Quais os fatores que levam algumas pessoas a conseguirem ficar milionárias, e outras a continuarem estagnadas em relação ao patrimônio financeiro? Por quê certas pessoas obtêm a liberdade financeira, enquanto outras priorizam o conforto? Será que a atitude mental diante dos fatos da vida influencia o comportamento dos milionários, fazendo-os galgar posições que a classe média não consegue? Esse é o propósito do livro de Keith Cameron Smith, que explica as 10 diferenças entre os milionários e a classe média.
Informações técnicas
Título: As 10 principais diferenças entre os milionários e a classe média – descubra os segredos da mentalidade voltada para o sucesso e transforme sua vida financeira
Autor: Keith Cameron Smith
Número de páginas: 107
Editora: Sextante
Faixa de preço: R$ 11 a R$ 20
Compre o livro no Submarino [clique aqui]
De acordo com o autor, o que diferencia a mentalidade dos milionários da mentalidade da classe média se resume, essencialmente, à diferença de crenças que cada um desses segmentos sociais alimenta sobre o dinheiro. Dessa forma, quem busca apenas sobreviver o faz porque cultivaria uma mentalidade de escassez, ao passo que os que alcançam a liberdade financeira se concentrariam na abundância.
Partindo desses pontos, o autor elabora uma lista de 10 (dez) diferenças entre os milionários e a classe média, que consubstanciam os 10 capítulos do livro. O autor enumera as diferenças de trás para frente, ou seja, começa na diferença 10, e vai gradativamente indo em direção à diferença 1. Vamos então seguir a ordem disposta no livro.
Diferença 10: Os milionários pensam a longo prazo. A classe média pensa a curto prazo. De acordo com o autor, pensar a longo prazo não significa apenas focar nos investimentos, mas também em outras áreas da vida, como relacionamentos e saúde. Aqui, é enfatizada a importância de desenvolver a virtude da paciência, bem como a disciplina de adiar o sentimento da satisfação.
Diferença 9: Os milionários falam sobre ideias. A classe média fala sobre coisas e outras pessoas. Quem desenvolve a busca da independência financeira procura conversar sobre ideias, ideias essas que levam a novos projetos, que criam, por sua vez, novas possibilidades. Já a classe média teria uma conversa mais centrada em coisas e pessoas, e, com isso, perderia a chance de desenvolver novas habilidades.
Diferença 8: Os milionários aceitam as mudanças de bom grado. A classe média se sente ameaçada pelas mudanças. Capítulo muito interessante em que se aborda a importância de aceitar os desafios que as mudanças oferecem, bem como as oportunidades que se criam a partir do momento em que se aceitam tais mudanças.
Diferenças 7: Os milionários assumem riscos calculados. A classe média tem medo de se arriscar. Uma continuação do capítulo anterior, na verdade, até um desenvolvimento natural da idéia de enfrentar as mudanças, já que quem assume os riscos também está sujeito a ganhar novas oportunidades, as quais, por sua vez, redundariam em crescimento pessoal. Os textos desses dois capítulos 7 e 8 constituem, na minha opinião, a melhor parte do livro (ao lado da diferença 4, explicada abaixo), porque fazem ver os resultados positivos que existem por trás dos desafios e das mudanças que aparecem diante de nós. Como todos sabemos, a vida não segue uma marcha linear, e frequentemente somos surpreendidos por mudanças e fatos inesperados, que nos obrigam a seguir adiante ou recuar. Cameron Smith prova com bons argumentos que a melhor solução é seguir adiante.
Diferença 6: Os milionários aprendem e crescem sem parar. A classe média pensa que o aprendizado termina quando acaba a educação formal. Aqui é demonstrada a importância do estudo e do processo contínuo de aprendizagem.
Diferença 5: Os milionários trabalham visando ao lucro. A classe média trabalha visando ao salário. O autor expõe as razões pelas quais é melhor empreender com vendas do que ter um trabalho de empregado. Na essência, é a mesma mensagem que o Robert Kiyosaki e tantos outros transmitem sobre as vantagens de tirar rendimentos a partir do empreendedorismo, portanto, aqui não temos novidade em relação a que outros livros dizem sobre a diferença empreendedor vs. empregado.
Diferença 4. Os milionários acreditam que precisam ser generosos. A classe média acredita que não tem condições de dar nada. Um capítulo muito oportuno sobre uma questão que, infelizmente, é tratada de maneira periférica em muitos livros sobre educação financeira: a questão da generosidade e de ser desprendido em relação ao dinheiro.
Diferença 3. Os milionários têm múltiplas fontes de renda. A classe média tem apenas uma ou duas fontes de renda. Enfatiza-se a necessidade de ter mais de uma fonte de renda para alcançar a independência financeira.
Diferença 2. Os milionários se concentram em aumentar seu patrimônio líquido. A classe média se concentra em conseguir aumento de salário. A verdadeira riqueza, portanto, se encontra no patrimônio líquido da pessoa, como, aliás, é bem explanado no livro O milionário mora ao lado, resenhado aqui no blog também.
Diferença 1. Os milionários fazem a si mesmos perguntas que os fortalecem. A classe média faz a si mesma perguntas que a enfraquecem. Segundo o autor, devemos fazer questões que expandam a nossa mente, que se fixem naquilo que conseguimos fazer.
Crítica à dicotomia milionários/classe média
Embora de bom conteúdo geral, e facílimo de ler, a minha grande crítica em relação ao livro é o estereótipo que o autor faz da classe média, ao considerá-la como um grupo homogêneo de indivíduos que teriam todas as 10 características negativas apontadas. Ou seja, quem estaria na classe média somente pensaria no curto prazo, falaria só sobre coisas e pessoas, não aceitaria mudanças nem assumiria riscos, não praticaria a generosidade, nem aumentaria o patrimônio líquido etc. etc. etc.
