Acabei de assistir, pela televisão, a um “jogaço” de tênis, entre o melhor tenista do momento, o sérvio Novak Djokovic, e o suíço Roger Federer, que é apontado por muitos como o melhor de todos os tempos. Como o blog é, antes de tudo, reflexo das experiências, valores e hábitos de seu autor, resolvi escrever esse texto mostrando que é possível tirar preciosas lições, para nossas próprias vidas, das atitudes que fazem e moldam um grande tenista, como, aliás, já tinha escrito em outro post, Rafael Nadal e as forças física e mental para conquistar seus objetivos.
Para alcançar a vitória, tanto no esporte quanto na vida, é preciso seguir um conjunto de princípios. Recolho, da minha observação dos grandes tenistas da história, e particularmente do que vi hoje, 4 desses princípios, cuja lista, por óbvio, não é taxativa, mas meramente exemplificativa.
1. Planeje. Se você quer conquistar um objetivo, você precisa antes de mais nada traçar o roteiro que o fará chegar até lá. Você precisa de um plano. Quais são seus planos? Quais são seus objetivos? Fazer planejamento nos permite ordenar as ideias, e concatená-las a fim de que sejam colocadas em movimento. Não faça o plano perfeito, faça o plano factível, isto é, aquele que é passível de execução, consideradas todas as circunstâncias em que você se encontra. Muitas vezes, o ótimo é inimigo do bom. Não deu para fazer um plano ótimo? Não tem problema, contente-se com um plano “bom”.
2. Prepare-se. A preparação é a alma do negócio. A expressão-chave aqui é hard work. Trabalho duro, meu amigo. Nada cai do céu, de mão beijada, com você de braços cruzados. Vá e faça o seu melhor. Como diz Bernardinho, “a vontade de se preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer”. Num mundo em que o capital intelectual nunca foi tão valorizado, vale destacar aqui as mesmas palavras que coloquei em meu Twitter:
“Estude sempre mais, aprenda sempre mais. Num mundo em permanente mudança, o aprendizado contínuo é o que te fará vencedor. Não se acomode”.
3. Projete-se. Isso é: olhe e aja voltado para o futuro. O que passou, passou. Djokovic teve dois match points contra, isto é, duas oportunidades em que Federer poderia ganhar a partida. E Djoko já tinha perdido do Federer, também numa semifinal de Grand Slam, nesse ano de 2011. Mas ele (provavelmente) nem se lembrou disso. Ele estava focado na próxima ação a executar. E que ação!
O passado não tem nada a ver com seu futuro. Não é o que você fez ou deixou de fazer errado ontem que influenciará seu destino amanhã, mas sim o que você pode fazer nesse exato instante. Agora. Não se perca em discussões tolas que nada adicionam à sua vida. Não ligue para o que os outros pensam a seu respeito. Não dê bola às críticas que lhe são dirigidas. Normalmente, as críticas dizem respeito mais a aquele que critica do que ao criticado. Siga com Will Smith:
“Enquanto os outros estão falando, eu estou trabalhando”.
Persevere. Seria muito fácil se a vida fosse um mar de rosas. Mas ela não é, justamente para que você possa desenvolver as qualidades que te farão um grande vencedor, qualidades essas que você sabe que possui, mas que muitas vezes não quer desenvolver, seja por inércia, seja por ouvir opiniões alheias erradas. Não desista diante do primeiro revés. Não desista diante da segunda derrota. Não abandone o barco quando for sucumbido pela terceira vez. Não jogue a toalha quando cair pela quarta vez. Caiu pela quinta vez? Vá em frente e vá à luta. Vá até o fim e pague o preço da vitória, nem que ela custe todo o seu suor. Você só será vitorioso se você sentir dor. Eu já disse isso em outra oportunidade, e vou repetir aqui:
“Só os fortes sentem dor. Os fracos desistem”.
Não sei se Djokovic irá ganhar o campeonato (US Open) – aliás, pode até ser que perca a final -, mas que hoje foi uma senhora vitória de planejamento, preparação, projeção e perseverança, tudo isso misturado num jogo só, ah, isso foi! 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
É isso ai mesmo Guilherme. Planejar, estar preparado, ter foco, buscar eternamente os objetivos e perseverança.
Parabéns pelo seu excelente ponto de vista.
Abraços!
Guilherme,
Gostei muito desse texto e dos outros artigos relacionados à esse tópico.
Eu nunca tinha pensado no tênis como você descreveu, você está lá sozinho, não tem ninguém com quem dividir a responsabilidade. E é exatamente isso mesmo o que acontece em nossas vidas.
Os 4 P’s são ótimos, vou deixar esse texto em meu e-mail para começar a treinar o que falou com mais persistência.
