Ontem, começou a Copa do Mundo e uma coisa tenho percebido: a cada ano que passa, ou melhor, a cada Copa que passa (pois ela ocorre de 4 em 4 anos), uma coisa fica mais e mais evidente.
Ela vai ficando cada vez menos interessante.
Esse ano, talvez o fato de ela ter sido “empurrada” pro final de ano (entre novembro e dezembro), pode ter contribuído para isso, já que normalmente ela costuma ocorrer no meio do ano, entre junho e julho.
Mas não é só isso.
Acompanhar futebol de maneira geral está ficando mais e mais desimportante.
Se, como diz Milton Neves, “futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”, isso já não representa o que acontece hoje em dia, pois nós mudamos.
Antigamente, organizávamos nossas vidas no final de semana em torno do futebol. Gostávamos de acompanhar as partidas aos domingos, lá pelas 16h ou 17h, magnetizados pelas telas da televisão, não raras vezes emendando depois com os debates esportivos, como Supertécnico.
Acompanhávamos as notícias nos cadernos de esportes dos jornais – que eram os que primeiro líamos (ou os únicos que líamos). Hoje em dia, nem jornais compramos mais – você lembra a última vez que comprou um jornal?
O fato é que as coisas vão mudando de significado de acordo com os contextos.
Nem sei quem ganhou o Brasileirão desse ano. Tampouco sei quem ganhou a última Champions League.
Vamos, aos poucos, ocupando nossas vidas com coisas que de fato fazem a diferença em nossas vidas.
Ainda acompanhamos os esportes de uma maneira geral – tênis, por exemplo – mas vamos redimensionando a importância que eles merecem ter em nossas vidas.
Conclusão
Como eu disse em 2014, e mais remotamente ainda em 2010, não deixe a Copa do Mundo controlar a sua vida. Há coisas mais importantes para ocupar o seu tempo – e, mesmo no seu tempo de lazer (onde teoricamente gastar tempo diante de uma tela pode ser útil em termos de entretenimento e diversão), ainda assim esse tempo deve ser controlado.
Pois a vida vai passando… e as oportunidades de fazer acontecer também.
A Copa do Mundo não controla minha vida e acredito que contribui mais do que atrapalha pois acho que o esporte agrega muito no sentido social.
Eu gosto muito de futebol! Concordo que estou menos afixionado do que antes (normal – tenho mais afazeres), mas não a ponto de achar desinteressante. Nos jogos mais relevantes do meu clube, assim como nos jogos do Brasil nessa Copa do Mundo, eu já fico ansioso com a ideia de reunir os amigos para torcer, com ou sem um churrasquinho/cervejinha, de acompanhar os resultados, de ver a festa nos estádios ou entorno deles, conhecer um pouco mais sobre o país sede, de fazer festa quando ganha, aprender quando perde (que não se ganha sempre), essas coisas.
Dependendo do seu grupo de amigos, o jogo também acaba servindo como oportunidade de trocar ideias com assuntos diversos, inclusive com visões divergentes a respeito das ideias.
Enfim, a Copa segue interessante em minha vida! =)
Abraço!
Penso a mesma coisa que parece estar desinteressante. Mas acredito que se dá devido estarmos ficando mais velhos , tenho essa visão, as prioridades vão mudando, só vejo Brasil porque sempre tem aquilo do Brasil parar para ver, então dá essa motivação. Mas quando jovem a gente se interessa até pelos nomes dos jogadores, mas hoje só conheço meia dúzia por nome do Brasil.
Apenas prioridade. Ver um jogo do Brasil com a mútuos não parece problema, poderia aqui julgar o tênis, que demora muito uma partida e é uma chatice
Apenas prioridade. Ver um jogo do Brasil com a turma não parece problema, poderia aqui julgar o tênis, que demora muito uma partida e é uma chatice
Guilherme, eu nunca gostei de futebol então a copa, assim como outros campeonatos, não atraem minha atenção. Até acho chato quando percebo as pessoas tão focadas nisso hehe. Só que seu texto me fez pensar que talvez o que esteja acontecendo é que a copa passou a ter que “competir” com outras formas de distração. Hoje em dia temos tantas! São tantos os conteúdos fartamente disponíveis, o futebol acaba sendo só mais um. Aqueles que tinham esse programa de final de semana, hoje tem outras opções. Acredito que é mais ou menos o que acontece com as novelas também.
Ótimas reflexões, Adriana!
De fato, hoje em dia ampliou-se muito o leque de opções de lazer e entretenimento.
Hummmm
O post falou no plural: “nós”, mas não me incluo no conteúdo do texto.
O campeão brasileiro foi o Palmeiras e gosto sim de seguir a copa do mundo.
Na verdade gosto mais agora do que antes, câmeras muito melhores, tvs com maior definição… Sei la
Não sei se está ficando mais desinteressante ou se é apenas ao viés de exposição nosso. Eu não sou fã de futebol, apenas assisto a copa a cada 4 anos. Mas a medida que vamos acumulando prioridades, vamos fechando os olhos pra outras coisas, e isso acontece com a copa também.
Mas isso é o que eu percebo pra mim, o meu viés de exposição diria que a copa está ficando menos interessante com o tempo. Não dá pra usar minha visão pra extrapolar pro todo. Pra sociedade talvez esteja igual sempre foi…
Boas reflexões, MJC…
Sim isso é um fato. Mas o principal fator da copa estar se tornando desinteressante se chama celular. Pode ir em qualquer lugar com telão que você irá observar 90% das pessoas usando o celular e não prestando atenção no jogo.
Isso acontece porque o celular é muito mais estimulante do que assistir algo passivo na frente da TV. Tudo está ligado com a tal dopamina.
Sem dúvida, Peao.
E o livro do Desmurget vai exatamente ao encontro de sua hipótese.
Normal, acho que é a idade. Tudo vai perdendo o brilho com o tempo, vamos ficando mais chatos e ranzinzas.
Não só a copa, mas Natal e Ano Novo vão ficando cada vez menos impactantes.
Lembro em 94 que eu estava em um acampamento escoteiro acompanhando a final da copa, foi uma festa.
Apesar de eu estar desanimado e nem acompanhando os jogos, percebo que as crianças do condomínio onde eu moro estão bem empolgadas. É o ciclo da vida.
Acompanho aos jogos do Brasil por ser amante de futebol. Mas trocaria facilmente o futebol brasileiro pela educação da Coréia do Sul e a humildade dos japoneses.