Recentemente, o Banco do Brasil modificou seu sistema de pagamento de contas no cartão de crédito. A tarifa, que era fixa (1,99% ou 2,5% sobre o valor do título, dependendo da modalidade de cartão), desde fins do ano passado passou a ser proporcional, proporcional aos dias de utilização do serviço. De acordo com o informativo publicado pelo BB:
“Dessa forma, caso queira liquidar o valor integral de uma conta no vencimento da sua próxima fatura, basta solicitar o pagamento do título ou boleto em 1 parcela. Os juros e IOF serão calculados proporcionalmente ao período compreendido entre a data de liquidação do documento e o vencimento da fatura do seu Ourocard. Assim, você pagará encargos financeiros somente durante esse período”.
Aparentemente, a notícia seria interessante, ainda mais porque esse serviço estaria promocionalmente isento de tarifa (veja bem, isento de tarifa, mas não isento dos demais encargos financeiros, como IOF e juros pro rata). Mas seria essa uma forma mais barata, em relação ao sistema antigo, de acumular pontos no programa de recompensas do banco? Quais são os custos efetivos totais que estão por trás dessa nova modalidade de pagamento de contas? Compensa pagar de forma antecipada e integral por pontos e milhas, cuja utilização futura é incerta? Não é melhor e financeiramente mais inteligente economizar o dinheiro (que seria gasto em pagamento de tarifas) num investimento que rendesse juros e que permitisse a compra de passagens em dinheiro, ganhando duplamente as milhas, pelos trechos voados e pelo uso do cartão de crédito? São perguntas cujas respostas desbravaremos a seguir. Acompanhe-nos!
A estratégia para pagar o menor custo possível em tarifas, nessa modalidade de pagamento: fazer o pagamento no dia imediatamente anterior ao do fechamento da fatura atual
A sistemática de pagamentos de boletos na fatura do cartão de crédito foi instituída de forma pioneira pelo Banco do Brasil, no ano de 2008, adicionando mais uma modalidade de quitação dos valores contidos em títulos e fichas de compensação, conforme podemos extrair da figura abaixo:
Para fins de acúmulo de pontos no programa de recompensas, apesar de o BB oferecer a possibilidade de pagamento de contas no cartão em até 24 parcelas, o ideal é sempre escolher o pagamento em parcela única, pois, dessa forma, a taxa de juros mensal será de 1,89%, que é a menor possível, conforme tabela abaixo:
Esqueçam o pagamento parcelado de 2 a 24 parcelas. Esqueçam.
Antes de utilizar o serviço, o cliente deve prestar bastante atenção às regras, que aparecem antes do preenchimento dos dados do boleto:
Observe que o cliente pode até solicitar o estorno nos juros cobrados (que são calculados automaticamente entre a data de pagamento da conta no cartão, e a data de pagamento do próprio cartão), caso a fatura correspondente seja paga antes de seu vencimento (por exemplo, fatura vence dia 17, fecha dia 02, e você paga a fatura dia 12). No entanto, não é recomendável tomar tal atitude, pois, caso aja assim, você sofrerá o estorno de (= perderá) todos os pontos referentes ao pagamento que foi antecipado, tornando a operação extremamente desvantajosa e completamente inútil para fins de acúmulo de milhas.
Os cuidados com a data de pagamento da conta
Um dos pontos fundamentais dessa nova operação é prestar bastante atenção na data de pagamento da conta, que repercute diretamente em qual fatura ela será incluída, fazendo com que você pague: (a) ou a menor quantidade possível de encargos (caso seja incluída na fatura atual); ou (b) o que é pior, a maior quantidade possível de encargos (caso seja incluída apenas na fatura seguinte à atual). Na imagem de tela anterior, essa advertência aparece de modo explícito no item 2: “observe antes da confirmação, a data de vencimento da fatura em que o pagamento a ser realizado será postado”.
Como os juros são “pro rata”, e os encargos também são proporcionais ao tempo de utilização da operação de crédito, que é o período que vai da data de inclusão da conta no cartão até a data de vencimento desse mesmo cartão (pois o sistema parte da presunção de que a fatura seja paga exatamente na data de vencimento), poder-se-ia pensar na possibilidade de, por exemplo, incluir uma conta num dia, e fazer um pagamento antecipado dessa mesma conta no dia seguinte. Dessa forma, pagar-se-iam os menores juros possíveis para a operação.
Entretanto, isso não é possível, pois o sistema do BB foi estruturado para que o pagamento de contas só possa ser feito aproveitando-se, no máximo, o dia imediatamente anterior ao do fechamento da fatura, que costuma ocorrer de 14 a 16 dias antes da data de vencimento. Explicando melhor: caso você faça a inclusão de uma conta no 15º dia anterior ao do vencimento da fatura do cartão, essa conta será incluída provavelmente já na próxima fatura (digo “provavelmente” porque a data de fechamento pode variar de um mês para outro). Dessa forma, você terá que arcar com encargos totais que separam a data de inclusão da conta (“data do pagamento”) da data de vencimento do cartão de crédito.
No entanto, se você fizer o pagamento de uma conta, digamos, dois dias antes da data de vencimento da fatura, essa conta será incluída não nessa fatura que vence dali a dois dias, mas sim no ciclo da fatura posterior, o que significará mais de 40 dias de intervalo entre a data de pagamento da conta e a data de vencimento do cartão, fazendo com que os encargos totais sejam os maiores possíveis (lembre-se de que os encargos financeiros, nessa nova modalidade de pagamentos, são proporcionais aos dias de utilização de serviço, ou seja, quanto maior o intervalo de sua utilização, maiores serão os encargos). E nem adianta tentar fazer o pagamento antecipado da conta, para escapar dos encargos, pois a regra do BB é bem clara: caso você solicite o estorno dos juros + IOF cobrados, perderá também o direito aos pontos.
