Quem acompanha o mercado financeiro viu na semana passada dois eventos que tiveram como fator comum o rompimento – para cima ou para baixo – do número 70.
O IBovespa subiu com força no decorrer da última semana, para fechar a sexta-feira acima dos 70 mil pontos, mais precisamente 70.229. No ano, a valorização ainda é pequena – cerca de 2,39% – mas isso só vale para quem tinha dinheiro investido num fundo indexado ao Ibovespa no começo do ano e não fez aportes adicionais. Para quem fez compras regulares durante o ano, aproveitando sobretudo os meses em que a Bolsa sofreu as maiores pancadas – como em maio, conforme relatado em outro tópico: tudo o que sobe demais, um dia desce. Abaixo dos 60 mil pontos. – os ganhos certamente são maiores.
Na outra ponta dos investimentos, temos o caso – ou seria o “ocaso”? – do dólar comercial, que também tem a ver com o número 70. Isso porque sua cotação rompeu a barreira psicológica do R$ 1,70, caindo para a faixa de R$ 1,6x, como há muito tempo não se via. Alguns fatores estão contribuindo para a valorização da moeda brasileira, tais como a ameaça do governo de aumentar o IOF sobre a entrada de capital estrangeiro, o que estaria forçando a entrada antecipada de moeda norte-americana, e a capitalização da Petrobras, que trouxe muitos investidores estrangeiros para o Brasil.
E o investidor quem tem Bolsa e dólar em sua carteira, o que deve fazer? Vender ações e começar a comprar dólar? Não fazer nada? Continuar comprando ações?
Um dos maiores erros do investidor é tentar adivinhar o futuro. Simplesmente porque é impossível prevê-lo. Não é possível gerenciar uma carteira com base em suposições. Ele deve fazer exatamente o que sua política de investimentos – pré-definida – manda fazer. Quem segue uma estratégia baseada em alocação de ativos tem parâmetros objetivos que sinalizam uma compra ou uma venda.
De acordo com os dados fornecidos pelo blog Eu tô na Bolsa, o P/L do Ibovespa está em 15,30, o que significa que ela não está barata, mas também não está (muito) cara. Na minha opinião, medindo o índice apenas por esse múltiplo, ainda há espaço para subir mais, o que não significa dizer – e é preciso deixar bem claro isso aqui no blog – que o índice irá subir mais.
Já em relação ao dólar, a queda da cotação é favorável para quem utiliza a estratégia de compra de milhas com pagamento de boletos na fatura do cartão de crédito – os leitores que vêm do Aquela Passagem que o digam -, pois, quanto menor for a cotação do dólar, mais pontos o cliente ganha. A título de exemplo, com o fator de conversão 1:1,5, e taxa de 1,99% no Pague Contas, um bloco de 10 mil milhas sai por R$ 225,53. Quando a cotação do dólar estava nos R$ 2, esse mesmo bloco saía por R$ 265,33. Ou seja, um belo desconto de 15%.
Independentemente do cenário futuro, uma coisa é certa: quando ocorre uma festa no mercado de ações – e por festa leia-se valorizações expressivas – você já deve estar dentro antes. Em outras palavras, é preciso estar no mercado para aproveitar os benefícios desse mesmo mercado. Isso exige, muitas vezes, posturas contra-intuitivas, como comprar quando ninguém está querendo comprar. Faça seu dever de casa: estude, instrua-se, aplique e tenha paciência. No longo prazo, as recompensas para quem investe tempo em conhecimento são muito satisfatórias. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótima observação Guilherme!
Inclusive venho mencionando este tipo de “barreira” tanto no Ibov como no Dólar para poder efetuar uma possível realocação de minha carteira.
Aliás, já atualizei o fechamento de setembro.
Grande Abraço!
Quanto a questão do IBOV realmente “decolar” é uma questão que está na pauta dos principais analistas desde o ínício do ano, mas então o que mudou na saúde financeira do mundo para fazer com que a bolsa venha a buscar novos patamares até o final do ano????É nítido que aos investidores fica a dúvida se o pior de Europa já passou e se EUA pivot da crise já conseguiram “arrumar” a casa, porém a realidade dos números nos mostra um cenário ainda incerto mesmo com os bilhões de subsídios que os governos no mundo já aportaram. Algumas questões continuam sem respostas??
– Até quando so governos conseguem ficar bancando um estímulo que não dá resultados e vem penalizando as contas públicas??
– Taxa de juros praticamente 0% no EUA, como estimular a economia ainda mais sem a possibilidade de baixar os juros??
– O fantasma da deflação que assombra….
– A vulnerabilidade de países europeus que ainda tentam se ajustar suas contas para que não mergulhem ainda mais numa recessão que parece longe de ter fim…
Não sou da ala dos catastrofistas de plantão que adoram falar sobre a possibilidade de um “duplo mergulho” na economia”, prefiro dizer que sou da ala dos mais otimistas mesmo com os números das principais economias mundias alternando números bons e ruins vejo que teremos uma recuperação lenta e o fluxo de investimentos cada vez mais saindo das tradicionais rotas e aumentando para os países em desenvolvimento. No que se diz respeito a China vejo que alguns setores já atingiram o “teto” da produção e devem passar por um processo de desaceleração gradual com o governos tomando as medidas necessárias para que não se tenha um movimento brusco de desaceleração, não tenho dúvidas de que o Brasil será grande beneficiado disso tudo com entrada de capital novo para investimentos, poré é essencial que o governo faça a lição de casa para que não tenhamos eventuais problemas nas contas externas, hoje a política ainda é a mesma de se gastar muito, ao invés de diminuir os gastos o governos só vem aumentando. Uma hora o acerto de contas chega, portanto é imprescíndível medidas mesmo que não sejam populares ou que desagradem um determinado setor. Quanto ao câmbio é nitído que já deveríamos ter alguma medida do governo para tentar conter a desvalorização cambial, alguns setores já sofrem e acabam por colocar em risco quem vivem das exportações. É claro que essas medidas ainda não foram tomadas por uma questão que envolve um jogo de interesses políticos eleitoreiros….a partir de alguns desses pontos é válido lembrar para o investidor em bolsa que os prêmios estão cada vez mais “curtos” e que so setores que dependem da economia mundial como um todo não serão os setores que vão liderar a recuperação pelo menos nesse momento!Setores de consumo, bancos e varejo dependem muito menos de uma recuperação economica mundial, porém são pesos menores no nosso Ibovespa o que faz com que eventuais prêmios pré-estabelecidos no início do ano não venham a demonstrar até o dia de hoje, talvez o porque dos atuais níveis da bolsa nos dias de hoje.
Grande abraço
Simão
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Oi Guilherme,
Acredito que o momento é de manter a posição. A barreira dos 70 foi rompida e, particularmente, acredito em crescimento, mas não apostaria minhas fichas nisso, por isso, é esperar e ver o que acontece.
Abraço!
Henrique e Jônatas, concordo.
Simão, ótimo comentário.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!