O título desse artigo foi inspirado uma citação do escritor russo Tolstoi:
“Todas as famílias felizes se parecem, mas as infelizes o são cada uma à sua maneira”.
A mensagem que se quer transmitir aqui é a seguinte: ter equilíbrio financeiro é muito mais fácil do que ter desequilíbrio. Isso contraria o senso comum, mas é verdade. Mas por quê é mais fácil? Porque o equilíbrio financeiro depende da adoção de um conjunto de comportamentos baseados em regras simples e universalmente aplicáveis e bastante previsíveis na área das finanças pessoais, ao passo que, para atingir o desequilíbrio, a pessoa precisaria violar, consciente ou inconscientemente, uma ou algumas dessas regras – e cada uma o faz à sua maneira. E é por isso que essa citação de Tolstoi cabe tão bem no universo das finanças pessoais.
Não estou dizendo, por óbvio, que é preciso atingir a independência financeira para ter sucesso na relação com o dinheiro. O que quero enfatizar é que as pessoas que sabem lidar com o dinheiro, estejam ou não aposentadas do ponto de vista das finanças, adotam um conjunto de práticas e modelos comportamentais muito parecidos entre si, e que está ao alcance de qualquer um.
Pense, por exemplo, na seguinte dica que boa parte dos consultores financeiros e demais profissionais da área recomendam: “gaste menos do que você ganha”. É uma regra universal no mundo das finanças, um comportamento padrão fácil de seguir e reproduzir, e que todas as pessoas que estão com as finanças em dia adotam. Nesse ponto, todas elas se parecem, já que, por evidente, adotam esse comportamento. Já as que são desequilibradas financeiramente violam essa regra, e cada uma à sua maneira: o motivo de um pode ser o estouro no limite do cartão de crédito, a razão de outra pode ser em estar pagando 4 financiamentos ao mesmo tempo, com comprometimento de 50% de sua renda líquida mensal, outro ainda pode ter utilizado todos os recursos de seu salário no custeio de despesas de um evento importante, mas que poderia ser melhor planejado, para não sufocar tanto a renda, como a viagem de férias ou a reforma da casa. Cada um violou, de seu próprio modo, essa regra de gastar menos do que ganha, mas todos os que são saudáveis financeiramente seguiram, sem exceção, essa regra.
Muitas vezes as pessoas perdem o controle de suas finanças por desconhecimento das regras que governam uma vida financeira sustentável. Desconhecem os efeitos perversos dos juros do cheque especial ou a quantia absurda que pagam no rotativo do cartão de crédito. Nesse caso, o nosso trabalho, dos blogs de finanças pessoais, é orientá-los, com dicas e sugestões práticas, a reverem seus comportamentos e passarem a respeitar mais seu orçamento, bem como a criarem um planejamento financeiro com metas futuras factíveis e que possam servir de estímulo a agirem em alinhamento aos seus objetivos, principalmente os de médio e de longo prazos.
Outras vezes, as pessoas até tem o controle de seus gastos, mas planejam mal seus investimentos, seja porque estão obtendo rentabilidade líquida, em seus fundos de renda fixa, inferior aos juros da caderneta de poupança, seja porque não estão adotando estratégias adequadas na Bolsa de Valores, por comprar na alta e vender na baixa. As pessoas com um bom histórico nas finanças pessoais seguem padrões parecidos na condução de seus investimentos: procuram analisar de modo atento as taxas de administração de seus fundos de investimento, bem como os impactos tributários sobre suas rentabilidades líquidas, e têm estratégias e métodos operacionais refinados para lidar com o dinheiro aplicado na Bolsa. Veja que aqui novamente a citação adaptada de Tolstoi se aplica com perfeição: quem é um investidor que perdeu o rumo de gestão seus ativos é porque foi motivado por um erro específico, mas todos os investidores de sucesso adotam estratégias que são semelhantes na essência.
Seja qual for o motivo que te levou ao desequilíbrio financeiro, saiba que é perfeitamente possível corrigir essa situação e viver em paz com seu dinheiro. Às vezes, a pessoa não quer ser rica, quer apenas sair das dívidas e levar uma vida financeira confortável o suficiente. A boa notícia que eu dou para essas pessoas é que é mais fácil do que parece atingir esses objetivos, pois as regras que governam a boa saúde financeira das pessoas são mais previsíveis do que as regras que moldam os comportamentos das pessoas que acabam com suas finanças – e cada uma acaba à sua própria maneira, como escreveu Tolstoi.
A solução, claro, não surgi da noite para dia. Ela depende de a pessoa percorrer um processo, assumir o caminho por uma jornada que a leve a fazer escolhas mais inteligentes na vida, tanto nos aspectos do consumo, quanto nos aspectos dos investimentos. E estamos aqui para isso.
Um brinde antecipado à boa saúde financeira dos leitores!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Fantástico post, demonstrar que com esperança se pode chegar ao equilíbrio financeiro, visto que quando se sai do caminho, sempre tem um juros, um empréstimo que não te deixa voltar.
Obrigado, Rodolfo, pelo comentário!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Olá Guilherme, em princípio, discordei de você, porque fiquei pensando, que as pessoas desequilibradas financeiramente, sempre cometem os mesmos erros, mas no decorrer da leitura, entrei em concordância com o seu pensamento. A “cartilha dos bons modos financeiros”, quase não é editada.
Muito bom, adorei. Grande Abraço!
Obrigado, Luciene!
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!