E novamente a inflação está mostrando a sua cara no Brasil, agora agravada pelo impressionante aumento de mais de 20% (de uma tacada só) no preço dos combustíveis, o que, por seu turno, traz a reboque o aumento de muitos outros bens e serviços que compõem o custo de vida de nós, brasileiros – basta lembrar que o transporte rodoviário ainda é o principal meio de transporte de muitos produtos consumidos pelos brasileiros, como os alimentos.
O poder de compra da moeda brasileira já vinha se deteriorando de forma mais acentuada nos últimos dois anos – basta lembrar a escalada do dólar, que saiu do patamar dos quatro reais para chegar a quase seis reais, para agora voltar a se normalizar e fincar terreno no valor aproximado de cinco reais.
Mas sai um problema (a escalada do dólar)… e entra outro (aumento dos combustíveis).
O tema da inflação é recorrente aqui no blog, como podemos verificar dos artigos abaixo mencionados:
- 5 dicas para vencer a inflação (outubro de 2021);
- A necessidade de se precaver no caso de uma eventual volta mais forte da inflação (janeiro de 2021);
- Resumão da semana: tributação das LCAs e LCIs, (menos um) grau de investimento, e inflação nos dois dígitos. (dezembro de 2015);
- Quanto maior a inflação, menor será o ganho real líquido com as NTN-Bs (abril de 2011);
- A inflação é uma convicção ou uma experiência? (abril de 2010).
No artigo de hoje, lhe darei insumos para refletir sobre a inflação a partir de uma metáfora feita com os esportes, particularmente do futebol, onde o time que precisa vencer o jogo necessita atuar bem em duas áreas distintas: o ataque (para marcar gols) e a defesa (para não sofrer gols).
É disso que tratará o artigo de hoje.
Confiram!
Uma defesa forte: gastos sob o mais estrito controle
Assim como para ganhar um jogo de futebol a equipe vencedora precisa não tomar gols – ou pelo menos tomar menos gols do que marcar – você também precisa, no campo das finanças, fazer com que as subtrações de dinheiro sejam pelo menos menores do que as adições de dinheiro.
Em outros termos: as despesas devem ser menores que as receitas. Ou seja, você precisa ter o domínio sobre os gastos, e não o contrário – os gastos terem domínio sobre você.
Nesse terreno defensivo, os gastos devem ser vistos não apenas sob o prisma de diminuir as despesas recorrentes, mas também sob a perspectiva de você evitar fazer despesas novas.
No primeiro caso, temos o exemplo das idas aos restaurantes. Se suas refeições fora de casa costumam se dar ao ritmo de uma vez por semana, ao custo médio de R$ 100 cada ida, isso totaliza, em média, R$ 400 por mês. Se você diminuir essas idas aos restaurantes em 50%, indo intercaladamente a cada duas semanas comer fora, o custo já se reduz para R$ 200. Uma bela economia.
E, no segundo caso, a ideia principal consiste justamente em adiar novos consumos. Por exemplo, o seu celular atual não aguenta ficar mais 6 meses em uso? A troca de seu carro não pode ser adiada em mais um ano? Aquela viagem para o exterior não pode ser substituída por passeios mais “locais”, que não exijam tantos gastos em termos de deslocamentos, alimentação, estadias e passeios?
Tudo que você pensar em termos de redução de gastos te ajudará a vencer a inflação, pois te fará gastar menos do que faria à primeira vista.
Um ataque forte: aumente suas receitas
Normalmente, quando pensamos em inflação, pensamos somente em diminuir os gastos, ou dar um uso mais eficiente para eles.
A ideia não está errada, claro, mas é preciso pensar em termos mais globais, já que estamos falando em saídas de dinheiro que comprometem o padrão de vida da família tendo em vista um determinado orçamento doméstico.
Se você ganha X (5, p.ex.), gasta X-3 (5-3=2), e a inflação faz você gastar X-5 (5-5=0), diminuindo as sobras de dinheiro que você possui, a solução não passa apenas pela necessidade de controlar os gastos, mas sim de aumentar o X (p.ex., de 5 para 7), ou seja, aumentar as receitas.
Em outros termos, você precisa também melhorar seu fluxo de caixa. Diversificar suas fontes de renda. Criar dinheiro novo em seu orçamento doméstico.
E isso pode ser feito de diversas maneiras. Dar aulas particulares. Investir num segundo trabalho, de tempo parcial. Trabalhar nos finais de semana. Transformar um hobby em profissão.
Enquanto você tiver saúde, disposição mental e energia, ainda há tempo de correr atrás e melhorar seu fluxo de receitas. Isso, sem dúvida, te ajudará a também vencer a inflação.
Conclusão
Aja em termos globais, da forma mais completa possível.
Para vencer a inflação, é preciso não apenas controlar ou diminuir os gastos, mas também melhorar suas fontes de receitas, a fim de que a diminuição do poder de compra da moeda não te cause mais efeitos negativos do que o normal.
Com atitudes proativas, atuando tanto no ataque, quanto na defesa, aumentam-se consideravelmente as chances de vencer a inflação, e, assim, ter uma vida financeira mais tranquila e confortável. 😉
Jogar no ataque é também reconhecer que a eleição de 2018 representou a derrota e deterioração que vemos hoje. Não foi pandemia nem guerra, foi muito pior que isso.