te fazer falta. Mas o dinheiro que você pagar para adquiri-las pode fazer falta. Não inflacione seu estilo de vida. Não complique algo que pode ser simples. Invista seu dinheiro comprando ativos financeiros, e não passivos financeiros, como juros, IOF e tarifas bancárias, que só servem para enriquecer ainda mais algumas pessoas, dentre as quais certamente você não se inclui, pois você só enriquece e só constrói patrimônio se receber juros, e não se pagá-los.
Como esse artigo é sobre milhas aéreas, termino esse post com um conselho sempre sábio e oportuno do expert Rodrigo Purisch, com o qual concordo integralmente:
“Milha boa é milha gasta com sabedoria e o mais rápido possível. Não encare suas milhas como um depósito de longo prazo em uma conta poupança, já que a operadora do cartão pode mudar as regras do programa, mudar as parcerias, alterar a tabela de troca ou alterar a validade das milhas. Lembre-se que algumas empresas aéreas dificultam ao máximo a emissão de uma passagem usando-se milhas ou pontos e as regras das passagens emitidas com milhas/pontos costumam ser as mais restritivas possíveis ”
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Perfeita sua análise. O BB pisou na bola com os clientes, mas como meu pai me diz, banco, gerente de banco nunca são seus amigos, são amigos de seu dinheiro.
Obrigado, xará! 🙂 Gostei da frase: “gerente de banco nunca são seus amigos, são amigos de seu dinheiro”.
A propósito, o gerente da nossa agência BB sempre pergunta posso ajudá-los? Vocês estão precisando de alguma coisa? Ao que respondemos: Estamos precisando de 10 mil reais, sem cobrança de juros, IOF e outras taxas. O Banco nunca pode nos ajudar. (Brincadeirinha só para ilustrar que os Bancos só tem interesse em tirar e nós é que temos que ser amigos do nosso dinheiro e saber fazer as nossas escolhas).
Embora quase tudo o que foi dito seja verdade, a comparação está um pouco distorcida.
É bem verdade que existem sempre promoções de passagens aéreas, seja para o exterior, seja para o Brasil, mas nem sempre – ou quase nunca – a promoção bate com a data que a gente pode ou quer viajar, por uma questão lógica – existem promoções justamente para vender assentos que estão sobrando, que pouca gente ou ninguém, inclusive você, quer. Repare que normalmente há muito mais promoções no 1º semestre do que no 2º.
Muitas vezes inclusive ocorre o contrário – a gente resolve viajar só porque a passagem está barata.
Quando você pode planejar com antecedência e alguma flexibilidade, não fica tão difícil assim achar passagens com milhas para o exterior.
Da mesma forma que você encontrou passagens na TAM por muitas milhas e comparou com preços promocionais ou normais, mas razoáveis, poderia também ter encontrado passagens para venda pela quantidade normal de milhas e compará-la com assentos caríssimos.
Acho bom poder ter as duas opções: poder comprar passagens com milhas adquiridas de forma barata, e também ficar de olho nas promoções, pesando sempre a cada compra o que vale mais a pena.
Eu mesmo já viajei para os EUA e Europa usando milhas, na quantidade normal, além de ter feito inúmeros trechos domésticos nos quais o custo das milhas era muito inferior ao preço da passagem.
Só para finalizar, tem mais um pequeno detalhe: para o cálculo do custo ficar mais preciso, deveria ser descontado o rendimento obtido com a aplicação do valor correspondente ao título pago na fatura do cartão.
Tiago, é natural que pessoas que paguem pela aquisição de pontos, como parece ser o seu caso, defendam sua estratégia. Natural isso. Faz parte do ser humano. Num primeiro momento, não aceitamos os argumentos contrários aos nossos, e ficamos na defensiva, tentando contra-argumentar com novos argumentos, nossas posições.
Embora tudo isso seja enriquecedor para os debates, não dá para fechar os olhos diante da realidade: os bancos estão lucrando cada vez mais com políticas cada vez mais restritivas de acúmulo de pontos no programa de recompensas. E, pesando bem os prós e os contras, não há como não afirmar que essa estratégia de pagamento de contas no cartão é custosa, penosa, onerosa e perigosa. Custosa porque vai tirar dinheiro do seu bolso. Penosa porque dá trabalho. Onerosa porque você pagar juros, ao invés de recebê-los. E perigosa porque não há garantia alguma de que você consiga resgatar os bilhetes da forma que desejaria.
Aliás, eu rebato o seu argumento contrário à posição defendida no artigo usando a mesma lógica que você usa para construir seu raciocínio: nem sempre – ou quase nunca, ou nunca mesmo – o resgate das milhas bate com a data que a gente pode ou quer viajar. A maioria esmagadora das pessoas tiram férias na alta estação, preferencialmente janeiro e julho – aiás, não é à toa que esses são considerados períodos de alta estação.
Pois bem. Faça uma simulação qualquer tentando emitir passagens nesse período. Vai conseguir? Só se for com muitos pontos!
A sua anedota pessoal de ter viajado com milhas na quantidade normal não invalida a tese central exposta no artigo. Aliás, não é usando um exemplo pontual e específico atinente a um determinado viajante que poderemos, a partir dessa premissa, generalizar essa situação para todas as demais pessoas. A dificuldade na emissão de milhas é um fato incontroverso atestado por milhares de pessoas que relatam diuturnamente as dificuldades nos fóruns e blogs espalhados pela Internet. Da mesma forma que você afirma que viajou para os EUA e Europa usando milhas na quantidade normal, existe uma quantidade enorme de pessoas que não conseguiram fazer o mesmo. Que tal tentar simular um trecho GRU-CDG-GRU para julho na TAM, com 60k? É quase impossível, para não dizer impossível mesmo.
Quanto ao cálculo do custo “descontar o rendimento obtido com a aplicação do valor correspondente ao título pago na fatura do cartão”, não é necessário: o rendimento da aplicação em 14 ou 17 dias, que é o tempo máximo permitido pelo sistema do BB, não renderia praticamente nada, pois, além do desconto do imposto de renda sobre a aplicação financeira, ainda teriamos que fazer o desconto do IOF, para só então chegar ao valor líquido. Com um CDB rendendo, no final de 30 dias, 0,65% brutos, esse valor ficaria ainda ridiculamente menor após o desconto de todos esses tributos. Não vale a pena mesmo.
O objetivo desses artigos não é obrigar ninguém adotar qualquer comportamento que seja, mas apenas dar o alerta, para que reflexões possam ser feitas. Assim como poupar e investir dinheiro é opcional, desperdiçar dinheiro também o é. Se somos livres para escolher, não somos livres das consequências de nossas escolhas.
Guilherme,
Se você ler novamente o meu comentário, verá que os meus argumentos não foram frontalmente contrários ao post, mas sim observações gerais, coisas que eu acho que um leitor também deveria levar em conta ao analisar o post.
Não disse que era fácil emitir passagens com milhas, nem que valia sempre mais a pena essa estratégia de comprar milhas. Só disse que as comparações do artigo não foram as melhores possíveis.
