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Valores Reais

Fazendo Famílias Felizes!

Diminua o impacto das taxas de corretagem, aumentando o valor do aporte de seus investimentos

21 de dezembro de 2010 by Guilherme 6 Comments

Investidor inteligente é aquele que, dentre outros atributos, tem conhecimento dos mercados em que atua, estabelece um plano factível de investimentos, implementa-o com disciplina emocional, diversifica seu dinheiro entre várias classes de ativos, de preferência pouco correlacionados, e mantém um controle rígido dos custos.

Em relação a esse último ponto, já abordamos em várias oportunidades a necessidade de escolher corretoras que cobram taxas não muito caras de corretagem e/ou podem te isentar da taxa de custódia, de selecionar bem fundos referenciados DI não muito caros, além, é claro, de mencionar, de forma crítica, a taxa de administração como critério importante para escolher um investimento. Afinal, a mágica dos juros compostos você já conhece. Mas a tirania dos custos compostos nem todo mundo conhece.

Hoje, vamos falar especificamente sobre as famigeradas taxas de corretagem. Num tipo de investimento – Bolsa de Valores – em que as pessoas tendem a querer operar com alta frequência, não é incomum vermos casos de pessoas que também operam com baixos valores, enviando ordens de compra ou venda, para a Bovespa, em valores como R$ 100, R$ 200, R$ 300. Eu mesmo já cometi esse erro, conforme explicado aqui Aprenda com meus erros de investimentos #3: Comprando, no home broker, uma ação. Literalmente.

Está tudo errado. Operar com alta frequência, e baixos valores, ao mesmo tempo, é pedir para levar tombo na Bolsa, entregando uma generosa porção dos seus lucros operacionais (caso ainda reste algum lucro) para as corretoras de valores e também para a própria BM&F Bovespa, por meio dos emolumentos e demais taxas obrigatórias. Qual é o segredo, então?

É operar pouco, e com valores mais altos. Com isso, você não só estará entregando menos dinheiro para os agentes de intermediação de seus negócios na Bolsa, como também estará gastando menos tempo no home broker. E, por via de consequência, estará aproveitando melhor a vida. Mas o grau de operar pouco, bem como a definição da quantia ser baixa ou alta, são critérios estritamente pessoais e subjetivos, levando-se em conta a sua capacidade pessoal de investimento e poupança, bem como seu grau de tolerância ao risco, e, inclusive, o percentual de seu patrimônio financeiro que você pode e quer destinar aos investimentos em renda variável.

Não cabe a eu (ou seria a mim?) dizer qual seria a frequência ideal, e o valor ideal. Você é quem deve tomar essa decisão por conta própria, avaliando os fatores que interferem em seu próprio perfil como investidor.

Só a título de exemplo, veja abaixo uma tabela ilustrativa do impacto da taxa de corretagem sobre diferentes valores aportados, sob distintos valores de taxas de corretagem, impacto esse medido em termos de percentual sobre o valor investido:

Clique na imagem para ampliação e melhor visualização

Veja que, quanto menor o valor investido, e maior a taxa de corretagem, maior será também o impacto dos custos operacionais sobre seus investimentos. O contrário também é verdadeiro: quanto menor a taxa de corretagem, e maior o valor investido, menor será o impacto da taxa de corretagem sobre seus investimentos.

Essa afirmação é especialmente verdadeira para quem faz compras mensais de fundos de índice negociados em Bolsa, e, sobre esse assunto, já discorremos nesse artigo: Pensando as taxas de corretagem como taxas de carregamento, na compra dos ETFs – fundos de índice.

De acordo com alguns especialistas norte-americanos em investimentos, como Richard Ferri, uma taxa de corretagem aceitável seria aquela que ficasse, no máximo, em 1% sobre o valor investido. Nesse caso, um investimento de R$ 2 mil, pela corretora A, seria interessante, pois os R$ 20 de taxa de corretagem representariam apenas 1% do valor total investido. Esse é um valor que pode ser estabelecido como um bom parâmetro, embora não possa, evidentemente, ser aplicável a todas as situações.

