Carlos era um empresário cuja firma, do ramo de venda de móveis de madeira, apresentava relativo sucesso, apesar de seus pouco mais de 10 meses de existência. Com vendas crescentes a cada mês, Carlos não entendia o motivo pelo qual sua empresa, apesar de apresentar um histórico crescente e até consistente de aumento no faturamento, não vinha apurando lucros operacionais igualmente crescentes e consistentes. Por outro lado, sua vida pessoal também seguia num ritmo parecido: por conta dos aumentos sucessivos nos lucros, ele se permitia maiores luxos, como a compra de gadgets de última geração, seu hobby, os quais, no entanto, vinham em detrimento de sua própria saúde financeira, haja vista que as dívidas no cartão de crédito e nos empréstimos consignados que tomava junto aos bancos aumentavam em igual proporção.
Foi então que Carlos resolveu pedir ajuda a Henrique, uma pessoa mais jovem, velho conhecido seu, que havia recém-concluído um curso de MBA em Administração Financeira na Europa, mais precisamente em Londres, durante dois anos. Henrique pediu que Carlos fizesse um levantamento patrimonial preciso da sua situação financeira pessoal, bem como da empresa, para que pudesse ter uma espécie de “radiografia”, e, assim, elaborar um diagnóstico preciso das finanças pessoais e profissionais do Carlos.
Carlos aceitou imediatamente o desafio e, em menos de uma semana, elaborou e entregou a Henrique um relatório detalhado de sua situação financeira. De posse dessas informações, Henrique construiu um detalhado plano para fazer com que Carlos saísse da perigosa situação financeira em que se encontrava. Henrique fazia um acompanhamento semanal da situação de Carlos, e previa que o plano produziria resultados concretos positivos num prazo de 6 meses.
Mas a dedicação e o empenho de Carlos não ficaram só no aspecto patrimonial. Vendo que sua saúde física declinava perigosamente, em função do sedentarismo e do stress provocados pela sua má gestão nas finanças, Carlos resolveu, paralelamente, montar um plano estratégico de recuperação da saúde física, e, novamente aqui, a ajuda de uma amiga foi fundamental.
Suzana, professora de educação física, foi chamada e, mesmo morando numa cidade vizinha, se propôs a lhe auxiliar na montagem de um roteiro de exercícios físicos, dicas de alimentação equilibrada e rotinas diárias mais saudáveis, as quais incluíam também mais tempo dedicado ao sono – Carlos estava dormindo pouco – e atividades sociais.
Graças à ajuda desses dois amigos – Henrique e Suzana – Carlos não só conseguiu reverter a situação financeira negativa em que se encontrava – num prazo surpreendentemente rápido de 3 meses – como também melhorou sua saúde física, estando bem mais disposto para as atividades do dia-a-dia. Carlos reescreveu a história de sua própria vida a partir da valiosa ajuda desses dois amigos, que entendiam mais de finanças e de saúde do que o próprio Carlos.
Prezado leitor, existe mais um detalhe importante nessa história, que é preciso contar: Henrique e Suzana não eram apenas amigos de Carlos. Eram também seus filhos.
………………………..
Em verdade, essa não é apenas uma história que destaca a importância de ter amigos que entendam mais de finanças do que você. Essa é uma história que revela o valor verdadeiro de ter filhos. Ter filhos não pode jamais se reduzir ao significado de ter despesas. Sustentar a idéia de que filhos são despesas, e, portanto, não vale a pena tê-los, revela não só uma atitude tacanha e materialista, que confunde filho com bem econômico, como também revelam o enorme prejuízo que essas pessoas terão quando, lá na frente, porventura necessitarem de algum tipo de suporte, seja esse suporte financeiro, espiritual, emocional ou mental.
Você pode ter se identificado com o Carlos da história, que acredita no valor da família e investe nela, e, por causa disso, obtém benefícios que às vezes surpreendem o próprio “investidor”. Ou você pode se parecer mais com o Henrique ou com a Suzana, cuja capacidade de ajuda fez ver em Carlos a enorme recompensa que existe por trás da criação de cada pequeno ser que cresceu e se desenvolveu a ponto de amparar o próprio pai.
E não estou falando aqui no amparo “econômico”, que seria o que mais vem à mente das pessoas. Veja que, na história narrada acima, tanto Henrique quanto Suzana contribuíram para melhorar a situação de Carlos com seus conhecimentos e sua experiência, e não com dinheiro. E essa relação recíproca de trocas e conhecimento só é possível a partir do momento em que há uma interlocução entre dois sujeitos, e essa interlocução só é possível quando existe um “outro” na outra ponta da comunicação. E esse “outro” só existe, como no caso da história narrada acima, quando se tem um filho, filho esse que pode inclusive ajudá-lo a reescrever a história de sua própria vida.
Se você tem filhos, invista na educação deles, mas em seu aspecto integral, e não apenas financeiro, ou apenas intelectual, ou apenas físico. A beleza disso aparecerá de formas que você, surpreendentemente, jamais imaginaria que pudesse acontecer. Como Carlos.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Deixe um comentário