Dei o meu exemplo exatamente para provar o meu argumento – que PODE ser vantajosa a estratégia. Quem fez generalizações não fui eu…
GRU-CDG-GRU custa em alta estação 80, e não 60 mil milhas. Mesmo assim seria difícil conseguir por essa quantidade, mas é evidente que as passagens nessa época são caríssimas também.
Continuo achando que no cálculo do custo das milhas o rendimento deve ser descontado, porque quem tem o costume de “comprar” milhas não faz isso esporadicamente, faz todo mês. Assim, utiliza o dinheiro com que pagaria os títulos vencendo no mês – os quais são pagos no cartão – para pagar as faturas vencendo no mês. Ou então usa um cartão para pagar o outro, o mais comum, rolando indefinidamente a sua dívida.
Você disse que a estratégia é custosa, penosa, onerosa e perigosa.
Custosa e onerosa, como eu disse, depende do uso que você dá as milhas – pode até ser fonte de economia.
Penosa não acho – pagar meia dúzia de títulos não cansa ninguém.
Perigosa pode ser, mas aí é o caso de usar logo as milhas, não ficar dando bobeira. Na verdade, acho que o perigo é outro: se endividar no cartão, gastando o dinheiro que deveria estar aplicado com outras coisas.
Thiago, ok, considero válidos os seus argumentos, no sentido de ampliar as discussões. Acredito que suas opiniões, assim como as do Fernando Gama, enriquecem os debates e ampliam os pontos-de-vista dos temas em discussão.
As comparações não foram as melhores possíveis, mas foram suficientes para ilustrar a dificuldade de emissão de bilhetes com pontos. Quem é passageiro frequente do Fidelidade TAM sabe quão penoso é encontrar algum assento disponível para resgate com milhas, para destinos internacionais. O mesmo vale para quem usa o Smiles e tenta emitir passagens pelas cias. aéreas parceiras. Já começam a pipocar nos blogs e fóruns específicos sobre o assunto que nem a possibilidade de emissão via site se traduziu necessariamente em mais assentos disponíveis. E é evidente que o Smiles fez isso com propósitos de economia de escala, já que com isso “precisará” de menos atendentes para fazer o mesmo serviço que um software de computador faz. Como estamos falando de uma cia. aérea que teve, junto com a TAM, prejuízo na casa do bilhão de reais no ano passado, e anda realizando programa de demissão/licença voluntária para seus funcionários, acho que para “bom entendedor meia palavra basta” sobre essa nova política de emissão pelo site…
Realmente, nada vem por acaso. Sempre há um motivo por trás. Que a emissão de passagens pelo site traz um enorme alívio para quem dependia do call center, isso é inquestionável. Mas daí a acreditar que isso é uma benesse dada pela companhia com propósitos exclusivos de facilitar o uso das milhas pelos clientes, vai uma grande diferença…
E outra, não é só emitir na alta estação para a Europa é difícil. Emitir na baixa também é, e provei com o exemplo de GRU-MAD-GRU para maio. 200k pontos para a round trip. E isso que o sistema vasculhou os 7 dias que circundam as datas escolhidas (de forma aleatória). Só que, ao contrário da alta estação, na baixa temos promoções excelentes, como as anunciadas no corpo do artigo.
E aqui chegamos a uma conclusão interessante: quem vai tirar férias na alta estação, pagará mais caro pelas milhas, e pagará mais caro pelas passagens em dinheiro. Só que na baixa, essa lógica nem sempre impera: pode-se pagar mais barato por passagens, mas nem sempre poder-se-á pagar mais barato com milhas. O exemplo do texto confirma essa assertiva.
Ora, se o cliente tem flexibilidade para viajar, por quê não viajar com promoções, deixando para fazer uso das milhas nos trechos internos, já que para viagens ao exterior a concorrência joga os preços para baixo? Ficam aqui minhas reflexões.
A possibilidade de incluir no custo das milhas o cálculo dos rendimentos pode até ser vantajoso enquanto o sistema estiver nos moldes atuais, e, quanto à rolagem das dívidas de forma indefinida, todo mês, trata-se de uma assertiva válida somente enquanto estiverem as regras vigentes (você provavelmente deve estar se referindo à tática de uso dos cartões Itaú e Santander). Mas você já parou para pensar que regra que mais muda é justamente regra de cartão de crédito?
Estudo esse tema com interesse há 4 anos, e, se fosse possível traçar um gráfico da evolução dessas regras, eu falaria tranquilamente que esse gráfico vem com tendência na curva descendente para o consumidor desde a implantação do sistema de Pague Contas. Senão vejamos. O BB nos primórdios isentava do pagamento de tarifas alguns meses em caráter promocional (o Amex BB chegou a dar 3 meses consecutivos de isenção). A última vez que rolou uma promoção dessas foi em 2009. De lá pra cá, o que tivemos? Tarifas fixas de 1,99%, aumentada para 2,5%, e agora aumentada para “pro rata”. Tendência clara: piora para o cliente a cada mudança de regra…
Do Itaú nem se fala: começou com juros 1,99% pro rata, depois mudou para 1,99% fixos, depois aumentou para 2,99% pro rata, e assim por diante…
O Santander tem restringido a utilização do pague contas no cartão, de valor condicionado ao limite de crédito do cartão, passou a estabelecer valores diários no IB e no caixa, e agora já começam a surgir relatos de leitores reclamando que o supervisor da agência tem que autorizar a operação…
Dessa forma, fazendo um balanço geral da operação, conclui com uma generalização porque ela é necessária, e principalmente porque falta esse tipo de visão crítica nos blogs e fóruns que se leem por aí. Há exceções como o blog Aquela Passagem, onde o Rodrigo sempre alerta para a necessidade de saber usar as milhas com moderação, porque ele próprio passou pela amarga experiência de ver sumida da conta dele no Smiles da falida Varig uma expressiva quantidade de milhas.
Enquanto o céu está para brigadeiro, tudo é uma festa. Parece mercado de ações. Mas quero ver a doideira que vai ser quando um desses nossos programas nacionais de milhagens vier a falir. Mantenho a minha posição: milhas devem ser adquiridas com o menor custo possível, e gastas o mais rápido possível, sem que isso desequilibre as finanças. Se a pessoa conseguir fazer tudo isso, ótimo. Mas são poucos os que conseguem. E muitos querem fazer sem serem alertados para os perigos de um consumo desenfreado. Esse é o papel, em suma, dessa série de artigos. Já se fala muito e se alardeia muito sobre “benefícios” e “vantagens”. Está na hora de começar a falar também dos perigos e das desvantagens, ainda que isso incomode e desagrade muita gente.
Realmente, acho que não vale a pena quando não temos flexibilidade de resgate.
Já pra quem consegue milhas sem gastar muito a mais, tem flexibilidade e está aberto a qualquer destino, acho que ainda vale a pena. O problema é que a maioria quer resgatar pra europa e eua, onde há bastante concorrencia e acabamos tendo otimas promocoes. Mas pra onde não há tanta concorrencia assim, as passagens costumam ser mais caras e as milhas acabam valendo a pena.
Igor, concordo bastante com seus argumentos.
Deve-se fazer uma análise criteriosa do uso das milhas, a fim de que elas seja aproveitadas da melhor forma possível. 🙂
Concordo em grande parte com o Tiago, no entanto, as advertências trazidas pelo artigo são importantes.