A tabela a seguir ilustra o custo efetivo total da operação, na atual sistemática do Banco do Brasil:
A região indicada dentro do retângulo (entre 15 a 17 dias antes da data de vencimento) é a melhor “zona para pagamento de contas”, desde que esses dias caiam antes da data de fechamento da fatura
Veja-se, então, que, na melhor das hipóteses, que é o pagamento da conta entre o 15º ao 17º dia antes da data de vencimento do cartão, os encargos totais da operação girarão em torno de 1,4% a 1,5% do total da conta paga.
Um exemplo que demonstra a importância de escolher bem a data de pagamento.
Abaixo, simulamos o pagamento de uma conta de R$ 10.000 no cartão com data de vencimento no dia 17.03.2012:
Escolhendo o pagamento dessa conta de R$ 10 mil no dia 01.03.2012, essa conta será incluída na fatura atual, conforme tela abaixo:
Observe que serão pagos, a título de encargos (IOF + juros), um total de R$ 149,96, o que corresponde a cerca de 1,49% do valor total da conta a ser paga, 16 dias antes do vencimento, o que praticamente corresponde ao valor do CET descrito na tabela acima mencionada.
E o que acontece se simularmos o pagamento para o dia imediatamente seguinte, 02.03.2012? A resposta vem na tela abaixo:
Isso mesmo! Alterando-se apenas um dia da data de pagamento, a conta não “cai” na fatura atual, de 17.03.2012, mas sim na fatura seguinte, no distante e remoto dia 17.04.2012. Como consequência, os encargos da operação serão calculados sobre essa “montanha” de dias de intervalo que separa 02.03 a 17.04, ou seja, 45 dias, o que corresponde a um exorbitante custo efetivo total de 3,55%! Na simulação proposta, isso significa o pagamento de encargos totais equivalentes a R$ 355,87, um valor absurdamente alto quando comparado à possibilidade de pagamento da mesma conta no dia anterior, 01.03.2012, mas pagando um valor de encargos substancialmente menor (R$ 149,96). Por isso, antes de confirmar qualquer operação, é de substancial importância prestar atenção em qual fatura o pagamento da conta irá cair!
O custo das milhas pagas com contas debitadas nos cartões de crédito do Banco do Brasil
Considerando o dólar a R$ 1,90 – não o do dólar comercial, mas sim o dólar praticado pelos bancos nas faturas de seus respectivos cartões de crédito (que sempre é maior que a cotação do dólar comercial) – e um cartão que ofereça uma conversão de 1,5 ponto a cada dólar (normalmente o cartão da categoria “Platinum”, que provavelmente é o padrão da maioria dos leitores desse blog), chegamos à interessante conclusão de que o boleto hipoteticamente pago acima, no valor de R$ 10 mil, geraria um total de 7.894 pontos.
Usando uma regra de 3 simples, se 7.894 pontos custaram R$ 149,96, utilizando o “melhor dia” para pagamento de contas no cartão (que é o dia imediatamente anterior ao do fechamento da fatura), chegaremos à conclusão de que um bloco de 10 mil pontos custaria o equivalente a R$ 189,96. Isso, repita-se, partindo-se das seguintes premissas: cartão com fator de conversão 1,5 ponto/dólar, cotação do dólar “bancário” (que é sempre maior que o do dólar comercial) a R$ 1,90, e pagamento da conta no cartão no melhor dia possível (dia imediatamente anterior ao do fechamento da fatura).
Observamos, portanto, que 3 são os fatores que influenciam o maior ou menor acúmulo de pontos, utilizando a estratégia de pagamento de contas no cartão: fator de conversão da pontuação por dólar do cartão (quanto maior a quantidade de pontos pelo equivalente em dólar pago, mais pontos são acumulados), cotação do dólar do banco (quanto menor a cotação do dólar “bancário”, mais pontos são acumulados), e data de pagamento da conta no cartão (quanto mais próximo do último dia imediatamente anterior ao do fechamento da fatura atual, menos encargos proporcionais serão cobrados).
Esquematicamente, fizemos abaixo uma simulação com 12 cenários possíveis, utilizando as variáveis acima mencionadas, bem como a importância de não deixar a conta ser paga no ciclo da fatura posterior à atual (que são os cenários da coluna direita):
O pior cenário possível é incluir a conta na fatura posterior à atual, com uma cotação do dólar alta (R$ 2), pois, nessas hipóteses, o custo do bloco de 10 mil pontos fica extremamente proibitivo: quase R$ 500 para cartões Platinum, e cerca de R$ 350 para cartões Black/Infinite/Smiles Platinum. Em contrapartida, o melhor cenário possível é fazer o pagamento de modo a que a conta seja incluída no ciclo da fatura atual, desde que a cotação do “dólar BB” seja baixa (no exemplo acima, R$ 1,80), pois, nessas condições, o custo de um bloco de 10 mil pontos fica em cerca de R$ 180 para cartões Platinum, e R$ 135 para cartões que pontuam 2 pontos/dólar.
Como a cotação dólar não está no nosso controle, e o tipo de cartão também depende de fatores que não estão diretamente sob nossa vontade (vale lembrar que depende, muitas vezes, da boa vontade do seu gerente de conta), chegamos à conclusão de que o único fator que você pode modular a seu favor, para diminuir os custos efetivos totais da operação, é justamente escolher o dia em que a conta for paga.