Abraços e muito sucesso!
Everton e Rosana, obrigado!
Quanto mais treinamos, mas hábeis ficaremos!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Vou falar pouco de economia e um pouquinho mais sobre comportamento, que é o foco deste post.
Poucas pessoas entendem o que é necessário de preparação mental para um tenista jogar em alto nível, como esses jogadores fazem; Tente vc mesmo colocar-se em tal situação: 10 mil pessoas ao seu redor, sendo que vc precisa ter uma precisão milimetrica em todo e qquer lance q vc for fazer, pois senão lá vem bomba pro seu lado…é preciso muita concentração e uma certa arrogância mental (que alguns chamam frieza) para atingir níveis superiores de produtividade.
Sinceramente, não acho que Federer tenha sido, alguma vez que fosse, o melhor tenista de todos os tempos. Há vários antes dele, na minha humilde opinião: Sampras, Agassi e Bjorn Borg, só para ficar com alguns poucos. Para mim, Federer é aquele cara extremamente habilidoso, arrogante mentalmente, mas meio bundão, pois, ao conquistar uma série de grandes torneios, vários milhões de dólares, e muita atenção, simplesmente resolveu tirar o pé do acelerador, e talvez curtir um pouco mais o processo. Agora até está tentando retomar o alto nível, mas nota-se claramente que perdeu o ‘algo a mais’ necessário para torná-lo um jogador de exceção.
Enquanto isso, Djokovic está seguindo sua trilha para alcançar algo que Federer já tinha alcançado há muito tempo. E está fazendo um bom trabalho, e com um plus: é um brincalhão, na melhor acepção da palavra. E vai jogar contra o jogador que, na minha opinião, é o legítimo sucessor daqueles grandes que citei anteriormente.
Jogão.
Excelente artigo. Realmente uma das melhores facetas da vida é o fato de podermos lutar de novo por algo que não conseguimos da última vez! É quase como o “continue” dos videogames!
Tiago, concordo com você!
Quando eu treinava tênis (“a long time ago”…rsrsr), meu professor dizia que um dos grandes diferenciais dos top ten em relação ao “resto” era a preparação mental. Não basta ter um físico invejável para ser um campeão no tênis: é preciso saber lidar com as pressões, tanto externas quanto internas. Esse foi um dos grandes diferenciais do nosso Guga, e acho que é isso – ou melhor, a ausência disso – que está bloqueando o desempenho do Belluci.
Concordo também com sua opinião em relação ao Federer. Além de arrogante mentalmente, ele também transparece um pouco de arrogância verbal. Ontem mesmo estava relendo uma entrevista dele na Veja, onde ele diz que “A temporada passada provou que posso ganhar dos dez melhores jogadores do ranking o tempo todo”. Numa outra entrevista para TV, ele disse que tinha mais talento que os demais top ten. Esse tipo de arrogância não me agrada (aliás, qualquer tipo de arrogância não me agrada). Ele disse, recentemente, que não tinha o mesmo bloqueio mental que o Nadal tinha quando enfrentava o Djoko. Oras, então por quê o Federer não ganhou o jogo de ontem, com dois match points a seu favor, e sacando?
A arrogância do Federer é o oposto da humildade do Nadal, que prefere treinar ao invés de ficar falando bobagem. Federer sim, é um grande freguês do Nadal, tanto é que só ganhou Roland Garros em 2009 porque não enfrentou o Nadal (que, diga-se de passagem, estava machucado).
Em termos de personalidade, também concordo que o Djoko tem a vantagem de ser um brincalhão, de fazer graça mesmo em momentos de grande adversidade, como verificado no vídeo postado. Levar a vida “na esportiva”, literalmente, e com as devidas proporções. É claro que cada um aja da maneira que mais se adapta à sua personalidade, mas é legal ver um cara que é nº 1 ter esse tipo de descontração.
E, por fim, concordo que o Nadal seja o legítimo sucessor do Sampras, Agassi e Borg. Ele já é o maior vencedor de Masters 1000 de todos os tempos, e se trabalhar a parte física de modo adequado (aquela entrevista com cãimbras foi assustadora), tem tudo também para ser o maior vencedor de Grand Slams da história. Eu admito que sou mais fã do Nadal do que do Federer.
Pedro, obrigado!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Fala Guilherme, esse foi realmente um jogão !
Nao esperava que a final entre Djoko e Nadal fosse tao ou mais emocionante, mas foi sensacional !!!!
quase 4 horas de jogo….sem palavras !
Um forte abraço !
Concordo, Victor! Eu achei até que o Nadal pudesse levantar a taça, pela heróica vitória no terceiro set. Foi um jogaço também!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!