Creio que o “sistema” de pagamento de contas no cartão de crédito é um sistema complexo que só será bem aproveitado por quem entende bem como esse sistema funciona. Um marinheiro de primeira viagem pode ter prejuízo usando esse método. Tem que ficar atento.
Particularmente, uso 3 cartões de crédito: compro tudo com um Bradesco Platinum, pago a fatura deste com o Itaú Platinum e pago a fatura deste com o Smiles BB; além disso, pago boletos ou no Itaú ou no Smiles BB (depende do dia da fatura). Tudo calculado minuciosamente… nesse caso, tem valido bastante a pena. Mas, não é uma combinação simples de se fazer.
Exato, Fernando. A engenharia por trás do processo de acúmulo de milhas via pagamentos de contas nos cartões de crédito é deveras algo complexo. E, considerando que boa parte do público do blog seria marinheiro de primeira viagem nesse tipo de procedimento, preferi optar por ser mais crítico em relação a tal sistema, até porque esse lado negativo é pouco explorado nos demais blogs e fóruns que tratam do tema, que preferem tratar disso dentro de um contexto de consumismo e mais consumismo.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
1)Em geral qdo há um aumento na quantidade de milhas exigidas para determinado trecho há tb um aumento no preço das passagens pagas em dinheiro, logo há uma correlação forte entre as duas modalidades de pagamento, sendo exceção(um achado, ganhar na loteria) e não o usual, encontrar um preço promocional nos trechos internacionais mais viajados (Europa, USA) que seja mais vantajoso pagar com dinheiro do que utilizar as milhas acumuladas gratuitamente ou pagas;
2)ressalto que em geral é mais vantajoso utilizar as milhas para viagens na classe executiva do que na econômica. Em geral o preço da executiva é mais que 3 vezes o preço da econômica (nas viagens a Europa, USA), enquanto o numero de milhas é no máximo o dobro;
3)acabei de viajar a Londres usando 110.000 milhas na executiva … após muito procurar por promoções o menor preço encontrado foi de R$6300,00 (ida e volta ex-taxas). Se considerarmos pagar até o absurdo de R$300,00 por cada 10.000 milhas utilizando o pague contas mesmo assim o preço dessa passagem sai pela metade do menor valor encontrado pagando em dinheiro;
4)comprar pela TAM/TAP usando milhas é a melhor opção para quem reside fora de Sao Paulo/RJ ou de cidades que tem voo direto internacional ligando-as a Europa ou USA pois em geral a TAM (parceira star alliance da TAP) não cobra a mais pelo trecho domestico entre a cidade de inicio da viagem e GRU/GIG ou outra cidade de inicio do voo internacional (Recife/Salvador);
5)se o custo do pague contas for em torno de R$130,00 por cada 10.000 milhas disso decorre que é possivel fazer a viagem em classe executiva pelo mesmo preço promocional da classe econômica (US$745 via KLM)…
6)se as milhas nada custarem ai então a vantagem é patente e dispensa comentários … no caso do santander pagando R$15 por cada boleto de R$3000 o custo equivalente é de R$62 por cada 10.000 milhas … se pagar na boca do caixa (limite de R$10.000 diários) o custo é ainda menor (R$20 por cada 10.000 milhas)(1 US$ gerando 1,5 milhas);
7)em geral eu prefiro viajar sem nada dever do que viajar e encontrar de volta 10 boletos para pagar que vão me importunar por 10 meses … portanto é melhor poupar e pagar bem mais barato uma viagem do que o contrário … quanto a eventual falência de companhias aéreas … bem isso é um risco … menor do que incorrer em apertos financeiros após a viagem por conta de empurrar para o futuro o pagamento de um gozo presente … no caso da VARIG a GOL assumiu a obrigação dos clientes SMILES o que gerou contratempos somente por algum tempo …
8)nunca encontrei restrições de horários e assentos em mais de 15 anos participando do programa de fidelidade TAM … em geral me faltavam milhas e não assentos …
9)com o ingresso da TAM na star alliance há muito mais possibilidades de emissão de passagens utilizando os pontos Multiplus/Fidelidade TAM … costumo acumular milhas no banco, sempre de olho na data de prescrição das milhas, para então transferir para o plano de fidelidade …
10) é muito mais vantajoso acumular milhas qdo o preço pago por elas garante a vc no mínimo dobrar o capital investido na aquisição delas pelo pague contas … em contraste se vc aplicar em banco (caderneta, CDB, fundos etc) no máximo ganhará CDI ao ano (10% ao ano) … portanto aplicar dinheiro no pagamento de contas é um investimento altamente rentável considerando o valor que elas terão para a aquisição de passagens (no exemplo real acima citado as milhas tiveram um valor de compra de passagem por volta de R$570,00 por cada 10.000 milhas e custariam no pague contas no máximo R$300,00 por cada 10.000 milhas, ou seja, um investimento com rendimento de 100% o qual pode ser conseguido dependendo da pessoa em até 6 meses de uso do pague contas!) Isso sem contar tb a possibilidade até mesmo de se pagar com milhas a estadia em hoteis, conforme mencionado utilizando cartão bradesco mastercard smiles! É complicado? Sim é, mas afinal é até desafiador conseguir equacionar o sistema pague contas a seu favor … no meu entender o sistema foi concebido pelos bancos para arrancar pagamento de juros daqueles clientes incautos, aqueles que estão enforcados, e se supreenderam pois não imaginavam que outros, em situação financeira oposta da concebida, fossem tirar partido e amealhar parte do lucro obtido pelos bancos através do serviço … assim é a maioria que não consegue administrar suas despesas é que estão propiciando àqueles organizados a oportunidade de viajar, com todo o conforto, por um preço muito menor do que a maioria ou até mesmo de graça.
Após ler a primeira parte do artigo fiquei aguardando uma versão que apontasse as vantagens do sistema de pagamento de contas com o cartão de crédito. Quando comecei a ler essa segunda parte, identifiquei que essa minha expectativa seria frustrada. Preferi, então, vir direto para os comentários. Gostei bastante da argumentação do Tiago e do Luiz Freitas, bem como das respostas do Guilherme (autor da série). Esse tipo de discussão só tem a acrescentar aos leitores de Valores Reais. Estou certo de que ambos os lados cometem equívocos nas análises e nos exemplos. Mas somente dessa forma, trocando experiências, é que chegaremos a uma visão mais realista do problema apresentado: É vantajoso pagar pelas milhas que conseguimos? Espero a réplica do Guilherme.
Wanderson, obrigado!
De fato, a participação dos leitores, como o Tiago e o Luiz Freitas, é fundamental para ampliar os debates, daí a importância da leitura da caixa de comentários para aumentar o grau de conhecimento dos temas abordados.
Todo sistema de geração de milhas tem seus prós e seus contras, e, nesse caso, eu preferi dar mais ênfase aos negativos porque, primeiro, realmente é um sistema que dá mais trabalho e é mais caro, e, segundo, a maior parte dos leitores têm conta no BB, o que vai ao encontro dos propósitos do artigo. 😉
Em situações pontuais e específicas, pode ser sim vantajoso pagar pelas milhas que conseguimos – acho até que cabe um post a respeito – mas, no geral, o sistema só serve para dar ainda mais lucro para os bancos, empresas aéreas e empresas de programas de fidelidade.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Luiz, ótimos comentários, que apresentam um contraponto bem interessante aos argumentos expostos no artigo. Vamos às minhas considerações:
1) O problema de utilizar as milhas para resgates nos trechos internacionais mais viajados é a extrema dificuldade que as empresas aéreas colocam para emissão com milhas nesses trechos mais concorridos, como demonstrado no corpo do artigo.