Do ponto de vista financeiro, do fluxo de caixa, essa nova sistemática é muito ruim, pois, na melhor das hipóteses, você ganha apenas de 14 a 16 dias para pagar as contas, mas tendo que, em contrapartida, arcar com um custo de 1,5%, aproximadamente, para prorrogar o vencimento da dívida, sendo que uma aplicação financeira de baixo risco, para render esses mesmos 1,5% líquidos, teria que aguardar de 3 a 4 meses. Vale lembrar que, na sistemática anterior, de tarifa fixa, era possível incluir a conta no primeiro dia do ciclo da fatura seguinte e, assim, ganhar de 42 a 45 dias de prazo para quitá-la. No exemplo acima, era possível fazer o pagamento da conta no dia 02.03.2012, que ela seria incluída somente na fatura com vencimento no dia 17.04.2012, e pagar 1,99% (ou 2,5%) de juros – pela sistemática atual, fazendo o pagamento sob essas mesmas condições, a tarifa sobe para 3,55% – totalmente inviável.
Então, fica desde já registrada nossa primeira conclusão: considerando os aspectos exclusivamente financeiros da operação, desvinculadas de qualquer consideração sobre os pontos ganhos no programa de recompensas (pontos esses que não deixam de ter valor monetário), não vale a pena pagar contas no cartão de crédito. Repito: sob um ângulo exclusivamente financeiro, deixando de lado quaisquer considerações sobre o valor das milhas obtidas. Sob essa perspectiva, é muito melhor pagar as contas pelo método tradicional de débito em conta-corrente, sem pagar tarifa alguma, sem pagar IOF algum, e sem pagar juro algum, e utilizar o dinheiro que seria gasto em pagamento de juros+IOF+tarifa para a compra de ativos financeiros, como aplicações em caderneta de poupança, CDBs, títulos do Tesouro Direto, fundos de índices de ações, ações, debêntures etc.
Voltando ao exemplo acima: suponha que você tenha uma conta de exatos R$ 10 mil, ou diversas contas que somem R$ 10 mil. Você pode quitá-las à vista, por meio de débito em conta-corrente, e não pagará nenhum encargo adicional por isso. São os R$ 10 mil da(s) conta(s) e nada mais. Ou então você pode incluí-las no cartão de crédito. Por essa operação, você ganhará 7.894 pontos (respeitadas as premissas: cartão com conversão de 1,5:1, dólar a R$ 1,90 e pagamento 16 dias antes da data de vencimento do cartão). Mas pagará R$ 149,96 (e isso na melhor das hipóteses, hein, considerando: (a) que você acerte precisamente a data de fechamento da fatura atual, e (b) que a conta a ser paga no cartão também vença em data posterior). A pergunta é: será que esses R$ 150, trocados por 8 mil pontos, não seriam melhor gastos num curso de inglês, numa academia de esportes, num jantar num bom restaurante, numa caixa de chocolates, numa cesta de livros, ou mesmo investidos numa aplicação financeira capaz de produzir renda passiva…? Você já tem despesa pelo pagamento da conta, e quer acrescentar mais uma despesa – gerando, assim, duas despesas – só para pagar essa conta?
Além disso, ao pagar por pontos – por meio dessa sistemática de inclusão de contas no cartão de crédito – você cria uma pressão psicológica interna de ter que utilizar esses pontos de qualquer forma no futuro, sob pena de estar jogando dinheiro literalmente no lixo (lembremo-nos de que os pontos prescrevem após um determinado prazo se não forem utilizados). Ao inverso, pagando as mesmíssimas contas por meio de débito em conta-corrente, você não só fica livre dessa pressão psicológica interna gerada pela necessidade de ter que usar os pontos, como também fica totalmente livre para dar o destino que quiser ao dinheiro que seria gasto com os encargos que seriam pagos por meio de pagamento de contas – que podem inclusive ter como destino o pagamento de uma passagem aérea promocional, ganhando milhas pelo trecho voado e ganhando milhas pelo pagamento no cartão (e ainda podendo parcelar a passagem!, facilitando o fluxo de caixa mensal).
Não custa ainda lembrar, dentro dessa linha de raciocínio, que essa pressão psicológica interna não se esgota na obrigatoriedade de ter que utilizar os pontos no futuro. Isso porque a compra de uma passagem-prêmio com pontos implica, por questões lógicas e óbvias, que você irá viajar para um destino que não é a sua casa. Logo, você terá gastos adicionais com: (a) diárias de hotéis; (b) transporte do aeroporto até o respectivo hotel; (c) refeições etc. etc. etc. Você acaba tendo muito mais gastos do que poderia imaginar à primeira vista.
Alguns podem argumentar que o custo das passagens em pontos seria menor, em certas rotas (principalmente para alguns destinos nacionais), que o custo das passagens em dinheiro, e que, portanto, essa sim seria uma vantagem a considerar no planejamento financeiro das próximas férias. Eu não desconheço a veracidade dessa afirmação. Mas eu também não desconheço a veracidade da afirmação de que você não precisa inflacionar seu estilo de vida sob esse frágil e pálido argumento, querendo viajar de avião só porque é (supostamente) mais barato usar milhas do que usar dinheiro. Se viajar de férias é preciso, viajar de férias utilizando avião não é necessariamente preciso.
Seu ponto de referência, ao planejar uma viagem de férias, não deve ser o custo de um item isolado (transporte) frente ao custo desse mesmo item por método alternativo de pagamento (milhas ao invés de dinheiro), mas sim o custo total dessa viagem diante de seus hábitos, estilo de vida e sua faixa de renda. Lembre-se de que os custos de uma viagem não envolvem apenas o transporte, mas também hotéis, alimentação, passeios etc. E é muito melhor fazer esse planejamento com liberdade de tempo para decidir onde ir e quando ir, do que quando há prazos correndo delimitando quando você deve utilizar as tais milhas aéreas.
