A revista Veja dessa semana (edição 2165) trouxe na reportagem de capa uma interessante matéria sobre o crescimento da quantidade de brasileiros que se tornaram milionários por meio de negócios próprios (como a versão online da revista é restrita para assinantes, um bom resumo da reportagem se encontra no blog Quero Ficar Rico).
Quem já está familiarizado com livros sobre educação financeira, investimentos e finanças pessoais não deve ter estranhado o título chamativo da capa, pois “O milionário mora ao lado” é também o título de uma importante obra que conta como vivem os milionários dos EUA. Fizemos a resenha do livro há alguns meses atrás – clique aqui para lê-la.
Em essência, a mensagem de ambos os escritos é a mesma: a de que a classe média é uma grande “fornecedora” de milionários, de pessoas que ascendem na pirâmide social, seja por meio de um estilo de vida frugal e sólida construção de patrimônio, como demonstrado no livro estrangeiro resenhado, seja por meio da realização de negócios próprios de sucesso, como mostrado na reportagem da revista brasileira.
A matéria diz que o Brasil vive condições econômicas favoráveis, o que é ilustrado por uma série de indicadores positivos, tais como aumento de renda, aumento de consumo, melhora dos níveis de empregos formais, crescimento do PIB etc. Esse ambiente econômico favorável produz o contexto ideal para que floresçam empreendimentos realizados por brasileiros que saíram da classe média, expandindo os pequenos negócios e melhorando de forma substancial suas margens de lucros.
São mostrados, ao longo da reportagem, exemplos de empresas que conseguiram aproveitar a boa fase da economia para impulsionar seus negócios, em diversas regiões do País, em diferentes segmentos da economia, como óticas, cosméticos, utilidades domésticas, picolés etc.
De acordo com a matéria, o número total de milionários no Brasil superará o dos demais países integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já em 2017, e que um brasileiro se torna milionário a cada 10 minutos.
Embora a reportagem tenha sido realizada em tom bastante otimista, é preciso destacar alguns fatores que tornam o empreendedorismo no Brasil uma coisa não tão fácil assim. Dentre esses fatores, vale citar a carga tributária elevada e as altas taxas de juros, as quais encarecem o financiamento das empresas, obrigando-as a ter uma margem de lucro mais alta para compensar os juros pagos no financiamento. Além disso, há também a excessiva dependência de dinheiro estrangeiro na capitalização das empresas que decidem abrir capital na Bolsa. Em épocas de crise internacional – como a ocorrida entre 2008 e 2009 – menos investidores estrangeiros se dispõem a aportar seu dinheiro em empresas localizadas em países emergentes. Isso diminui o fluxo de investimento estrangeiro e, portanto, dificulta os processos de abertura de capital, que muitas vezes precisam ser adiados em razão da falta de liquidez.
Ademais, vale citar ainda que a “taxa de mortalidade” das empresas é ainda muito alta no Brasil. Ou seja, a grande maioria fecha as portas nos primeiros meses e anos de sua existência. De fato, as maiores chances de conseguir rentabilidades superiores do dinheiro aplicado se concentram nos negócios próprios, porém, o risco também é proporcionalmente maior. Por isso, achei bastante oportuno o alerta da reportagem, no ponto em que afirma:
“Por mais que os ventos soprem a favor, fazer negócios no Brasil ainda é um tormento. Quem escolhe se lançar nessa aventura precisa saber que o seu empreendimento exigirá uma dedicação obsessiva, sobretudo nos estágios iniciais”.
Mas existe um atalho para tirar proveito de algumas das empresas de sucesso: é se tornando sócio delas, o que se faz por meio da compra de suas ações, na Bolsa. Nesse caso, você se torna um acionista da empresa, o que lhe dará direito a receber participação nos lucros, bem como se beneficiar da valorização do preço de suas ações. Nesse caso, também é necessário pesquisar as melhores empresas, que contam com administrações profissionais, pessoas competentes nos cargos de gestão, transparência na atuação e solidez nos fundamentos. Uma maneira inteligente de diluir os riscos, nesse caso, é optar pela compra de um pacote de ações, que representem empresas de setores bem diversificados da economia.
Seja qual for a sua escolha, é muito bom observar que, com esforço e dedicação, que contam muito mais do que talento, é possível prosperar e tirar proveito do crescimento da economia brasileira.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
p.s.: e a Bolsa, hein, pessoal!? No mês, já acumula queda de quase 10% – o que impressiona, uma vez que acabamos de ultrapassar a primeira metade de maio. No ano, a perda já é de 11,30%, um quarto do tombo de 2008. De acordo com notícia publicada no portal iG, esta é a menor pontuação desde 28 de outubro de 2009. Ou seja, é o menor valor em quase 7 meses. Alguns ativos já começam a ficar com preços atrativos…
Caro Guilherme, tenho muita vontade em investir em ações. Acho que me falta um pouco mais de conhecimento e ousadia. Teria como você fazer um post passo a passo? Daquele bem feijão com arroz mesmo… Acho que ajudaria muita gente que assim como eu, só falta um empurrãozinho.
Carlos, gostei da sugestão. Escreverei um artigo com um passo-a-passo de como começar a investir em ações. Em breve, no blog. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Como disse warren buffet:
“Recessões criam oportunidades.”
Buffett afirma que suas melhores compras foram feitas em 1974, em uma época de pessimismo devido ao choque de petróleo.
Não li a reportagem, mas tô lendo o livro do milionário que mora ao lado. É legal, embora algumas coisas de lá não sejam possíveis aqui.
(continuando) De qq forma, como vc colocou, ser empreendedor aqui hoje ainda é um grande tormento, sim… e é complicado pq o mercado de trabalho tá saturado, e empreender é uma alternativa. Quero dar uma lida ainda nessa reportagem!
Bjs!
Diogo, essa é uma frase sábia. Só não enxerga oportunidade quem não quer.
Thaís, o livro é muito bom! De fato, algumas coisas de lá não são aplicáveis aqui, mas os princípios são válidos. A reportagem é bem interessante, vale a pena!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Hoje a revista Veja disponibiliza um acervo digital desde 1968 com todas as suas edições na íntegra no seguinte link:
.
http://veja.abril.com.br/acervodigital/
.
Abcs
Ótima dica, Willy! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Sou Psicólogo, faço atendimento de psicoterapia para alguns milionários e famosos, é um mundo à parte de uma pessoa “comum”, não é fácil ser tão rico, pertencer a um “planeta” que muitos não entendem e invejam. Muitos tem bom coração e humildade, ou sabem que precisam desenvolvê-los.
Interessante seu depoimento, Cláudio!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!