2) Se é verdade que é mais vantajoso utilizar as milhas para viagens na classe executiva do que na econômica, não é menos verdade que a disponibilidade de assentos para resgates com milhas na classe executiva é muito mais restrita do que viajando na classe econômica. Ademais, não é analisando-se uma parte do problema (custo de emissão com milhas para viagens numa determinada classe) que se consegue extrair daí uma conclusão que seja válida para o problema todo (custo da emissão com milhas para as viagens em geral).
3) Todos os que defendem o uso do pagamento de contas para gerar milhas gostam de rebater os argumentos expostos no texto de forma genérica e impessoal com exemplos pontuais, específicos, concretos, episódicos, passageiros, circunstanciais e individualizados. Por isso, não me surpreende seu argumento. Aliás, ainda verei muitos exemplos assim aqui no blog…
4) Ok.
5) Novamente o argumento falha pelo mesmo motivo enumerado no item 2. Sob o ângulo de seu argumento, a emissão em classe executiva *sempre* vai compensar mais usando o Pague Contas gastando dinheiro com tarifas do que com a própria tarifa da classe executiva. O problema é justamente achar disponibilidades, que, conforme visto no artigo, não é tão simples assim… Ademais, o fato de se conseguir chegar a essa conclusão não quer dizer, obviamente, que conseguimos achar o “santo graal” para viajar na classe executiva. Caímos, em verdade, numa armadilha, num problema mental mais grave, uma dissonância cognitiva denominada de ancoragem de preço. Na verdade, todas as empresas aéreas já sabem o custo de emissão em milhas nesse tipo de classe, e, se permitem que o viajante pague por elas usando milhas, e não pontos, já equacionaram esse custo no valor total do bilhete. 😉
6) A existência de milhas gratuitas não passa de um mito. Mesmo no caso do Santander, deve-se analisar todos os custos de maneira global, o que envolve necessariamente a análise dos custos de conta-corrente (R$ 55 mensais, ou mais de R$ 600 anuais, caso não se consiga os R$ 100k de investimentos exigidos para isenção), e, no caso de pagamento de contas nas agências, deve-se acrescentar custos com gasolina e transporte até a agência, e os custos em termos de tempo perdido para se pagar essa conta enfrentando as filas dos bancos;
7) Eu também prefiro. Por isso é preferível pagar a viagem quando ela for certa do que pagar antecipadamente por uma viagem que ainda é incerta. 😉
8) Você é um cara de sorte! 😀 Suspeito que, ao usar um exemplo personalíssimo, individual e único como argumento para refutar os argumentos contidos no texto, você também acredita que sua situação pessoal se aplique também a todos os mais de 6 milhões de participantes do Fidelidade TAM. Ou seja, partindo-se da premissa de que sua tese seja correta, absoluta e geral, ninguém até hoje teve problemas para encontrar assentos em quaisquer voos que esses milhões de passageiros pretendiam, e que qualquer reclamação registrada no Fale com o Presidente, PROCON ou Justiça não passe de delírio de consumidores azarados, não é mesmo!? 🙂
9) E na mesma medida multiplicaram-se as dificuldades e frustrações…
10) Discordo. Quem aplicou na Bolsa nesse ano num fundo de índice passivo como o BOVA11 já garantiu 10% antes de o ano completar o seu primeiro trimestre. 😉
Espero que não fique chateado com os argumentos expostos nesse comentário: eles apenas refutam os argumentos contidos no seu texto, e não o próprio argumentador. 🙂 Ademais, pelo seu perfil de uso de milhas, suponho que seja passageiro frequente, até pelos exemplos que coloca no texto, onde diz que fez viagens em classes de tarifas mais caras. Nessa situação, fica evidente que você se encaixa nessa parte das conclusões do artigo: “As conclusões acima não invalidam, obviamente, que, em circunstâncias pontuais e específicas, atinentes a determinados e restritos segmentos de viajantes, as milhas pagas por meio de contas no cartão possam ser úteis para diminuir o custo do transporte aéreo”.
Porém, não se pode generalizar o que é uma situação individual para a ampla maioria das pessoas, e eu tenho que ter esse cuidado no blog.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Recomendo o pagamento de contas no cartão Santander Free, que é totalmente livre de tarifas.
Você ganha mais dias pra pagar a conta, e acumula 0,5 pontos por dólar. É pouco, mas é livre de qualquer tarifa. O banco está bancando inclusive o IOF, não sei até quando, mas está.
E paralelamente, pagar a fatura do Santander Free no Itaucard, que esse sim é vantajoso, tarifa muito baixa para um acumulo grande de milhas.
Tenho o BB Smiles Platinum, mas nem com a boa conversão de 2 pontos por dólar, eu não animo pagar contas nele.
Dei uma olhada no site do cartão e lá diz que paga 15 reais por conta. Estou olhando errado? O site: http://www.santander.com.br/portal/wps/script/templates/GCMRequest.do?page=5738&entryID=6556
Tenho frequent flyer da American Airlines e pude comprovar recentemente como o plano mudou.
Para vajar em Setembro, baixa estação para Estados Unidos, só consegui passagem para o trecho GIG-MSY (New Orleans) por 60.000. Venho tentando fazem meses e fui obrigado a comprar por esse valor, na ausência de outra possibilidade.
Meu trajeto total ( GIG-MSY-HNL-JFK-GIG ) vai me sair pela bagatela de 195.000 para duas pessoas.
Não li todos os comentários.
Sou cliente do BB desde 1971.
Sou cliente de seus cartões de crédito desde que eles existem.
Só paguei contas com o cartão de crédito quando estavam iniciando o sistema e não cobravam taxa alguma.
Pago tudo com meu cartão de crédito. Uso o débito eventualmente.
Meu cartão é o Infinite que acumula maior número de pontos.
Não pago mensalidade ou anuidade de meu cartão.
Pago sempre o total da fatura na data do vencimento. Nunca parcelei uma fatura. Sei bem que se parcelar, a fatura virará uma bola de neve.
Já fiz diversas viagens com as “milhas” tanto em uma como em outra cia. aérea.
Concordo que muitas vezes sai muito mais barato usar o cartão para pagar do que usar as milhas. Só as utilizo em ofertas ou nos valores normais. Nunca paguei ágios com milhas.
Outra coisa interessante é comprar a passagem aérea e utilizar as milhas para “upgrade”. Afinal os aviões de hoje tem o espaço dos bondes de ontem…
Enfim, não vejo vantagem alguma em pagar mais para obter mais pontos… Prefiro meu dinheiro no bolso e os pontos ou milhas serão apenas uma consequencia da minha utilização do cartão.
