Semana passada estreou na Bolsa de Valores mais um ETF, o It Now IFNC (código FIND11), cuja missão é replicar o Índice BM&F Bovespa Financeiro. Eis algumas observações sobre esse novo fundo de índice:
– Gestor: Itaú. O Itaú, que também administra o PIBB, é o gestor desse novo fundo segmentado. Se a Black Rock tem a família iShares de ETFs, o Itaú terá a família It Now (ô nominho feio, hein!?). Finalmente uma empresa diferente da Black Rock para atuar nesse crescente e promissor mercado de ETFs. Mas não espere grandes novidades práticas para o investidor, ou seja, para você. Vide a observação seguinte.
– Taxa de administração: 0,60% a.a. Sem grandes novidades, portanto. Isso porque os fundos de índice iShares segmentados por classe, quais sejam, o CSMO11 (consumo) e o MOBI11 (construção civil) apresentam taxa de 0,69% a.a. Tá, o FIND11 é 0,09% mais barato. Mas ainda assim um tanto caro, quando comparado, por exemplo, com o PIBB11, cuja taxa de administração é de 0,059% a.a. E, convenhamos, nem no Tesouro Direto você paga 0,6% a.a. de taxa de custódia/administração…
– Pacote de 10 cotas: pela cotação de ontem (R$ 35,57), um pacote com 10 cotas de FIND11 sai por R$ 355,70. Tamanho perfeitamente compatível para os bolsos do pequeno investidor (como, aliás, todos os ETFs, desde que a cota de negociação no mercado de lote integral passou para 10 unidades).
– Composição da carteira: pelo nome, obviamente empresas do setor financeiro (dããã!). Mas quais empresas, especificamente? Aí vai a tabela, atualizada no momento em que este artigo está sendo escrito:
Aqui vem um dado para prestar atenção: observem que existe uma concentração do fundo em Bradesco (20%) e grupo Itaú (31%).
– Agora a pergunta que não quer calar: vale a pena investir no FIND11?
Se você já investe num ETF como o BOVA11 ou o PIBB11, a resposta é não, porque acrescentar o FIND11 iria representar pouca adição de valor em termos de diversificação. Aliás, vale lembrar que a maioria das empresas que integram o FIND11 também integram o PIBB ou BOVA, portanto, você não estaria diversificando, estaria, isso sim, concentrando.
Agora, se você investe em ETFs setoriais, como MOBI11 ou CSMO11, o FIND11 pode apresentar benefícios de diversificação, pois, aí sim, você estaria investindo em empresas diferentes, de setores diferentes.
E se você não investe em ETFs… por quê está lendo esse artigo até agora!? ……rsrsrsrsrs…..
Para mim, particularmente, investir nesse novo índice não traria os benefícios da diversificação, e, portanto, diluição dos riscos, pois já invisto no PIBB11, que contempla boa parte (ou a maioria) das empresas que integram o FIND11.
O que de verdade me interessa é o futuro lançamento (espero!) de fundos de índice que repliquem os 4 novos índices que a Bolsa (na verdade, só 2 interessam) promete para o mês que vem, de acordo com a notícia da Folha:
“Um dos índices, que deve receber o nome de Índice Brasil Amplo (IBrax), será baseado no volume e na quantidade de negócios das ações. Segundo Ziegelmann, ações de aproximadamente 160 empresas, que representam cerca de 99% das negociações em Bolsa, integrarão o índice.
“É o índice que melhor vai representar o que é a Bolsa como um todo”, disse Ziegelmann.
A BM&FBovespa lançará também um índice baseado no histórico de pagamento de dividendos das empresas. “Faremos um ranking e 25% das empresas com melhores indicadores de retorno sobre dividendo (“dividend yield”) dos últimos dois anos farão parte do índice”, explicou. Ele estima que cerca de 40 empresas farão parte desse índice.
Os demais índices serão concentrados em ações de empresas baseadas em commodities (com exceção do setor de petróleo e gás) e no setor de serviços públicos (“utilities”), com ênfase nas companhias do setor de energia. Os índices serão atualizados a cada quatro meses”.
O IBrax seria um natural sucessor para o PIBB. O problema é que dificilmente a taxa de administração de um provável-possível futuro ETF IBrax chegaria perto da merreca que é cobrada no PIBB11 (vide exemplo do BRAX11). Ou seja, continuarei com o PIBB11 (isso soa quase como uma profecia auto-realizável….rsrs).
Agora, um fundo interessante a se analisar seria o ETF das empresas de dividendos. Não, não por causa de dividendos, que não cairiam na conta (eles seriam reinvestidos no fundo, naturalmente), mas sim para efeitos de estudos. Seria esse o primeiro caminho para a constituição de índices passivos de “value stocks” e de “growth stocks”, bem como seus respectivos fundos, no Brasil? É esperar para ver…
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótima notícia Guilherme!
De fato a iShares está criando novos ETFs para auxiliar o investidor.
