No mundo atual, dominado pelos vícios nas telas digitais, pouquíssimas pessoas têm a ciência e a consciência do uso desmedido das tecnologias digitais e, portanto, não gastam tempo otimizando o uso delas, ou seja, adotando estratégias de racionalização e controle rígido dessas ferramentas.
A questão é: por quê tão poucas pessoas planejam e racionalizam o uso das ferramentas digitais?
Cal Newport, no excelente livro Minimalismo Digital, dá pistas que nos fazem entender melhor esse tipo de comportamento humano.
Diz ele (p. 45-46):
“Há duas razões principais que justificam por que tão poucas pessoas têm adotado o viés da otimização.
A primeira é que a maior parte dessas tecnologias ainda é relativamente nova. Por isso, seu papel em sua vida ainda pode parecer novo e divertido, obscurecendo questões mais sérias sobre o valor específico que fornecem.
Essa aura de novidade, é claro, começa a desaparecer à medida que a era dos smartphones e das mídias sociais amadurece, o que levará as pessoas a se tornarem cada vez mais impacientes com as deficiências de seus processos brutos.
Como o autor Max Brooks brincou em uma aparição na TV em 2017:
‘Precisamos reavaliar nossa atual relação com as informações online da mesma forma que fizemos com o amor livre nos anos 1980’.
A segunda razão pela qual poucos pensam em otimizar o uso tecnológico é mais cínica: os grandes conglomerados, fundamentados na economia da atenção, que introduziram muitas dessas novas tecnologias, não querem que pensemos em otimização.
Essas empresas lucram conforme o tempo dedicado a seus produtos.
Elas querem que você conceba as ofertas como uma espécie de ecossistema divertido em que coisas interessantes acontecem.
Essa mentalidade de uso geral facilita a exploração de suas vulnerabilidades psicológicas”.
Conclusão
Parafraseando David Allen, criador do método GTD:
“Preste atenção naquilo que interfere em sua atenção”.
Ou, adaptando-a aos tempos modernos: “preste atenção naquilo que está consumindo totalmente a sua atenção”.
O uso descontrolado das telas digitais não virou questão apenas de vício mental: virou questão de saúde pública.
As pessoas estão perdendo memória, foco, atenção sustentada por longos períodos de tempo e outras funções cognitivas importantes, perdendo laços sociais e relacionamentos familiares, e entrando em sérios problemas mentais por conta da incapacidade de racionalizar o uso das ferramentas digitais.
Não seja mais uma dessas pessoas.
Quanta coisa pra refletir após ler esse texto!
Dentro das melhorias a buscar no próximo ano,
uma delas é otimizar e reduzir o “tempo de tela”.
Obrigado, Thiago!
E ótimo esse seu desafio pessoal!
Acho que é uma meta válida para a maioria de nós!
Interessante reflexão. Não acho que seja a toa que hoje em dia predomina a sensação de que tudo parece estar piorando, e que o futuro não mais parece com os Jetsons e sim com cyberpunk
Exato, M.
Guilherme,
Estamos consumindo a tecnologia ou sendo por ela consumidos?
É preciso muita atenção, pois há tantas coisas disputando nossa atenção ao mesmo tempo! É preciso focar mais no que realmente importa.
Um bom final de semana!
https://simplicidadeeharmonia.com
Ótima reflexão, Rosana.
Pelo jeito que o mundo caminha, para que estamos mesmo sendo consumidos pela tecnologia.
Boa semana também!