Ontem, tivemos o anúncio dos jogadores que irão compor a seleção brasileira de futebol que irá participar da Copa do Mundo na África do Sul. Durante os comentários que eram transmitidos pela TV, me surgiu a seguinte ideia na cabeça: você já selecionou os investimentos que irão compor a sua seleção, não na Copa do Mundo, mas sim na Copa da Vida? Penso que a metáfora é válida, e uma estratégia de investimentos se parece muito com uma estratégia de vitórias em um campeonato de futebol, pelo menos em alguns pontos que me passaram pela mente. Penso que essa é uma ótima hora para abordar questões relativas a planejamento financeiro e sucesso nos investimentos, utilizando a analogia da convocação de jogadores.
Um time, qualquer time, para ser vencedor, precisa ter os jogadores certos nas posições certas, fazendo aquilo que o técnico manda, e os torcedores pedem: a vitória a cada rodada. Somar o maior número de pontos possíveis, já que ganhar apenas um jogo não é garantia de ganho de campeonato. O campeonato dos investimentos não se resume a uma só temporada, se pensarmos sob a perspectiva do longo prazo. O campeonato dos investimentos vai mais além, e dura toda uma vida, no caso de planejamento para uma independência financeira. Esse é um jogo de pontos corridos: vence quem acumular mais pontos, ou, no nosso caso específico, quem acumular mais patrimônio.
O curioso é que, no campeonato dos investimentos, você não luta contra adversários, você luta apenas consigo mesmo, contra seus desejos insanos de consumo, contra sua preocupação excessiva em gastar menos, e, é claro, contra fatores adversos que podem ocorrer no transcurso da temporada, como lesões de seus “jogadores” (investimentos mal escolhidos), “condições climáticas adversas” – crises econômicas – e até impedimentos mal marcados, como taxas de administração corrosivas da rentabilidade de seus investimentos.
Outro dado interessante é que, para vencer, você precisa marcar gols. Muitos gols. Como o Santos no campeonato paulista, ou o Chelsea no campeonato inglês. Sem gols, você não soma vitórias, e não somando vitórias, você não acumula pontos. Gol vem do “goal”, termo de origem inglesa que significa “meta”, “objetivo”, “alvo”. Você precisa delimitar suas metas, estabelecer seus sonhos, definir suas prioridades.
Mas vamos à parte que nos interessa: os seus “jogadores”. Os seus investimentos.
No ataque, você precisa contar com centroavantes artilheiros, esforçados e talentosos, que marquem muitos gols e sejam rápidos e ofensivos. Eu vejo as ações como um investimento de ataque. Assim como os atacantes, elas podem oscilar: há jogos que não fazem nada, mas quando estão inspirados, produzem gols e mais gols. Quem são os atacantes de seu portfólio de investimentos? São ações de primeira linha, blue chips, fundos de índice passivo com baixas taxas de administração? A rentabilidade deles tende a ser maior, ou seja, eles tendem a marcar mais gols que os meio-campistas e os zagueiros.
E por falar em meio campo, quais investimentos você convocaria para preencher essa parte do campo? Os jogadores que atuam nessa área precisam, dentre outras qualidades, ser velozes, marcar bem e fazer uma boa ligação entre a defesa e o ataque. Imóveis e fundos de investimento imobiliários sem dúvida são os investimentos que poderiam atuar nessa função de meio-campistas. Os fundos multimercado também podem atuar nesse importante setor da seleção.
Já a defesa tem que prevenir o time dos ataques adversários. Deve ser robusta, marcar bem e, de preferência, também ser útil nos escanteios e lances de bola parada na área adversária, para aumentar as chances de marcação de gols. Deve ter liquidez, e também não pode ser cara na hora de montar, para não deixá-lo com prejuízo. Fundos de renda fixa e referenciados DI são ótima opção para esse setor da sua seleção. Aqui também entra o Tesouro Direto, cujos títulos dificilmente te deixarão na mão caso você precise resgatá-los em ocasiões estratégicas. O goleiro é a sua reserva de emergência: cuide bem dele pra não tomar gol das adversidades da vida! A poupança é o meu goleiro na minha seleção de investimentos.