Uma estratégia interessante para quem deseja uma alocação mais ativa será, ao invés de investir em BOVA11, buscar alocar em vários ETFs setoriais, dando o devido peso de acordo com sua estratégia ativa.
Para investidores passivos e que preferem indexar seu rendimento ao mercado (bovespa) BOVA11, PIBB11 e SMAL11 ainda são ótimos atrativos.
Vejo tudo isso como um lado positivo, já que nos dá maior liberdade de escolhas.
A pergunta de agora é: E o ETF para Fundos Imobiliários???
Abraços!
Olá, Henrique!
Excelentes comentários, como sempre!
Gostei da ideia de investimentos em ETFs setoriais, buscando gestões mais ativas. Isso é, aliás, uma das alternativas sugeridas pelo Richard Ferri, no livro que ele escreveu sobre o tema. O bom é que vamos ampliando nossos leques de possibilidades no mercado, permitindo construção de estratégias com menores custos de corretagem.
E realmente, cadê o ETF dos FIIs!!?? ….rsrs….
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Guilherme,
A vantagem é o preço. Para o pequeno investidor ficou interessante. Muitos investem valores menores de 500 reais/mês. Aí pode ser uma boa alternativa.
Abraço!
Obs.: Estou meio sumido, o tempo está bem escasso.
Olá,
Já li bastante sobre ETF’s, porém ainda não entendo muito bem como funciona a tributação neles. Já vi post’s imensos sobre isso, mostrando leis, etc e ainda assim não consegui perceber qual o entendimento final em relação a isso. Ao que me parece, por causa da tributação, que parece não ser vantajosa, algumas pessoas estão desistindo de ETFs.
Você poderia me esclarecer isso?
Obrigado.
A tributação é parecida a de um fundo RV convencional. A diferença é que quem recolhe é o investidor, e não a instituição financeira. Ou seja, NÃO há isenção de IR para vendas menores de 20k/mês.
Muito bom!
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Com esse agora temos 8 ETFs certo? Um pouquinho menos dos mais de 800 que os USA possuem. Agora, que nome mais chumbrega esse hein, IT NOW, foi o estagiário de marketing que deu esse nome foi?
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Abcs
Eu gostaria de medir a correlação entre PIBB11 e SMAL11, para saber se estou diversificando ao aplicar nestes dois ETF’s. Você sabe como eu poderia medir isso? Como se calcula essa correlação?
Você pege pegar as cotações no site da bovespa, transportar para o excel e utilizar a função correl().
Olá Guilherme
Vejo que através deste novo ETF tenho mais uma alternativa de investimento. Procuro investir pouco nos ETFs porém temos que analisar todas as possibilidades. Tenho uma carteira de ações individuais, e apenas o SMAL11 como ETF em meu portfólio particular. BOVA e o PIBB ainda não me atraem por diversos motivos.
A questão de um ETF de FII seria uma opção que me chamaria muita atenção, pois gosto de imóveis, tanto de “tijolo” e/ou FII.
Mais uma ótima dica do Valores Reais, como sempre nos trazendo dicas de diversificação. Lembro que no ano passado (2010) foi aqui, através deste blog que fiquei sabendo das debentures do BNDES.
Grato pelas dicas Guilherme.
Um forte abraço.
Mais uma ótima explicação, como sempre.
Obrigado Guilherme.
Realmente, Jônatas, o preço está interessante! Obrigado pela visita, e sucesso nos seus compromissos pessoais!
Eliaquim, o MJC resumiu bem: paga-se 15% de IR sobre ganhos de capital. É preciso pesar os prós e os contras disso em sua estratégia de investimentos. Eu ainda continuo com os ETFs, apesar da tributação.
Willy……rsrss…..pode ter sido mesmo…..kkk… e realmente, chegamos a 1% dos ETFs nos EUA. Devagar e sempre….um dia chegamos lá……kkkk
sog, o MJC respondeu bem a questão – obrigado MJC! Apenas para complementar, vc pode ir ho site da iShares – b.ishares.com – e pegar lá uma tabela comparativa do BOVA11 com o SMAL11, pois assim dá pra ter uma ideia, uma vez que o BOVA11 é parecido com o PIBB11 em sua composição.
Everton, obrigado! Realmente os ETFs abriram um “cardápio” novo de possibilidades para os investidores, criando mais alternativas de gestão de portfólio, com transparência, baixo custo e diversificação. O bom é que temos opções para todos os gostos e bolsos, e cada vez mais opções!
Roberto, valeu!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Boa! Mais um EFT, problema é a concentração como você mesmo falou, mas não deixa de ser uma opção. Logo logo podemos tem algo relacionado com o S&P500 também, mas acho que é pra mercado de índice futuro.
Abcs,
Corrigindo a frase:
Logo logo podemos TER algo relacionado com o S&P500 também, mas acho que é pra mercado de índice futuro.
Obrigado, F.I.! Sem dúvida teremos mais opções também no que tange às negociações de índices futuros!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!