Tal dicotomia que reduz as classes sociais a grupos de indivíduos todos com as mesmas características não condiz, evidentemente, com a realidade, não só sob o ângulo da classe média, mas também sob a perspectiva dos milionários, pois sabemos que, mesmo dentro desse grupo, há pessoas que não apresentam todas as 10 características positivas de mentalidade explanadas ao longo do livro (o dinheiro pode ser oriundo de uma herança, por exemplo).
O que seria melhor então?
Para mim, as diferenças enumeradas pelo autor destacam dois grupos de indivíduos que podem estar tanto na classe média quanto na classe dos milionários, mas que apresentariam maiores probabilidades de ter mais afinidade: são os que conquistam a independência financeira e os que não a conquistam. Dessa forma, o título do livro ficaria melhor assim, para refletir melhor as idéias do autor: “as 10 principais diferenças entre os independentes financeiramente e os que não são financeiramente independentes“. Releia as diferenças listadas acima à luz desses dois grupos de indivíduos, e perceberá que o “encaixe” funciona melhor.
Contudo, e por óbvio, um título dessa qualidade não chamaria tanto a atenção nas livrarias, e, consequentemente, não teria tanta repercussão. Assim, por questões de estratégia de marketing, preferiu-se dar um outro título, que, na verdade, me parece um tanto quanto crítico em relação à classe média e às pessoas que integram esse segmento da sociedade.
Conclusão
Não obstante esse problema, considero o livro uma ótima pedida de leitura, já que ele reforça a necessidade de cultivarmos certos valores essenciais em nossa vida, bem como assumirmos posições que poderão nos proporcionar uma melhora em nossa vida financeira. As reflexões trazidas pelo autor encorajam mudanças e propõem desafios.
Esse não é um livro sobre investimentos – inclusive há um trecho da obra em que o autor dá preferência aos imóveis do que às ações – no entanto, como título de educação financeira, é uma obra agradável de se ler, principalmente pela pouca quantidade de páginas, e também pelo reduzido preço.
Como forma de entretenimento e de consolidar valores como educação contínua, capacidade de aceitar mudanças e de empreender, e desprendimento em relação ao dinheiro, entre outros, gostei muito da abordagem geral do livro.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Obrigado pela resenha Hotmar!
Este livro parece ter um conteúdo muito parecido com alguns livros como:
1. Os segredos da mente milionária
2. Pai Rico Pai Pobre
Pela sua resenha, o livro “Os segredos da mente milionária” aborda melhor a diferenciação entre as pessoas independentes financeiramente e as pessoas financeiramente independentes.
De todo modo é sempre interessante ler essas pequenas diferenças entre estes 2 grupos e entender que muitas vezes a diferença não está apenas em ganhar mais, mas principalmente na mentalidade da pessoa. É preciso SER para depois TER.
Grande Abraço!
Ôpa, grande Henrique!
Vc está certo, o conteúdo é bem similar e, comparando esse livro com os citados, concluo que o livro “Os segredos da mente milionária” aborda melhor o tema. Se a pessoa tiver que optar entre ler “Os segredos” e “As 10 diferenças”, eu recomendaria “Os segredos”.
Aliás, não é à toa que o livro do Harv – “Os segredos” – continua na lista dos mais vendidos da Veja. Eu, particularmente, gostei muito do livro, e pretendo inclusive lê-lo novamente para resenhar por aqui. Diga-se de passagem que foi o livro do Harv o primeiro livro de educação financeira que li, daí a importância especial que teve pra mim.
E, concluindo, de fato é “ser” é condição necessária para o “ter”. Perfeita a essência da mensagem! 😀
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Boa resenha, gostei!
Obrigado, Rosana!
Olá hotmar!
Definitivamente sua resenha parece pertinente, no entanto questiono o “ser” para “ter”, que se repercutiu nos comentários. Compreendo o sentido a que você se refere, mas não o considero legítimo, até porque ele se torna um tanto abstrato…seria a aquisição do conhecimento suficiente para administrar tais finanças? Seria o que exatamente?
Você quer dizer que “ter”, hoje e sempre, só dependerá fundamentalmente mais do próprio meio de inserção do indivíduo ou seja, aquele que nasce em família rica e recebe educação suficiente e incentivo, para manter-se e garantir-se financeiramente, por óbvio conseguirá bons resultados a respeito.
Muitas pessoas são milionárias, ou se tornam milionárias, por acaso, e nem por isso não sabem administrar seu dinheiro, pelo contrário.
Quero dizer que, para TER, só é necessário um pouco de inteligência e conhecimento.
Não há portanto segredos!!
Abraços!!
Mariana, o “ser” a que me referi se refere à formação humanística da pessoa, considerada em sua integralidade, ou seja, os valores que ela vai incorporando em sua vida.
Digo isso porque, embora haja pessoas, que tenham chegado aos milhões, por sorte, esse é um caminho que constitui exceção, e não a regra.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!
Não tinha lido essa resenha ainda. Achei show de bola a crítica final e a sugerência de mudança de nome do livro.
abraços,
Everton.
Valeua, amigo!
Gostei do artigo, sem dúvida existem pensamentos que levam para frente e outros que deixam todos parados, porém, em Educação Financeira a vontade em melhorar constantemente sem dúvida é o maior atributo para quem quer ser rico tanto em matéria financeira como em sabedoria, não é mesmo ?
Oi Renato, obrigado!
Concordo com você, a vontade de melhor de forma consistente é o grande motor para ter uma vida livre de dívidas e com mais conforto e segurança.
Abç!