Outro ponto importante a se considerar se vale a pena acumular milhar pelo sistema pague contas é onde você mora. Hoje utilizo o Itaú e o BB, sendo que pago mais caro pelo BB (em torno de R$180,00 o bloco de 10.000 milhas). Mesmo assim ainda acho vantajoso, uma vez que meu aeroporto de destino é o de Natal-RN. Por ser uma cidade turística e não dispor de muitos vôos, mesmo na baixa estação as passagens não são tão baratas. Qualquer viagem que seja necessária conexão (leia-se todas as cidades do Sul do país, além de Vitória, cidades estas que viajo pelo menos duas vezes por ano) fica mais vantajoso o uso de milhas do pague contas.
Li atentamente todos os posts. Eu uso o pague contas para complementar. Viajo muito a trabalho com o dinheiro “dos outros”. Quando viajo de milhas, ultimamente tenho emitido passagens em executiva e primeira classe. Acho que vale a pena se você tem um cartão que acumula 2 milhas por dólar e tem habitualmente um bom gasto mensal. Desta forma, você realmente acumula milhas rapidamente. Tenho duas férias de 20 dias por ano e ultimamente sempre consigo usar as milhas. Tenho os meus macetes como: Europa e USA na mesma viagem sendo o trecho Europa-USA de executiva (apenas 30k milhas) ou Caribe e USA na mesma viagem sendo que a volta gasto 15k milhas até Aruba ou Punta Cana e o trecho até os USA pago do bolso barato. Pontos de vista distintos. Eu acho que tem que gastar bem no cartão com sua vida habitual e complementar com o pague contas.
Ainda existe um outro argumento mais sutil: acumulando milhas vagarosamente com o pague contas você parcela sua passagem em MUITAS vezes.
Concordo com o Pedro acima. No meu caso, faço muito o trecho Brasília-São Florianópolis que em diversos feriados suas passagens atingem os céus de preço, e mesmo fora de “época” os preços não são muito convidativos.
O próprio guilherme já sintetizou o custo médio, que da última vez que calculei (anuidades de 2 cartões + IOF + taxa pro rata + gasto médio anual no cartão) era algo como R$ 160 para cada 10 mil milhas.
Ainda que sejam os R$ 200 alegados pelo Guilherme, o preço do trecho médio padrão para Florianópolis nunca foi R$ 200, na verdade é dificílimo fazer uma round trip para lá por menos de R$ 600 (300+300). E não raro o preço está em R$ 800 para a round trip. Ou seja, estou no lucro.
Existem “n” casos específicos de exceção à regra, o meu caso é um…Acredito que se eu estivesse regularmente fazendo uso de um trecho de menor distância (Rio-SP, SP-Floripa, Curitiba-Poa), talvez realmente não valesse a pena.
Guilherme, concordo em parte com seu post. Quando se tem disponibilidade de dias e destinos, se consegue sim bons custos benefícios para as passagens tiradas por milhas. Sei que a maioria das pessoas não tem essa disponibilidade, podendo viajar apenas em feriados ou em meses de “férias”, tornando quase impossível bons esquemas com milhas.
Mas vou citar alguns bons exemplos que já valeram muito a pena para mim:
* Fiz uma viagem de navio do Rio de Janeiro à Roma, a volta tive que tirar uma passagem Roma-Rio (apenas 1 trecho), quando vc tenta comprar um trecho apenas internacional, vc paga praticamente o mesmo valor que ida e volta ou até mais caro. E nesse caso tirei o trecho que eu precisava por apenas 30.000 milhas da Tam, voando pela Tap. A passagem sairia por aproximadamente R$ 1600,00 reais.
* Acabei de tirar passagens Rio-Santiago (ida e volta) para o final de junho (e tinha para o começo de julho) por apenas 8.000 milhas (ida e volta), para dias que já é possível esquiar. A passagem sairia por aproximadamente R$ 800,00 reais.
* Estou indo em maio Rio-Cancun (ida e Volta) por 6.000 milhas + 400,00 reais pela Taca. A passagem normal sairia por R$ 1800,00 reais.
* Ano passado fui para os Usa, Rio-NY por 35.000 milhas (ida e volta) pela UsAirways. A passagem sairia por R$ 1600,00 reais.
* Este ano fiz um esquema de transferência dos pontos da Tam para Accor e depois para a Ibéria e consegui tirar passagem para Europa, Rio-Madri pelo equivalente a 20.000 milhas da Tam (ida e volta). A passagem sairia por R$ 1400,00 reais.
E tenho outros exemplos em um passado não tão distante que tbm consegui bom aproveitamento das milhas. Mas concordo que nem todo mundo tem disponibilidade e inteligência para saber gastar as milhas da melhor maneira possível.
No entanto é bom deixar claro que apesar de difícil, não é impossível bons negócios com milhas.
Ps.: Não uso o pague contas, pois acho que não vale a pena, apenas meus gastos normais no cartão já me permitem bons esquemas de viagens por milhas para pelo menos 3 a 4 viagens por ano.
Não gostei do artigo (apesar de, em geral, gostar dos artigos desse blog).
Você desconsidera completamente as promoções de milhas reduzidas (tanto da Gol quanto da Tam), desconsidera a emissão de trechos nacionais com pouca antecedência (emiti em janeiro BH-Maceió pela TAM, usando 20mil milhas ida-e-volta – se fosse comprar as passagens, o mais barato ficaria em torno de 1200 reais, em horários piores) e está procurando datas específicas ao invés de usar o calendário de buscar para encontrar as datas mais “baratas”.
Eu continuo aproveitando muito minhas milhas pra viajar dentro do Brasil e América do Sul. Nesse último feriado mesmo, fiz um BH-Natal, usando apenas 3 mil milhas Smiles em cada perna… Concordo que, para o exterior, não vale tanto à pena: pra viagens aos USA, normalmente vou pagando no dinheiro pela Copa (e ainda gera milhas no OnePass).
Acho que um post informativo sobre utilização do Pague Contas para acúmulo de milhas deveria enfatizar que isso não é para todos e a pessoa tem que entender que ter o mínimo de milhas não significa conseguir viajar na data que você quer.
Aliás, a melhor dica seria a seguinte: se você não tem interesse de viajar pelo Brasil e América do Sul, pague contas não vale à pena. Se você tem interesse, mas só pode viajar em datas restritas e de alta demanda (feriado, férias escolares), deve avaliar com cuidado. Se você tem interesse nesses destinos e pode tirar férias em épocas de baixa temporada, vale MUITO à pena.
A análise é interessante, mas representa uma opinião pessoal, um momento, uma conjuntura, pois, devem ser avaliados todos os fatores, caso a caso, para a situação de cada pessoa. Nessa análise em questão, só foram levadas em considerações viagens internacionais, no cenário atual de readequação das companhias areas e de suas parcerias, sem promoção, e partindo de São Paulo.
São vários fatores que influenciam na questão de “valer a pena ou não ser um milheiro”:
1. A taxa de conversão da pontuação do cartão.
2. A conversão de dólar utilizada pelo banco do seu cartão.
3. A cotação do dólar utilizado pelo banco no período de acumulação.
4. A capacidade de conseguir concentrar todos os gastos do dia-a-dia no cartão, inclusive da familia, porque teoricamente esses pontos tem um custo menor.
