Ano passado, publicamos um artigo fazendo um passeio virtual pelos diversos blogs de educação financeira e investimentos existentes no Brasil. Vamos aproveitar esse pós-feriado para conferir as novidades?
Hoje temos uma edição temática: curiosamente, boa parte dos blogs conta as novidades que estão ocorrendo, seja em suas vidas pessoais, suas vidas profissionais, ou no próprio blog. O que há em comum entre eles? A resposta é uma só: mudança. E as mudanças são boas? Sim. Vamos recapitular trechos de um livro que já resenhamos, e fazer observações oportunas a respeito desse tema tão crucial no mundo moderno, para, depois, registrar quais as mudanças que têm ocorrido Brasil adentro e mundo afora. Vamos lá?
Mudanças
No ótimo livro As 10 principais diferenças entre os milionários e a classe média, de Keith Cameron Smith, resenhado aqui no blog recentemente, o autor aborda exatamente a questão das mudanças, e na diferença entre os milionários e a classe média quanto ao comportamento para encará-las. Com efeito, os milionários a aceitam de bom grado, ao passo que a classe média se sente ameaçada pelas mudanças. Na verdade, as mudanças são boas porque oferecem oportunidades. E mais, elas nos ensinam algo. De acordo com Smith (p. 39-40):
“A mudança nos ensina uma nova realidade que precisamos dominar. Quanto mais aprendemos, mais fortes e mais confiantes ficamos […] O futuro pertence àqueles que podem mudar com o tempo. O verdadeiro propósito da mudança é nos transformar”.
Eu concordo com o autor. As mudanças nos proporcionam o desenvolvimento de um leque de habilidades que de outra forma não poderíamos aperfeiçoar. Elas nos oferecem os ingredientes necessários para transformar desafios em oportunidades de crescimento, e conquista de novos espaços, ampliando ainda mais nosso campo de visão, ao mesmo tempo em que fazem com que fiquemos cada vez mais preparados e mais fortes para novas e diferentes situações. Temos que aceitar o fato de que nossas vidas não são lineares, como se fosse uma reta que liga os pontos A a B (ou 2010 a 2020, por exemplo), mas sim linhas que oscilam entre momentos de auge, euforia e alegria e momentos de crise e tristeza. Alternamos entre altos e baixos, e é isso que caracteriza a vida. Pense num monitor de eletrocardiograma. As linhas sobem e descem na tela do computador. O que acontece quando a linha passa a formar uma reta? É sinal de que o coração parou de funcionar. E assim é a nossa vida. Muitas vezes resistimos às mudanças. Mas sabemos que todas elas, todas mesmo, cooperam para o nosso bem. E isso é o que basta para que caminhemos firmes a cada dia, sem medo de enfrentar o futuro, mas de desafiá-lo a cada momento.
Há algumas semanas atrás, morreu uma pessoa muito talentosa e esforçada do jornalismo brasileiro. Era o Armando Nogueira. Um verdadeiro craque com as palavras. E eu tive influências dele, mesmo sem saber. É que, quando eu estava na infância, lá pelos meus 8 a 9 anos de idade, eu gostava de ler a página de esportes do jornal diário. E, no jornal, uma das colunas que eu gostava de ler era do Armando Nogueira – é lógico que eu não fazia a menor idéia de quem ele era. Ele falava sobre futebol, e, naquela época, eu gostava muito de futebol. Só muito tempo mais tarde é que eu descobri isso. É que minha mãe dizia que eu fazia essa leitura. Mas eu não me recordava disso. Bom, então eu agradeço a ele, por ter escrito coisas que de certa forma reforçaram minhas conexões neurais e me ajudaram a desenvolver e apurar o hábito de ler. E a leitura de grandes escritores – ainda que de forma inconsciente – certamente contribuiu para que eu tivesse uma melhora no hábito da leitura.