Até que ponto ficar gastando dinheiro pagando tarifas e mais tarifas bancárias, para ter direito a milhas, que você nem sabe se poderá usá-las no futuro, é compensador? Veja que, para que as milhas que você obteve por pagamento de contas convertam-se em um bilhete-prêmio, você precisa ainda percorrer um sinuoso caminho: aguardar o fechamento da fatura, fazer o pagamento integral dela, esperar o banco fazer a conversão do valor da fatura em pontos, fazer a transferência dos pontos do programa do cartão de crédito para o programa de milhagem da empresa aérea (o que demanda tempo e, muitas vezes, doses homéricas de paciência no call center), esperar o prazo da transferência, aguardar ter os pontos creditados em sua conta no programa de milhagem, ter a sorte de encontrar trechos disponíveis para emissão de bilhetes-prêmio nas rotas pretendidas, e, finalmente, resgatá-la por uma passagem-prêmio, tudo, obviamente, dentro do prazo de validade dos pontos. Não é um caminho fácil, ainda mais considerando-se, como bem disse Jr. Caimi em outro post, que “passagens compradas com pontos em programas de fidelidade possuem restrições importantes. Se a diferença for pouca, talvez seja melhor comprar uma passagem normal, pois, além de você ter, em tese, mais opções de voos e horários, ainda poderá acumular milhas no programa de fidelidade da cia. aérea e pontos no programa de recompensas do seu banco, pela passagem comprada com cartão de crédito“.
Note-se, ademais, que, ao pagar contas no cartão de crédito com o fim de acumular milhas, você não estará simplesmente pagando “à vista” por uma hipotética viagem futura que você nem sabe se irá realizar ou encontrar disponibilidade de assentos suficiente: você estará também antecipando esse pagamento à vista, prejudicando o seu fluxo de caixa, uma vez que terá que desembolsar dinheiro antes por um produto (passagem aérea) pelo qual poderia perfeitamente desembolsar dinheiro depois (e ainda parceladamente, em muitos casos).
Fora os problemas de natureza exclusivamente financeira, ainda temos que levar em conta os aspectos gerenciais dessa estratégia de acúmulo de milhas, pois exigirá de você um forte controle não só das datas de pagamento das contas, a fim de que elas “se encaixem” dentro da fatura atual que irá vencer (e não da fatura seguinte à fatura atual, pois nesse caso você correrá o risco de pagar mais de 40 dias de juros), mas também um forte controle das datas de vencimentos das próprias contas que você pretende pagar com o cartão de crédito, as quais (contas) devem, por óbvio, serem passíveis de serem pagas ainda dentro da data de vencimento delas.
Nos próximos dias, estaremos publicando a segunda parte desse artigo. Não percam!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Achei legal o artigo, pelo menos até a sua metade. Depois, achei que as conclusões não foram lá muito convincentes. As milhas ganhas não servem apenas para viajar e, mesmo que sejam direcionadas para esse fim, vai atender à faixa de renda de cada pessoa, de modo que acho que uma pessoa com renda baixa viaja pouco e ganha poucos pontos, uma pessoa de renda mais alta tem maior chances de viajar e utilizar os pontos a mais que ganha. Além disso, o valor pago pelas milhas é bem inferior ao valor da passagem aérea em boa parte dos casos, principalmente na alta temporada. Só para se ter uma ideia, o trecho Porto Velho – João Pessoa que voei esses dias estava cotado a 643 reais na companhia mais barata e eu fui por 10.000 pontos que me custaram 150 reais. Ou seja, de fato há uma economia, um ganho. Eu viajo muito a trabalho e eu prefiro emitir as minhas próprias viagens com pontos e receber o ressarcimento do meu contratante pelo valor que ele gastaria com as passagens. Pode parecer pouco, mas me parece um benefício muito bom se for bem planejado. Da mesma forma que investir em ações, bolsa, renda fixa ou outros exige tempo e conhecimento, acho que o investimento em milhas, por assim dizer, também exige estudo, conhecimento e tempo. Fazendo a coisa certa, você pode lucrar bastante com elas e isso não envolve necessariamente um estilo de vida mais caro. Eu fui de férias para Maceió esse ano e não precisei nem pagar a passagem de avião (em janeiro estava caro) nem o hotel (fiquei numa rede que aceitava pontos do cartão). Gastei apenas com passeios e alimentação, de modo que saíram do meu bolso menos de 1000 reais por 8 dias de férias. Se eu fosse comprar a passagem, reservar o hotel e ainda tirar um dinheiro para ir, muito provalvemente eu não iria. Iria economizar os 1000 reais e o dinheiro gasto com a aquisição das milhas, mas também não ia aproveitar. Acho que a visão do artigo ficou muito restrita no gasto e não no benefício. Salvo melhor juízo e com o devido respeito ao editor.
A propósito, deixei de usar o BB para pagar contas com a mudança. Estou me concentrando no Itaú e Santander. No BB só uso para fazer compras, devido a pontuação mais elevada (2 por dólar).
Abraços,
Fernando
Olá, Fernando!
Muito pertinentes as suas observações! Em breve irei publicar a segunda parte do artigo, que vai ao encontro do que você disse muito bem no seu texto: “uma pessoa com renda baixa viaja pouco e ganha poucos pontos, uma pessoa de renda mais alta tem maior chances de viajar e utilizar os pontos a mais que ganha”. Só não publiquei a segunda parte junto com essa, porque o texto ficaria enorme e cansativo de ler.
Mas basicamente as conclusões a que chegou são as seguintes: não há uma regra geral que possa atender com satisfatoriedade todas as pessoas. Embora a regra geral seja a de que não vale a pena acumular pontos por meio dessa nova sistemática – e você atesta a veracidade dessa afirmação, ao dizer que deixou de utilizar o sistema do BB com a mudança – ainda há determinados segmentos de viajantes para quem pagar por pontos vale a pena.