5. A capacidade de auto-controle a não “forçar” gastos supérfluos apenas com a desculpa de acumular pontos no cartão.
6. A capacidade de negociar e conseguir isenção de anuidades de cartão e tarifas bancárias, isso faz muita diferença.
7. O capacidade de controlar da data de validade das milhas, tanto nos cartões, quanto nos programas de fidelidade, para não perder pontos.
8. Aproveitar as promoções de acumulação de milhas com empresas parceiras, dos programas de fidelidade dos bancos e das companhias para o acúmulo, transferência e emissão de passagens.
9. O perfil de viagens do milheiro, se for a negocios ou lazer, dias da semana ou finais de semana, origens e destinos procurados.
10. A capacidade de acumular milhas efetivamente voadas.
11. Para o pagamento de contas, já são mais vários fatores que devem ser analisados, como a data entre o pagamento da conta e o vecimento do cartão (juros efetivos no caso de pagamentos pro-rata), e o cuidado para não se endividar nessa bola de neve.
Para o acúmulo de milhas, corremos risco, claro, porque passamos a deixar os ativos que estão em nosso poder nas mãos de terceiros, e podemos ganhar um pouco ou perder, de acordo com o momento e as regras vigentes e todos os elementos acima.
Acho loucura comparar milhas com ações na bolsa, porque quanto maior o risco, maior a chance de retorno. As milhas são um meio termo, não muito seguro, mas não muito arriscado.
Vivemos de altos e baixos, de momentos bons e momentos ruins, mas não ao ponto de viajar de graça ou falir, os ganhos ou perdas são pequenas em comparação á bolsa de valores.
Na minha opinião, ficou provado que milhas são interessantes quando resultam de compras, não de pagamento de títulos e demais tipos de contas.
Tenho milhas na TAM e confesso que é muito difícil adequar o seu plano de viagem a quantidade de pontos que são necessários para pagamento. Como foi bem esclarecido na matéria, é mais barato pagar em dinheiro que pagar em milhas!
Abraço e parabéns pelo detalhismo da matéria.
Não gostei do artigo (apesar de, em geral, gostar dos artigos desse blog) [2].
Você desconsidera completamente as promoções de milhas reduzidas (tanto da Gol quanto da Tam),
já fiz BH-Buenos Aires-BH por 12000 milhas, já fiz BH-RIO-BH por 6000 milhas.
Além disto você não considerou a análise para viagens com poucas opções de Vôo. Por exemplo, meu pai mora em Araripina-PE e o Aeroporto mais perto é Juazeiro do Norte-CE. Um voo BH-Juazeiro-BH nunca custa menos de 1000 Reais. Vale a pena gastar as 20.000 milhas para ir pra lá. Ou até menos, quando há promoções. Compare voos para cidades menores e voce vai ver que sua conclusão vai mudar.
Concordo com o raciocínio do artigo. Apenas pessoas experientes neste tipo de transação poderão (com alguma sorte e planejamento) emitir passagens que valham à pena.
No meu caso, a estratégia sempre foi a de “viajar de Business para os EUA”. São passagens que, com antecedência e persistência, pode-se achar a 100.000 pontos cada uma ida-e-volta pela TAM.
Eu busquei, há cerca de 2 meses, opções entre o final de julho e começo de agosto, e fechei a 100.000 milhas cada uma (vou com a esposa fazer o enxoval do Bebe em Orlando e Miami!). O preço de cada uma daria R$ 7.430 sem taxas. Aí, pelo raciocínio do Guilherme, eu teria pago cerca de R2.000 para cada passagem ida-e-volta, se tivesse feito pelo pagamento de contas. Foi um excelente negócio por se tratar de business.
NESTE CASO específico, teria valido à pena (não e meu caso, acumulei com gastos norais mesmo).
De qualquer forma, uma excelente resenha desfazendo mitos de marketing das companhias aéreas (LEIA-SE TAM), onde cada vez fica mais difícil de emitir bilhetes prêmio restritos – nos dias próximos ao que comprei, todos os trechos em dias adjacentes estavam entre 120.000 e 200.000, ou seja, business irrestritas. As restritas já haviam acabado… Poucos lugares, um absurdo!
Abraço,
Prezado Guilherme, vou repetir o que eu disse em um post anterior sobre a emissão de milhas.
As empresas aéreas estão com o poder de emitir moeda (milhas) e sem lastro. A melhor forma de reduzir suas dívidas em milhas é uma boa dose de inflação. Parece até o FEDERAL RESERVE do Estados Unidos ou então agora o BCE (Banco Central Europeu) emitindo dólares e euros sem qualquer tipo de lastro.
A teoria quantitativa da moeda é clara, quanto maior a oferta de moeda (milhas) maior será a inflação (milhas necessárias para adquirir uma passagem).
Todos ganham com milhas menos nós os consumidores.
Cia Aérea emite milhas e vende para as Adm. de Cartão e embolsa uma quantia sem nenhuma despesa operacional.
Admnistradoras de Cartão cobram tarifas abusivas dos comerciantes e de nós clientes e repassam uma parte pequena das tarifas para os clientes com milhas compradas com desconto.
Nós os clientes ficamos com as milhas depreciadas em troca do pagamento das nossas despesas com cartão em um valor mais alto do que seria caso comprássemos à vista.
A emissão de milhas configura-se numa emissão de dívida cujo o DEVEDOR ao contrário do CREDOR, determina quando e quanto irá pagar sem pagamento de juros, com um detalhe interessante, sem emissão de nenhum título de crédito e nem configuração no Balanço da empresa emissora e melhor ainda, com prazo de validade. DEVO NÃO NEGO PAGO QUANDO PUDER E SE PUDER…ATÉ PORQUE, SE NINGUÉM COBRAR VENCE.
Não é atoa que o valor de mercado na Bolsa de Valores, da Cia Aérea é semelhante da empresa que emite as milhas. As empresas de compras coletivas estão pegando carona nesse tipo de negócio. Como eu queria ser devedor nessas condições!
Essa “inflação” é exatamente o que está acontecendo neste momento com a American em passagens para os Estados Unidos (classe econômica).
No final do ano passado consegui reservar minha viagem por 62.500 milhas cada pessoa. Tive que abrir mão e, após Dezembro/2011, somente consigo por 97.500 milhas por pessoa.
Agora vou gastar 195.000 milhas para o casal. Inflacionaram de verdade, após o pedido de proteção “Chapter 11”, para aliviar esse passivo.
E o pior, os demais programas FF são “piores” do que o AAdvantage, pelas reclamações que leio (a mim só interessa viagem para USA ou Europa).
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Desculpe a sinceridade mas não gostei do post haja vista que ele não analisou a questão de forma imparcial. Teria ficado bem mais esclarecedor se todos os pontos positivos e negativos fossem abordados para a partir daí o leitor avaliar se vale ou não a pena acumular milhas usando o pague contas. Assim como aplicar no sistema financeiro dá trabalho e exige conhecimento para se ter sucesso, acumular milhas também dá trabalho e exige conhecimento para que valha a pena. Ninguém disse que acumular milhas é fácil.
Você tendo o conhecimento (o “Aquela Passagem” está aí pra isso) e fazendo o que tem que ser feito, acumular milhas usando o pague contas vale muito a pena. Lógico, tem um bom cartão, observando as datas, mantendo um controle rígido dos gastos, etc. Mais uma vez repito: Ninguém disse que é fácil mas fazendo o que tem que ser feito vale muito a pena.
