Se você tivesse aprendido os conceitos de educação financeira há 3 anos atrás, sua vida estaria melhor hoje? Se você tivesse se educado financeiramente quando estava fazendo a faculdade e trabalhando em seu primeiro estágio, sua situação financeira estaria melhor hoje? E se você tivesse aprendido a educação financeira logo na pré-escola e no ensino fundamental, imagina quais coisas poderia ter feito melhor desde então?
Pois é, todos com quem converso dizem que, se tivessem acesso à educação financeira mais cedo, teriam feito várias escolhas de modo diferente. Então, se você tem filhos em idade pré-escolar ou em processo de alfabetização, e deseja repassar as lições sobre dinheiro de uma maneira didática desde a mais tenra idade, por quê não começar desde já?
Em mais uma iniciativa inédita, e original, Valores Reais tem o orgulho de fazer hoje resenhas sobre dois livros de educação financeira infantil. E mais, trata-se de uma iniciativa duplamente inédita, pois estamos realizando, num só artigo, duas resenhas.
Ambos os livros são de autoria de Álvaro Modernell, educador financeiro que tem posição de destaque no cenário nacional em virtude de seu site, Mais Ativos, com foco na educação financeira infantil. Os dois livros resenhados fazem parte de uma coleção mais ampla, com diversos títulos de interesse para a garotada, como podemos inferir dessa lista. Vamos, então, mergulhar nas obras “O pé de meia mágico” e “Zequinha e a porquinha Poupança”! 😀
Informações técnicas
Título: O pé de meia mágico
Autor: Álvaro Modernell
Número de páginas: 19
Site: Mais Ativos
Faixa de preço: R$ 18
O livro conta a história de dois irmãos gêmeos, Marino e Mariano, que, embora sejam amigos, pensam e agem de maneira diferente. Marino é o irmão disciplinado, que faz planos para o futuro e cuida bem de seus brinquedos, ao passo que Mariano é aquele que perdia os brinquedos, e não se preocupava muito com o futuro.
Quando a fadinha Fortuna aparece em suas vidas, deixando um par de meias de presente, eles têm a oportunidade de aprender sobre educação financeira, e cada um opta por um caminho igualmente diferente. Marino é o poupador, e usa o pé de meia para fazer – literalmente – um “pé de meia”. Já o Mariano usa a outra meia para fazer uma bola.
Os resultados são que… êpa, como essa é uma história de ficção, não convém contar o final dessa resenha, não é mesmo!? 😀
De acordo com o autor,
“A estória estimula as crianças guardarem e cuidarem dos seus brinquedos, mostrando vantagens de agir assim. Incentiva a separar uma parte da mesada para realizar objetivos. Livro auxiliar recomendado para introduzir conceitos de educação financeira de maneira lúdica e a desenvolver nas crianças o saudável hábito da poupança”.
O livro é ricamente ilustrado por Cibele Santos, e prende a atenção do pequeno leitor do começo ao fim da história.
Informações técnicas
Título: Zequinha e a porquinha Poupança
Autor: Álvaro Modernell
Número de páginas: 19
Site: Mais Ativos
Faixa de preço: R$ 18
Esse livro narra a história de Zequinha, que ganha de presente uma porquinha, chamada Poupança – embora o sonho dele fosse ter um cavalo, o qual não lhe foi presenteado em virtude da escassez de recursos de seus pais. Apesar disso, ele dedica carinho e atenção à porquinha, fica feliz com seu crescimento, a ponto de atrair a atenção de todos os seus coleguinhas, que ficam surpresos com o vigoroso crescimento da poupança.
Certo dia, então, aparece um sujeito lhe propondo trocar a porquinha por um cavalo – seu objeto de desejos. O espertalhão aproveita um momento de descuido do Zequinha e furta a porquinha, frustrando os desejos do Zequinha, que imediatamente chama a polícia. A polícia, consegue, então, recuperar a Poupança e devolvê-la ao Zequinha.
Em seguida, a Poupança cresce, e rende juros (!), uma vez que… ôpa, como eu disse antes, não convém a uma resenha contar o final da história… 😀
Segundo Modernell,
“Uma estória leve que valoriza também o convívio com animais e a importância dos pais e dos amiguinhos na vida das crianças, destacando princípios de educação financeira”.
Outro livro que impressiona, além das mensagens, pelo visual extremamente colorido e agradável, feito sob medida para atrair a atenção dos pequenos. Ponto também para a ilustradora Cibele Santos.