E é exatamente nesse segmento específico que você se encaixa. Você tem um conhecimento bem acima da média no tema, e efetivamente necessita – presumo eu – utilizar o transporte aéreo como meio indispensável de locomoção em suas atividades profissionais. Nesses casos, é perfeitamente válido o uso da estratégia de pagar por pontos, ainda mais considerando que você sabe muito bem lidar com tantas regras, restrições e datas de pagamento e vencimento. No grupo em que você se encontra se situa alguns outros poucos experts, como o Fernando Rosa, o didogs, o MELLOJR.
No entanto, para a imensa maioria do público leitor, é preciso fazer observações críticas e uma análise mais firme da realidade dos programas de milhagens, pois o que mais se vê por aí é uma veiculação publicitária maciça que fala só sobre as vantagens e as maravilhas dos programas de fidelidade, somado a uma empolgação de uma coletividade de pessoas que, em sua grande maioria, infelizmente, ainda não tem o grau de instrução financeira necessário para discernir toda a complexa engenharia financeira que está por trás dos sistemas de pontos/milhas.
Nesse sentido, esse post e outro funcionarão como uma contra-peso mínimo, a fim de que o leitor possa raciocinar criticamente sobre o sistema, e, consequentemente, não se deixar levar pela (apenas aparente) facilidade dos programas de milhagens.
De mais a mais, esse artigo ficou restrito no gasto porque é no gasto que o leitor deverá pesar na balança também, e não apenas no benefício.
Nessa linha de raciocínio, eventuais benefícios, como os citados por você, não invalidam as premissas gerais do artigo, pois não são situações pontuais que têm a potencialidade de refutar os argumentos contidos no texto, mas sim a visão do sistema como um todo. Você diz que fez um certo trecho nacional por 10k pontos, mas isso não quer dizer que, necessariamente, esse mesmo trecho possa continuar sendo oferecido no futuro. Partimos da presunção de que os programas de milhagem irão se manter no futuro com as mesmas regras que vigem hoje, mas isso está longe de ser uma verdade absoluta, ainda mais considerando que, no setor aéreo, as 3 maiores empresas há menos de 20 anos atrás eram VARIG, VASP e Transbrasil, e nenhuma delas vingou até hoje.
E, analisando o cenário atual, não há garantia nenhuma de que os programas de milhagem continuarão a viger por mais 20 anos. A TAM foi comprad… ou melhor, fundida com a LAN, a Gol vive aos trancos e barrancos para conseguir gerar lucros aos seus acionistas, e a Azul sequer tem programa de milhagem (o sistema dela é de cash back). Portanto, é temerário ficar gastando dinheiro por pontos que podem, de um dia para outro, perder valor.
Ademais, você disse que “o valor pago pelas milhas é bem inferior ao valor da passagem aérea em boa parte dos casos, principalmente na alta temporada”. Eu discordo dessa afirmação. Basta fazer uma pesquisa por viagens para os EUA e Europa, no site da TAM, ou no call center da Gol (só para ficar com as empresas brasileiras), para você perceber o quão difícil é utilizar os pontos. Porém, mesmo para trechos nacionais, não há garantia nenhuma de que se consiga os trechos nas datas desejadas. Basta lembrar o caso da Gol, que, para alguns destinos mais concorridos, ou exige a bagatelíssima quantidade de 40 mil pontos, ou nem oferece tal trecho para emissão com milhas.
Quanto a não envolver um estilo de vida mais caro, infelizmente, envolve sim. A pessoa, quando faz compras de pontos com pagto de contas no cartão, toma como referência o valor da passagem que queria comprar em relação ao valor gasto com dinheiro pago com pontos. Ocorre que ela não precisa necessariamente viajar, digamos, para o Nordeste 7 vezes por ano, para dizer que fez (aparentemente) um bom negócio.
Aí ela fica empolgada, e vai querer viajar para o exterior. Compara os custos dos pontos pagos com contas, com os custos da viagem em dinheiro, e tome viagem para o exterior. Mas ela não precisa viajar para o exterior necessariamente para aproveitar as férias.
Não satisfeita, ela gasta ainda mais grana para emitir pontos tentando um assento na classe executiva. E tome gastos e mais gastos com tarifas, juros e IOF. Mas, pera lá, quem disse que é disso que a pessoa precisa para ser feliz? E lá se vão mais dinheiro gasto em tarifas e mais tarifas.
A consequência básica dessa sequência de atos é que a pessoa acaba gastando cada vez mais dinheiro, e nisso vai encarecendo cada vez mais seu estilo de vida, como também vai perdendo grana e mais grana no meio do caminho. Uma pessoa que gaste, na média, R$ 200 por mês com pagamento de contas, na prática estará gastando algo em torno de R$ 3 mil anuais, sendo que poderia utilizar toda essa grana na compra efetiva de bens e serviços: cursos de idiomas, especialização, lotes e mais lotes de livros, refeições em bons restaurantes. Não há necessidade de mudar de padrão de vida só para querer “entrar nos programas de fidelidade”. O segredo da boa vida financeira está em precisar cada vez menos do dinheiro, e não o inverso.
No mais, agradeço sua participação aqui no blog. Sempre bastante útil e enriquecedora dos debates!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
Obrigado pela sua mensagem. Eu penso um pouco diferente, mas é isso que faz a discussão ser boa. Na época do BankReview do Fernando Rosa apareceu um carinha lá dizendo que tinha feito uma viagem para França, gastando 1800 reais, para ele e a mulher, o que, segundo ele era uma grande economia, pois não iria pagar pelo hotel nem pela passagem, ambos adquiridos com milhas. Ainda segundo ele, a viagem custaria 10000 reais. Eu entendo que talvez ele não precisasse gastar os 1800 reais para viajar, mas a grande questão é justamente essa: estamos encarecendo o custo de vida, fazendo coisas que não precisaríamos se não tivéssemos as milhas, ou estamos barateando o custo de vida, pagando menos por viagens que faríamos de qualquer jeito? Esse é o meu questionamento. Alguns podem aumentar o custo de vida, mas acredito que boa parte pode se beneficiar.
