Muitos pais não gostam de levar as crianças para as compras de supermercado.
Argumentam sobre as dores de cabeça das crianças pedindo isso, pedindo aquilo, pedindo aquilo outro, chorando, esperneando, gritando, esbravejando, atrapalhando…
Mas será mesmo?
Essas crianças não se tornarão, futuramente, adultos, que precisarão, inevitavelmente, fazer das compras em supermercados uma rotina em seu dia a dia?
Então não seria esse o momento – o momento da infância – um momento apropriado para ensinar educação financeira na prática?
O envolvimento da família como item básico da educação financeira
Desde há muito tempo venho dizendo que conversar sobre dinheiro ainda é um tabu entre muitas pessoas.
A conversa, quando iniciada por pessoas, educadas financeiramente, que querem transmitir algum conhecimento para outras pessoas, estas iletradas financeiramente, muitas vezes é bruscamente interrompida com “gracejos”, piadas etc., sem se avançar muito no tema.
E, infelizmente, tal padrão de comportamento inibidor de educação financeira se repete e se reproduz no interior de milhares, talvez milhões, de famílias brasileiras.
Os pais, iletrados financeiramente, sequer conseguem fazer planejamentos consistentes e conscientes de compras em supermercados, quanto mais ensinar tais preceitos para as suas crianças.
Mas isso é um erro.
Educação financeira não deve apenas ser um item obrigatório de currículo escolar: os pais têm o dever de ensiná-los aos seus filhos, dentro de casa.
E um dos melhores ambientes para essas lições verdadeiramente práticas de educação financeira… é justamente nas rotinas das compras de supermercados.
Coisas como “aprender a comparar preços”, analisar “custo vs. benefício”, aproveitar as oportunidades de “pegar as promoções”, identificar “boas ofertas”, cuidar com o prazo de validade de produtos muito baratos, e até coisas mais prosaicas, mas indissociáveis da educação financeira, como saber escolher bem frutas, verduras, legumes e hortaliças, são coisas que melhor são apreendidas quando vivenciadas na prática.
Aprender a matemática financeira na teoria, lendo livros, simulando compras na escola, é uma coisa; aprender a matemática na vida real da compra de itens de necessidade, é outra completamente diferente, e absorvida pela mente das crianças de um modo também diferente.
Os pais precisam envolver mais os filhos na educação financeira na prática, e nada melhor do que começar tais ensinamentos nos supermercados.
Ensiná-los a fazer listas de compras, mostrá-los a evolução dos preços dos itens, fazê-los apreender o valor do dinheiro ganho no trabalho, na importância de – sim, claro! – economizar centavos e reais, tudo isso rende frutos na mente “esponjosa” (que tudo absorve) das crianças.
Crianças treinadas na consciência do valor do dinheiro certamente se tornarão adultos muito mais responsáveis na hora das compras, quando chegar a vez deles de terem essa responsabilidade.
Imagine uma criança que, dos 7 aos 17 anos, tenha sido treinada nas compras de supermercado. Dez anos de educação financeira vivenciada não farão diferença na mente delas, quando adultos? O que você faria se tivesse, hoje, dez anos a mais de educação financeira em seu currículo mental?
Conclusão
Não perca as oportunidades das compras de supermercado para educá-las financeiramente.
Envolver a família no planejamento financeiro é como treinar um time para ser o melhor em campo.
Você é o treinador, e é de você a responsabilidade de treinar a mente dessas pessoas.
Crianças responsáveis e cientes do valor do dinheiro, como eu disse acima, se tornarão adultos muito melhores e ainda mais responsáveis financeiramente. Todos saem ganhando quando a educação financeira é ensinada de uma forma lúdica e prática. 😉
Tem que educar as crianças para votar, Isso sim. Olha no que deu brincar de fazer arminha.
Nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto a falta de dinheiro (John Kenneteh Galbrai)
Nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto a falta de dinheiro (John Kenneteh Galbrai).
Se a educação financeira começar na infância, no supermercado também, a vida adulta com certeza será mais tranquila.