Há alguns dias, publicamos o artigo sobre as dificuldades que pessoas mais velhas têm de aprender coisas novas (link).
Trata-se de um comportamento que tem raízes biológicas – afinal de contas, tendemos sempre a conservar energia, e o aprendizado requer gastos de energia mental – mas principalmente culturais, na medida em que somos contaminados pela ideia de que o aprendizado termina quando se termina a faculdade universitária.
O leitor Tiago acrescentou uma pitada de bases neurofisiológicas aos debates: a questão da dor.
Sim, aprender dói. Causa desconforto.
E o desconforto mental incomoda, sendo que, em razão disso, preferimos manter o status quo. A inércia mental quase sempre será a escolha padrão. Pois ela não requer dar passos além. Não requer fricção. Basta ficar aonde está.
Mas eis o paradoxo (e o problema): se você ficar aonde está, de uma perspectiva mental, você não avança. Você não explora as possibilidades que a ciência e o conhecimento de qualidade podem lhe oferecer.
E mais um problema aqui: a sociedade, quer querendo, quer não, está em movimento. O fluxo é contínuo.
E, pelo fato de a escolha (entre agir e não agir) estar no campo das liberdades, e não da biologia, o ato entre agir e não agir depende inteiramente de suas faculdades mentais. De seu querer.
A questão é que, apesar da dor inicial, vem a recompensa em seguida.
Confiram o depoimento do Tiago!
………………
“Eu faria um adendo: aprender e por em prática o conhecimento dói!
Sim, dói, porque aprender é difícil, requer paciência, altas doses de frustrações, auto motivação (se você não consegue se motivar, quem vai te motivar? Um coach?) e muita resiliência.
Sem isso eu diria que o resto é só “chiclete da mente” – é a diferença entre ler Kant e ler Paulo Coelho.
Mas no final é gratificante, pois vale a pena.
Colocar a massa cinzenta para trabalhar é igual a malhar as pernas ou os braços na academia: exige esforço e gasto calórico – até porque o cérebro consome 25% da energia que consumimos.
A maioria das pessoas que conheço (incluindo eu mesmo às vezes) prefere a calmaria da combinação [ Sofá + Netflix + Youtube + Twitter + Instagram ] do que um livro com texto difícil, ou curso “chato” com conteúdo enfadonho ou pesado”.
Conclusão
As oportunidades existem e estão aí para serem exploradas.
Quando se deparar com a tentação da inércia, use um truque mental: pense que, apesar da dor efêmera no curto prazo, há recompensas duradouras a longo prazo.
Coloque-se em fluxo, e veja os resultados. Você se surpreenderá com a sua capacidade de fazer acontecer. 😉
em movimento sempre
Isso mesmo, Paulo!
Muito bom texto, aposentei há 10 anos e nunca mais fiz um curso, não li um livro sequer, espeto dar uma guinada nessa inércia, parabéns e obrigado.
Valeu, Djalma!
E com certeza você irá conseguir sair da inércia.
Gostei muito do seu post, Guilherme.
A dor vem também no sentido de que precisamos esculpir um novo eu de acordo com os novos conhecimentos e valores e deixar ir tudo com o que estamos tão acostumados. E como isso dói!
Abraços,
Estou sem tempo! – A Bíblia na vida diária
Simplicidade e Harmonia
Verdade, Rosana.
Buscar o crescimento pessoal está no centro de qualquer tipo de mudança que seja de fato duradoura.
Abraços!
Olá Guilherme, bom dia
Acredito que devamos “malhar” nossos cérebros da mesma forma que malhamos nosso corpo. Ter um cérebro “tanquinho” é muito gratificante.
Abraços,
Perfeita a analogia, VAR!
Os estoicos já pensavam dessa forma.
Bem lembrado, Francisco!