Vou aguardar a segunda parte da análise. 🙂
Um abraço,
Fernando, você captou muito bem a essência da mensagem:
“A grande questão é justamente essa: estamos encarecendo o custo de vida, fazendo coisas que não precisaríamos se não tivéssemos as milhas, ou estamos barateando o custo de vida, pagando menos por viagens que faríamos de qualquer jeito?”
Me parece que essa pergunta é o núcleo central das questões que giram em torno do pagamento de pontos por meio de contas nos cartões, e que se desenvolve basicamente em torno do eixo da necessidade. Pessoas que viajariam de qualquer modo, como parece ser o seu específico caso, e também o de algumas outras pessoas, que teriam que usar o avião como meio necessário de transporte, podem, dependendo dos trechos que costumam voar, encontrar um certo barateamento no custo desse mesmo transporte, via pagto de pontos.
Entretanto, mesmo nesses casos cada caso deve ser avaliado de modo individual, pois uma pessoa que costuma frequentar a denominada “super ponte” tem grandes chances de encontrar preços mais baratos em dinheiro do que em milhas, dada a grande concorrência das empresas aéreas nessas rotas mais “nobres”.
O que ocorre, na verdade, e o que vejo acontecer, até com uma certa frequência, são pessoas tentando ingressar nos segmentos Prime, Estilo, Van Gogh, Personnalité etc., com o exclusivo intuito de obterem cartões com pontuações melhores, no intuito de terem mais supostas facilidades em acumular milhas aéreas, se esquecendo completamente da equivocadíssima estratégia desse tipo de comportamento, pois, na esmagadora maioria dos casos, são pessoas obrigadas a arcar com o pagamento não só de elevadas tarifas de manutenção de conta-corrente – na faixa dos R$ 50 mensais – e mais a anuidade dos cartões, que giram em torno de R$ 400 a R$ 600. Resultado: anualmente, desembolsam nada mais nada menos do que mais de R$ 1.200 a R$ 1.500 só de tarifas de anuidades e cestas de serviços – fora as tarifas de pagamentos de contas – e ainda por cima veem dificuldades no resgate das milhas, além, é claro, de perderem tempo com gerentes mal preparados, e perderem dinheiro com os horrorosos produtos de investimentos oferecidos por esses bancos de varejo.
Esse blog tem um compromisso com a educação financeira, e educar-se financeiramente não é apenas ter uma vida financeira equilibrada, mas também saber discernir o que é melhor e o que funciona melhor para cada específica situação. Embora não possa dar uma receita geral de bolo, é possível, sim, considerar os leitores dentro de uma coletividade média, e trabalhar os conceitos em cima desse “standard”, embora possam haver pessoas situadas fora desse “standard”.
Infelizmente, no Brasil de hoje ainda impera uma generalizada falta de educação financeira, aliada a uma preguiça muito grande de boa parte das pessoas de buscarem melhores informações de como gerir seu próprio padrão de vida (para além de seus investimentos, que constituem apenas uma parte do padrão de vida) – um dos sintomas disso é a “terceirização” de decisões de investimentos para gerentes e outras pessoas mais interessadas em tirar proveito do dinheiro alheio…
Soma-se a essa precariedade toda a completa – ou quase completa – ausência de uma postura mais crítica das pessoas em geral sobre os sistemas de acúmulo de milhas, inclusive sobre os pagamentos de contas no cartão. Quando elas descobrem os programas de milhagens, e os sistemas diversos de pagamentos de contas no cartão, elas acham que descobriram o “santo graal” do acúmulo de milhas, quando na verdade não passam de pessoas cujos pensamentos foram manipulados pela propaganda sedutora, apelativa e emocional das instituições que gerenciam esses mesmos programas de milhas. Vendem-se somente as vantagens, ocultam-se os benefícios.
No Brasil, uma das poucas vozes críticas que tiveram a coragem de ter uma postura independente e imparcial do tema foi e continua sendo o nosso amigo Rodrigo Purisch, cujo trabalho realiza com excelentes méritos, uma vez que é formador de opinião e, justamente por isso, seu blog acaba sendo um grande referencial de credibilidade no assunto.
Quando recebem uma crítica pelos atos que praticam, ainda que essa crítica venha de forma impessoal e genérica, como são os casos explanados nesse post, as pessoas tendem a ficar incomodadas, porque NUNCA visualizaram a questão sob outro ângulo. Mas a função de um blog que se destina a disseminar educação financeira é justamente essa: mostrar o “outro lado” da realidade, que pode ser bem mais cruel do que poderia parecer à primeira vista. Temos que provocar reflexões, pois são essas que nos fazem rever nossos hábitos, muitas vezes travestidos de vícios ruins.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Discussão de alto nível e muito interessante para refletir. Obrigado, Guilherme e Fernando.
Era exatamente ESSE caso q eu tinha dúvidas e vinha pensando ultimamente. EXCELENTE o post!
Valeu Rodrigo!
E ainda temos a segunda parte do artigo! Fique ligado no blog!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótima análise! Eu só uso as milhas para viagens e agora mesmo estou com 11000 milhas a vencer daqui a pouco já pensando pra onde devo ir…rs… Não tinha me tocado nessa questao de dia do vencimento X juros pro-rata. Foi bastante explicativo. Obg
Valeu Gléce!
E ainda temos a segunda parte do artigo! Fique ligado no blog!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Olá.
Eu comecei recentemente a utilizar o cartão de crédito do BB por causa do programa de pontos (que está vinculado a uma conta no DOTZ). Eu sempre pago a fatura total em débito automático, e não reparei a cobrança de juros ou encargos. Há essa cobrança? Há anuidade? Utilizar os pontos no DOTZ é a melhor opção?
