Como muitos leitores são investidores iniciantes que querem entrar agora no mercado de ações, essa é uma dica que poderá evitar muita, mas muita dor de cabeça com seu patrimônio: comece operando pequeno. Mesmo as pessoas que já detém um grande conhecimento de temas envolvendo renda variável, como estratégias de alocação de ativos, análises gráfica e fundamentalista etc., um dia começaram aportando pequenos valores. Se começaram investindo alto, provavelmente pegaram um momento de alta da Bolsa, ela caiu, e eles resgataram os investimentos quando estavam no prejuízo, ou então quando o valor de mercado, depois de uma queda, “empatou” com o valor originariamente investido, a tal da empatite. E, quando voltaram, certamente voltaram aportando menores valores.
Esse é um princípios que tem que ficar na cabeça de todo mundo que queira começar a investir na Bovespa: primeiro, invista seu tempo em aquisição de conhecimento. E, somente depois, invista seu dinheiro. Investir tempo primeiro, dinheiro depois. Essa é a ordem correta. À medida que seu conhecimento aumentar, você também irá aumentar seus valores em Bolsa, até numa posição em que se sinta confortável.
Essa é a lição que tenho destacado na minha série “Aprenda com meus erros de investimentos”, publicada periodicamente aqui no site.
Eu fico assustado com histórias de gente que investiu altas somas de uma só vez, sem conhecimento algum de renda variável. São pessoas que investem R$ 20k, R$ 50k, R$ 100k, R$ 250k e até mais torcendo para a Bolsa subir. O Mauro Halfeld relatou certa vez, o caso de um sujeito que aportou mais de R$ 600 mil de uma só vem em meados do final do ano passado, quando a Bolsa estava já perto dos 70 mil pontos, e, em meados do começo desse ano, com a Bolsa tangendo a faixa dos 50 mil, estava em dúvida sobre o que fazer.
Outra coisa importante é não acreditar que a Bolsa irá pagar suas contas do dia-a-dia, ou melhor, do mês-a-mês – ao menos na fase de acumulação de capital (a história é outra quando você alcançar a independência financeira). O Maurício Hissa, popular Bastter, dá essa dica em seu livro “Sobreviva na Bolsa de Valores”. É de extrema importância você depositar na Bolsa somente uma parte do dinheiro que sobra.
Explicando em outros termos: se você ganha R$ 4 mil líquidos por mês, e tem despesas mensais ordinárias de R$ 3 mil, você não deve aplicar tudo o que sobra na Bolsa. Dos R$ 1 mil restantes, aplique somente uma parte. Fundos de ações, ETFs, ações individuais, clubes de investimentos: fica a seu critério definir onde colocar seu dinheiro. Mas não tudo. Isso porque você pode ter alguma despesa extraordinária, e aí, pode ser obrigado a sacar da Bolsa o dinheiro. E essa necessidade geralmente ocorre quando você está no prejuízo na Bolsa. É uma coincidência danada de dura, mas é o que ocorre com muita gente: precisar tirar o dinheiro da Bolsa justamente quando está no prejuízo, ou seja, quando tem na Bolsa menos dinheiro do que aportou nela. Fuja dessa coincidência infeliz. Outra coincidência que também ocorre a muita gente é ter dinheiro para investir justamente quando a Bolsa está subindo.
Não fique dependendo da sorte: construa a sua boa, recheada e gorda parcela em renda fixa, e peace of mind, use a Bolsa apenas como “parte” do plano para sua aposentadoria financeira.
Qual é a quantidade mínima para investir na Bolsa?
Não há “receita de bolo” universal. Cada caso é um caso, e sujeita a uma série de fatores, tais como renda mensal, grau de aversão ao risco etc. Para uns, pode ser R$ 100 num clube de investimentos ou fundo de ações. Para outros, R$ 400 em ETFs. Outros ainda preferem R$ 800 em ações individuais. O importante é que sempre seja apenas uma parte do dinheiro que sobra. Se sobra muito dinheiro, R$ 2 mil, por exemplo, a “parte” em Bolsa pode ser maior, R$ 1 mil, digamos. Se sobrar R$ 500, pode ser R$ 200. E assim por diante.
O importante é começar com valores pequenos, para ver como é que você se sente em relação ao mercado. E daí aumentar, manter, diminuir ou até sair do mercado, se a renda variável não for compatível com seu perfil de investidor. Uma coisa eu digo: se você quiser investir em Bolsa, tem que ao menos experimentar. Não espere um momento ótimo. Em matéria de investimentos no mercado de ações, o grande professor é a própria experiência individual. Nada substitui a experiência, com seus erros e acertos. Com o tempo, você vai aperfeiçoando e refinando seu método operacional, personalizando-o. Esse é um aprendizado dinâmico e contínuo, pois, à medida que você vai incorporando novos conhecimentos e novas técnicas, você vai melhorando sua estratégia.
Esse é o segredo: aprender sempre. Mas começar com prudência. E, de preferência, com valores pequenos. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Legal o tema abordado. Com certeza o sujeito deve começar a investir quantidades pequenas até se sentir confiante para aportar valores maiores. Na verdade acho que o valor mínimo que o sujeito deve começar a investir é aquele com que ele se sinta confortável.