Lembre-se também de que, às vezes, esperar por uma situação ideal pode lhe custar o preço do aprendizado e da disciplina de investimento em Bolsa. Afinal, o ótimo é inimigo do bom.

Outros custos em que você deve prestar atenção

Porém, nem só de taxas de corretagem se sustenta o mercado financeiro. Lembre-se também das famigeradas taxas de custódia mensal – o padrão é R$ 6,90, variando para menos (isento) ou mais (R$ 10, p.ex.), dependendo da corretora – e das tarifas de TED/DOC para transferência de recursos de sua conta bancária para a sua conta na corretora. Há igualmente camadas específicas de custos na própria operação de compra-e-venda, como o bid-ask spread, que serão tratadas em momento posterior.

Em suma: faça uma escolha consciente de corretora, a fim de não pagar mais caro pelo mesmo tipo de serviço (envio de ordens à Bolsa), e tenha uma estratégia operacional que privilegie a realização de poucas operações, e, preferencialmente, com valores mais altos. Isso lhe garantirá menos tempo perdido no home broker, e também mais retorno líquido sobre seus investimentos. Afinal, como diz John Bogle, no livro A dose certa, no mercado financeiro, “você recebe exatamente por aquilo que não paga”. 😀

É isso aí!

Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

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Filed Under: Corretoras, Educação financeira, Investimentos Tagged With: Bolsa de Valores, Custos operacionais

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Comments

  1. Henrique Carvalho says

    21 de dezembro de 2010 at 11:42

    Ótima tabela Guilherme!

    Eu tenho uma dessas na minha planilha para saber exatamente o quanto estou pagando em custos na compra e venda de um ativo.

    Como regra, não deixo os custos ultrapassarem 1% por transação.

    Abraços!

    Responder
  2. Finanças Inteligentes says

    21 de dezembro de 2010 at 11:59

    Lembrando também que algumas corretoras oferecem descontos bem abaixo da tabela bovespa dependendo é claro do tipo de investidor. Hoje em dia a concorrência está alta, acho que a tendência é abaixar ainda mais no preço da corretagem e/ou custódia.

    Abcs,

    Responder
  3. Eduardo says

    21 de dezembro de 2010 at 12:11

    cabe a MIM

    Responder
  4. Gisely Chessed says

    21 de dezembro de 2010 at 12:12

    Quanto mais eu leio seus posts, mais valorizo meu dinheiro. Tenho vontade de cobrar taxas do supermercado para comprar lá e em todos os outros estabelecimentos, afinal, eles lucram e como regra deveriam ser taxados pelo consumidor!#utopiamodeon

    Responder
  5. EvertonRic says

    21 de dezembro de 2010 at 20:31

    Legal Guilherme!!
    Na verdade não faço uso de tabela por porcentagem de compra e venda, mas sempre procuro utilizar corretoras de menor preço (custo), sendo assim, trabalho com duas diferentes corretoras, uma pra TD, isento de tx de administração da corretora, na qual pago o 0.4% aa.da CBLC,
    E outra corretora pra Carteira de Ações, na qual a ordem de compra e venda é R$5,00, + 6.90 de custodia mensal,
    Como procuro fazer uma compra mensal, ou no maximo duas, acho que esta valendo a pena, e com o aluguel das ações que possuo em carteria pago todas estas taxas acima citadas e ainda me sobra um pouco….
    Abraços

    Responder
  6. Guilherme says

    3 de janeiro de 2011 at 21:40

    Henrique, obrigado! Também considero 1% o “teto” para o custo de transação.

    F.I., vc disse bem, é uma tendência essa queda. Vamos surfar essa tendência! …..rs

    Eduardo, grato pela observação.

    Gisely, bela reflexão!

    Everton, o uso do aluguel de ações é uma estratégia muito boa para diminuir ainda mais os custos. Parabéns por buscar as mais baixas taxas possíveis!

    É isso aí!
    Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

    Responder

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