Obrigado pelas respostas
Delp, não há essa cobrança no seu caso, pois você já paga a fatura em débito automático. Os juros incidem apenas no pagamento de contas no cartão. Quanto às demais questões, não sei te responder.
Muito bom o artigo, contudo pelo que está demonstrado eu acho interessante o pagamento se conseguirmos obter o menor valor de juros. Neste exemplo com 149 reais adquire-se 10000 milhas, o que significa um trecho nacionalpor q49 reais, um preço bom. Se a conversão chegar a 2,2 pontos/dolar seriam quase 15000 pontos, uma excelente relação. O problema é acertar a data ideal para o pagamento.
Na verdade, o custo do bloco de 10k milhas fica em R$ 189,96. É o boleto que fica em R$ 10 mil, mas gera 7.894 pontos. É preciso fazer a regra de 3. Mas concordo que o difícil é acertar a data ideal de pagamentos. Sobre possibilidades de resgates com os bilhetes, a segunda parte do artigo vai esclarecer muito bem a questão.
O limite de pagamento do BB não é R$ 1.000,00 por conta?
E esse Dotz, vale a pena?
Para novos contratos. Contratos antigos mantiveram os limites até então existentes.
Guilherme,
Post perfeito para esclarecer esse novo sistema de pagamentos do BB. Ótima análise e bem explicativo. Eu ainda tinha algumas dúvidas sobre esse método.
Na minha humilde opinião, sempre que os bancos mudam suas regras eu tenho a impressão que essas mudanças são sempre em benefício ao próprio banco e não em prol de seus clientes. Não acho que seja uma relação, ganha x ganha.
Conforme todas as considerações do Guilherme, não vejo vantagem nessa operação com o propósito de acumulo de milhas (especialmente no meu caso que o cartão que uso um dólar vale apenas um ponto).Acho muito arriscado se utilizar desse método para este fim. Levando em considerações toda a saga necessária desde o pagamento da conta até a troca efetiva da passagem. Muitos percalços no caminho podem ocorrer.
Vejo apenas como uma modalidade de crédito, de empréstimo que talvez seja interessante para suprir uma necessidade de caixa momentânea, com o propósito de prorrogar o pagamento de uma conta ou outra, mas ainda assim tendo muito cuidado ao fazer uso dessa operação. É necessário avaliar muito bem se realmente será vantajoso.
Guilherme, parabéns por mais esse ensinamento que nos proporcionou. Sucesso e vida longa ao Valores Reais.
Jr Caimi
Excelentes comentários, Jr, valeu!
Querem aprender a acumular milhas aéreas?
Aprendam com o mestre David Phillips, que acumulou 1.253.000 milhas comprando pudim:
http://en.wikipedia.org/wiki/David_Phillips_%28entrepreneur%29~
O link saiu errado. O correto é:
http://en.wikipedia.org/wiki/David_Phillips_(entrepreneur)
Muito interessante esse link, Flavio! Quem diria que pudins fossem dar tantas milhas aéreas….rsrs
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ao pessoal q andou perguntando sobre o Dotz, um comentário…
Antes, devo dizer q não li os regulamentos, nem me aprofundei na questão, mas o ÚNICO ponto que me chamou a atenção é q aparentemente é possível extender a validade dos seus pontos com o Dotz! Explico!
Os pontos do BB têm uma validade de, se não me engano 2 ou 3 anos, dependendo do cartão, com esta última mudança do programa Ponto pra Você, ai, qdo estiverem pra vencer vc transfere pro Dotz q vale por mais 4 anos (salvo engano), e por fim, qdo estiverem pra vencer vc transfere pra sua cia aérea preferida q tem lá seus mais 2 ou 3 anos de validade!
Por hora, foi a única vantagem q percebi, mas posso estar enganado e nem isso funcionar ou pode ser q haja mais vantagens q não percebi (pq não parei pra investigar)!
Excelente postagem. Me identifiquei ainda mais com a complementação dela nos comentários. Desde que adquiri um Visa Infinite do BB me tornei escravo dele. Passei a gastar muito mais apenas para ver os pontos aumentando. Falando assim, parece coisa de retardado mas burrice mesmo seria negar que esse efeito psicológico perverso existe.
E tem mais, uma vez que para escapar da cara anuidade de 600 reais a média dos meus gastos deve se manter acima de 7.000 reais, eu tenho que continuar gastando alto ou serei “multado”. Como é possível manter uma educação financeira e tentar reduzir meus custos se agora eu sou “obrigado” a continuar gastando bem ou pago uma tarifa?
Artigo sensacional, meus parabéns!! Vou repensar minha estratégia. Muito obrigado.
Oi Tobias, realmente sua estória é curiosa. Eu também peguei o Visa Infinite do BB, mas isso não me fez aumentar os meus gastos, porque eu faço um orçamento bem rigoroso de tudo que vou gastar ao longo do mês. E para evitar ser prejudicado pela pressão psicológica da multa e dos limites de gastos, eu sugiro algumas dicas que eu tomei para aumentar os meus gastos com cartão, sem aumentar o valor que eu gasto todo mês:
a) eu e meu pai e minha mulher tínhamos cartão Platinum; eu peguei o Visa Infinite e dei dois adicionais para eles que cancelaram os seus cartões; nós três juntos superamos facilmente o limite de 7.000 e ganhamos pontos que ficam centralizados na minha conta, embora ninguém tivesse tido a necessidade de aumentar seus gastos; ganhávamos 1,5 e agora ganhamos 2,2 por dólar e não pagamos anuidade; a vantagem é que o adicional no BB vem com crédito na minha conta de cartão e com débito na conta deles;
b) mesmo assim, eu passei a usar o cartão para tudo que é possível, como o seguro do carro do BB (que pode ser pago no cartão sem aumento de preço), estacionamento (sim, até 4 reais eu pago no cartão) e outras coisas que antes eu pagava no débito. Hoje só pago no débito se tiver desconto, se não eu pago no crédito, como é o caso de supermercados, farmácias, etc.
c) o governo federal passou a aceitar cartão de crédito para pagamento de tributos, sem acréscimo. Eu pago cerca de 2.000 por mês de impostos no crédito (não é pagamento de contas com taxa ou juros, é direto no crédito).
d) os gerentes não tem como negociar anuidade, mas a central tem. antes de negociar, gaste todos os seus pontos ou transfira para as companhias aéreas, pois certamente irão tentar fazer você usá-los.