O banco de reservas também tem papel fundamental, pois dali sairão jogadores que, aos 30 minutos do segundo tempo, com energia e disposição total de “mostrar serviço”, podem fazer a diferença na hora de buscar um empate ou até mesmo uma virada. Ouro e dólar podem ser úteis em momentos de volatilidade durante o jogo, para recompor o time a níveis equilibrados.
Falamos do time, mas devemos também falar do técnico. Afinal, é ele quem escolhe os investimentos que entrarão em campo. Quem está sendo o técnico de seus investimentos? É você ou o seu gerente? Muitas pessoas delegam, terceirizam, a importante tarefa de escolher os jogadores de sua seleção de investimentos. Essa é uma decisão errada, pois você é a melhor pessoa para cuidar de seu próprio dinheiro. E quem diz isso não sou eu, mas sim John Bogle, uma das maiores autoridades mundiais em investimentos, criador dos fundos de índice do Vanguard, a líder desse segmento nos Estados Unidos. Tivemos o privilégio de resenhar o livro A dose certa, desse autor, aqui no blog, não deixem de conferir.
Gerenciar um portfólio de investimentos, administrar uma carteira, não é uma tarefa difícil. Requer estudo, claro, dedicação, paciência e disciplina, mas é uma atividade que está ao alcance de qualquer um, pois é uma atividade intelectual. Encare a construção de investimentos como um desafio intelectual a ser vencido, e veja como é gratificante estudar mais sobre investimentos e finanças pessoais – falaremos mais sobre isso – o estudo – num post a ser publicado em breve, aguardem.
Mas sabe o que é pior do que tudo isso? É não ter time para disputar o campeonato. Tem gente, muita gente, que não bota o time em campo, porque não tem investimentos. Só tem dívidas, financiamentos, gasta mais do que ganha, paga todas as compras a prazo, e depois ainda fica reclamando que não tem dinheiro e não consegue atingir seus sonhos. Mas é claro que não consegue nada disso, pois não teve educação financeira nem força de vontade para mudar de hábitos!
Estamos aqui para lhe ajudar. Para construir um time completo, com defesa, meio-campo, ataque, um banco de reservas e um técnico que saiba traça uma estratégia eficiente para marcar muitos gols, ter várias vitórias e conquistar o campeonato da vida. E então, estão prontos para começar!?
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
mudando um pouco de assunto, vc mudou de Hotmar para Guilherme….
o seu nome verdadeiro é mesmo Guilherme???
abração
Luciano
Interessante a comparação futebol investimentos!
Parabéns pela simplicidade da idéia!
Grande Abraço Guilherme!
Desculpe o comentário off-topic, mas é que o post original já tem algumas semanas: o Valor de hoje diz que os ETFs estão isentos de IR nas transações de até R$ 20 mil por mês (http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/5/12/os-custos-mais-baixos-dos-fundos-com-cotas-negociadas-na-bolsa). Fiquei na dúvida – qual será o fundamento deles para essa interpretação (que difere da sua)? Abraços, Thiago
Atualizado as respostas aos comentários:
Luciano, sim. 😉
Henrique, obrigado! 😀
Thiago, a interpretação feita pelo Valor, na referida reportagem, foi feita em desacordo com a Instrução Normativa RFB (Receita Federal do Brasil) nº 1.022, de 5.4.2010, que é taxativa quanto à tributação dos ETFs. Inclusive, caberia uma “errata” do próprio jornal, alertando para o erro cometido, que pode induzir os leitores a tomarem decisões equivocadas quanto ao planejamento tributários de seus investimentos.
O fato concreto é que, sob o aspecto da legalidade, ETFs pagam IR qualquer que seja o valor da venda.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Genial a comparação! 😛
Não me recordo de ter lido algo semelhante. Parabéns pela idéia! E já que estamos comparando time de futebol a investimentos, quem seria aquele zagueiro que faz gol contra de vez em quando?? …………………..Título de capitalização?? 😯
Abcs
Hahahahahaha…………boa, Willy, seria sim! 😆
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!