No artigo Eu já me inscrevi no programa de fidelidade da BM&F Bovespa, o Fica Mais. E você?, escrito em dezembro do ano passado, além de fazermos uma crítica contundente ao programa de fidelidade da Bolsa, concluímos que o principal motivo que seria capaz de atrair mais investidores para a Bolsa era a redução dos custos operacionais, e não a distribuição de brindes e prêmios:
“Mas… sinceramente? Eu preferiria ter isenção da tarifa de custódia de R$ 6,90. Pois me parece evidente que a Bolsa só está lançando esse programa para tentar “justificar” o recebimento dessa tarifa de custódia – afinal, só se ganham pontos no programa se o investidor ficar com as ações em custódia, e, ficando com as ações em custódia, a Bolsa passa a ter o direito de cobrar do investidor essa tarifa de R$ 6,90. Realmente, não há almoço grátis…
Alô, Bolsa? Nós não queremos brindes, nós queremos custos operacionais os mais baixos possíveis. Qual é a razão para a existência dessa tarifa, se ela não existia até o começo de 2009? Em essência, a cobrança da tarifa de custódia acaba penalizando o investidor de longo prazo, pois é como se lhe dissessem: “olha aqui, por você ser um investidor de longo prazo, iremos lhe subtrair, mensalmente, R$ 6,90, ok!?”.
Eu não entendo essa lógica. Afinal, se nos bancos, quanto maior o volume de investimentos, maiores são as reduções no pacote mensal de tarifas (podendo chegar até a isenção), por quê na Bolsa a lógica é diametralmente oposta (quanto maior o volume da carteira, maior a taxa sobre o valor em custódia)?”
Pois bem.
Diante do fato incontroverso de que a quantidade de investidores em ações vem caindo…, como escrevemos em maio, e diante da pouca atratividade do programa de fidelidade Fica Mais, como escrevemos em Fica Mais (Programa de fidelidade da BM&F Bovespa): em 17 anos, você consegue pontos suficientes para trocar por uma passagem aérea…, também publicado nesse mesmo mês de maio, a Bolsa finalmente parece ter “acordado” para a realidade: a de que só se atrai investidores com ofertas que se reflitam no barateamento dos custos operacionais. Ponto final.
Dessa forma, recebi como positiva a notícia, do portal InfoMoney, de que o pequeno investidor pessoa física terá isenção da tarifa de custódia em breve:
“A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) vai anunciar no próximo mês uma nova política de tarifas. Segundo confirmado pela assessoria de imprensa, a isenção da taxa de custódia é uma das medidas que serão adotadas pela Bolsa paulista com o objetivo de atrair novos investidores pessoa física.
O presidente da Bolsa, Edemir Pinto, ressaltou que ainda não foi definido qual será o critério de valor investido para decidir qual investidor será considerado “pequeno”, mas que isso será estipulado até o mês que vem”.
Embora haja indefinição sobre o que seja “pequena quantia” para fins de isenção da maldita tarifa de R$ 6,90, eu chuto que o valor limite seja de R$ 300 mil. Por quê? Por 2 motivos principais: primeiro, porque esse é o valor limite para a isenção da taxa sobre o valor em custódia (essa taxa é mensal e calculada, de forma regressiva e cumulativa, com base no valor da carteira do investidor no último dia útil de cada mês, de forma pro rata). E, segundo, porque esse é o valor mínimo para que o investidor se qualifique como investidor “qualificado”, nos termos da CVM, o que lhe daria direito a assumir posição em investimentos considerados mais arriscados (por exemplo, aplicação em CRI – certificados de recebíveis imobiliários – só estão disponíveis para investidores qualificados). Ora, “pequeno investidor” e “investidor qualificado” me parecem termos que não cabem dentro de um mesmo perfil, pelo menos para fins de classificação de investimentos.
Mas vamos aguardar essa definição, e vamos aguardar, principalmente, que as corretoras também repassem essa isenção para o investidor. Sim, pois há corretoras que não cobram R$ 6,90 mensais de tarifa de custódia, mas um valor acima – ou bem acima – disso. Exemplos: Banco do Brasil, que cobra R$ 9; Santander, que cobra R$ 30 etc.
Vale igualmente anotar que há corretoras que não cobram a tarifa de custódia, desde que o investidor realize pelo menos 1 ordem de compra ou venda no mês (exemplo: Mirae Asset); bem como há corretoras que não cobram tarifa de custódia, ainda que não se realize nenhuma ordem de compra ou venda no mês (exemplo: MyCAP).
Uma última nota relevante: de acordo com a notícia acima referida, o prazo para alcançar os 5 milhões de investidores, inicialmente projetado para 2014, será revisto e estendido. Do jeito que a Bolsa anda, acredito que em 2187 talvez esse número possa ser atingido…………..rsrsrsrsrs
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótimo!
Será muito importante para quem está começando a investir e precisa evitar este tipo de custo.
É…a meta de 5 milhões de investidores na bolsa acho que só engrena se pegarmos uma maré de alta que nem 2003-2008.
Afinal, em mercados laterais ou de baixa o interesse é menor.
Abraços Guilherme!
