Você pode comprar um carro agora, ou daqui a alguns anos, dependendo de sua disponibilidade de dinheiro. Se você não tiver dinheiro suficiente para quitá-lo à vista, terá que fazer um financiamento, pagando taxas de juros e sacrificando, com esses juros, uma pequena parcela de seus sonhos futuros. Ou então poderá renunciar ao consumo imediato, poupando uma quantia “x” de dinheiro todo mês, a fim de comprá-lo à vista no futuro, mas ficar sem carro durante todo esse tempo. O que é mais valioso para você: o consumo imediato, ou um futuro financeiro mais tranquilo?
Você tem a opção de estudar para o concurso agora, visando aproveitar sua energia na construção de uma carreira sólida, ou então utilizar o tempo livre, que seria gasto nos livros, para atividades de lazer, como sessões no cinema e viagens dispendiosas. Como você encarará o aproveitamento do tempo: vale a pena sacrificar momentos de lazer, em troca de uma melhora na atividade profissional?
Você pode investir de forma passiva, por meio de fundos de índice, ou por meio de uma escolha ativa das ações, para comporem seu portfólio de investimentos. Porém, se você escolher essa última opção, terá que arcar com as consequências de um maior gasto de tempo e de energia. No entanto, optando pela primeira opção, você estará renunciando à possibilidade de obter ganhos maiores do que a média do mercado. Qual é sua opção?
Todos esses três exemplos são suficientes para demonstrar uma verdade que é inerente a cada um de nós: nossa vida é recheada de escolhas, e cada escolha implica num custo de oportunidade. A todo momento somos defrontados com situações em que somos obrigados a fazer uma única opção, dentre um leque de alternativas de pesos equivalentes. A questão que se coloca é: como fazer a melhor escolha? Como realizar a opção mais adequada, sem que haja arrependimento pelo ato feito?
Aqui vão alguns conselhos que podem lhe ajudar nessa difícil empreitada.
Analise se suas escolhas são coerentes com os valores que norteiam sua vida. Uma vez eu ouvi de um amigo uma coisa muito interessante:
“Tempo é questão de preferência. Quando a pessoa diz que não tem tempo para alguma atividade, na verdade ela está revelando que não tem preferência por aquela atividade”.
E ele tinha razão. Senão vejamos. Se você diz que “não tem tempo” para praticar atividade física, está revelando, ainda que de modo implícito, que saúde talvez não seja um valor relevante para você. Quanto você diz que “não tem tempo” para brincar com suas crianças, está revelando, ainda que nas entrelinhas, que o convívio familiar não é assim tão importante quanto você diz ser. Quando você diz que “não tem tempo” para ler um livro de finanças pessoais, na verdade está afirmando, no seu subconsciente, que ter uma vida financeira organizada não é um valor que mereça ocupar espaço em sua lista de prioridades. Ou estou enganado? Você diz mais pelos seus comportamentos do que por suas palavras, ainda que suas palavras contrariem suas atitudes.
Escolhas tem a ver com prioridades, prioridades têm a ver com valores, e valores tem a ver com aquilo que você mais preza em sua vida. O problema é que, muitas vezes, nossas atitudes acabam se chocando com nossas palavras. Dizemos uma coisa, mas praticamos outra. Procure, então, ter coerência em suas escolhas, e faça com que elas reflitam não aquilo que exteriormente lhe parece importante, mas sim aquilo que, no seu coração, mais clama por uma atitude.
Estude a relação custo/benefício. Embora a relação custo/benefício seja um conceito que deita raízes na economia, ela pode ser aplicada com perfeição, e por analogia, às diversas situações com as quais nos deparamos em nosso cotidiano, ainda que não tenham repercussões de natureza econômica. Criar possibilidades de escolha é algo que tende a maximizar o nível de nosso conforto, mas saber qual é a alternativa que oferece as melhores oportunidades às vezes é muito difícil. Por isso, é importante você saber avaliar como *qualquer coisa* pode ter uma boa relação custo/benefício.
Há benefícios a longo prazo? Finalmente, quando se deparar diante de um dilema, verifique qual das opções disponíveis pode oferecer melhores benefícios a longo prazo, considerada a sua vida como um todo. Ou seja, não olhando o futuro como se fosse um ponto distante do horizonte, mas sim como a soma de vários pequenos presentes.
Por exemplo, é inegável que poupar hoje para economizar amanhã traz benefícios duradouros, pois permite a você direcionar a quantia economizada para um plano de investimentos. No entanto, você não deve ser radical a ponto de ficar pensando só em economizar, como se fosse viver só no futuro, pois o que dá sabor às nossas vidas é justamente saber saborear os pequenos prazeres do dia-a-dia, sem culpa.
A longo prazo, o que vai fazer mais diferença não é viver uma vida pensando somente no destino, mas sim como os vários “curtos prazos” foram aproveitados, e de que maneira. Vou repetir o que disse acima: você precisa “ver a vida como um todo” integrado, em que cada pequeno quadro tenha sido vivido de forma positiva. Pois a vida é substancialmente constituída de memórias.
Em resumo: é importante que você olhe para trás e diga que, além de ter aproveitado a vida, conseguiu fazer as escolhas que mais estiverem coerentes com seus valores, cujos benefícios compensaram os custos de oportunidade, e cujas repercussões tiverem um efeito duradouro. Pois a oportunidade não está naquilo que se deixou de fazer, mas sim naquilo que foi devidamente aproveitado e feito – e bem feito. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Na vida só somos obrigados a fazer uma coisa: escolhas.
Abraço Guilherme,
Boa semana, fica com Deus.
A + pura verdade.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Maravilha de artigo Guilherme,
Posso te dizer que estas escolhas são realmente os Valores que vc considera Reais
Dependendo mais que nunca de nós mesmos.
Forte Abraço
Existencialismo puro. Leia Sartre.
Abs
Valeu, Everton.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
@Investimentos e Finanças
Grato pela sugestão de leitura. 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Muito bom texto. A vida é feita mesmo de escolhas. E é isso que faz a diferença nos rumos que tomamos. Abraços
http://www.investidorindependente.blogspot.com
Obrigado, II!
E muito legal o seu blog, estarei acompanhando sua jornada rumo à IF!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
“A longo prazo, o que vai fazer mais diferença não é viver uma vida pensando somente no destino, mas sim como os vários “curtos prazos” foram aproveitados, e de que maneira”
Essa frase merece um mural.
Abcs,
Valeu, F.I.!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
“Tempo é questão de preferência. Quando a pessoa diz que não tem tempo para alguma atividade, na verdade ela está revelando que não tem preferência por aquela atividade”.
Muito boa essa frase e a sua explanação sobre o assunto, gostei! 🙂
Obrigado, Rosana!