Logicamente o fato de vc acumular milhas não quer dizer que você não vá aproveitar as promoções de passagens pagas. Tá muito barato pagando, compra-se com dinheiro (cartão), é mais vantajoso usando milhas, compra-se com milhas. Nos beneficiamos das duas situaçõe. Repito: fazendo o que tem que ser feito, acumular milhas com pague contas é MUITO vantajoso.
Viajei nesta semana de Fortaleza para Foz do Iguaçu usando 3.000 por trecho, fui para Buenos Aires por 4.000 o trecho. Vou em outubro para Las Vegas na 1° classe 100.000 ida e volta. O custo destas 100.000 para mim saíram a R$ 1.370,00 e a passagem se eu fosse comprar seria em torno de R$ 20.000,00. Precisa de mais explicação?
Se você se organizar e fazer o que tem que ser feito acumular milhas com pague contas é um EXCELENTE negócio. E outra, só uso minhas milhas quando quero, não aumentei meus gastos com isso, muito pelo contrário, diminuí minhas despesas pois quando viajo tenho passagens a um custo baixíssimo e para o exterior só vou de executiva ou de 1° classe coisa que jamais faria se não fosse o pague contas.
De maneira geral tendo a concordar com o post e eu mesmo não acumulo pontos com pague-contas por conta de vários dos motivos apresentados no texto (especialmente a pouca disponibilidade em datas específicas – eu quase só posso viajar em feriados…). De toda forma, tenho uma observação meio que contrapondo uma parte do argumento do post: apesar de concordar em absoluto com o comentário do Guilherme que grande parte dos milhões de clientes dos programas de fidelidade não têm a habilidade necessária para sair ganhando através do uso do pague-contas, acredito que a grande maioria dos participantes deste fórum específico são exceção e não regra neste caso. De fato, acredito que todos ou a maior parte dos que estão participando desta discussão têm plenas condições de elaborar um esquema que renda benefícios para os(as) mesmos(as) através do uso do pague-contas, sendo que a decisão de usar ou não recai sobre outros fatores. No meu caso particular, não uso esta estratégia de acúmulo de milhas com pague-contas hoje porque eu particularmente não gosto da idéia da ginástica com as datas de pagamentos e do maior trabalho (e custo) de admnistrar vários cartões de vários bancos (que me parece ser a estratégia mais comum pelo que noto aqui e em outros fóruns: pagar o boleto de um cartão com outro de outro banco e eventualmente este outro com um terceiro todo mês) – mas ainda mais forte é o fato de ter flexibilidade de datas limitada para o uso das milhas adicionais acumuladas desta forma (exceção já comentada aqui são os assentos livres da TAM em voos nacionais para datas muito concorridas, onde os preços podem ficar exorbitantes e a quantidade de milhas é fixa).
De toda forma, acho que é isso aí! O bacana é ter a discussão e os diversos pontos de vista no mesmo lugar! Acho isto muito mais interessante que um post onde todos os comentários sejam na mesma direção. Guilherme: parabéns pelo post e pelo site e espero que use este tipo de experiência para continuar trazendo assuntos mais polêmicos (e por isso mesmo menos comentados por aí afora) neste espaço.
Guilherme em geral as generalizações abstratas revelam suas limitações quanto se deparam com os fatos concretos inerentes a cada situação … fatos concretos representam a realidade da situação … então para aqueles que se dispõe a gerenciar vários cartões o premio é uma otimização de suas finanças e a realização de viagens com conforto e pagando bem mais barato do que os demais … inclusive encontrar lugares em datas concorridas para essas pessoas tb não é problema haja vista que já demonstraram ser organizados ao gerenciar o sistema pague-contas de sorte que uma coisa leva a outra ou seja um aumento geral na eficiência do uso do dinheiro, explico, conseguir o melhor com menos ao invés do menos com menos … investir R$20 ou R$62 por 10.000 milhas é um grande investimento … a propósito a bolsa subir 10% isso sim é incerto e muito … alguém poderá prever quanto valerão os R$20 ou R$62 aplicados na bolsa no final de um ano?
Os outros posts após minha intervenção são testemunhos de situações onde é muito vantajoso usar as milhas. Somente no ano de 2011 fui de milhas a Bogotá (executiva), Lima, Buenos Aires (4 pessoas – Executiva). Não tenho pago passagens de férias desde 2005, nem a minha e nem a de meus acompanhantes!
Sou apreciador de uma discussão travada em alto nível.
Quem acumula milhas, como já disseram, tem mais flexibilidade: possui duas moedas, milhas e dinheiro. Usa uma ou outra dependendo da ocasião. É como possuir reais, dólares, euros, ouro, gado, terra, etc, dependendo de cada circunstância tem várias opções para a aquisição de outro bem.
Abraços
Guilherme em relação à sua resposta ao ponto 5 de minha intervenção tenho a dizer que mesmo admitindo que as empresas já sabem disso mesmo assim para o viajante-milheiro o preço pago é muito, muito vantajoso mesmo … no voo para Londres por mim mencionado havia uns 8 a 10 lugares disponíveis na ida e tb muitos assentos vagos (um numero indeterminado) na volta … a propósito: os assentos mesmo na executiva apresentam graus de conforto diferente, isso levando em conta a proximidade da cozinha, banheiros, corredor, etc … em geral li que quanto mais próximo da primeira classe é melhor … rsrsrsrsrs … há também que se considerar o tipo de avião …
Fico muito feliz com as respostas na seção de comentários! Depois que o post apareceu no Aquela Passagem, essa seção teve aumento expressivo de contribuição, todas de qualidade, sem exceção, com argumentos bem interessantes, o que demonstra quão alto é também o nível dos leitores do AP que resolveram participar por aqui. 🙂
Pelo conteúdo dos comentários, percebe-se que boa parte deles, os que defendem o uso do Pague Contas, se enquadra na exceção, e não na regra. A exceção está aqui: “As conclusões acima não invalidam, obviamente, que, em circunstâncias pontuais e específicas, atinentes a determinados e restritos segmentos de viajantes, as milhas pagas por meio de contas no cartão possam ser úteis para diminuir o custo do transporte aéreo.”
Poderia eu ter escrito mais sobre os benefícios do sistema de pague contas? Sim, claro! Mas resolvi balancear um pouco a discussão, uma vez que de vantagens, existem sites aos montes, inclusive dos próprios bancos que têm o sistema.
Estou na dúvida se respondo os comentários que foram contra nessa seção, ou se crio um post à parte. Penso nessa segunda opção… 🙂
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Preciso de ajuda. Sempre usei o sistema de pague contas racionalmente. Meu esquema era gastar no Citibank (para milhar na AA), pagar o Citibank no Itaú Personnalité (para milhar na TAP) e pagar o Itaú no BB Black (para milhar na TAM ou Gol). Nunca fiz gastos no cartão de crédito apenas para ganhar mais pontos, ou seja, nunca gastei por gastar. O único gasto que fazia era consciente e consistia justamente no pagamento dos encargos, tarifas e impostos decorrentes do uso do sistema pague contas desses cartões de crédito que mencionei. No caso dos cartões que cobram juros pro rata, sempre prestei atenção nas datas, para pagar o mínimo possível de encargos, tarifas e impostos sem perder as milhas. Sempre deixo as milhas no banco enquanto não vou precisar delas, para garantir um prazo maior de sua duração, reduzindo o risco de perdê-las por ausência de uso. Evito cartões que mandam as milhas direto para as companhias aéreas (no caso da AA, não deu para ser diferente).