O segredo do cartão de crédito e do programa de milhagem é não deixar ele influenciar no seu emocional. Agindo racionalmente e como inteligência, você pode se beneficiar e muito.
Um abraço,
Fernando Gama
Fernando, que tributos podemos pagar direto na função crédito sem utilizar o pagamento de contas? O ajuste do imposto de renda pode ser pago?
Tobias, obrigado! Desejo sucesso na sua meta de voltar ao equilíbrio de gastos no cartão. As dicas do Fernando Gama são bem interessantes, vale a pena estudá-las com atenção também!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Em que mês o Banco do Brasil emite a relação dos clientes que irão receber o cartão Visa Infinite? Tenho o Visa platinum Estilo e consumo mais de 7.000,00 por mês e não possuo o infinite, que dá mais pontos por $ gasto. Os gerentes não gostam de informar os clientes sobre os procedimentos , datas da emissão dos cartão e de outras informações..
Estou na mesma situação.
Como na minha cidade não há agência estilo, tenho que esperar essa “promoção” do BB.
Disseram-me que, geralmente, em março abre essa lista.
Entretanto, até agora nada de black ou infinite..
Li seu artigo hoje [e apesar de um pouco desatualizado] achei muito legal e completo…
sobre a parte que o banco do brasil fala:
“3. Os créditos de pontos referente ao pagamento estarão sujeitos a estorno, quando a fatura correspondente for paga antes do seu vencimento, e o cliente solicitar ajuste no juros cobrados”
voce já usou, ou conhece alguem que ja usou esse sistema de solicitação de ajuste nos juros?
caso sim:
-como é que devemos solicitar?
-realmente perde-se todos os pontos do pagamento da fatura ou só é re-calculado adequando-se ao novo valor total da fatura (que pra mim faz muito mais sentido)?
eu fiz um teste com uma conta pequena, e paguei minha fatura 1 dia apos o fechamento [14 dias antes do vencimento] mas nao achei em lugar nenhum a opção de solicitar ajuste nos juros, entao a experiencia nao serviu ao proposito que eu queria, por isso faço essas perguntas.
se puder me enviar a resposta a este post por email serei mt grato
att
rafael lima
Olá Rafael,
Essa solicitação deve ser feita via central de atendimento. Contudo, como o sistema de pontuação com pagamento de contas no cartão foi modificado, não vale mais a pena solicitar o ajuste nos juros, nem fazer o próprio pagamento em si.
Complementando, não conheço ninguém que tenha feito tal opção, por ser ela mesmo um tanto quanto desvantajosa, devido à perda dos pontos, que é o grande diferencial (ou era, pelo menos) no pagamento das contas no cartão de crédito.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
rafael, pediu o estorno/ajuste? tiraram os pontos todos?
Abraço
Juliano
fiz um acordo com ativo s.a banco brasil e essa enpressa nao tirrou o acordo do sistema do banco. agora dia 31 07 2012 tenho presta conta novo cadastro,quero eles tira o acordo do sistema porque ta dois anos.
Muito boa materia, antes nao prestava atencao nas datas de pagamentos do meu cartao. Pago muito caro por nao prestar atencao no que o banco me cobra, vou abrir o olho
Excelente matéria. Era exatamente a dúvida que eu tinha e que nem meu gerente do BB, nem as atendentes de telemarketing do cartão sabiam me responder… Ou respondiam errado..
Estou ansioso para ler a PARTE 2. Já está disponível ??
Obrigado
Obrigado, Daniel, a parte 2 está sim, disponível: http://valoresreais.com/2012/03/31/analise-critica-do-novo-sistema-do-bb-de-pagamento-de-contas-no-cartao-de-credito-parte-2/
Ola, Guilherme
Tudo bem ? Tenho uma duvida que gostaria de sanar com vc.. tenho a opcao de pagar o meu aluguel + condominio no valor total de R$ 1800 por mes, vencendo sempre no dia 08 de cada mes.
Tenho um CC Smiles BB Mastercard Platinum, com vencimento todo dia 10 de cada mes.
Devo mudar o dia de vencimento da minha fatura para qual dia, para que o boleto de meu aluguel seja pago na fatura do CC Smiles poucos dias depois, sem cobranca de encargos ?
Qual a melhor estrategia a ser adotada ?
Olá Rafael,
Atualmente, o BB Smiles é um dos cartões que realizam a ciclagem da fatura com a maior quantidade de dias antes de a fatura fechar. Por exemplo, em um cartão normal que vença no dia 20, espera-se que a fatura feche lá pelo dia 10.
Com o BB Smiles, a fatura que vence no dia 20 pode fechar já no dia 4 ou 5.
Partindo dessa premissa, e considerando que seu aluguel + condomínio vence todo dia 8, o ideal é jogar a data de vencimento do BB Smiles lá pelos dias 22 a 25, e fazer um teste para ver, por exemplo, se a inclusão do pagamento do condomínio que vence dia 8.9.2014 irá ser feita na fatura que vence no dia 22.09.2014, para você justamente pagar a menor quantia possível de juros.
Abç