Bom, assistindo ao Sportv, há algumas semanas atrás, de repente apareceu um reportagem sobre o mestre Armando Nogueira, em que ele dava uma entrevista, falando justamente sobre ela, sim, ela mesmo, a mudança. Nos dizeres dele, a mudança era uma coisa boa. Porque todos os amigos que ele conheceu, que tiverem que mudar, seja de profissão, seja de atividade, o que quer que seja, mudaram para melhor. Tudo o que ocorria na vida, segundo ele, e que era resultado de uma mudança, apresentava uma melhora. E ele acreditava que a própria morte seria uma mudança positiva. Porque a morte podia não representar o fim, mas o começo. O começo de uma nova vida. Então, ele acreditava que, pelo fato de a morte representar uma mudança, e tendo observado em toda a sua vida que as pessoas que mudavam se tornavam melhores, a morte também poderia ter esse poder – de representar uma melhora. Não que ele desejasse a morte, mas sim que a via sob outra perspectiva. Uma perspectiva positiva.
E o que nossos blogs apresentam de mudanças? Vamos a elas!
O Álvaro Modernell anunciou uma mudança, uma completa reformulação em seu portal Educação Financeira, fabuloso ponto de encontro principalmente para a educação financeira infantil, e sobre o qual já havíamos feito uma indicação em outro artigo. O projeto gráfico foi reformulado, com nova interface, novos recursos e outras novidades legais. Vale a pena dar uma conferida.
O Henrique Carvalho noticiou, no HC Investimentos, uma nova e grande movimentação de negociações em torno de um fundo imobiliário, o que poderia denotar sinal de mudanças na liquidez. Mas parece que foi apenas um movimento atípico feito por uma grande instituição financeira.
Novidades também para o Investimentos e Finanças, que está mudando de estratégia e passando a investir em ações individuais, conforme abordado no último artigo. O que faz todo o sentido, de acordo com os argumentos ali ponderados. Não existe uma estratégia única para todos os investidores. Há os que preferem investir em fundos de índice passivos, e se dão bem, como o Viver de Renda – aliás, o blog dele comemorou 1 ano de vida, parabéns! Há também aqueles que vivem de especulações e trades curtos, como o Zé da Silva e o Didi, e também conseguem sobreviver disso. E existem igualmente aqueles que optam em fazer compras parceladas de ações, com uma quantia pré-determinada de dinheiro, todos os meses, e conseguem obter êxito em seus objetivos, como é a técnica defendida por Paulo Portinho, ilustrada aqui no blog com o exemplo do Arnaldo (aliás, é um dos posts campeões de visitas aqui no blog), e adotada pela metodologia INI.
Ter um índice de referência é importante, mas exagerar em sua importância não é bom, senão a pessoa vai ficando estressada e impaciente. Considerando que uma boa estratégia de alocação de ativos, na minha opinião, é aquela que não coloca todos os ovos numa cesta só – e investir 100% do capital em ações é colocar todos os ovos numa cesta só -, torna-se impossível querer bater um índice de ações, por exemplo, o Ibovespa, se a pessoa tem somente 50% de seu capital total alocado em ações. Então uma melhor solução é encontrar um outro índice de referência, como, por exemplo, o CDI, considerando uma carteira global de ativos, que inclua ações, renda fixa, imóveis e ouro, por exemplo.
No final das contas, embora ter um desempenho próximo ao do mercado seja importante, considerando uma carteira composta por diferentes classes de ativos, e levando em conta que nem todos eles têm rentabilidade a longo prazo parecida com a da Bolsa, acredito que ter uma rentabilidade, em uma carteira diversificada, que vença da inflação seja um objetivo mais relevante. Aliás, será que é relevante mesmo? Vamos descobrir isso num artigo que será publicado semana que vem…
A Thaís Aux, autora do divertido, informativo e espontâneo blog Hoje eu não comprei, também anuncia uma mudança em sua vida, já que ela conseguiu um novo emprego. Parabéns à Thaís e sucesso no novo trabalho!
Bom, como essa é uma coletânea de diversos blogs e links, vou deixar aqui o link de uma entrevista que o professor de Finanças Pessoais Jurandir Sell deu para o blog da Estela Benetti, falando sobre diversos aspectos da vida financeira dos brasileiros. Uma coisa interessante que ele fala e critica é a excessiva concentração de investimentos em imóveis, imóveis de tijolo mesmo. Eis um trecho da entrevista:
“Quais são os maiores erros dos investidores?