No livro Bem vindo a Bolsa de Valores do Marcelo Piazza ele cita algumas corretoras que seriam mais adequadas para investidores iniciantes. Creio que seria interessante escrever um artigo sobre esse tema no futuro, o que acha?
Grande abraço
Willy, valeu!
Sem dúvida, discorrer sobre corretoras é um dos temas que pretendo abordar no futuro.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótimo texto!
Esse artigo me lembra o tempo em que iniciava nos investimentos.
Experimentar é fundamental e começar pequeno é ainda mais importante.
Graças ao meu pai eu tive a oportunidade de ter estes 2 conceitos bem fixados em minha mente no meu primeiro contato com a bolsa.
Como o Guilherme frisou muito bem neste artigo, invista em instrução primeiro e depois, operando pequeno, comece a investir. Não tenha pressa!
Grande Abraço!
Isso mesmo, Henrique, a experiência muitas vezes é um dos nossos melhores professores!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ótima abordagem Guilherme,
Gostei da frase “o grande professor é a própria experiência individual”.
Eu vendi VALE5 em 2008 por 18 reais, mas valeu a experiência. Na época me apavorei com a queda, havia comprado por 22 reais.
Hoje, opero com mais segurança e tranquilidade, mas, sempre aprendendo.
Vou ver se escrevo sobre o lado psicológico nos investimentos, faz tempo que pretendo escrever.
Abraço!
Fica com Deus.
Jônatas, valeu!
De fato, o lado psicológico é um assunto muito interessante de ser abordado nos investimentos. Aguardamos seu post no Efetividade blog!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Otimo post. Sobre o mercado de ações, qual a melhor corretora afiliada a Bolsa de Bovespa para baixos valores…tipo R$500,00??
Walter, na minha opinião, são aquelas corretoras que cobram no máximo R$ 6 por ordem no mercado fracionário. Isso inclui InvestBolsa (R$ 5,90), LinkTrade (R$ 4,40), dentre outras.
Só preste atenção a três detalhes adicionais:
– No mercado integral, elas costumam cobrar o dobro ou até mais. P.ex., na Link, é R$ 9,80. Se vc pretende investir em ETFs, cujo lote de negociação vai cair pra 10, comprando 10 cotas de PIBB11, p.ex., vc irá pagar R$ 9,80, ao invés de R$ 4,40.
– Tarifa de custódia. A Link e a InvestBolsa não cobram.
– Custo de transferência do dinheiro do banco para a corretora. Evite pagar DOCs/TEDs, verificando se a corretora tem conta em banco no qual vc é correntista. Assim, a transferência de dinheiro se dá por meio de transferência entre contas, que normalmente apresenta uma franquia bem interessante para contas mais simples (10 transferências mensais), até ser isenta em contas maiores.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Obrigado pela dica. Vou estudar mais antes de fazer meu primeiro investimento em ações.
Valew e os seus posts são ótimos.
Walter, obrigado!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Que excelente post. Muito bom. Eu ainda sou um pequeno investidor e ainda não aloquei um % para renda variavel. O motivo não é o medo de perder o dinheiro em si, mas o fato de ainda não ter o conhecimento ou a instrução necessaria, uma vez que estou no momento estudando outros investimentos e aplicando neles. Mas, o proximo passo é ir para bolsa após construir uma dose de conhecimento, pelo menos o suficiente para poder operar. E claro será com quantias pequenas e vendo como meu “estomago” vai se comportar. É uma lição que estou aprendendo, ir sem pressa e focar no conhecimento antes de investir.
Muito bom o post, me ajudou mais ainda.
Parabens!!
Obrigado pelas palavras, Camilo!
Você está fazendo a coisa que 100% das pessoas deveria fazer, mas que poucas realmente fazem: investir em conhecimento antes de investir dinheiro.
Comece de forma pequena, gradual e progressiva, e vá ajustando os valores conforme o seu perfil de investidor, que a gente só descobre experimentando mesmo.
Obrigado!
opa Guilherme,
Obrigado pelo retorno. É o que estou buscando, descobrir meu perfil de investidor e para isso vou sentindo cada tipo de aplicação. Eu levei aproximadamente 6 meses para começar a investir nos titulos publicos, isso pq antes não entendia como funcionava e não conseguia como este poderia ajudar nos meus objetivos profissionais, e durante esse tempo deixei de lado e mantive meus investimentos em outras areas. Mas, recentemente parei para estudar melhor os titulos publicos, pois estava mais confiante. Porém, só tomei a iniciativa de comprar o primeiro titulo, quando sabia o pq eu estava comprando um pós e não pré fixado naquele momento e para qual objetivo estava comprando. Antes eu não conseguia ter isso, mas com alguns meses de estudos, simulações e comparações aprendi. E isso faz toda diferença no momento de aplicar.
Claro, graças aos seus posts e o do Rafael Seabra.
obrigado.
abracos,
Maravilha, Camilo, você está no caminho certo. Com o tempo, você vai adquirindo cada vez mais confiança e segurança, podendo gerenciar suas aplicações financeiras como um verdadeiro profissional, com autonomia e independência.
Continue assim!
Abç!