Bônus: como ler esses livros aos seus filhos
Leituras intertextuais são ótimas porque nos permitem tirar o máximo da leitura, ampliando nossos conhecimentos. Como o foco aqui é o desenvolvimento do conceito de educação financeira para crianças e pré-adolescentes, creio ser imperdível essa dica valiosa dada por Luzia de Maria, que, no livro O Clube do Livro – ser leitor: que diferença faz?, resenhado aqui no site em duas partes – aqui e aqui – dá a pista: não se deve contar histórias para as crianças, mas sim lê-las, priorizando a forma escrita.
Apoiado nas ideias de Lúcia Lins Browne Rego, Luzia afirma (p. 53):
“Se fizermos a leitura da história, se usarmos o texto escrito, estamos proporcionando – mesmo às crianças que ainda não sabem ler – uma convivência com as particularidades da escrita, o que seguramente favorece uma apreensão mais rápida de sua estrutura, de sua sintaxe”
E, mais adiante, arremata (p. 54):
“Quando um adulto conta uma história para a criança, quase que inconscientemente ele faz uma seleção de palavras que julga estar ao alcance da compreensão da criança, o que significa uma limitação. Quase sempre busca estruturas da língua oral, acreditando que só assim alcançará o entendimento da criança. O que muitas vezes é um equívoco”.
Em seguida, enumera as vantagens das histórias lidas (p. 55):
“Tratando-se da aquisição de conhecimentos sobre a escrita, podemos afirmar que a leitura das histórias, além de enriquecer extraordinariamente o vocabulário, também proporciona à criança uma outra descoberta: a de que os textos da linguagem escrita têm uma estrutura diferente da da linguagem falada”.
Vale destacar que tais benefícios também podem ser usufruídos por crianças que sequer estão na fase de alfabetização (p. 57):
“Uma criança que ainda não sabe ler pode construir conhecimentos essenciais sobre a língua escrita. É real e possível: uma criança que ouve histórias lidas, histórias cuja estrutura sintática seja a da escrita – ainda que em textos decorados por alguém -, é capaz de se familiarizar com formas que são quase exclusivas da escrita e de apropriar-se delas, incorporando-as ao seu discurso”.
Quem leu o livro “O clube do livro” deve se lembrar da história da neta da autora, Júlia, que é o exemplo perfeito das vantagens acima enumeradas.
Conclusão
Os livros da coleção Turminha do Cifrão são como um oásis nesse deserto que praticamente domina a educação financeira infantil. Se já é difícil encontrar bons livros para educação financeira de adultos (veja que a maioria dos livros que resenhamos são de autores estrangeiros), imagina a dificuldade de encontrar obras de qualidade para o público infanto-juvenil.
Dentro desse contexto, os livros de Álvaro Modernell surgem como uma excelente opção para você educar seus filhos na área da educação financeira, tanto pela riqueza de conteúdo, como também pela forma de apresentação: livros coloridos, atraentes graficamente e que despertam a atenção dos pequenos. Se você quiser melhorar ainda mais o grau de aprendizado deles, considere utilizar a técnica de contagem de histórias, proposta por Luzia de Maria.
Com isso, você terá as ferramentas ideais para desenvolver a educação de seus filhos. Porque, como todos sabemos, terceirizar a educação para as escolas resolve apenas parte do problema. A outra parte é de responsabilidade dos pais. E, com livros de qualidade como os que resenhamos hoje, essa tarefa fica bem facilitada. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Os links não estão funcionando!
Parece que houve um erro de digitação ao inserí-los, pois funcionou com esses endereços:
http://maisativos.com.br/
http://maisativos.com.br/livros.php
Apesar disso, é uma boa dica!
Ôpa, valeu pela observação, Uber!
Os links foram corrigidos, tirando-se “novo” dos respectivos endereços. Agora está tudo funcionando legal!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
A matéria é ótima, mas tem um erro de português em um destaque.
“Se fazermos (O correto é “se fizermos”!) a leitura da história, se usarmos o texto escrito, estamos proporcionando – mesmo às crianças que ainda não sabem ler – uma convivência com as particularidades da escrita, o que seguramente favorece uma apreensão mais rápida de sua estrutura, de sua sintaxe.”
Correção efetuada com sucesso, obrigado, Renata!
Excelente iniciativa! Se as crianças desde cedo tiverem educação financeira como as mostradas nesses livros, teremos adultos muito mais conscientes de seus gastos e consequentemente haverão menos pessoas endividadas.
Abraços!
Com certeza, Rosana, educação financeira definitivamente é um assunto também de interesse direto e imediato das crianças, como demonstrado nessa resenha!
Abç!