Jurandir_ É tão absurdo perguntar qual é o melhor investimento quanto ir a uma farmácia e perguntar qual é o melhor remédio. Cada poupador ter o seu perfil. O grande erro é pouca diversificação, excessiva concentração em imóveis. Se você gosta de imóveis, compre ações de uma construtora ou contrate uma empresa para alugar imóveis. É preciso ter objetivo. Posso investir na bolsa se vou precisar do dinheiro dentro de 10 anos? Não, a bolsa é um investimento para comprar um pouco todo mês, para usufruir da divisão dos lucros quando se aposentar. Tem gente que acha que pode especular e ganhar muito dinheiro na bolsa. Não é possível porque não dá para saber quando a bolsa vai cair”.
Muitas vezes, o problema das pessoas não reside no investimento, mas sobretudo no consumo. E o excesso de consumo, geralmente, está ligado à pressão dos amigos. Isso é visível principalmente entre os jovens. Para saber mais sobre o tema, leiam o ótimo artigo da Bernadette Vilhena, escrita para o blog Dinheirama.
EDITADO: os amigos do Dinheirama anunciaram hoje que, devido à boa repercussão da instituição do Dia da Luta pela Independência Financeira, comemorado no dia 19 de abril, ao qual o Valores Reais aderiu, por meio de artigo publicado aqui, foi ampliada a ideia para a instituição da Semana da Independência Financeira, conforme podemos ler no artigo publicado aqui, inclusive com sorteio de livros. Parabéns ao Ricardo Pereira e ao Conrado Navarro pela ampliação da idéia! Ficamos felizes em contribuir para a causa, ao mesmo tempo em que agradecemos pelos comentários lá feitos sobre a nossa participação. Como diz o ditado, “a união faz a força”. 😉
O Beto Veiga publicou, em seu blog, um artigo para nos fazer refletir sobre o valor das pessoas e das coisas, a partir de uma frase de Kant: ““As coisas têm preço; as pessoas, dignidade”.
Se tem algum segmento da economia em que mudanças ocorrem de forma frequente é o segmento da aviação civil. Algumas são boas, outras nem tanto. Mas as mudanças que o Rodrigo anunciou no blog Aquela Passagem dessa vez são boas: duas cias. aéreas – Quatar e Emirates – estão anunciando novos voos para Buenos Aires e para o Oriente Médio. A conferir.
Uma mudança que sem dúvida provoca grandes impactos na vida das pessoas é aquela resultante da adoção de um estilo de vida mais simples, mais desacelerado, conhecido também como downshifting. Para se preparar de forma adequada para essa mudança radical, o Frugal Dad elaborou um artigo com várias dicas úteis para enfrentar essa mudança – artigo em inglês.
Mudanças também na vida de Trent Hamm, autor do The Simple Dollar. No caso dele, uma mudança de carro. Ele trocou um carro modelo 97 por outro mais novo, porém usado, modelo ano 2004 – um Honda Pilot, mas depois de exaustivos meses de pesquisa. Mais detalhes vocês conferem nesse artigo – também em inglês.
Fazer um registro de todas as suas despesas é um dos mandamentos para se ter uma vida financeira tranquila. Bom, o J.D. Roth, autor do Get Rich Slowly, mudou seus hábitos de registro, aliás, ele parou de registrar cada centavo de seus gastos. Mais detalhes nesse artigo.
Que todas essas mudanças registradas e que estão ocorrendo na vida de diversas pessoas também te inspirem a efetuar suas próprias mudanças! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Muito obrigado pela citação Hotmar ! 🙂
Fizesse um bom apanhando de textos hein ? Darei uma olhada com cuidado nas tuas indicações. 😉
Abraços !
Ôpa, valeu, Zé!
Seu blog é referência para todos os que buscam independência financeira. Aliás, foi por esse motivo que comecei a frequentar seu espaço. 😉
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Ai, que bacana, eu fui citada! Obrigada!! E tem tanto link legal por aqui, adorei! É tão bom perceber que tem muita gente boa por aí oferecendo conteúdo de qualidade, influenciando a vida de outras pessoas, mas claro, apenas se elas estiverem abertas às mudanças! 🙂
Bjs!
Thaís, obrigado!
Realmente está havendo uma crescente preocupação dos brasileiros com suas finanças, o que é muito saudável e elogiável.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!