Com as milhas que tinha, não havia férias ou feriadão que não viajasse, sempre me planejando com alguma antecedência. Eram viagens que eu faria de qualquer jeito, porque minha família adora viajar junta. Só que há oito meses fui mãe e me afastei das viagens por conta da amamentação. Agora meu filho já está grandinho e já dá para voltar ao ritmo de antes. Preciso voltar a acumular. No período em que estive fora, aparentemente as regras mudaram. Pelo que percebi, o BB piorou as regras. Vou ver se remanejo as datas de vencimento dos meus outros cartões para vencerem faltando uns cinco dias para o fechamento da fatura do BB. E o Itaú Personnalité, alguém sabe como está? Quando parei era pro rata sem maiores complicações, bastava fazer pagamento avulso no valor do título um ou dois dias depois. Continua assim ou piorou? Ajudem uma pobre mãe que está há oito meses sem viajar e precisa tirar o atraso…
Olá Cláudia, o sistema do Itaú continua assim.
Boa viagem! 🙂
Guilherme, se eu não estiver errado, aparentemente pagar contas no BB não vale mais a pena, mesmo para quem conscientemente achava vantajoso. Agora é só UM ponto por dólar, mesmo para cartões Black. Você conhece (ou pretende fazer) alguma análise a respeito? Seguem as informações:
http://www.bb.com.br/portalbb/page22,114,2448,6,1,1,1.bb?codigoMenu=934&codigoNoticia=12975&codigoRet=1430&bread=3
Olá PS, obrigado pela informação! 😀
Pois é, o BB cada vez mais piorando o programa do cartão… 🙁
Pretendo, sim, fazer uma análise a respeito!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Hoje quando fui efetuar o pagamento de contas online no site do BB já recebi a mensagem que havia sido feita alteração na pontuação. Agora é 1 ponto para cada U$ 1,00 gasto. Na minha visão ficou totalmente inviável acumular milhas desta forma, pelo menos via Banco do Brasil. O cartão Smiles nao foi mexido, continua acumulando 2 por 1 . O que me deixa emputecido é essa falta de regras para com o cliente: estão sempre mudando as regras no meio do jogo. Gostaria de saber se caberia alguma ação na justiça com ganho de causa pro cliente, ou é tempo perdido ?
Claro que é tempo perdido.
Nas letras miúdas deve estar escrito que tudo pode mudar a qualquer momento.
… No BB paga-se R$80,00 (já incluído IOF+juros+etc) por um boleto de R$5.000,00 o qual gera pelas novas regras (1 US$ = 1 milha) somente 2381 milhas.
Se, entretanto, o boleto acima mencionado é oriundo de uma fatura de um cartão de crédito do Santander não devemos nos esquecer de que quando pagamos os R$5.000,00 no cartão do Santander isto já nos gerou cerca de 3571 milhas ao custo de R$15,00.
Assim após o duplo pagamento (Santander + BB) esse boleto terá gerado um total de 5952 milhas (2381+3571) ao custo total de R$95,00 (80+15) e, portanto, um valor projetado de R$160,00 por cada 10K milhas.
Este custo é bastante baixo e, portanto, a combinação (Santander + BB) ainda é negócio vantajoso!
Outra consideração seria pagar a fatura do CC do Santander no HSBC, em dois dias seguidos de R$2000,00 ao custo total de R$30,00 e os restantes R$1.000,00 no BB a um custo estimado de R$16,00. Dessa maneira o custo do pagamento da fatura do Santander seria de R$46,00 ao invés de os R$80,00 pagando-se o total da fatura somente no BB, e, ainda, garantindo-se o mesmo número de 2381 milhas recebidas decorrente do pagamento total da fatura.
Portanto a opção combinada (HSBC + BB) é a melhor!
Investimento em milhas: com a valorização do dolar frente ao real aqueles que gastaram em taxas, iof, juros, etc para acumular milhas estão vendo os seus reais gastos se valorizarem muito bem … Em janeiro o dolar estava por volta de R$1,75 e atualmente (28/6/12) gira por volta de 2,15 no cambio turismo que é o cambio utilizado pelos cartões de crédito, portanto, houve uma valorização das milhas acumuladas, quando expressas em reais, de 22% … um bom retorno sobre o capital investido!
Interessante essa forma de pensar, Luiz, não tinha visto a questão sob essa perspectiva…
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
… errata: o dolar turismo em fins de janeiro estava cotado a R$1,81 … portanto a valorização, quando expressa em reais, foi em torno de 18,8% …
… realmente tudo pode mudar a qualquer momento … inclusive a reação às mudanças …
Olá, Luiz, bem interessantes suas conclusões.
Realmente, colocar o Santander na ciclagem de pagamentos ajuda a diluir os custos da transação. Para os cartões BB, considerados individualmente, o único que não foi “sacrificado” nessa nova rodada de mudanças foi o BB Smiles.
Entretanto, os custos ainda são elevados considerando-se somente os cartões BB (sem o Smiles). Se R$ 80 geram 2.381 milhas, para se obter 10 mil milhas serão necessários aproximadamente R$ 300.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
260 mil pontos para Paris a dois pontos por dólar 130 mil dólares ,é realmente complicado e o pior é que muitas vezes os trechos baratos Rio -BH e Rio -SP custam 10 mil milhas , estou achando melhor trocar meus pontos por outras coisas
Fabricio, na verdade, considerando o bloco de 10 mil pontos a cerca de R$ 155, 260 mil pontos custariam R$ 4.030.
De qualquer forma, o valor continuaria bastante caro.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Boa noite.
Primeiramente parabéns pelo excelente site e pela magnífica postagem.
Só que como sou meio leigo deixa eu ver se entendi vc quis dizer que o BB só permite o adiantamento do pagamento da fatura faltando aproximadamente 14,15,16 dias para o fechamento e que se eu não pagar nesses dias a conta virá para o próximo mês pagando assim muitos juros.
Exemplo : Pago uma fatura do cartão Bradesco com meu cartão BB no dia 10 de um mês e meu cartão BB vence dia 25 desse mesmo mês ou seja provavelmente ainda não teria fechado a fatura que dia teria que pagar essa fatura do BB para pagar juros normais.
Atenciosamente Helder.
Obrigado Helder!
Sobre a contagem dos prazos e o dia certo em que irá cair a fatura, o BB permite que você visualize na tela, antes de confirmar a operação, em qual fatura Ourocard irá cair o título que você pretende pagar com o cartão de crédito. Dessa maneira você evita surpresas negativas em sua conta.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
eu ainda acho que o bb poderia melhorar e muito o seu sistema de pagamento, e tambem melhorar a navegabilidade do seu aplicativo em nossos celulares, mesmo assim esta sendo o melhor banco para mim