Que boa notícia. Não me afetará diretamente, pois faço aportes (e compras) mensais. Mas é bom ver que estão evoluindo e fazendo as mudanças necessárias para que mais pessoas invistam em ações. Mas, para trazer mais investidores para a bolsa, falta pedir ajuda ao Sr Mercado.. hehehe
o maior efeito desta isenção, para a maioria dos iniciantes vai ser o efeito psicológico. Se você falar com qualquer pessoa sobre bolsa o senso comum é de que se perde dinheiro sempre. Nego compra um 1/4 de lote da xxxx3, a ações por algum motivo despencam, e ainda subtraem da conta dele R$ 6,90 todo mês?! Qual a primeira comparação? “oxe, é melhor a poupança, rende nada, mas não perco meu dinheiro e também não pago pra perder” Dai o nego vai lá, saca a grana, realiza no prejuízo e comprova experimentalmente que na bolsa sempre se perde dinheiro.
Outra parte boa é que uma variável a menos na escolha de uma corretora, eu por exemplo, priorizo sempre os custos. Sem essa taxinha, posso passar a analisar outras coisas. Apesar de que um homebroker estável, e somente estável, já é uma condição suficiente para o meu perfil: Compras mensais.
Quanto a meta dos 5 milhões, acho que Bolsa tem que ir no publico e empurrar de “guela a baixo” a idéia de que bolsa é outras forma de poupança, e não jogo como 99,8% dos brasileiros pensam. Quando eu converso com uns amigos e falo que coloco meu dinheiro em bolsa o pessoal comenta “Tu, um lascado que não ganha quase nada?!!ta fazendo o que na bolsa?”
Bem bacana o comentário do Rony Melo, aconteceu uma coisa parecida comigo: Um parente um dia desses me disse:” Vc só compra ações na Bolsa pra ficar se achando”.
Podem acreditar.
Bom, sobre a taxa de custódia, eu já não pago nada, trabalho com a ICAP desde quando comecei negociar na Bolsa e sempre fui bem atendido por eles e estive gostando de meus investimentos.
Muito bom este seu artigo esclarecedor Guilherme, parabéns.
Abraços!
Bom artigo Guilherme, parabéns!
O que acontece com as corretoras que não cobram taxa de custódia? Elas arcam com esse custo perante a Bovespa?? Eu uso a Spinelli, que não cobra custódia, mas a corretagem é cara, 16,90. Como faço poucas compras, quem paga essa conta?
Creio que com essa isenção para os pequenos, as taxas de corretagem e custódia das corretoras irão despencar….
um abraço
Leandro
Henrique, de fato, o interesse dos pequenos investidores é graduado em função do momento da Bolsa. Vamos torcer para uma engrenagem do IBOV!
Tito, concordo, o Sr. Mercado tem que ajudar um pouco…..rsrss
Rony, ótimos comentários! Os parceiros da Bovespa também precisam ajudar, principalmente a ExpoMoney. Sinceramente, priorizar na grade de palestras gente que vive falando de análise técnica, trades e opções não é exatamente uma forma de popularizar o mercado de ações, pois as pessoas continuam associando Bolsa com jogo. Basta ver qualquer programação de qualquer Expomoney para concluir que a quantidade de palestras sobre esses assuntos é muito maior que a quantidade de palestras que foca nas ações como mecanismo de poupança a longo prazo.
Everton, eu acredito. O dia que os juros no Brasil ficarem perto do chão (2-3% a.a.), aí sim o pessoal vai se animar e ser “convidado” a ir para renda variável – embora esse dia “custe” a chegar…
Leandro, as corretoras arcam com o custo perante a Bovespa, sim. Se a Bolsa isentar de forma definitiva, acredito que a tendência seja o barateamente de outros serviços associados a cobrança, quem sabe até incluindo nesses a própria tarifa de corretagem.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Neste país investidores em valor não têm vez. Essa taxa progressiva é um tiro no pé, mesmo para aquele pequeno investidor que quer ser grande investidor no futuro, é um grande desestímulo.
Engraçado, que essa tal taxa de custódia progressiva não seja cobrada de investidor não residente. Por que será???????
Concordo xará, a Bovespa quer gerar mais lucro com a cobrança de tarifas… e sobre a isenção de custódia, até agora nada… 🙁
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Abri uma conta no Itaú Uniclass para usar a Itau Corretora e comprar debêntures, entretanto percebi que entrei numa furada. O Banco é louco por tarifas, tarifas e mais tarifas. Fujam desse banco, que teve a cara de pau de cobrar quase 1mil reais por eu deixar dinheiro na conta!!?!! O banco fez aplicação automática do valor que depositei e 5 dias depois quando o débito foi cair, o sistema entendeu que a conta estava sem recursos, apesar da aplic automática ter sido resgatada automaticam/e à noite.
Quanto à tarifa de custódia, estão me cobrando 13,80 por mês. Disseram que aquela tabela regressiva que dava isenção para posição em carteira na faixa de 0 a 300mil foi revogada e a partir de outubro/2013 entrou em vigor nova tabela.
A política de escolha de gerentes do banco é absurda, acho que escolhem meninas lindas pelo teste do Sofá, porque são totalmente incompetentes e despreparadas para a função.
Fica a imagem de falta de profissionalismo do banco.
Grato pelo depoimento, lex. Fiquemos todos atentos a essas famigeradas taxas.