Eis uma constatação cada vez mais comum: dentro do elevador, as pessoas ficarem 100% focadas em seus celulares, de cabeça para baixo.
Faça o teste. Nas suas próximas dez vezes que precisar usar um elevador, e tiver uma pessoa dentro, contabilize a quantidade de vezes em que a pessoa não ficou olhando no celular.
Eu fiz o teste. O resultado foi zero.
Ou seja, em todas as últimas dez vezes em que entrei em algum elevador, e tinha alguém dentro, essa pessoa estava olhando o celular. Impressionante.
Em estudo sobre o tema, o psicólogo Gabriel Cunha Nunes disse:
“O ser humano tem muita dificuldade de lidar com o vazio, talvez porque o vazio máximo seja a morte. Essas pausas, nas quais nos sentimos improdutivos, são vistas como pequenas mortes diárias, o que gera uma sensação nada boa.
Por outro lado, são também oportunidades de olhar para si mesmo, de refletir sobre a vida, mas algumas pessoas sentem dor ao fazer isso, principalmente aquelas que enfrentam grandes dramas ou problemas pessoais”.
Na verdade, esse comportamento dentro do elevador é apenas uma pequena amostra do que ocorre fora do elevador: a mente das pessoas foi sequestrada pela telinha dos smartphones.
Quer outro exemplo? Avião.
Como os assentos ficam muito perto uns dos outros, fica fácil perceber o que a maioria das pessoas faz enquanto está dentro do avião: olhando no celular. Eu diria que mais 90% das telas são ocupadas ou com redes sociais ou com jogos.
Qual é o problema, aqui?
As pessoas estão trocando interações presenciais por interações (ou vícios) online.
E isso traz a reboque uma série de consequências nefastas, tais como ansiedade, angústia, estresse, falta de concentração, perda de humor e outros sintomas psicológicos adversos.
E qual é a solução?
Controlar os impulsos. Perceber que há vida no ócio. Perceber que há benefícios em se desconectar.
Faça o experimento. Desafie-se a usar o celular, no máximo, em torno de meia hora por dia.
Desafie-se a não fazer com que a primeira coisa a se fazer no dia e a última coisa a se fazer no dia seja o uso do celular.
Às vezes, é desconectando-se das telas que você se conecta a coisas que realmente importam de verdade em sua vida. 😉
Olá Guilherme! Gosto da ênfase que você dá para as pessoas se desafiarem a ficarem distantes dos celulares. Concordo totalmente, e ao praticarmos isso, temos uma sensação de que nosso dia está maior e desenvolvemos uma apreciação pelo que é real. Obrigado por mais um artigo!
Forte abraço e boa semana!
Obrigado pelas palavras, Carlos!
Grande abraço!